Por Hora do Povo
“Ele está em
Portugal, tem uns dois anos ou mais, 2015 por aí", disse o porteiro do
edifício
O
tenente-coronel da Polícia Militar do Rio, Wellington Servulo Romano da Silva,
um dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro que fez depósitos na conta
do motorista Fabrício Queiroz, passou 248 dias fora do Brasil durante o período
de um ano e quatro meses em que estava formalmente lotado no gabinete. Neste
tempo, em que estava morando em Portugal, ele recebeu todos os salários e
gratificações. De acordo com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Servulo
Romano da Silva nunca tirou licença no período em que trabalhou na Casa.
O deputado
disse que não sabia que seu funcionário, que depositava dinheiro na conta de
Fabrício Queiroz, morava em Portugal.
Fabrício de
Queiroz, ex-motorista de Flávio que, segundo relatório do Coaf, teve
movimentação atípica de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017,
recebia depósitos de nove funcionários do gabinete e, em seguida, sacava o
dinheiro em espécie. Entre as operações de Queiroz estão depósitos na conta de
Michelle Bolsonaro no valor total de R$ 24 mil. Saiba mais:
Todos esses movimentos financeiros eram sincronizados e coincidiam com as datas
de pagamento dos salários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Entre os
depositantes na conta de Fabrício Queiroz está Wellington Servulo. Leia mais:
A senhora
Nanci Silva mãe de Wellington Servulo, admitiu à imprensa que seu filho era,
na verdade, um funcionário fantasma da Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro. Ele esteve lotado, primeiro na vice-liderança do PP, partido do
deputado Flávio Bolsonaro à época, e depois no gabinete do próprio deputado,
mas morava em Portugal. Ela disse que o filho havia se mudado para
Portugal “há aproximadamente dois anos, depois que a nora foi vítima de um
sequestro”. O apartamento onde Wellington morava no Rio de Janeiro, também está
vazio há cerca de dois anos.
Outra
testemunha que também comprova que o funcionário do gabinete de Flávio
Bolsonaro estava morando no exterior mas continuava recebendo pelo gabinete, é
o porteiro do prédio onde ele morava. “Ele está em Portugal, tem uns dois
anos ou mais, 2015 por aí. A família está toda lá, resolveram se mudar para
lá”, disse o porteiro do edifício. Wellington foi nomeado em maio de 2015 para
trabalhar como assessor de Flávio Bolsonaro.
Enquanto
estava fora do Brasil, Wellington foi dispensado do trabalho na vice-liderança
do PP. Nos registros da Alerj ele não aparece na lista de pagamentos nos meses
de abril e maio de 2016. Mas, ele não foi demitido. Ele foi apenas remanejado.
Em 18 de maio, Wellington foi nomeado para trabalhar diretamente no gabinete do
deputado Flávio Bolsonaro. Dois dias depois, embarcou no voo TAP 0070, das
22h45, com destino a Lisboa, para mais 15 dias no exterior. Em 15 de julho,
Wellington viajou de novo: 45 dias longe do Brasil e do trabalho. Os salários
continuaram a ser pagos.
As
irregularidades foram encontradas pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf). O órgão detectou movimentação financeira suspeita nas
contas de 75 servidores e ex-servidores de deputados estaduais do Rio de
Janeiro. Entre eles, Fabrício Queiroz, um ex-assessor do deputado e senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Queiroz recebia depósitos de nove
funcionários do gabinete e em seguida fazia saques em espécie. A movimentação
financeira atípica em suas contas bancárias somaram R$ 1,2 milhão, entre
janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Agora, surge o nome de Wellington Servulo,
que também fez depósitos na conta de Queiroz, e que recebia mesmo morando foram
do país.
Explicações
dos envolvidos, Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro
“Abordam a
movimentação na conta de meu ex-assessor, como se ele tivesse recebido R$ 1,2
milhões, quando na verdade foram R$ 600 mil que entraram mais R$ 600 mil que
saíram de sua conta”, disse Flávio Bolsonaro. Vendo que o argumento não colou,
ele acrescentou: “ainda assim um valor alto e que deve ser esclarecido por ele,
que tomou a decisão de não falar com a imprensa e somente falar ao Ministério
Público. Isso é ruim pra mim, mas não tenho como obrigá-lo”.
Jair Bolsonaro
(PSL) falou nesta quarta-feira, 12, sobre o caso de Fabrício José Carlos de
Queiroz que teve 1,2 milhão de reais em transações financeiras apontadas como
suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele disse
que o problema dói.
O “problema”
“dói no coração”, mas que cabe a Queiroz dar explicações à Justiça, a partir da
próxima semana. “Se algo estiver errado, que seja comigo, com meu filho ou com
Queiroz, que paguemos a conta deste erro, que não podemos comungar com erro de
ninguém”, declarou o presidente eleito. “Dói no coração da gente? Dói, porque o
que nós temos de mais firme é o combate à corrupção”, acrescentou. Com
essa conversa toda, o leitor deve estar pensando: “firme no combate à
corrupção, pero no mucho”.
“O que a gente
mais quer é que seja esclarecido o mais rápido possível, sejam apuradas as
responsabilidades, se é minha, do meu filho se é do Queiroz, ou de ninguém,
porque, afinal de contas, o Queiroz não estava sendo investigado, foi um
vazamento que houve ali. Não sou contra vazamento, não, tem que vazar tudo
mesmo, nem devia ter nada reservado, botar tudo pra fora e chegar à conclusão”,
disse ele, nitidamente incomodado com o “vazamento” das falcatruas envolvendo o
gabinete do filho as contas de sua mulher.
https://horadopovo.org.br/flavio-bolsonaro-diz-que-nao-sabia-que-seu-funcionario-era-fantasma-e-morava-em-portugal/?fbclid=IwAR33wRRby2HuWnySywHFOWXgzfM1Q3t4Uiv8v6M_yfupeY1fkhj6jxYe0Fs
http://blogdomendesemendes.blogspot.com