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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

( LAMPIÃO TOMANDO BEBIDAS DOS RICOS, NAS CAATINGAS DO NORDESTE )

Por: Guilherme Machado
Guilherme Machado e a ex-cangaceira Aristéia

Segundo as más línguas, o rei do cangaço “Lampião” e seu bando degustava de uísques importados de marca Cavalo Branco “ White House" que ganhava de presente dos corruptos coronéis que traziam da Europa para um agrado ao compadre Lampião. que não se fazia de rogado e aceitava de bom grado festivos.

Foto: (  LAMPIÃO TOMANDO BEBIDAS DOS RICOS,  NAS CAATINGAS DO NORDESTE )


SEGUNDO AS MÁS LINGUAS, O REI DO CANGAÇO " LAMPIÃO " E SEU BANDO DEGUSTAVA DE WHISKYS IMPORTADOS DE MARCA CAVALO BRANCO " WHITE HOUSE" QUE GANHAVA DE PRESENTE DOS CORRÚPTOS CORONÉIS QUE TRAZIAM DA EUROPA PARA UM AGRADO AO COMPADRE LAMPIÃO. QUE NÃO SE FAZIA DE ROGADO E ACEITAVA DE BOM GRADO FESTIVOS... VER-SE ACIMA MARIA BONITA SERVINDO A BEBIDA AO CAPITÃO LAMPIÃO...!!! VER-SE TAMBÉM O CANGACEIRO JURITI ESTE SÓ QUERIA SER LAMPIÃO!!!!

Maria Bonita está servindo a bebida ao capitão Lampião. O cangaceiro Juriti, este só queria ser Lampião.

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MEU SOBRINHO WAGNER- Perdi Um Pedaço de Mim.

Por: João de Sousa Lima

PERDI UM PEDAÇO DE MIM

WAGNER "GUINHA" - ZEZÉ PIANCÓ - JOÃO DE SOUSA LIMA E WEBERSON "NEM"

Naquela manhã de sábado, dia 16 de fevereiro de 2013, meu telefone tocou, o sobrinho Osvalny me deu uma noticia que me deixou atônito:

- Guinha sofreu um acidente e o negócio é sério, ele tá falando mais o corpo tá preso nas ferragens do carro!

Cancelei tudo que ia fazer e corri pra perto de Osvalny para procurar mais noticias;
    
Guinha era também meu sobrinho, seu nome real era Wagner, filho de Zezé, meu irmão mais velho. Nós fomos criados juntos, moramos vizinhos por muito tempo; Meus sentimentos sentidos por Wagner ultrapassava os sentimentos de tio, fomos irmãos e amigos.
     
Wagner era sempre muito rápido nos seus afazeres, corria, corria e corria feito menino sem tempo de parar nunca.

Passamos algumas horas de angústias diante das  expectativas de novas notícias e elas eram sempre as mesmas:

- Ele conversa mais tá preso nas ferragens!
    
Depois de uma longa e angustiante espera recebemos a notícia  que não queríamos ouvir. A voz no telefone veio cortante, dilacerando o coração:

- Conseguiram tirá-lo das ferragens mais ele teve uma parada cardíaca e não resistiu!
  
O mundo pareceu desmoronar, chorei copiosamente por alguns minutos enquanto as imagens daquele menino passavam em minha cabeça feito flashes de um filme. Relembrei muitos minutos que passamos juntos. Quando o vi nascer, acompanhei seu crescimento, suas brincadeiras, seus momentos. Agora, prestes a completar 39 anos de vida, no próximo dia 22 de fevereiro, meu menino se foi. Sofreu por algumas horas dentro das ferragens daquele caminhão, até não aguentar os ferimentos e nos deixar. O estafante trabalho o fez dormir ao volante e se chocar na parte traseira de uma carreta. Desejei estar lá pra talvez tentar salvá-lo ou ao menos ficar perto, segurar sua mão e dizer que o amava e eu o amava muito e talvez nunca tenha dito isso a ele. Agora que essa dor causada pela perda vem me cruciar eu sinto que faltou um ultimo abraço, eu queria ter tido essa última chance, mais as circunstâncias não deixaram.
    
Vi naqueles últimos momentos próximos ao seu corpo sem vida, observando seu rosto marcado pela ação do forte impacto pela batida dos carros, o desespero do seu filho e de suas duas filhas, estando uma delas grávida, netinha que nascerá daqui à dois meses e que você tanto vinha esperando. A vida não lhe deu essa oportunidade...

Sua passagem foi marcante e as lembranças saudosas adormecem no desconhecido dos nossos sonhos: A tristeza pode-se dizer  é a parte escura  da luz da existência. 

Sua amizade deixou marcas, iluminou a alma, refletiu no coração e permanece mesmo depois de tua partida. Agora entendo serem eternas as luzes da amizade

Mesmo nas tormentas, quando as penumbras do tempo forem atenuadas pela recordação de tua imagem, lembrarei seu lindo sorriso e ele  permanecerá em mim  como chama que queima o pasto de minhas lembranças eternas. Não te esquecerei nunca e em meu peito te guardarei como os anjos que amamos em nossas existências.
  
Meu Guinha, você deixou uma dor cruciante no coração do tio, não me lembro de ter dito que te amava, apesar de sempre ter te abraçado e dado um beijo na mão e outro na cabeça. Se não expressei em vida meu amor é porque fui tímido em meus sentimentos, porém te digo agora: Eu amo você!  Pedirei a Jesus Cristo que leve meu recado até você.  Na minha oração de hoje será feito meu pedido e tenho certeza que por sua honestidade, sua batalha diária, seu amor dedicado a família e os amigos, Jesus fará chegar minhas palavras ao seu coração. Eu fico aqui com minha dor, meu menino abençoado. Esteja bem, vá em paz, que Deus guie seus passos no caminho do paraíso...

Seu tio: João de  Sousa Lima

(*) Escritor, Pesquisador, autor de 09 livros. membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

http://www.joaodesousalima.com/


O fuzil de Virgulino Ferreira da Silva - o Lampião

Por: Guilherme Machado
Rubinho e Guilherme Machado

O SENHOR MANUEL FERREIRA, PARENTE DE LAMPIÃO, COM O FUZIL QUE PERTENCEU AO REI DO CANGAÇO,  


Foto: O SENHOR MANUEL FERREIRA PARENTE DE LAMPIÃO COM O FUZIL QUE PERTENCEU AO REI DO CANGÇAO; MORTO EM 1938 NA GRUTA DA FAZENDA ANGICOS... ENTRE SERGIPE E ALAGOAS...!!!

MORTO EM 1938 NA GROTA DA FAZENDA ANGICOS... ENTRE SERGIPE E ALAGOAS.

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Se você quiser fazer uma visitinha a este site, clique no link abaixo:

http://cantocertodocangaco.blogspot.com

O link tem a palavra "Cangaço", mas não tem nada a ver com o tema, foi um equívoco no momento da sua criação.

Venda Grande d'Aurora , hoje em reunião extraordinária do GECC Cariri Cangaço

João Tavares Calixto Junior

Hoje, quarta-feira, dia 20;
reunião extraordinária do GECC - Cariri Cangaço em Fortaleza.
O encontro terá a presença do escritor
João Tavares Calixto Junior e a apresentação de seu mais novo livro:
Venda Grande d'Aurora.

GECC - Cariri Cangaço
Nesta quarta, dia 20 às 19:30h
Restaurante Chop Gril
Rua Julio Siqueira com Nunes Valente
Dionisio Torres - Fortaleza - Ce.

http://cariricangaco.blogspot.com

Três vezes Lampião Parte I

Por: Professor Manoel Neto

Popularíssimo nas primeiras décadas do século passado com uma legião incontável de leitores espalhados por esse país continental, Humberto de Campos Veras, maranhense, nascido no ano de 1886, em Miritiba – cidade que hoje carrega o seu nome – morreu prematuramente no ano de 1934, aos 48 anos, no Rio de Janeiro, para onde se transferira em busca de melhores condições de trabalho e de vida, tendo com ele desaparecido sua popularidade, sendo hoje absolutamente ignorado pela grande maioria dos brasileiros, mesmo àqueles menos desinformados.

Garoto pobre, órfão de pai nos primeiros anos da sua breve existência, Humberto cedo conheceu a obrigação cotidiana do trabalho, transformado que foi com o passamento do seu genitor, em arrimo de família. As tarefas cotidianas se dificultaram sua ida à escola não o afastou, porém, dos livros e das leituras, amor que carregaria por todo tempo.

Autor prodigioso, dono de uma prosa fluente e erudita, porém, saborosamente coloquial, o escritor maranhense que também viveu no Pará, estreou na literatura com o volume de poemas “Poeira” entregue ao público em 1910, quando contava 24 anos de idade. Capítulo em separado dos seus escritos são os “Diários Secretos”, narrativa em dois volumes que postumamente lançadas provocou escândalo entre os intelectuais e a sociedade como um todo, em razão das inconfidências e comentários desairosos sobre figuras de destaque na vida pública da Capital Federal, o  provocando constrangimentos generalizados.

Desembarcado no Rio de Janeiro em 1912, procedente de Belém do Pará, onde já se fizera notório como cronista escrevendo para os jornais “Folha do Norte” e “Província do Pará”, galga prestígio rapidamente e já em 1919 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira número 29, sucedendo ao seu amigo Emílio de Menezes, láurea que vai lhe acrescer em fama e respeito junto aos seus leitores e pares.

Humberto de Campos

Prosador e poeta, crítico, jornalista e político, Campos nos legou uma obra que relida nos dias que correm demonstram o seu talento singular, em que pese fortemente marcada pela temporalidade, o que por outro lado nos permite também revisitar o país que Humberto viveu e reportou com a assiduidade de um militante da palavra que ele incontestavelmente o foi, Diria mesmo que os seus textos são fontes documentais valiosas para o historiador que deseje estudar o Brasil daqueles dias tumultuados.

Pois foi relendo um dos seus muitos trabalhos, conjunto de crônicas reunidas e que originaram os volumes “Notas de Um Diarista”, publicados em duas séries, nos anos de 1935 e 1936, após o falecimento do escritor, que surpreso constatei não ter passado despercebido ao cronista, as façanhas do Capitão Virgolino Ferreira nas caatingas da Bahia e outros estados nordestinos. Ao contrário, mais de uma vez ele fez do cangaço o seu tema, o que ratifica ter sido o assunto recorrente na imprensa “brasilis” do Oiapoque ao Chuí.

 

A primeira destas crônicas – “A Última Proeza de Lampião” – estende-se da página 27 a pagina 30, em frente e verso. Logo de saída o articulista anuncia a sua fonte de informação:

“Um telegrama da Bahia, publicado ontem no Rio de Janeiro, descreve mais um feito sanguinário do maior e mais terrível sanguinário que tem imperado nos sertões do Brasil: a frente de 60 apaniguados ferozes e bestiais, “Lampião” invadiu a vila de Curuçá[1] (sic), estuprou, roubou, depredou, matou, afixou, enfim, em cada rua e em cada casa, o selo fatídico e vermelho  que assinala sempre a sua passagem. Quinze homens válidos e pacíficos tombaram sangrados pela suas mãos. E o coração de um deles, arrancado pela garganta, foi levado em troféu entre gritos de animação, de entusiasmo e de vitória”. (CAMPOS. Notas De Um Diarista, p. 27).

O forte apelo dramático do texto não é casual. Ao apresentar para seu leitor homens ferozes e bestiais, violentos e capazes de ações que nos remetem a barbárie, Humberto de Campos não foge a regra vigente, era assim que a mídia retratava os cangaceiros. Demonizá-los era imprescindível para justificar a violência do braço aramado do Estado. Não há dúvida que os bandos que infestavam o Nordeste, usavam o terror como instrumento de coação e controle sobre as populações, notadamente os grupos sociais mais vulneráveis, geralmente trabalhadores rurais e pequenos proprietários. Para aqueles que não aderiam direta ou indiretamente ao cangaço, integrando os bandos ou servindo como coiteiros e informantes, a existência era perturbada pela atribulação, pela violência que partia tanto dos grupos marginais, quanto do próprio Estado, através das volantes que agiam de forma arbitrária e discricionária. 

Quanto à notícia propriamente dita ela merece muitos outros reparos. Que a  região e a cidade eram local de passagem contumaz dos malfeitores e das forças de repressão é fato incontestável. Duvidosa é a informação de que Virgolino se fizera acompanhar de “60 apaniguados”, quando nesta fase da luta o Rei do Cangaço já procedera à subdivisão do seu pessoal dispersando-os em pequenos ajuntamentos, visando maior mobilidade e, por consequência, mais segurança. Por outro lado ataque de tal monta, com tantos mortos, mutilados e violência sexual repercutiria muito mais amplamente. Na Bahia mesmo temos como exemplo a chacina em  Queimadas, no ano de 1929, incidente até hoje fartamente documentado e referenciado por escritores, jornalistas e pesquisadores.

[1] Curuçá, como grafou Humberto de Campos é uma cidade do Pará, como também, um distrito  com topônimo semelhante, pertencente à cidade de São Paulo.  Na Bahia existe o município de Curaçá, cuja existência como tal remonta ao final do século XIX, mais precisamente 1890, quando o local foi elevado a categoria de cidade, estando inserido até hoje me zona onde transitaram e de onde saíram muitos cangaceiro zona do semiárido baiano..

Continua...

Manoel Neto
                          Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC                                  

E-mail: ceec@listas.uneb.br – TELEFAX (71) 33215081
Portal: www.uneb.br/ceec

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