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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"

 


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.

Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.

O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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A CAPELINHA DE SÃO CLEMENTE E AS COVAS DE TORQUATO DA PIA NOVA E FIRMINO

Por Manoel Belarmino

No tempo do Cangaço, duas tragédias de doer no fundo da alma dos sertanejos de Poço Redondo marcaram aquela região, onde hoje é o distrito de Santa Rosa do Ermírio. Uma foi a "Chacina do Couro" ou "A Chacina da Fazenda Pelada", em 13 de junho de 1932, onde foram mortos pelos cangaceiros 7 pessoas inocentes, e a outra foi a "Tragédia da Pia Nova", onde, no entardecer do dia 02 de maio de 1937, foram mortos pelos cangaceiros dos subgrupos de Zé Sereno e Mané Moreno dois homens inocentes, Torquato da Pia Nova e seu genro Firmino. Torquato e Firmino eram dois homens de bem, respeitados, trabalhadores e queridos por todos das redondezas daquelas terras sertanejas do sertão de Poço Redondo.

A morte do cangaceiro Zepelim, naqueles últimos dias do abril de 1937, na Fazenda Araras, deixou os cangaceiros umas feras. Os cangaceiros sabiam que houve traição de algum coiteiro. Queriam descobrir qual o coiteiro que havia fraquejado e traído os cangaceiros de Zé Sereno, indo à Serra Negra dizer o lugar do coito. E o traidor foi o coiteiro Chico Geraldo que pessoalmente havia ido a Serra Negra avisar o local do coito a Zé Rufino.

Os cangaceiros, depois daquela morte do Zepelim pelos volantes das "forças" de Zé Rufino, inconformados, vão "virados na gota serena" saber do coiteiro Chico Geraldo da Fazenda Salgadinho se foi ele que fez aquela traição ou se ele sabia quem o fez. Aí Chico Geraldo mente. Diz que quem foi à Serra Negra entregar o coito dos cangaceiros havia sido Torquato e seu genro Firmino. Foi a gota d'água no oceano da sede de vingança dos cangaceiros.

Zé Sereno e Mané Moreno estão babando de raiva. Áurea estava que parecia soprar fogo pelas ventas de raiva pois já tinha notícias que uns soldados da volante de nomes Badu (aquele mesmo Badu que, tempos depois, Áurea vai sangrá-lo com uma punhalada na Fazenda Travessado) e João Doutor tinham dado uma pisa, uma surra, no seu pai Tonho Nicácio na Fazenda Santo Antônio, antes do combate da Fazenda Araras. Os dois subgrupos de cangaceiros, liderados por Mané Moreno e Zé Sereno, com 34 cangaceiros homens e mais 4 mulheres, Adília, Dinda, Sila e a valente Áurea Soares, vão até a Fazenda de Torquato. Cegos de raiva, os cangaceiros conversam pouco, prendem Torquato e seu genro Firmino e matam os dois ali mesmo no telheiro da casa da Fazenda Pia Nova. Dois corpos de dois homens inocentes ficam ali estendido no chão, inertes, mortos. Uma tragédia na família dos Torquarto da Pia Nova. As mulheres e as crianças vêem enlouquecidas aquela cena de monstruosidade.

Um velório acontece ali, recheado de dor e medo. A notícia da tragédia se espalha. Os amigos e parentes de Torquato e Firmino decidem sepultar os dois corpos, ali, na frente da Capelinha de São Clemente, no entardecer do dia 03 de maio de 1937.

As duas covas dos inocentes sertanejos, Torquato e Firmino, estão ali ladeadas, marcadas por um pé de mandacaru e outras árvores da caatinga, na frente da Capelinha, na antiga Fazenda São Clemente, onde hoje é o Território Quilombola da Serra da Guia, Poço Redondo.

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A MORTE DE LAMPIÃO

Segundo o relato do policial Antonio Honorato da Silva, o cangaceiro estava acabando de acordar quando foi morto por ele. Lampião tinha ao lado a sua mulher, Maria Bonita, que também não foi poupada, mesmo após se render. O casal e mais nove integrantes do bando foram mortos naquela tocaia.

- Vi Lampeão erguer-se, tinha no rosto um pavor enorme. Levei o fuzil ao rosto e mirei bem. A mulher estendeu os braços, pedindo clemência. Nesse instante, fiz fogo. Ele baqueou e eu acompanhei a queda com outros dois tiros. Estou satisfeitíssimo e sou o homem mais feliz do mundo - descreveu Antonio Honorato da Silva, em depoimento enviado por telégrafo.

Fonte: O GLOBO

https://blogs.oglobo.globo.com/.../ele-tinha-no-rosto-um...

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RESPONSÁVEIS PELA MORTE DO CANGACEIRO JOSÉ ALEIXO RIBEIRO DA SILVA. VULGO ZÉ BAIANO.

Acabou-se o homi du Sergipe!!! Essa foi a última palavra do cangaceiro e agiota do Sertão Sergipano... Matou-me Ontonho!!! Foi sua ùltima palavra ao seu aliado e carrasco, Francisco Pereira da Conceição, o Antônio de Chiquinho, acompanhado de seus compassas, Pedro Sebastião de Olivera, o Pedro Guedes, Antônio de Souza Passos, o Antônio de Julia, José de Sousa Filho, o Biridin, José Francisco Pereira, o Dedé e Pedro Francisco de Sousa, o Pedro de Nica. 

Foram esses 6 homens que assassinaram a traição o minúscùlo bando do cangaceiro Zé Baiano. O quarteto era formado por ele (JB) Demundado, Chico Peste e o desconhecido aspirante a cangaceiro Arcelino. Essa armadilha se deu no dia 7 de junho de 1936, no povoado Alagadiço no município de Frei Paulo no Estado de Sergipe.

Fonte: Livro Zé Baiano autor: R. Santos Itabaiana SE.

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O CANGACEIRO PAU FERRO: O CORPO ENTERRADO NAS QUIRIBAS E A CABEÇA, NA PRAÇA DA IGREJA

Por Manoel Belarmino

Um grupo de cangaceiros, liderado por Curisco e Zé Sereno, estava acoitado nas terras da fazenda Quiribas, nas margens do Riacho Novo, próximo ao então povoado Poço Redondo, naquele ano de 1937. E foram ali avistados pelo soldado Miguel Feitosa que passava por ali, em uma de suas idas para a Fazenda Badia. Numa carreira só, o soldado fez meia volta e foi avisar ao comandante do destacamento, sargento Ernane, no quartel em Poço Redondo.

O comandante imediatamente mandou oito soldados atacarem o coito dos cangaceiros. Vendo que havia muitos cangaceiros ali, mais de quinze, ainda à distância, dois soldados disparam contra os cangaceiros. Um tiro acertou o cangaceiro Pau Ferro que foi a óbito no local. Os soldados deram dois tiros e uma carreira, pois os cangaceiros reagiram rapidamente botando os soldados do comandante Ernane pra correr. Os cangaceiros não conseguiram alcançá-los.

Antes de deixarem o coito das Quiribas, os cangaceiros enterraram, ali mesmo embaixo de uma quixabeira, o corpo do cangaceiro Pau Ferro.

Depois que os cangaceiros deixaram o coito das Quiribas, os soldados encontraram a cova de Pau Ferro. Desenterraram-no e obrigaram um rapaz de Poço Redondo, chamado Tonho Bioto, a cortar a cabeça do cangaceiro. O próprio Tonho Bioto colocou a cabeça de Pau Ferro, já em deformação, em uma lata de querosene e levou-a para o quartel em Poço Redondo.

O resto do corpo de Pau Ferro permaneceu enterrado ali na Fazenda Quiribas e a sua cabeça, no dia seguinte, foi enterrada pelos soldados nas proximidades do quartel, onde era o casarão de China, na Praça da Igreja, hoje Praça da Matriz, no centro de Poço Redondo.

Depois da morte de Pau Ferro, os cangaceiros prometeram invadir Poço Redondo e destruir o quartel. A população do Poço e os soldados tremiam de medo. O medo era tão grande que numa certa noite um barulho do trotar dos burros de Julião Nascimento na Praça da Igreja fez os soldados e toda a população correrem da cidade e se esconderem no mato.

Ainda como vingança à morte de Pau Ferro, o grupo de Corisco e Dadá matou os soldados Cici e Antônio Vicente numa emboscada na estrada do Curralinho.

Assim se deu mais um pedaço da história do cangaço em Poço Redondo. Poucos sabem que nas Quiribas, numa das margens do Riacho Novo, está enterrado o corpo do cangaceiro Pau Ferro e a sua cabeça, no centro da cidade, nas proximidades de onde era o quartel, na atual Praça da Matriz.

A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas tocando instrumentos musicais e atividades ao ar livre

2 Você e Pedro Rodrigues.

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FACA E PUNHAL QUE FORAM DO CANGACEIRO FÉLIX CABOJE.

 

https://www.youtube.com/watch?v=CKgCFRbb074&feature=share&fbclid=IwAR1J3an0PAZ8zyIw2LPpdkMmXYbYoVGujl1MfJQkX0hw_Dt6JtsyG-4zS-M&ab_channel=Canga

Faca e Punhal que pertenceram ao famoso cangaceiro FELIX CABOGE..!

Observação:

Segundo a história oral, FELIX, por ter o pé muito grande, apagava os rastros dos outros. Confira..!

Fonte: cangaçologia/youtube

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O CARISMA DESPRECONCEITUOSO DE LAMPIÃO.

Por João Filho de Paula Pessoa

Embora Lampião refletisse o estereótipo da masculinidade sertaneja, do cabra macho e valente, da virilidade e força bruta, do chefe implacável e sanguinário, em sua liderança manteve uma conduta respeitosa e igualitária a todos seus comandados, sem distinção ou descriminação, manteve a mesma qualidade de tratamento a todos, do bruto e rústico ao medroso e afeminado. Lampião não menosprezava ou humilhava nenhum de seus cabras por qualquer característica pessoal, acolheu brancos, negros, caboclos e índios, homens e mulheres, tratou todos com respeito e consideração, não havendo registros ou relatos de preconceitos por ele emanados aos que lhe seguiam. Sob seu comando passaram valentes e destemidos, como Meia Noite, Labareda e Corisco, bem como, medrosos e molengas como Mané Moreno e Veado Branco e até afeminados como Baliza e Bem te Vi, a todos era respeitoso indistintamente, não desprendia tratamentos diferenciado a nenhum, pelo contrário aceitava-os e os adaptava aos seus dons, a estes últimos, por exemplo, destinou tarefas de cozinhar e tratar alimentos, tolerou suas ausências em combates, inibiu censuras no grupo alcovitando parceiras a estes, dentre outros esforços para melhor adaptá-los. Por estas e outras, Lampião exerceu uma respeitável liderança, carismática e despreconceituosa, foi seguido, respeitado, obedecido e admirado por seus cabras por todo seu reinado. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 30/12/2020.

Assista ao filme deste Conto - https://youtu.be/1zWJSahd5BI

 https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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O NOVO HERÓI NORDESTINO

 Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2021.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.443

 Iguaracy é um município pernambucano da região de Pajeú. Com pouco mais de 12.000 habitantes, está famoso no Brasil inteiro, graças ao seu filho mais ilustre o boi Salgadinho. Pertencente ao Sr. José Carlos dos Correios, Salgadinho foi criado só nas grotas da caatinga da fazenda de José Carlos e hoje é considerado o novo herói do Nordeste. Já está na sua 41 carreira na pega-de-boi-no-mato ou vaquejada autêntica, desafiando vaqueiros e seus cavalos bom de gado. Mais de três mil pessoas se aglomeram na fazenda do seu dono para assistir a corrida do boi Salgadinho com os vaqueiros mais famigerados de todos os estados nordestinos. Vaqueiros do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e do próprio Pernambuco, são enganados pelo boi Salgadinho.

As apostas vão aumentando e o novo desafio está na casa dos 50.000 para a próxima corrida com vaqueiros sergipanos mais uma vez. Milhares de pessoas se concentram em torno do curral de onde parte o boi para o mato e os vaqueiros aguardam a distância correta para a perseguição ao animal. Gritos, assovios e xingamentos tomam conta da multidão quando o boi dispara do curral e ganha o mato. Os vaqueiros embalam atrás do boi, pega aqui, pega acolá, mas Salgadinho, o Pelé das vaquejadas, dribla formidavelmente os homens encourados até que chegam as notícias: “o boi foi embora!”. Metade dos presentes torce pelo boi, metade pelos vaqueiros. Afora a aposta principal, muitas outras populares são realizadas entre os torcedores, antes de iniciar a corrida. Todos os vaqueiros mais afamados do Nordeste, estado por estado, vão sendo conhecidos e identificados pela multidão. O YouTube não fala sobre outra coisa, estamos aguardando a 42 carreira do boi Salgadinho contra os sergipanos.

Projeto de um vereador da cidade, pretende erguer uma estátua ao boi mais famoso do Brasil, em praça pública na cidade de Iguaracy. Foi ele, o Salgadinho que mostrou até para o estrangeiro que Iguaracy existe no mapa do País. Ao lado desses cenários de corridas, os vaqueiros de maior destaque em seus respectivos estados, tornam-se ainda mais conhecidos e as lendas correm mundo: Gil e Pedro Cachimbeiro, Zé Fernando, Jório de Ioyô, Pavão, Cueca, Buji, Adjaelson e outros mais. Por enquanto estamos aguardando a 42 corrida, a dos 50.000 reais e a merecida estátua ao ruminante Salgadinho.

Façam suas apostas que eu mesmo aposto no boi que deveria estar aposentado por merecimento e bravura.  

(FOTO DIVULGAÇÃO/YOU TUBE).



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A PERVERSIDADE DO CANGACEIRO GATO E A CABEÇA DO DOIDINHO DECEPADA NO BATENTE.

Por Rangel Alves da Costa

O batente era outro, pois de madeira, mas o local continua com a mesma feição daqueles terríveis idos de 1932. Ao passar dos anos, aquela terrível marca logo à entrada da casa principal da Fazenda São Clemente (então propriedade do afamado João Maria de Carvalho da Serra Negra, e hoje reconhecida como terra quilombola e parte do Quilombo Serra da Guia, em Poço Redondo, sertão sergipano), continua dolorosa demais na memória sertaneja, pois ali o testemunho sangrento de um dos episódios mais covardes e cruéis da história do cangaceiro, e tendo como vil e principal protagonista o cangaceiro Gato. 

Cangaceiro Gato

O batente de madeira foi trocado por um mais baixo de cimento, de cimento, mas a barbaridade cangaceira não pôde ser removida. Assim aconteceu. Depois de se afastar das terras baianas e adentrar em Sergipe, Lampião e seu bando desmontam dos animais e o chefe manda que as selas e os arreios sejam escondidos para despistar de possível incursão de volantes na região. Enterrados debaixo de folhagens tais apetrechos sertanejos, eis que um rapazinho chamado Temístocles, morador das redondezas (na Fazenda Couro, do outro lado do riacho que divide Sergipe e Bahia), conhecedor de cada passo e de cada segredo daquela mataria, estranhou quando avistou aquela suspeita arrumação de folhagens entremeadas de terra. O passo seguinte foi querer saber o que ali estava enterrado, e então encontrou os pertences cangaceiros. Não só encontrou como foi logo dar conhecimento a seu genitor do ocorrido. Seu pai, sem saber o que fazer, procurou ajuda perante a vizinhança, até que um último aconselhamento prevaleceu: o rapaz deveria desenterrar os objetos e imediatamente levá-los até a presença do delegado de Serra Negra, na Bahia. Entretanto, Totonho, um daqueles que haviam dito que o melhor a ser feito seria levar os objetos até a delegacia, depois acabou contanto tudo a Lampião. Quando o Capitão, já furioso, campeia a região em busca de informações sobre o paradeiro dos apetrechos, então fica sabendo que Temístocles e outro amigo os desenterraram e foram entregar ao delegado João Batista de Carvalho, que, aliás, era irmão do Coronel João Maria de Carvalho e do Comandante de Volante Liberato de Carvalho. Foi quando Lampião virou na gota serena, no raio da silibrina. Enfurecido, soltando fogo pelas ventas, no instante seguinte já estava ordenando o início de uma das maiores chacinas de inocentes da história sertaneja. O cangaceiro Gato foi o escolhido para comandar a sangria. Seus companheiros de atrocidades foram Azulão, Medalha, Cajueiro e Suspeita. Com as ordens recebidas, foram cortando vereda e dizimando vidas. Passam na Fazenda Monte Azul e torturam uma família inteira, levando seu proprietário como prisioneiro amarrado a um animal. Chegam à Fazenda Santo Antônio e, como não encontram moradores, então matam animais e destroem o que podem. Despontam na Fazenda Lagoa do Capim, recolhem dinheiro e levam também prisioneiros o dono da propriedade e seu filho. Adiante, decidem matar o primeiro prisioneiro que, exaurido pelo sofrimento, já implorava para ser logo morto. No mesmo instante matam também o menino a tiro. Os algozes seguem caminho levando prisioneiro o pai do garoto assassinado e chegam na Fazenda Pelada, já levando mais um prisioneiro: Zé Bonitinho, um demente encontrado na estrada. Na Pelada, todos da família são logo feitos prisioneiros. Clemente, o patriarca, foi o primeiro a ser morto. Em seguida, seu filho Doroteu é varado de balas. Aos dois mortos, juntou-se também Alfredo, o pai do garoto assasinado. Mas a sede de sangue de Gato e seus bestiais companheiros continua. Saem da Pelada em direção à Fazenda São Clemente. Com eles levam Zé Bonitinho e um filho do assassinado Clemente. Não encontram ninguém na sede da fazenda, pois todos haviam fugido. Desapontado e querendo mais sangue, então Gato decide que a hora do doidinho Zé Bonitinho havia chegado. Manda o demente deitar e colocar a cabeça no batente na porta e avança com o facão. Golpe certeiro, sangue espargindo por todo lugar. E, por último, o filho de Clemente recebeu sua sentença de morte. João de Clemente foi a sétima vítima daquele percurso onde a sanha cangaceiro mostrou o seu lado mais perverso e cruel. Nas foto abaixo, o local onde havia o batente de morte de Zé Bonitinho.

Obs:

- Foto de Rangel ( o próprio autor )

- Foto do cangaceiro Gato ( Abafilm/Família Ferreira)

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MEMÓRIA DE UM SONHO DE DELICADEZA. CENA DE "LUZES DA CIDADE" COLORIZADA POR MIM.

 Por Rubens Antonio


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