Nasceu no
interior de Alagoas, no município de Piranhas, às margens do rio São Francisco,
em 12 de março de 1915. Filha de Francisco Correa de Britto e de Emiliana Gomes
de Britto prósperos fazendeiros e, também neta do chefe político da região dos
dois lados do rio São Francisco: Piranhas (Alagoas) e Canindé do São Francisco
(Sergipe), o Cel. Antonio José Correa de Britto (conhecido como "Antonio
Menino" ou "Pai-Nosso") e de Prima Gomes de Britto
("Mãe-Nossa"). De família numerosa, dividia com seus 14 irmãos:
Carlos, Célia, Ciro, Claudemiro, Clodovil, Cordélia, Guiomar, João, José, Maria
José, Nair, Noélia, Raimundo e Yolanda, as brincadeiras entre a Fazenda Gerimum
(no lado sergipano) e a casa grande em Piranhas.
Tenente João Bezerra
Casou-se com o
então Ten. João Bezerra (Militar responsável pela morte de Lampião) em 1935 de
quem já diziam ser prometida, por "Pai-Nosso", desde tenra idade.
Representou nos seus quase noventa anos de existência, um exemplo de coragem,
tenacidade e companheirismo da mulher nordestina e brasileira.
Vovó Cyra
faleceu na cidade do Recife/PE, em 30 de março de 2003, aos 88 anos de idade!
Porém, JAMAIS
ESQUECEREI O SEU SORRISO!!!!!
João Bezerra
da Silva nasceu no dia 24 de junho de 1898, na Serra da Colônia, Município de
Afogados da Ingazeira - Estado de Pernambuco. Seus pais: Henrique Bezerra da
Silva e Marcolina Bezerra da Silva, eram pequenos fazendeiros e tiveram sete
filhos.
Com vontade de
aprender a ler, trazia consigo sempre, uma "carta de ABC" (cartilha)
e um "ponteiro" (lápis). Aos oito anos, já ajudava seu pai na
agricultura e na criação de animais.
Aprendeu a
atirar com Manoel Batista de Morais, popularmente conhecido como Antônio Silvino, "O Rifle de Ouro", também de
Afogados da Ingazeira/PE, que era primo de João Bezerra em segundo grau,
tornando-se em um exímio atirador. Antonio Silvino foi conhecido no sertão como
o mais famoso cangaceiro do Nordeste antes de Lampião, sendo ainda testemunha do assassinato do
jornalista João Dantas na penitenciária de Recife, que era o assassino do
ilustre paraibano João Pessoa, contrariando a versão oficial da época de que
dizia ter sido suicídio.
Aos quatorze
anos, Bezerra fugiu de casa para o Recife/PE. Já demonstrava uma personalidade
marcante, corajosa e propensa à aventura. Um menino sertanejo, desbravando a
Capital. A partir daí, foi carregador de carvão de pedra no cais do porto;
ajudante de soldador; assentador de dormentes em linha férrea; trabalhador de
pedreira e de lavoura. Após um ano, voltou para casa e montou um comércio (uma
pequena bodega), onde vendia de tudo.
Tempos depois,
foi forçado a sair do seio familiar; indo trabalhar com um dos maiores inimigos
de Lampião, o famoso Coronel José Pereira, em Princesa/PB, de onde partiu para
o Estado das Alagoas. Iniciou sua carreira em 1919, na Policia Militar de
Alagoas, como policial contratado para integrar as "volantes", sendo
incorporando definitivamente, em 29 de março de 1922, onde permaneceu por 35
anos e 07 meses.
Casou-se com
Cyra Gomes de Britto, em Piranhas/AL, no ano de 1935.
Foi Maçom,
alcançando o 18° grau na instituição em que participava.
ASSENTAMENTOS MILITARES
19 Nomeações de comando, incluindo o de Comandante da Corporação (Apesar de não
estar incluído no histórico de comandantes da Polícia Militar de Alagoas, deve
ter assumido o Comando Geral em algum espaço entre nomeações deixados por algum
comandante entre 1950 e 1954);
12 Nomeações para delegado, em várias cidades de Alagoas;
Participação como "Chefe de Volante" por um período de 12 anos,
travando 11 combates com os grupos de cangaceiros chefiados por: Luiz Pedro do
Retiro,Corisco, Gato, Zé Baiano, Português, Manoel Moreno, Moita
Brava e por último com o famoso Lampião, o mais importante desses combates, que
foi travado na Grota de Anjicos, atual Município de Poço Redondo, em Sergipe,
no qual ocorreu a morte de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), sua
companheira Maria Gomes de Oliveira (Maria Bonita), e dos cangaceiros: Luiz Pedro, Quinta-feira,
Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.
Participação
de diversas missões fora do Estado, com o contingente alagoano, nas Revoluções
de 1925, 1930 e 1932.
Nomeação como
Prefeito Interventor da cidade de Piranhas/AL, no ano de 1933.
Durante a sua vida
militar, recebeu diversos elogios por seu desempenho nas missões em que
participou, conforme foram publicados nos boletins da Policia Militar de
Alagoas. Entre eles:
Elogio do Comandante da Corporação;
Elogio do Interventor Federal;
Elogio do Governador do Estado;
Elogio do General de Exército;
Elogio do Presidente da República.
Era obstinado,
desbravador e estrategista. Cidadão honrado, decidido, extremamente observador,
perspicaz e de muita fé. Seus passos foram cuidadosamente planejados,
prevalecendo sempre a sensatez e a dignidade. Incansável na luta contra o
banditismo. Seus contemporâneos sabiam do seu empenho, da sua responsabilidade
e do seu valor: Nada em sua vida parecia ter sido por acaso.
Por volta de
1918, final da Primeira Guerra Mundial, o governo brasileiro, deparava-se com
um sério problema: o Cangaço no Nordeste. Liderados por homens como Virgulino
Ferreira da Silva, vulgo Lampião, bandos com cerca de quarenta homens
aterrorizavam as vilas e povoados das cidades sertanejas nos interiores dos
estados nordestinos.
Sem estrutura
de transporte e de pessoal correlacionado ao difícil acesso a essas cidades, as
polícias dos estados organizam grupamentos com cerca de cinqüenta homens,
denominados de "Volantes" que, bem armadas, saiam da capital e
percorriam as cidades sertanejas à procura dos bandos de cangaceiros.
Durante vinte
anos, foram várias as investidas realizadas pelas polícias de Alagoas,
Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará sem êxito, até
o dia 28 de Julho do ano de 1938, quando uma volante composta por 49 homens,
comandada pelo Tenente PM João Bezerra da Silva, na época delegado e morador do
município de Piranhas/AL, auxiliado pelo Aspirante a Oficial PM Ferreira de
Melo e o Sargento Aniceto Rodrigues e mais quarenta e seis homens, munidos de
fuzis e metralhadoras, conseguiram acabar de vez com Lampião e seu bando.
Após dias no
encalço e com informações detalhadas sobre a localização dos cangaceiros,
colhidas de um cidadão chamado Pedro Cândido, no município alagoano de
Piranhas, a Volante da PMAL fez então o cerco e, durante às quatro horas
daquela madrugada de quinta-feira, no atual município de Poço Redondo, antigo
distrito de Porto da Folha, estado de Sergipe, em um esconderijo no lugar
chamado Grota dos Angicos, começa a batalha que põe fim à vida de Lampião, sua
companheira Maria Bonita e mais nove cangaceiros, deixando ainda o militar
Adrião Pedro de Souza morto e mais dois feridos, entre eles o Tenente João
Bezerra.
Mais ou menos
trinta dias depois do massacre de Angicos, a maioria dos cangaceiros
remanescentes de outros bandos já haviam se rendido, permanecendo na ativa
apenas os grupos de Labareda e de Corisco (que era natural de Água Branca/AL),
mas sem realizarem grandes ações, sendo este último morto em 25 de maio de
1940, fechando então o ciclo do cangaço no Nordeste.
Após o
massacre, como de costume na época, para provarem o grandioso feito, os
cangaceiros tiveram suas cabeças decepadas e expostas em várias cidades de
Alagoas, seguindo após para Salvador/BA e de lá para o Rio de Janeiro, de onde
retornou à capital baiana para a realização de estudos científicos.
Fonte: Polícia Militar do Estado de Alagoas
TENENTE JOÃO
BEZERRA
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