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domingo, 20 de abril de 2014

'A humildade faz mais histórias do que a arrogância"

Por José Mendes Pereira

Existem pessoas que são importantes e não só importantes como importantíssimas, que não fazem nada para ninguém e nem por ninguém. Mas existem pessoas que na vida social, mesmo sendo muito importantes, são humildes, educadas, prestativas, e não se negam ajudar as pessoas sem olhar a quem.

Baia - foto do facebook - página da Fátima Trindade, sua esposa

Quando o Dr. Dix-Huit Rosado era Senador da República, certa feita, Baia, que foi candidato por algumas vezes a vereador de Mossoró, chegando a suplente, e eu, fomos até à Fazenda Barrinha, de propriedade de Dona Chiquinha Duarte, sendo que ela era tia do Baia.

 Dona Chiquinha Duarte - a primeira mulher a dirigir automóvel em Mossoró

O transporte que nos levava era um jeep 51, e não muito acabado, mas com certos problemas. Ao retornarmos da Fazenda, entramos na BR 304, e bem próximo à ponte do rio Angicos, infelizmente o jeep quebrou, deixando-nos sem condições de consertá-lo. 


E ali, ficamos aguardando alguém conhecido que pudesse vir à Mossoró, e levar um mecânico para tentar consertá-lo.

O mais interessante é que na BR, vinha um enorme carro preto, de luxo, em direção à Mossoró, e até aparentava carro oficial. E ao observar que o jeep estava quebrado, porque nós havíamos colocado o triângulo em uma certa distância, isto para chamar a atenção de quem vinha na BR, o condutor do veículo diminuiu a velocidade do seu carro, e lentamente, foi o parando, até que o levou ao acostamento, e em seguida, desceu, e veio em nossa direção. 

www.gazetainterior.com.br

Mas nós não esperávamos que quem vinha dirigindo aquele carro, era o ex-prefeito de Mossoró, o ex-médico Dr. Jerônimo Dix-huit Rosado Maia, que no momento era senador da República, e de grande influência política em todo Estado do Rio Grande do Norte, e principalmente em Mossoró.

Dix-huit Rosado, a esposa Naide Medeiros  e a primeira filha Liana Maria - www.defato.com

Vamos fugir um pouquinho da nossa história, mas logo voltaremos. 

Este último nome (Maia), Dr. Jerônimo Dix-huit Rosado não mais usava, porque quando o Dr. Tarcísio Maia foi nomeado a governador do Rio Grande do Norte, 

Tarcísio Maia - ex-governador do Rio Grande do Norte

Dix-huit Rosado o apoiou, e o acordo foi feito que, ao término do seu mandato, Tarcísio Maia o apoiaria para governador do Estado. Mas, em vez de colocá-lo no governo do Rio Grande do Norte, Dr. Tarcísio Maia apoiou

Lavoisier Maia - ex-governador do Rio Grande do Norte

o Dr. Lavoisier Maia para substitui-lo. Mas não ficou só aí, e assim que o governo do Dr. Lavoisier Maia terminou Dr. Dix-huit Rosado não foi apoiado por nenhum dos dois, levaram o nome de

José Agripino Maia  - ex-governador do Rio Grande do Norte

José Agripino Maia às urnas, sendo este filho do Tarcísio Maia, tendo sido eleito pelo o povo, com uma grande maioria de votos válidos. E a partir daí, surgiu a grande rixa entre os primos (Maias), fazendo com que o Dr. Dix-huit Rosado evitasse de qualquer forma usar em documentos o sobrenome (Maia).

Vamos Voltar à nossa história.

Assim que o senador Dix-huit  Rosado desceu do carrão, perguntou-nos:

- O que está acontecendo, o carro quebrou?

- Quebrou sim senhor! – respondeu-lhe o Baia.

- Vamos rebocá-lo até Mossoró – Disse ele já perguntando se tinha cordas para o reboque.

- Tenho Dr. Dix-huit, mas não é necessário. Nós vamos aguardar um conhecido, e mandaremos o recado para o meu mecânico vir com o seu carro para rebocá-lo. – Disse-lhe o Baia.

- Mas por quê? Eu não posso ser o homem que possa rebocá-lo?

- Doutor Dix-huit Rosado, não se preocupe. Não quero lhe dar um trabalhão deste.

- Vamos levá-lo agora! Pega a corda para amarrá-la no meu carro.

http://soujipeiro.blogspot.com

- Mas é muito incômodo para o senhor, Doutor..., um senador rebocando um jeep.

- No Congresso Nacional eu sou Senador, mas aqui na estrada, eu sou um motorista como qualquer outro. - Disse ele.

Doutor Dix-huit Rosado colocou o seu carrão à frente do jeep, amarramos a corda em ambos, ocupamos o jeep, e ele partiu até a antiga loja "Almeida Aires", para que o jeep fosse reparado. E lá, ele ainda disse ao proprietário que mandasse as despesas para sua residência, e que me parece que neste tempo, ele residia no Palace Hotel de Mossoró.

Com este acontecimento, deduzi que: "A humildade faz mais histórias do que a arrogância".

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro. 

Fonte: 
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com 

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O BOTE DA SERPENTE

Por Rangel Alves da Costa*

Não seria de percurso glorioso o destino da serpente sobre a terra. Está escrito no Gênesis 3:4: Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. Eis que havia açulado o cometimento do pecado no Éden.

A partir daí a serpente passou a ter a inglória sina na existência. E sobre a terra tornou-se símbolo da traição, da maldade, do pecado, da mentira, da astúcia, da morte vil e pérfida. Enquanto animal rastejante possui a insígnia da malícia e da perversidade, do ataque ardiloso e mortal. E enquanto analogia do homem não é diferente, vez que o ser humano, mesmo sem rastejar sobre a terra, possui as mesmas artimanhas da víbora. E muitas vezes agindo com maior perversidade.

Os maldosos aguçam as línguas como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios. E o seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras, como dito no Deuteronômio 32:33. Assim também no cálice do homem, no seu vinho envenenado pela maldade, mentira e falsidade. E principalmente na frieza do bote que dá, sem permitir qualquer defesa para, muitas vezes, o amigo de instantes atrás.

Mas, sacudindo a víbora no fogo, talvez não sofra nenhum mal, como predito em Atos 28:25. Contudo, tarefa mais que difícil é fugir da víbora, se esquivar da cobra, cortar caminhos para não encontrar a serpente. Como dito, ela é esquiva, traiçoeira, silenciosamente má, longamente esperando sua vítima para o bote certeiro. Por mais que os precavidos procurem proteger seus pés e calcanhares, por mais que muitos fujam dos caminhos perigosos, de repente se vê fisgado pelas agulhas surgidas do nada.


Da língua bifurcada da cobra, tão reconhecível e temida, desprende-se um sopro silencioso e letal. Não há voz dizendo do ataque fatal ou grito que anteceda o bote. Nada disso, apenas o faro da presa adiante. A vítima já foi avistada, já pode ser alcançada, só resta esperar o momento apropriado, que é exatamente aquele que a presa menos espera. Tudo acontece tão rapidamente, tão instantaneamente voraz, que nada parece acontecido. Mas no instante seguinte e o veneno já começa a agir.

Há muita diferença com a língua também bifurcada de muitos seres humanos? A serpente age por instinto, porque vivendo para cumprir sua sina de ferir calcares ou o que alcançar seus dentes agulhados. Mas o homem veio ao mundo com o destino da víbora, da serpente, da cobra mais peçonhenta? Não, mas assim se transforma pela raiz da maldade que deixa brotar e alimenta dentro de si. E age mais covardemente que a cobra porque transmuda sua natureza humana num serpentário de falsidades, aleivosias e traições.

Em muitos aspectos o homem é comparável à serpente. De sua boca sai o mesmo veneno, esconde-se e espera para atacar, não precisa que o ferimento dê logo sinal de perigo mortal. O veneno da cobra vai fazendo efeito aos poucos, bem assim a peçonha saída da boca humana. A pessoa falsamente atacada nem percebe o bote, mas pelos arredores todos já sabem da mentira espalhada como verdade.

A cobra de vez em quando muda de pele, e o homem vive trocando de feição. Na presença é sempre a flor, pelas costas o espinho. Igualmente à cobra que se morde toda e vai secando até morrer acaso o calcanhar desejado não mais apareça na beira da estrada, o ser humano também deveria se envenenar com a própria maldade caso a sua falsidade não conseguisse produzir o efeito desejado. Mas nem precisa que seja assim. Mais cedo ou mais tarde bebe do próprio veneno e definha feito cascavel doentio.

As serpentes continuam por aí sondando a presença dos descuidados nos beirais das estradas, nas frestas escuras, nos lugares menos impensados. E não é difícil imaginar quantas víboras humanas, línguas peçonhentas e olhares corrompidos se escondem por trás das portas e janelas, nos becos da vida e até nos encontros afáveis do dia a dia. E todos prontos para dar o bote.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Sargento PM Elias Marques era integrante da volante que matou o bando de Lampião

Por Marília Morais - Ascom/PM
Publicado em fevereiro de 2011

“A ordem foi para que eu cortasse o pescoço de Lampião, mas não tinha frieza para isto”. A declaração é do sargento PM da reserva Elias Marques de Alencar, em entrevista à Assessoria de Comunicação da Polícia Militar de Alagoas, em agosto do ano passado. Na madrugada da quarta-feira (9), aos 96 anos, o sargento Elias faleceu, em casa e de morte natural, em Olho D’Água do Casado.

O PM Elias era o último integrante vivo da volante que combateu o cangaço, na batalha que resultou na morte de Lampião e seu bando, no dia 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE).

Na reportagem original, o sargento Elias contou que tinha apenas três anos de corporação quando se deparou com a mais importante e perigosa missão durante a carreira na Polícia Militar de Alagoas: apanhar Lampião e seu bando.

Segundo o relato do sargento, por um triz a missão de Elias não desencadearia na morte de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e nem tampouco iria fazer parte da saudosa memória do veterano Elias.

É que o ingresso na “briosa”, no ano de 1935, só foi possível com uma ajuda política. Como durante o período de recrutamento o comandante da PM tinha negado a sua entrada na corporação, a intervenção externa foi determinante.

Poucos dias depois, Elias voltou para o Quartel Geral onde ouviu do comandante: “Pronto! Agora você já é um soldado da Polícia Militar”. Sem acreditar no que tinha escutado, disse em pensamento: “Já! Ele falou um dia desses que eu não poderia está aqui!”.

Depois disso, ele passou pela guarda do Quartel do Comando Geral em Maceió, pela guarnição de Penedo e Piranhas, município sertanejo que fica próximo à cidade de Mata Grande, onde Elias nasceu.

Com o crescimento do cangaço – fenômeno ocorrido no Nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX e caracterizado por ações violentas de grupos armados que viviam como nômades – surge na região sertaneja as chamadas volantes, grupos formados por policiais com conhecimentos geográficos das regiões interioranas dos estados nordestinos. Elias era um dos que faziam parte das volantes.

Para combater os cangaceiros, que conheciam a caatinga e o território nordestino muito bem, era preciso uma boa desenvoltura na vegetação árida do Sertão, algo que os policiais da capital não tinham.

Mesmo com o surgimento das volantes, o cangaço ainda perdurou por 18 anos, até que no dia 28 de julho de 1938 um ataque surpresa pôs fim à dinastia de Lampião.

Considerado o mais famoso cangaceiro da época, o “Rei do Cangaço” atuou com o seu bando durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste do país. Era considerado uma espécie de mito e misturava heroísmo e bravura com brutalidade e medo.

Temido por muitos, Lampião e o seu bando viviam de assaltos, da cobrança de tributos de fazendeiros e de "pactos" com chefes políticos. Praticavam assassinatos por vingança ou por encomenda. A fama alcançada torna Lampião o inimigo número um da polícia nordestina.

O então soldado Elias sabia que a missão passada para ele e toda a volante comandada pelo tenente João Bezerra poderia ter um fim impróprio.

A ordem dada pelos superiores era de não contar para ninguém sobre a missão de capturar Lampião. Mesmo assim, Elias avisou à esposa que poderia não voltar para casa.

Maria Pereira de Alencar, mais conhecida como Dona Lili, pediu então que o marido levasse consigo a imagem de Padre Cícero Romão no bolso da farda, e foi com ele e a coragem que o soldado Elias partiu de Piranhas, no Sertão alagoano, para a Fazenda Angicos, na cidade sergipana de Poço Redondo e que fica a cerca de 15 km de Piranhas, em Alagoas.

O confronto - Elias contou que duas canoas foram utilizadas para o transporte da volante alagoana à noite pelo Rio São Francisco. Na manhã seguinte, após subir e descer uma serra, já em Angicos, o grupo cercou a grota onde estava Lampião e o bando. Segundo ele, foi quando um cangaceiro saiu da toca para lavar o rosto que os policiais, cerca de 40 homens, começaram o confronto.

Na troca de tiros, Elias lembra que viu muito mandacaru e xique-xique caindo com a chuva de balas que vinha de tudo que era lado. Um estilhaço de uma pedra acertou o rosto do soldado e foi então que um sargento perguntou: “Você está baleado Elias?” E sem ainda ver o sangue escorrendo pelo rosto ele respondeu: “Até agora tá tudo em paz".

Não era realmente o dia do soldado Elias terminar sua trajetória dentro da PM. Um tiro, possivelmente endereçado à ele, veio a atingir o companheiro que estava na retaguarda.

“Por pouco àquele tiro não pegou em mim. Não tinha chegado a minha hora de morrer”, brincou. O policial que não teve sorte foi o único morto da volante.

Enquanto isso, uma outra fronte nem chegou a travar uma batalha com Lampião. Quem diria que o mais temido cangaceiro tivesse um final tão sem graça, diferente do que se imagina em uma briga entre o bem e mal, com dificuldades para ambos os lados a fim de se buscar a vitória.

A versão dada por Elias foi a de que não houve tempo para Lampião reagir. Quando partiu para pegar a arma, foi atingido na cabeça e morreu juntamente com a sua fiel companheira Maria Bonita. Na mesma sequência, Elias relata que Luís Pedro, homem de confiança de Lampião, também foi morto no confronto. Ao todo, onze cangaceiros morreram e os demais conseguiram fugir.

Como forma de concretizar a vitória da volante, surgiu a ideia de decepar a cabeça de Lampião e dos demais cangaceiros mortos para serem expostas em praça pública.

“A ordem foi para que eu cortasse o pescoço do Lampião, mas não tinha frieza para isto”, lembra o veterano Elias. De volta, ele e todos os integrantes da volante foram recebidos pelo governador de Alagoas, Osman Loureiro, que entregou para cada um o prêmio de um conto de réis.

“Dava pra comprar um bom apanhado de terra na época”, disse. Com o fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros não eram os mesmos. Pouco a pouco, foram se desarticulando e, no final da década de 1930, encerra-se de vez a era do cangaço.

Até esta quarta-feira, os 96 anos de idade, o sargento da reserva Elias Marques de Alencar viveu, desde 1942, em Olho D’Água do Casado, Sertão de Alagoas. Ele foi pai de dez filhos, todos frutos da união com Dona Lili.

http://www.defesasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/2011/02/morre-sargento-da-pm-alagoana-que-fez-o-cerco-a-lampiao

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