Por José Mendes Pereira
Dona Francisca está ladeada pelos pesquisadores do cangaço Aderbal Nogueira e Kydelmir Dantas.
1º. CASAMENTO
O cangaceiro
Asa Branca fez matrimônio por duas vezes. Ainda na Cadeia Pública de Mossoró
casou-se pela primeira vez com dona Sebastiana Venâncio. Ela natural de
Mossoró, e com ele teve três filhos, os quais são: José Luiz Tavares (já falecido, Jeová
Luiz Tavares (já falecido) e Dijanete Luiz Tavares (até o ano de 2017 ele estava vivo. residindo em Fortaleza. E mesmo dona Francisca sua enteada não sabe se ele ainda está vivo, porque perdeu o contato.
Cangaceiro Asa Branca
Mas posteriormente, o seu primeiro casamento foi
de água abaixo, e foi a partir daí que os dois resolveram não mais conviverem no mesmo teto, e cada um
procurou o seu destino.
2º. CASAMENTO
O segundo
casamento foi realizado com dona Francisca da Silva Tavares, natural de Brejo
do Cruz, no Estado da Paraíba. Ela nasceu no dia 21 de Novembro de 1937, e
é filha de Máximo Batista de Araújo e de Dona Severina Guilermina
Silva, ambos paraibanos. Mas o casamento com dona Francisc só
aconteceu dezessete anos depois que ambos já viviam juntos.
Com o
ex-cangaceiro de Lampião Asa Branca, Dona Francisca teve nove filhos, e
destes, apenas três estão vivos, os filhos vivos são:
Antonio Esmeraldo Tavares faleceu há 3 anos passados. Eu o conheci pessoalmente.
Nascido no dia 10 de Novembro de 1957, na cidade de São Bento, no Estado
da Paraíba. Tinha como profissão, Motorista.
Francisco
Tavares da Silva assassinado por um primo. Não o conheci.
Nascido no dia 14 de Abril de 1959, na cidade de Caridade, no Estado do Ceará.
Este foi assassinado aos 24 anos de idade, por um primo, por coisas banais. O assassino foi logo morto.
Certo dia dona Francisca me falou em sua residência que o Asa Branca não tomou conhecimento do assassinato do filho, vez que toda família temia uma vingança por parte do ex-cangaceiro.
Maria Gorete
Tavares Barbosa. - Conheço-a pessoalmente. Gente fina.
Ela nascida no dia 1º. de Junho de 1960. Atualmente exerce a profissão de artesã
de Biscuit.
Maria da
Conceição Tavares da Silva. Conheço-a pessoalmente. Gente fina.
Nascida no dia 25 de Fevereiro de 1963, em Caridade, no Estado do Ceará. Exerce
também a profissão de artesã de Biscuit.
Máximo Neto
Batista. Não o conheço.
Nascido no dia
04 de maio de 1964, em Caridade, no Estado do Ceará. Reside atualmente em São
Paulo e exerce a profissão de Motorista.
Os demais
filhos do casal não foram citados aqui, porque faleceram ainda criancinhas.
Como
Francisca da Silva Tavares conheceu o "Asa Branca"
No ano de
1954, dona Francisca já era casada e mãe de um filho. Mas nesse
período ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses sem
andar. Procurando recursos para se livrar da maldita doença que ora a
perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão
difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama.
O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e
desconhecida doença.
Com aquele
contato de reza vai, reza vem, os dois findaram apaixonados. E no ano de 1955, resolveu
abandonar o seu marido e um filho de sete meses, fugindo com o
curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró.
Mas veja bem
leitor, quem era o curador. Antonio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro "Asa
Branca", que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu
ex-comandante, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
CONTOU-ME DONA FRANCISCA EM SUA CASA EM MOSSORÓ
Pelo que se
ver é que dona Francisca da Silva fez o mesmo papelão que fez a rainha do
cangaço, Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé
de Neném, para acompanhar o afamado Lampião.
Maria Bonita e Lampião
A única
diferença entre as duas é que Maria Gomes de Oliveira a Maria Bonita tornou-se
cangaceira, sendo companheira do capitão Lampião. E Dona Francisca jamais participou de cangaço.
Mas
assim que o seu pai, o Máximo Batista tomou conhecimento que ela havia
fugido com o rezador, isto é, o "Asa Branca", mandou dois dos seus
funcionários procurá-la por todos os recantos de Mossoró.
Já fazia três
dias da permanência do casal em Mossoró, e assim que Asa Branca soube que
estava sendo procurado, resolveu fugir às pressas com a companheira para
Fortaleza, capital do Ceará. Lá, foi assistido por um
médico, o doutor Lobo, que logo solucionou o seu problema, e o empregou em uma
mina de ametista.
De Fortaleza,
foram morar em Itapipoca, posteriormente para Caridade, e lá o casal teve
quatro filhos, mas sempre trabalhando na agricultura.
Anos depois a
família mudou-se para Macaíba, já no Estado do Rio Grande do Norte. Com alguns
anos passados, Asa Branca resolveu retornar a Mossoró, onde aqui criou a sua
família e viveu os seus últimos dias de vida.
Nos anos 70, o
Dr. José Araújo, ex-dentista, e diretor de algumas escolas de Mossoró,
juntamente com João Batista Cascudo Rodrigues, conseguiram um emprego na FURRN,
atualmente UERN, e Asa Branca trabalhou nela até morrer.
CASAMENTO
FEITO ÀS PRESSAS PARA SE EMPREGAR
Como Asa
Branca necessitava se empregar, e era necessária a sua documentação para ter
direito aos benefícios do INSS, e não querendo retornar a sua terra natal,
Cajazeiras do Rio do Peixe, na Paraíba, foi feito um casamento às pressas. Ele
resolveu ir à cidade de Porta Alegre, no Estado do Rio Grande do
Norte, e lá fez novos documentos.
De documentos
em mãos, foi feito o seu casamento com dona Francisca da Silva Tavares, no dia
14 de Janeiro de 1974, no 4º. Cartório Judiciário em Mossoró, Nº. 6.256, fls. 256,
do livro B-16, do Registro Civil de Casamento, assinado pelo tabelião Joca
Bruno da Mota.
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