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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

RECADO DE CARLOS EDUARDO


Carlos Eduardo Gomes

Sobre a chegada do Cariri Cangaço a Princesa Isabel...
"Meu amigo Manoel Severo, acompanho aqui de longe a programação do Cariri Cangaço e tenho a intenção de comparecer a este encontro em Princesa. Meu abraço,
Carlos Eduardo

E em março...

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/recado-de-carlos-eduardo.html

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PALACETE DO PREFEITO DE MOSSORÓ RODOLFO FERNANDES DE OLIVEIRA MARTINS EM 1927


 Fonte: facebook
Página: José Romero De Araújo Cardoso

O ARTIGO ABAIXO FOI ESCRITO PELO JORNALISTA GERALDO MAIA DO NASCIMENTO

Rodolfo Fernandes o herói da resistência

Há pessoas que nascem em Mossoró mas não são mossoroenses; há pessoas que embora vindas de outros lugares, adotam Mossoró como sua terra e tratam de engrandecê-la, de torná-la cada vez melhor, e com ela crescem, prosperam e, por direito, tornam-se mossoroenses. Para aqueles, Mossoró foi a terra em que nasceram; para esses, Mossoró foi a terra que escolheram para morar. Rodolfo Fernandes pertence a última categoria.Nascido em Portalegre/RN a 24 de maio de 1872, começou sua vida de trabalho muito cedo, sendo ainda adolescente quando se iniciou no comércio na cidade de Pau dos Ferros/RN, emigrando depois para a Amazônia durante o primeiro ciclo da borracha, como tantos outros nordestinos. Regressou ao Rio Grande do Norte dois anos depois, indo morar na cidade de Macau, trabalhando na indústria salineira para a Companhia comércio, onde construiu salinas e implantou diversas modernidades. Atraído pelo desenvolvimento de Mossoró, veio aqui se estabelecer, casando-se em 1900 com Isaura Fernandes Pessoa, com quem teve quatro filhos: José, Julieta, Paulo e Raul. Já em Mossoró, trabalhou para a grande firma Tertuliano Fernandes & Cia., também construindo salinas e substituindo o tradicional cata-vento para puxar água por um motor a óleo, o que permitia maior aproveitamento das marés. Em 1918 estabeleceu-se por conta própria na indústria salineira.Elegeu-se prefeito de Mossoró em 1926. Teve sua memória perpetuada no coração dos mossoroenses por sua atitude decisiva em defesa de Mossoró. De todos os seus feitos, talvez o que tenha lhe dado maior projeção tenha sido a maneira como o mesmo enfrentou a horda de cangaceiros chefiados por Lampião, que na tarde de 13 de junho de 1927 invadiram Mossoró. 


Pretendiam, os facínoras, extorquir uma vultosa quantia para não atacar a cidade. O Cel. Rodolfo Fernandes reagiu negativamente e comandou a defesa da cidade como um grande general, mandando, inclusive, que qualquer pessoa que não fosse participar ativamente da defesa saísse da cidade como medida de precaução. Essa medida, certamente, evitou muitas mortes desnecessárias.Era homem de arrojadas iniciativas de caráter urbanístico. Em sua administração iniciou o calçamento de algumas ruas e da praça 6 de Janeiro, que posteriormente recebeu o seu nome. Construiu também o primeiro jardim público de Mossoró. Um fato curioso é que quando foi iniciado o calçamento em Mossoró, muitos habitantes ficaram insatisfeitos, achando que com o chão coberto de pedras, a temperatura da cidade, que já era em alguns momentos quase que insuportável, iria aumentar. Foi mais uma luta do prefeito para mudar a opinião dessas pessoas, na luta pelo progresso da cidade. O Cel. Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins foi um lutador. Um sertanejo simples, mas de visão voltada para o futuro. Soube como poucos amar Mossoró. “Conseguiu realizar uma obra verdadeiramente notável, dentro dos estreitos limites das finanças do município”, como depõe Vingt-un em seu Mossoró. 


Mas não chegou a terminar o seu mandato. A 16 de setembro de 1927, com a sua saúde abalada, requer licença para tratamento médico no Rio de Janeiro, onde faleceu a 11 de outubro do mesmo ano. E Mossoró chora a sua morte. Várias homenagens foram prestadas em sua memória, tendo sido inclusive criado, em 1963, o município de Rodolfo Fernandes, desmembrado do de Portalegre. De Rodolfo Fernandes ficou o exemplo de homem de visão, pioneiro e libertador, digno das mais altas homenagens do povo mossoroense. E por sua bravura no episódio da defesa da cidade contra os cangaceiros de Lampião, ficou conhecido como “O herói da resistência”. ração".

(Transcrito na coluna GERALDO MAIA, no jornal O MOSSOROENSE, edição do dia seis de junho de 2001-quarta feira
http://oestenewsblog.blogspot.com.br/2009/04/rodolfo-fernandes.html


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Esquema Didático da Conferência do Prof. José Romero Araújo Cardoso em Princesa/PB e anexo (Território Livre de Princesa)

Por José Romero Araújo Cardoso

Caros amigos Emmanuel e Manoel Severo, boa noite:

Elaborei o esquema didático da conferência que realizarei em Princesa, com as graças de Deus, no dia 19 de março (Dedicado ao Sr. São José, padroeiro dos sertanejos).

Em anexo segue o esquema da conferencia.

Vou precisar que vocês façam xérox do esquema e do decreto do território livre para, se possível, serem distribuídos com os participantes quando da conferencia.

Forte abraço do amigo que muito lhes estima!
José Romero Araújo Cardoso

TERRITÓRIO LIVRE DE PRINCESA

"JORNAL DE PRINCEZA", Decreto n.º 01, proclama autonomia político-administrativa em relação ao governo Estadual:

"Decreta e proclama provisoriamente a independência do município de Princesa, separada do Estado da Paraíba, e estabelece a forma pela qual deve ele se reger. A administração provisória do Território de Princesa, instituída por aclamação popular, decreta e proclama a Resolução seguinte:

ART. I - Fica decretada e proclamada provisoriamente a independência do município de Princesa, deixando o mesmo de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado desde 28 de fevereiro do corrente ano.

ART. II - Passa o município de Princesa, constituir com seus limites atuais, um território livre que terá a denominação de Território de Princesa.

ART. III - O Território de Princesa assim constituído permanece subordinado politicamente ao poder público federal, conforme se acha estabelecido na Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil.
ART. IV - Enquanto pelos meios populares não se fizer a sua organização legal, será o Território regido pela administração provisória do mesmo território. Cidade de Princesa, em 09 de junho de 1930".

FONTE: http://entretenimento.r7.com/blogs/bemvindo-sequeira/2012/06/07/a-historia-que-o-brasil-nao-conhece-a-guerra-de-princesa/




Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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CRIME E VINGANÇA NA SERRA DO ARARIPE (Série grandes artigos)

Por Iderval Tenório

Era noite do dia 23 de junho de 1928, o estrategista desconhecido chegou sorrateiramente e sem nenhuma dúvida ou remorso metralhou toda uma família de dezoito componentes, do mais velho ao mais novo dos Pereiras e alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos, conferiu cada um dos corpos, montou no seu alazão, arrumou a sua geringonça noutro animal e sumiu estrada afora...

No nascer do sol os caseiros da fazenda, que moravam nos recantos mais distantes da sede, jamais imaginariam , que aqueles estrondos de bombas de artifícios juninos fossem balas da mais afamada metralhadora nordestina, apelidada de costureira, dizimando toda a família patronal, o autor não deixou pistas, não deixou um único rastro da autoria do crime, em nada mexeu, a mesa continuo posta, cadeiras caídas no chão, sangue salpicados nas paredes, alguns corpos debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura de restos, panelas no fogão a lenha, algumas com os alimentos esturricados, todos os potes e barricas aos cacos, água ensopando os corpos e estes com vários orifícios transpassando os tórax na altura dos peitos, todos, todos sem vida.

Na Serra do Araripe, não ficou um só cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia, quem era aquele forasteiro, porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava pacata, trabalhadora e honesta, não se conheciam inimigos num raio de 50 quilômetros, os Pereiras eram respeitados naquela redondeza, era o ano de 1928, 


Lampião e o seu bando, já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol já reinava a paz, muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consanguíneos e moravam em casas equidistantes desde quando uma avistasse a frente, a lateral e a saída da outra, era uma maneira de um proteger o outro. A dúvida tomou conta da pequena população, quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime.

Os familiares distantes apareceram, os corpos foram contados, muitos não possuíam documentos, os serviçais só tinham apelidos, todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da velha estrada, fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro o chefe, depois os outros por ordem de importância. A polícia foi informada, compareceu timidamente e pelo pequeno contingente três soldados, dois cabos, um sargento, pouca munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais apareceu ou tomou conhecimento dos fatos.

A sede da Fazenda ficou abandonada por pouco tempo, os moradores mais antigos aos poucos foram se acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus distritos, ficando apenas as indagações sobre o horrendo crime, quem teria motivos para tal desventura, roubo não foi, só poderia ter sido vingança, a melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores, só poderia ser vingança, não haveria outra explicação, só poderia ser vingança.

O PASSADO...

Conta o velho Malaquias dos altos dos seus 90 anos, que tempos atrás, lá pelos meados de 1871, quando um jovem padre de 27 anos de idade assumiu a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará, hoje Juazeiro do Norte, duas famílias de Alagoanos foram morar nesta região para ajudar este jovem missionário. Com as duas famílias completas, o jovem Padre aconselhou aos amiguinhos que fossem morar na Serra do Araripe plantar feijão de pau, conhecido como o serial ANDÚ muito apreciado naquele mundo. As famílias se deslocaram e começaram a habitar a mesma gleba de terra por manterem parentesco , viviam em paz até o dia em que, o governo de Pernambuco resolveu legalizar a posse e criar uma escritura, houve desentendimento entre os líderes de cada família e numa noite escura do dia 23 de junho de 1897, ano em nasceu Virgulino Ferreira Lampião, uma das famílias aniquilou todos os componentes adultos da outra família, todavia, cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa e lá deixou vivo um criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama do infeliz casal aniquilado.

A criança sem pais, sem parentes foi assumida por tropeiros, que cruzavam a velha serra Pernambucana com destino à mais nova vila Nordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro que crescia com muitos fanáticos religiosos devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão, a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue e derramava-se pelos cantos da boca da jovem negra e beata de 28 anos de idade. A criança foi criada no mais diferente mundo que deveria ser criado, não tinha paradeiros, não tinha endereço fixo e à proporção que crescia tomava conhecimento da grande chacina que aniquilou uma determinada família, no topo da Serra do Araripe no idos de 1897, a criança cresceu, virou homem. Naquela redondeza não se conhecia o seu destino ou paradeiro. A família que cometera a esquecida e distante chacina se encontrava bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra, o cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos governadores da época dando total poderes à polícia a entrar no território do outro à caça de qualquer desordeiro. Grassava no arrebol o sentimento de congraçamento e descontração devido o grande número de parentes casados entre si, existia calmaria.

A VINGANÇA...

O Jovem morava num pequeno sítio distrito da então e próspera cidade de Juazeiro do Norte, conhecia muito bem a grande Chapada do Araripe, divisa do Ceará com Pernambuco, celeiro fóssil das Américas, hoje fazendo parte do Geoparque do Araripe.

O jovem procurou se familiarizar com os moradores do distrito, aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento de 1897 e localizando os familiares que junto com os seus pais se mudaram para a velha serra a pedido do jovem padre em 1871, ficou claro e ciente de cada componente, colheu a história da época, como mercante compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro. Voltou aos seus afazeres de almocreve e numa noite de são João , quando os fogos de artifícios pipocavam nos ares da silenciosa serra, o jovem estrategista, na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano, eliminando de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do século passado , tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os aposentos, todos os ambientes e arredores para não cometer os mesmos erros dos autores da chacina de 1897, com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vítima, pelo filho da vítima, pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado.

E foi assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.

Vingança, pura vingança.
Iderval Reginaldo Tenório
Fonte: Blog Cariri-cangaço.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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GONZAGÃO DESFILANDO NO CARNAVAL DO RIO DE JANEIRO EM 1982




Gonzagão desfilando no carnaval do Rio de Janeiro em 1982, na Escola de Samba Unido de Lucas. Com enredo Lua Viajante.

Bom carnaval a todos, brinquem com responsabilidade.

Abraços Gonzaguianos.

Fonte: facebook
Página: Wilson Seraine Da Silva Filho

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OS BATALHÕES PATRIÓTICOS....!


Com o movimento tenentista, no início da década de 1920, surgiu a COLUNA PRESTES, que era comandada pelo Tenente do exército Luiz Carlos Prestes, e que percorreu mais de 24 mil km em solo brasileiro, pregando uma revolução contra o Poder Central que era comandado por Artur Bernardes, e, posteriormente por Washington Luiz.

Para combater esse movimento, o Palácio do Catete/RIO, idealizou os BATALHÕES PATRIÓTICOS, formados por voluntários comissionados, comandados por uma pessoa influente/coronel, e que recebiam armas e munições para combater os revoltosos.

Acima, temos uma FOTO do BATALHÃO PATRIÓTICO LAVRAS DIAMANTINA, o qual era comandado pelo bravo HORÁCIO DE MATOS. Esse Batalhão foi altamente atuante, e teve dezenas de combate com as tropas de Prestes.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca

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ELIZABETH TEIXEIRA – 90 ANOS DE LUTA

Material do acervo do historiógrafo Rostand Medeiros
O governador Ricardo Coutinho e Elizabeth Teixeira, durante a entrega da Medalha do Mérito Universitário, feita pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em 2011 – CLIQUE NAS FOTOS PARA AMPLIAR

Por Renata Ferreira – Jornalista

Ela abriu mão do conforto para viver o amor ao lado de um trabalhador pobre e analfabeto. Com ele, formou família e ajudou a construir a história do movimento sindical agrário no Brasil. A paraibana Elizabeth Teixeira é a face feminina das lutas camponesas da metade do século passado. Junto ao marido, João Pedro Teixeira, fundou, no município de Sapé (PB), o maior sindicato de trabalhadores agrários do país até então. E assumiu a liderança do movimento depois do assassinato dele, em 1962.

O líder camponês João Pedro Teixeira, sua mulher Elizabeth e seus filhos.

A trajetória de Elizabeth será lembrada na próxima sexta-feira (13/2), quando ela completa 90 anos de vida. A celebração vai ocorrer no Memorial das Ligas Camponesas, fundado no antigo sítio onde a camponesa viveu com João Pedro e os 11 filhos, no distrito de Barra das Antas, em Sapé (município a 65 quilômetros da capital do Estado, João Pessoa).

Elizabeth Teixeira em 1962

O imóvel de sete hectares foi tombado em 2012 pelo Governo do Estado da Paraíba e transformado em um espaço de resgate da memória e homenagem aos trabalhadores que dedicaram a vida a lutar por dignidade no campo e reforma agrária.

Universidades, sindicatos e movimentos sociais estão engajados no evento, do qual devem participar filhos e netos de Elizabeth e João Pedro. Pela manhã, as atividades serão fechadas aos parentes e organizadores. “Será uma reunião de família”, explica o professor da UFPB Antônio Alberto Pereira, um dos coordenadores do Memorial das Ligas Camponesas.


Às 14h, terá início o evento aberto a toda a comunidade. O coral da Universidade Federal da Paraíba vai se apresentar cantando o Hino do Camponês, acompanhado pela Orquestra Santa Cecília, de Sapé, e sob a regência do próprio compositor da obra, o maestro Geraldo Menucci, antigo militante do Movimento Cultural Popular. A letra da música é de Francisco Julião, advogado, político e escritor que atuou com as ligas camponesas de Pernambuco.

A parte cultural do evento terá também apresentações de coco de roda e músicas populares. A organização espera reunir, além de autoridades da região e representantes dos movimentos populares e sindicais, crianças e jovens das escolas públicas de Mari, Sapé, Sobrado e Cruz do Espírito Santo.

No sábado (14/2), haverá o lançamento do documentário “A família de Elizabeth Teixeira”, do cineasta Eduardo Coutinho, morto em 2014 e diretor de “Cabra Marcado para Morrer”, obra que conta a história de João Pedro, Elizabeth e das ligas camponesas do Nordeste. O lançamento do documentário será no Centro de Formação João Pedro Teixeira, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, no município de Lagoa Seca (PB).

Prisão e fuga

Depois da morte de João Pedro, em 2 de abril de 1962, Elizabeth assume a liderança do movimento, ao lado de nomes como Pedro Fazendeiro e Nego Fuba. Foi presa por várias vezes e, numa delas, retorna à casa para se deparar com a tragédia do suicídio da filha mais velha, Marluce, que não suportou conviver com a possibilidade de a mãe ter o mesmo destino do pai.


Em 1964, com a instalação do regime militar, Elizabeth é presa pelo Exército e passa oito meses na cadeia. Na volta, precisa fugir para não ser morta. Esconde-se na cidade de São Rafael, no interior do Rio Grande do Norte, com apenas um dos 11 filhos – Carlos, que é rejeitado pelo avô por se parecer muito com o pai. Passa 17 anos afastada da família, vivendo com a identidade de Marta Maria da Costa.


Isso até 1981, quando o cineasta Eduardo Coutinho resolve retomar as gravações de “Cabra Marcado para Morrer”, interrompidas pela truculência da ditadura. Por intermédio de um dos filhos de Elizabeth, Coutinho reencontra a líder camponesa e conclui o trabalho. A viúva de João Pedro vem, então, morar em João Pessoa, no bairro de Cruz das Armas, em uma casa que lhe é presenteada pelo próprio Eduardo Coutinho.

Heranças da luta


As ligas camponesas e a história de João Pedro e Elizabeth são lembradas não apenas como registro histórico. A luta chegou aos dias atuais, trouxe heranças e desafios futuros. Embora a sonhada reforma agrária ainda não tenha se concretizado, o homem do campo está consciente dos próprios direitos e busca cada vez mais organizar-se em cooperativas e associações para potencializar ações e iniciativas. Para o presidente do Memorial das Ligas Camponesas, o agricultor Luiz Damázio de Lima (o Luizinho), os líderes João Pedro e Elizabeth Teixeira deram o primeiro passo, mas a luta camponesa continua se atualizando. E várias são as heranças desse movimento. Uma delas, segundo Luizinho, é o crescimento da organização dos pequenos produtores.


Ele cita a experiência da Ecovárzea (Associação dos Agricultores e Agricultoras da Várzea Paraibana), uma entidade que reúne cerca de 300 assentados. “Esse tipo de iniciativa nasceu com as ligas”, afirma. Juntos, os pequenos produtores são mais fortes do que se estivessem trabalhando de forma independentes.

No caso da Ecovárzea, eles optaram por um modelo de cultivo limpo e saudável: a agroecologia. Longe dos agrotóxicos e aditivos químicos, os trabalhadores ganham em qualidade de vida e levam verduras, hortaliças e frutas de melhor qualidade ao consumidor. A comercialização é feita sempre às sextas-feiras, na UFPB, e a estimativa de venda é de R$ 7 mil a R$ 8 mil por semana.

Segundo Luizinho, a Paraíba já conta com 45 feiras de pequenos produtores com a da Ecovárzea. “Não são todas agroecológicas, mas isso já demonstra o processo organizativo dos agricultores”. Nessas feiras, são comercializadas entre 90 e 100 toneladas de produtos semanalmente. “Isso dá uma rentabilidade imensa”, afirma.

Outra herança das ligas, segundo o agricultor, está no maior acesso à educação. “Hoje temos filho de agricultor fazendo Pedagogia, Enfermagem, Ciências Agrárias, Agroecologia, Agronomia, por exemplo. Nossos filhos estão lutando para conquistar um espaço na universidade”, garante. “Há uma quantidade muito grande de jovens do campo que estão conseguindo sua formação e estão atuando em cooperativas e associações”, reafirma a professora da UFPB, Fátima Rodrigues, que é colaboradora do Memorial das Ligas Camponesas.


Ela e Luizinho citam ainda como ganhos decorrentes das ligas camponesas o maior acesso à saúde e o crescimento da participação e do protagonismo das mulheres nas ações das comunidades rurais.

“Ainda precisamos melhorar bastantes, por exemplo, ampliando a assistência médica, as políticas públicas para os jovens, a infraestrutura, as escolas”, afirma Luizinho. E para se alcançar essas melhorias, segundo ele, é necessário que o homem do campo continue ciente da importância do processo organizativo.


Sobre qual conquista seria a mais difícil de alcança, Luizinho se mostra convicto: “difícil é conquistar a consciência da sociedade em apoio a essa luta”, declara. Para ele, o aniversário de Elizabeth Teixeira é a consagração de 90 anos de luta. “Ela não começou a lutar depois de casada com João Pedro, mas quando nasceu. Ela enfrentou o próprio pai, que era latifundiário. Essa celebração é uma honra para nós. Se João Pedro é o cabra marcado para morrer, Elizabeth é a mulher marcada para viver”, declara.

Outra herança das ligas, segundo o agricultor, está no maior acesso à educação. “Hoje temos filho de agricultor fazendo Pedagogia, Enfermagem, Ciências Agrárias, Agroecologia, Agronomia, por exemplo. Nossos filhos estão lutando para conquistar um espaço na universidade”, garante. “Há uma quantidade muito grande de jovens do campo que estão conseguindo sua formação e estão atuando em cooperativas e associações”, reafirma a professora da UFPB, Fátima Rodrigues, que é colaboradora do Memorial das Ligas Camponesas.


Ela e Luizinho citam ainda como ganhos decorrentes das ligas camponesas o maior acesso à saúde e o crescimento da participação e do protagonismo das mulheres nas ações das comunidades rurais.

“Ainda precisamos melhorar bastantes, por exemplo, ampliando a assistência médica, as políticas públicas para os jovens, a infraestrutura, as escolas”, afirma Luizinho. E para se alcançar essas melhorias, segundo ele, é necessário que o homem do campo continue ciente da importância do processo organizativo.


Sobre qual conquista seria a mais difícil de alcança, Luizinho se mostra convicto: “difícil é conquistar a consciência da sociedade em apoio a essa luta”, declara. Para ele, o aniversário de Elizabeth Teixeira é a consagração de 90 anos de luta. “Ela não começou a lutar depois de casada com João Pedro, mas quando nasceu. Ela enfrentou o próprio pai, que era latifundiário. Essa celebração é uma honra para nós. Se João Pedro é o cabra marcado para morrer, Elizabeth é a mulher marcada para viver”, declara.

FONTE – http://carosamigos.com.br/index.php/component/content/article/189-artigos-e-debates/4819-elizabeth-teixeira-90-anos-de-luta

http://tokdehistoria.com.br/2015/02/12/elizabeth-teixeira-90-anos-de-luta/

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