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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O BAR CENTENÁRIO.

Por Verneck Abrantes

Do alto, observamos a simetria e os traços arquitetônicos criados pelo prefeito Sá Cavalcanti, em 1940. Inicialmente chamado de Coreto, passou à denominação de Bar Centenário em 1962, quando das festividades da Festa do Centenário da cidade. 


Em 1971 a Associação dos Estudantes Universitários de Pombal - AEUP passou a funcionar na sua parte superior. Na lateral esquerda, os bares construídos em sua calçada na primeira metade dos anos 2000. O Bar Centenário é um ponto de encontro dos filhos e amigos de Pombal. 

Verneck Abrantes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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FESTAS DE SANTO

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de outubro
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.757

A cidade de Santana do Ipanema ficou muito movimentada na noite do último domingo. Com o encerramento dos festejos dedicados a São Cristóvão, o espocar de foguetes e cânticos de louvores povoaram os ares do Bairro Camoxinga. O evento faz parte da programação anual da paróquia e do santo padroeiro dos motoristas. A paróquia de Senhora Santana e de São Cristóvão promovem essas festas sacras nos meses de julho e de outubro, respectivamente. São acontecimentos tradicionais e bastantes significativos que atestam e fortalecem a fé dos seguidores de Jesus. Trazidos pelos portugueses os tradicionais festejos arraigaram-se no Nordeste onde cada lugar, por pequeno que seja, apresenta com grande sucesso as suas devoções coletivas.

FESTA DE SÃO CRISTóVÃO. Foto: (AlagoasNanet)
Alguns santos são mais conhecidos na região e tornaram-se quase nordestinos de nascimento, tal a procura do povo para a cura dos seus males. Entre eles estão os chamados santos da época junina que formam o trio Santo Antônio, São João e São Pedro. E esse tripé sozinho movimenta o maior festejo do Nordeste deslocando milhões de pessoas na época, fazendo a economia ficar viva e dinâmica à base da fé. Mas é o profano que aproveita a ocasião para seguir lucrando com os mais variados eventos e um mundo de vendas que dão suporte às gigantescas programações, notadamente, em cidades agrestinas.  Todavia, o amor aos santos estica-se mais um pouco no Nordeste, embora, os três do período junino, talvez, sejam os mais solicitados nas orações.
São Cristóvão, aquele homem que atravessava gente às costas em um riacho, teve o grande privilégio de também atravessar o Menino Jesus. Esse fato é sempre lembrando quando acontecem suas comemorações. Logo cedo se tornou padroeiro da, então, nova paróquia que se formava em Santana do Ipanema, cuja Matriz foi edificada na parte baixa, plana e agradável do Bairro Camoxinga. Ultimamente reformada, sua igreja passou a receber com mais conforto os seus fiéis, fortemente dedicados ao Bairro e ao seu padroeiro, traduzido no capricho das suas inúmeras solenidades.
Viva São Cristóvão, o nosso protetor ao volante!


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PRAZER

*Rangel Alves da Costa

Mal ela adentrava ao portão e ele já a avistava completamente nua. Era o seu jeito de sempre avistá-la. Não por maldade, por desejo exacerbado, volúpia ou tara, mas simplesmente por que seu olhar a despia pela graciosidade sentida.
Um olhar que nela somente encontrava beleza. Tanto fazia que ela estivesse vestida de seda ou recoberta de diamantes, tanto fazia que ela estivesse em traje exuberante ou envolta em adornos. Seu olhar avistava apenas outro tipo de beleza: a da mulher em si, nela mesma.
Mas não sem motivo para tal, vez que ela era realmente bela, de doce feminilidade, de cativante sensualidade.
Morena clara, de pele jambeada, de leve queimor de sol sobre o corpo, cabelos lisos e longos, negros e sedosos, boca chamativa ao beijo, olhos entre o mel e a boca da noite. Na pele um suave frescor de flor matinal, pétala suave, somente pétala. E nas curvas do corpo a escultura de uma deusa em pleno viço da vida.
Talvez fosse por causa disso que o seu olhar tanto se encantava perante sua presença. Mas certamente também em pensamento e até em sonhos. Contudo, uma situação rara de acontecer. Não era mulher desconhecida dele, de seus beijos, de seus abraços, de suas carícias mais íntimas. Pelo contrário, era sua namorada.
Situação rara de acontecer pelo fato de já conhecê-la na sua nudez e no seu sexo e ainda assim a cada reencontro a avistava sempre com o olhar de um jovem que se encanta lascivamente perante uma bela jovem. O olhar do jovem despe a bela jovem, imagina sua nudez, deseja tê-la. E efetivamente a tem nessa ilusão carnal.
Mas ele, desde algum tempo, que já não era nada de estranho a ela. Quando ele avistou-a pela primeira vez, certamente teve o mesmo olhar e o mesmo desejo de qualquer jovem ávido por desnudar aquela que passa ou está à sua frente. Mas a situação agora era outra, já era sua namorada. E por que agir assim com tamanho encantamento perante ela?


O amor. Somente o amor para decifrar esse mistério que existe nos cantos e recônditos da alma humana. Amor sentimento indecifrável. Amor sentimento tão visível e tão oculto que mesmo avistado ainda se mantem escondido. Amor que não se contenta como amor e faz do ato de amar uma sujeição.
Aos seus olhos, a bela adormecida enquanto dormia. Aos seus olhos, a flor mais bela brotada ao amanhecer entre os lençóis. Aos seus olhos, o espanto e a gratidão de tê-la sobre a cama como uma vestal em núpcias. Como acariciar uma flor, como beijar uma pétala, como fruir do perfume sem macular a essência?
E então a acariciou, roçou-lhe os lábios, beijou-lhe a boca, tocou-lhe os seios, sugou-os levemente. E então, frêmito, caçou-a ainda mais, buscou no seu corpo os escondidos e os adormecidos. E então, ávido de prazer, em excitada labareda, em fogueira chamejante, sentiu ser recompensado no mesmo desejo.
E que instante mais distanciado da razão. Que momento mais enlouquecidamente tórrido no corpo humano. Entre sussurros e gemidos, o silêncio ofegante sendo entrecortado por raios e furacões, por tempestades e vendavais, por ventanias e turbilhões. Cai a estrela, cai um pedaço da lua, ondas arremessam sobre a cama, um vulcão desperta faminto. O ápice.
Não. O prazer não se perfaz com o sexo. A vontade do outro não quer apenas o sexo do outro. O desejo de tudo não quer o gozo como um final de ato. O sexo não é tudo, mas o amor é tudo. O sexo nunca é tudo quando o gozo buscado é o prazer pelo amor e não pelo uso e fruição.
Mas ainda assim amou. Amou por que amava e a teve em si e dentro de si como normal consequência de dois que se amam. E cujo amor carnal apenas nasce sem ser plantado em grãos de desejo meramente carnal.

Escritor
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ASCRIM/PRESIDENCIA –“SEMANA DA CRIANÇA NO HRTM- MOSSORÓ/RN. DIA: 09 DE OUTUBRO DE 2017”- OF. Nº 116/2017.



MOSSORÓ-RN, 12 de OUTUBRO de 2017.

=REENVIADO A PEDIDOS, EM CARÁTER DE UTILIDADE PÚBLICA=

 ‘RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(a).’ 

PREZADA CANTORA E ARTISTA, MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO.
M.D. DIRETORA DE RECURSOS DE ASSUNTOS ARTÍSTICOS DA ASCRIM,

   MUITO NOS HONRA PARABENIZAR PELO *TRABALHO FILANTRÓPICO E DE CULTURA DIVERSIFICADA, NA PERFORMANCE DA “PALHAÇA PAÇOCA”, UM RESGATE DA SUA HISTÓRIA TEATRAL, EMPREENDIMENTO CONCRETO INSTITUCIONALIZANDO “NÃO ARREDAR PÉ” DO SEU IMENSURÁVEL TALENTO DE MUSICISTA E ARTÍSTICO !

   ADMIRAMOS A CORAGEM E PERTINÁCIA COM QUE INTELECTUAIS DA SUA ESTIRPE, EM MEIO A TANTOS INFORTÚNIOS QUE SE NOS ATINGEM,  GESTIONAM E OS SUPERAM, TRANFORMANDO AS DIFICULDADES EM BONS ENSURDECEDORES TRABALHOS DESSA GRANDEZA. CONTRIBUINDO PARA AMENIZAR O DESCONFORTO DE TODOS, PRINCIPALMENTE, AS CRIANÇAS E OS IDOSOS QUE PADECEM NOS HOSPITAIS.

   PARABENS PELO LANÇAMENTO SIMBÓLICO DA "REVISTINHA DA PALHAÇA PAÇOCA(PROTÓTIPO)" ! 

   RETRANSMITA O SINETE DESSA HONRARIA A TODOS QUE, JUNTOS, SEGUEM NA MESMA TRILHA LEVANDO, EM NOME DE DEUS, PAZ E ALEGRIA AOS NECESSITADOS, INCLUSIVE, TAMBÉM, MELHOR FORMA EM DEFESA DA HISTÓRIA DOS NOSSOS VALORES CULTURAIS

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS, 

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-

P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AO(A)S  INSIGNES DIGNITÁRIOS:

EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.
REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.
MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.
ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.
ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.
ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.
POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.
P.S.: 2. A TITULO DE SUGESTÃO, ANEXAMOS, MODELO DE CERTIFICADO, MERAMENTE ILUSTRATIVO, PARA OS QUE DELE QUEIRAM FAZER BOM USO.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

MUSEU DO SERTÃO ATÉ AMANHÃ!

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

AGRADECIMENTO!

Por José Mendes Pereira

Agradeço ao professor Pereira lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba, pelos excelentes presentes que eu recebi. Dois livros escritos por bons autores: Luiz Cristovão dos Santos - livro: CAMINHOS DE PAJEÚ.


E Venício Feitosa Neves autor do livro: PEREIRAS DO PAJEÚ E FEITOSAS DOS INHAMUNS.


O primeiro "CAMINHOS DE PAJEÚ" eu já concluí a leitura, um excelente trabalho feito pelo escritor Luiz Cristovão dos Santos.

O segundo "PEREIRAS DO PAJEÚ E FEITOSAS DOS INHAMUNS" eu ainda não conclui a leitura, mas o leitor deve adquiri-lo o quanto antes para não ficar sem ele. Este [e o e-mail do professor Pereira para você adquirir o seu ou os seus livros sobre cangaço:

franpelima@bol.com.br

Muito obrigado, professor Pereira, fico sempre ao seu inteiro dispor, e veja que eu já tenho alguns livros na minha estante presenteados pelo mestre. 

Fico grato!

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COLAÇÃO DE GRAU CFP/UFCG CURSO DE PEDAGOGIA ;)

Por Marcela Ferreira Lopes

Valeu a pena? Sim, valeram a pena os dias de angústia, de cansaço, de tédio e exaustão. Valeram a pena todos os passos pelo caminho traçado. Cada momento vivido nessa louca correria em busca de um objetivo em comum.

Não posso esquecer que, embora a alegria do presente exista, o futuro reserva outras a mais.

Se antes a força do conjunto amparava as quedas, hoje estão preparados para aguentar as tramas da vida.

Deixar para trás momentos plenos de união e companheirismo é doloroso, mas não podemos nos estagnar no tempo. É necessário seguir em frente, buscar nossos objetivos com muito esmero e dedicação, para encontrar o novo.

A amizade de tantos anos fica, assim como o respeito e as boas lembranças jamais serão esquecidas. O tempo não para e precisamos dar continuidade à vida.

Esta é a noite em que confirmo que o esforço feito em prol do conhecimento valeu realmente cada gota de suor, cada lágrima, cada sorriso.

O momento da colação de grau não é somente uma festa em homenagem a primeira de muitas conquistas, mas também marca um rito de passagem, quando tomo consciência do que é o estar no mundo e se prepara para a interação com ele.

Este é um dia especial pela alegria desta etapa concluída com êxito, da perspectiva para o caminho vindouro. Não chegaram ainda ao fim, pois a jornada é longa, mas tenho a certeza de que o caminho futuro reserva gratas surpresas.

Por isso afirmo a vocês: sim, valeu muito a pena! 

Marcela Ferreira Lopes...   

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Enviado pela autora

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UMA VIAGEM QUE SERÁ INESQUECÍVEL

Por Francisco Pereira Lima (professor Pereira)

Partindo para Floresta, via São José de Piranhas, Monte Horebe, Bonita de Santa Fé, onde recebo, com muito prazer, a companhia do amigo professor Celso Miguel, que pela primeira vez participará do Cariri Cangaço, depois vem Conceição e Santa Inês, na Paraíba; Distrito do Carmo, São José do Belmonte, Bom Nome, Serra Talhada, Nazaré do Pico, chegando em Floresta-PE, pelas 16:30hs, com fé em Deus. Boa viagem a todos os amigos que, neste momento, se dirigem ao Pajeú a e ao Navio. Forte abraço.

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LAMPIÃO E OUTRAS CELEBRIDADES DO CANGAÇO DESTACADOS EM ABORDAGENS CORDELÍSTICAS ENFATIZADAS PELO GRANDE E NOTÁVEL POETA POPULAR GONÇALO FERREIRA DA SILVA

Por José Romero Araújo Cardoso

O fenômeno do cangaço no Nordeste Brasileiro é tão antigo quanto a colonização da região, principalmente na área sertaneja submetida aos rigores dão malfadado quadro natural, onde periodicamente imperam estiagens que deixaram tristes lembranças e que marcaram o aparecimento de grupos bandoleiros, a exemplo dos Viriatos, dos Calangros, dos Brilhantes, etc.
          
Foram registradas ainda ações de cangaceiros precursores de Lampião e Antônio Silvino, tanto nos séculos XVIII como no XIX, exemplificadas através do anti-heroísmo do Cabeleira e Lucas da Feira, não esquecendo a atuação do célebre Rio Preto, cuja imitação de relinchos de jumento fazia tremer toda população ordeira da ribeira do Piranhas, na então Província da Parahyba.
          
Leandro Gomes de Barros, paraibano nascido em Pombal no dia 19 de novembro de 1865 e falecido no dia 4 de março de 1918, no Recife, capital pernambucana, considerado o Pai do Cordel Brasileiro, a quem, com muita justiça Carlos Drummond de Andrade agraciou com o título de “O Verdadeiro Príncipe dos Poetas Brasileiros”, honraria antes concedida ao poeta Olavo Bilac, imortalizou em versos de grande aceitação popular em seu tempo a saga cangaceira de Antônio Silvino, o Rifle de Ouro, em produções cordelísticas antológicas, a exemplo de Antônio Silvino: O Rei dos Cangaceiros e Confissões de Antônio Silvino.
          
Tendência semelhante em esforçar-se para fazer com que o público compreendesse e, não raro, enaltecesse personalidades bandoleiras de época, encontra-se ainda em Francisco das Chagas Batista, cuja obra, talvez a mais importante, com relação ao cultivado cangaceiro pernambucano, tem o título Antônio Silvino: Vida, crimes e julgamento.
          
Lampião, sucessor de Antônio Silvino e Sinhô Pereira nas lutas cangaceiras, foi alvo de duas biografias eruditas ainda em vida. A primeira, publicada no Estado da Paraíba, no ano de 1926, de autoria do jornalista Érico Gomes de Almeida, tem o título de Lampeão, sua história, enquanto a segunda, publicada no ano de 1933 em Sergipe, de autoria do médico Ranulpho Parta, traz o singelo título de Lampeão.
          
Gonçalo Ferreira da Silva, honrando a tradição de antigos e imortais catalisadores da essência que embasa a autêntica literatura nordestina, destaca celebridades do cangaço que deixaram histórias de valentia inaudita, iniciando, como era de se esperar, com destaque biográfico àquele que se tornou o grande “rei do cangaço”, responsável pela ênfase a uma epopeia sertaneja sem paralelos nos anais da violência que assinalou mais de duas décadas de domínio quase absoluto pelas veredas da terra do sol, pois derrotas fragorosas, como a infringida em Mossoró, quando da heroica resistência de 13 de junho de 1927, abalaram domínio antes incontestáveis.
          
Em seguida, o destaque fica a cargo da atuação do célebre Corisco, a quem Sérgio Dantas destacou como verdadeira sombra de Lampião, sendo responsável pela tentativa de suceder Virgulino Ferreira da Silva após a tragédia ocorrida na grota de Angico em 28 de julho de 1938. Corisco não tinha o mesmo poder de liderança desfrutada pelo compadre e amigo perecido na companhia de dez cangaceiros, razão pela qual seu domínio foi finalizado em maio de 1940, atingido, na companhia de Dada, pela volante do então Tenente Zé Rufino na região de Brotas de Macaúbas, Chapada Diamantina, Estado da Bahia.  
          
O terceiro cordel que integra a obra enfatiza Jesuíno Brilhante, a quem o mestre Gonçalo Ferreira da Silva reconhece como “O Braço Avançado da Justiça”, pois o bandoleiro norte-riograndense chegou a fazer o papel do Estado, principalmente quando da grande seca de 1877-1879, garantindo abastecimento de víveres à população flagelada, de forma humana, sem fazer distinção.
          
Antônio Silvino, “a justiça acima da lei”, é a quarta celebridade do cangaço abordada, considerado, em sua época, verdadeiro terror das veredas do sertão, cujos desafios chegaram a atingir a toda poderosa Great Western Company.
          
O quinto momento cordelístico a ter ênfase destaca o casal cangaceiro Lampião e Maria Bonita, primeiro a integrar as hostes do cangaço a ponto de surpreender o comandante Sinhô Pereira, quando de entrevista para o jornalista Nertan Macedo que o localizou em Patos de Minas. Sebastião Pereira e Silva, neto do Barão do Pajeú, vingador da família Pereira em luta interfamiliar secular contra os Carvalhos, revelou que nunca admitiria a presença de mulheres no ambiente cangaceiro. Lampião e Maria Bonita viveram romance tórrido, marcado por contradições inauditas, tendo como ponto principal a humanização do movimento sertanejo, antes assinalado pela absoluta ausência do perdão.
          
A sexta abordagem em cordel fica a cargo da brilhante composição, em sublimes versos sertanejos, enfocando o cangaceiro paraibano Asa Branca, “a inteligência a serviço do cangaço”. Antônio Luiz Tavares fez parte do bando de Lampião e participou da tentativa de ataque à cidade de Mossoró, escapando milagrosamente graças à intervenção involuntária de valente sertaneja de nome Maria Maia, esposa de Alcides Dias Fernandes, que o levou para fazer séricos domésticos em sua residência, a contra-gosto dos policiais que lhes faziam guarda, pois estava preste a ser executado como os demais capturados após o frustrado ataque de 13 de junho de 1927. Asa Branca foi funcionário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, falecendo em Mossoró e sendo enterrado próximo ao túmulo de Jararaca, bem como do local onde está sepultado Colchete, no Cemitério Público São Sebastião. 
          
A sétima celebridade a ser destacada é o Menino-Bandido Volta Seca, cuja atuação no cangaço foi tão marcante a ponto de ter despertado o interesse de Jorge Amado em inseri-lo no romance intitulado Capitães de Areia, um dos mais importante trabalho literário do filho de cacauilcultores baianos que abraçou a doutrina comunista. Volta Seca foi um dos mais cruéis cangaceiros na tragédia verificada na cidade baiana de Queimadas, quando o destacamento local, à exceção do Sargento Evaristo, foi dizimado covardemente.
          
Em seguida, Gonçalo Ferreira da Silva versifica a trajetória sanguinária e hedionda de Zé Baiano, “o ferrador de gente”, cangaceiro perverso que cismou em moralizar o sertão através de métodos violentos que puniam com arrojo o que considerava desvios de conduta, sobretudo manifestados pelo gênero feminino. A fama de perversos granjeada pelo cangaceiro Zé Baiano enfatizou o empenho de Estácio Lima a fim de provar vínculos desse sertanejo com teorias lombrosianas.
          
A nona celebridade do cangaço a ser enfocado em versos cordelisticos é o pernambucano de Quixaba de nome Ângelo Roque, o qual ficou conhecido pela alcunha de Labareda. Em Guerreiros do Sol: O Banditismo Rural no Nordeste do Brasil, Frederico Pernambucano de Mello, pesquisador e historiador de raros dotes, enquadrou-o no Cangaço-Vingança, seguindo a proposta que formulou e que a denominou de Teoria do Escudo Ético. Protegido do Dr. Estácio, Labareda, depois de se entregar com arte do bando, tendo recebido anistia de Vargas, foi enquadrado como funcionário público do Instituto Médico Legal em Salvador, capital baiana.
          
O décimo cangaceiro a ter sua vida destacada em cordel é o cunhado de Lampião, conhecido nas hostes do cangaço pelo apelido de Moderno, mas que não teve grande repercussão, pois Virgínio, seu nome de batismo, ficou imortalizado indelevelmente no movimento sertanejo. Virgínio era uma espécie de “juiz do grupo de Lampião”, tendo em vista ser ponderado e coerente, não apresentando “pendores voluntários” para a “profissão de cangaceiro”.
          
A décima primeira personalidade cangaceira a ter registro na obra literária que enriquece magistralmente a produção em cordel se refere ao cangaceiro-militar José Leite de Santana, o qual devido ao comportamento extremamente violento recebeu do próprio “Rei do Cangaço” o apelido de Jararaca. José Leite de Santana se encontrava em posição de vanguarda quando do ataque a Mossoró, sendo alvejado duplamente no ensejo dos combates travados em vias públicas da capital do oeste potiguar. A forma covarde e desumana como foi executado, pois estava preso e, em tese, deveria ter sua segurança garantida pelo Estado e seus aparelhos, despertou a fé popular, a qual o transformou em “santo milagreiro” na Terra de Santa Luzia do Mossoró.
           
As décima segunda, décima terceira e décima quarta celebridades do cangaço enfatizam o universo feminino e suas influencias, pois tanto Maria Bonita, “a eleita do Rei”, Dadá, “esposa e aliada de Corisco”, como Cila, “liderança feminina do cangaço”, ocuparam posições proeminentes e de respeito no Estado-Maior que estruturou uma das mais formidáveis manifestação de insurgência no sofrido Nordeste Brasileiro.

Maria Bonita, “a rainha do cangaço”, separou-se do esposo para seguir Lampião, assinalando capítulo inicial da inserção das mulheres no cangaço, enquanto Cila, esposa de Zé Sereno e Dadá, esposa de Corisco, sobretudo a última, deram provas inequívocas de engajamento completo, não obstantes dúvidas iniciais, mas que foram sendo dirimidas em razão de vínculos profundos com a organização do movimento e férreo atrelamento aos preceitos que definem, entre outras coisas, a moral sertaneja e suas implicações.
          
Estão de parabéns o renomado cordelista Gonçalo Ferreira da Silva, a Editora Queima-Bucha e o Nordeste Brasileiro, pois a importância do presente trabalho literário dignifica toda resistência que vem sendo empreendida por valorosos defensores das bases da autenticidade que caracteriza as verdadeiras expressões da originalidade nordestina.

José Romero Araújo Cardoso - Geógrafo (UFPB). Escritor. Professor-adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UERN). Membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM).

Enviado pelo autor.

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SEVERINA BEZERRA DA SILVA MELO AGUIAR


Bio: Severina Bezerra da Silva Melo Aguiar é paraibana, normalista pela Escola Normal Estadual de Sapé/PB; Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba (Campus em Guarabira/PB); Especialista em Educação Infantil pela UFPB-Universidade Federal da Paraíba (Campus 1 – João Pessoa-PB); Especialista em Psicopedagogia pela FAFIL/IESPA (Santa Rita/PB); Mestra e Doutora em Ciências da Educação pela UPAP-PY. É sócia proprietária, professora universitária e secretária acadêmica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, mantida pelo IESPA – Santa Rita – Paraíba; Professora de Educação Básica e Diretora Adjunta do COFRAG – Colégio Dr. Francisco Aguiar – Santa Rita – Paraíba, desde 2000 a presente data.

Selos de reconhecimento






BATALHA DAS FAZENDAS PERI-PERI E FAVELA

Por Rubens Antonio
Material do acervo do pesquisador Adelmar Silva

A 24 de março de 1930 estourou um combate na Fazenda Peri-Peri, próxima a Juazeiro, estendendo-se até a Fazenda Favela. 
Neste, três militares saíram gravemente feridos.

O sargento Aderbal Borges teve entrada de projétil um pouco acima da mandíbula, no lado direito da face, com saída pelo lábio inferior, no seu lado esquerdo.
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Depoimento de Ângelo Roque, o cangaceiro Labareda, que participou do confronto, a Estácio de Lima (1965):

"Nóis ia viajano, um dia, na rodage i topemo us macaco du sargento ADERBÁ... Nóis nun teve certeza si êles vinha da FAVELA, ou du JUAZÊRO. Sustentemo um fôgo currido, i mergúiemo na caatinga. Us macaco perdero a pista. E nóis tinha ali pru perto um pôso que nun era bom, mas porém sirvia. Cumpade LAMPIÃO riuniu us pessoá i mandô ZÉ BAIANO imboscá a istrada di FAVELA i nós fiquemo di imboscada na istrada di JUAZÊRO. Peguemo, aí, um portadô, i toquemo-lhe o pau, i tomemo um dinhêro qui ficô cum LAMPIÃO. Dinhêro era perciso, mas nun fartava, vino dus Coroné, dus amigo, di quem fô. U capitão deu orde i dispachô um camarada pra buscá mais u’a importânça in JUAZÊRO. Nóis fumo denunciado pru êsse cabrinha faladô i tivemo duas brigada, pra bem dizê uma pru riba da outa. ZÉ BAIANO cum a volante qui vinha da FAVELA i LAMPIÃO cum nóis, di nôvo brigano mais um sargento ADERBÁ i us macaco dêle. A orde nun era pra nóis combatê pra valê, inté u fim. Nóis di nôvo arricuemo, si sumino, pra vortá na casião dérêita. I sempre gritano, subiano, discompono. Nu’a dessas casião, u fôgo cerrô feio, i u sargento ADERBÁ, cum dispusição di home, vançô pra nóis, quereno cabá cá gente, i entonces si discubriu. Levô um tiro danado qui firiu na cabêça, bem nus quêxo da cara; nóis subemo qui foi coisa fêia, mais porém u sargento guentô cumo home i u resto dus macaco nun correro. ADERBÁ inda véve, sendo Coroné da Puliça. Nóis ivitô cuntinuá nas brigada dêsse dia, apois nun paricia havê vantage pra nóis. Cumpadi LAMPIÃO deu siná i nóis abrimo caatinga adentro. ZÉ BAIANO já tinha chegado, mas VORTA SÊCA tava sumido. Ninguém creditô qui êle tivesse sido matado! Drumiu nu mato, i nu outo dia quando nóis tava distanciado i cumecemo a cantá MULÉ RENDÊRA, VORTA SÊCA chegô, contano qui teve pirdido, i achô nóis pulo canto da MULÉ RENDÊRA."

Também feridos no mesmo tiroteio...

Soldados Calixto Eleuterio dos Santos e Jose Domingos dos Santos

O soldado Calixto Eleuterio dos Santos teve três ou duas costelas do lado esquerdo fraturadas por tiro de fuzil.
O soldado José Domingos dos Santos teve a coxa esquerda varada por uma bala e o dedo polegar esquerdo espedaçado por outra.


https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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