Por Alex Gomes Campus Currais Novos
Há vários
meses, os professores da UERN estão recebendo seus salários atrasados...
Tentaram ser ouvidos, tentaram fazer greve de fome e tentaram acampar na
governadoria e foram postos de lá para fora pelos policiais a mando do
(des)governador do estado. Força bruta, spray de pimenta, ultrajes diversos (o
menor era vagabundo). Professores sem poder pagar suas contas, professores
adoecendo, professores sem condições dignas de sobrevivência. A sociedade
calada. Ninguém se indignou. Ninguém achou um absurdo. Ninguém fez
"vaquinha", nem campanha por cestas básicas para esses profissionais
que dão suas vidas fazendo ensino, pesquisa e extensão na Universidade.
Profissionais de diversas áreas que fazem os diversos setores da sociedade
andar através de suas pesquisas. Pesquisas que mostram resultados na cura de
doenças diversas, na solução de problemas sociais, nos avanços da tecnologia,
entre outras tantos setores que esse post não teria condições de apontar.
Profissionais que dedicam suas vidas à formação de médicos, professores,
advogados, engenheiros, arquitetos, enfermeiros, etc, etc, etc... Nos últimos
dias, temos visto uma comoção nacional com os policiais que agora estão na
mesma situação: sem receber salários. Os mesmos policiais que jogaram spray de
pimenta nos professores da UERN, que bateram nos professores da UERN, que
chamaram os professores da UERN de vagabundos porque estavam pedindo o que lhes
é de fato e de direito: seus salários. Vi colegas das redes sociais que outrora
postaram "tem que descer o cassete nesses vagabundos mesmo", ao
referir-se aos professores da UERN, agora extremamente comovidos com a situação
dos policiais. Não estou aqui colocando uma categoria mais importante que a
outra. Pelo contrário, entendo as duas categorias como de igual e extrema
importância para o desenvolvimento da sociedade potiguar, no entanto, gostaria
apenas que tanto essa sociedade como os próprios policiais entendessem que os
professores da UERN também merecem nossa comoção com a situação deles. Ou será
que a gente só vai se comover com os professores da UERN quando um deles se
suicidar a exemplo do que ocorreu com os policiais? É apenas uma reflexão!!!
Texto do prof. Alex Gomes/UFRN, Campus Currais Novos.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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