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Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.469
Durante e após vários dias seguidos de altíssima temperatura nesse verão de janeiro e fevereiro, o nosso Sertão alagoano aguardava até com ansiedade, uma trovoada daquelas que arrancam braúnas pela cepa. Mas nem tudo é como se quer que seja e a Natureza, tão agredida pelo homem, vez em quando surpreende os terráqueos nas diversas regiões do Planeta. Ontem mesmo, dia 11 de fevereiro, o clima do Sertão desconcertou seus habitantes. O amanhecer trouxe um céu completamente cor de marfim, frieza mansa e uma garoa a que chamamos aqui de sereninho. Pois foi esse sereninho e essa inexplicável mudança de tempo que deixaram nosso “verãozão” com cara de inverno normal do mês de junho. Pense o amigo na alegria do nosso habitat.
O pouco d’água, pelo menos ajudou em alguma coisa. Diz o ditado da nossa região: “O pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada. Se o sereninho não deu para encher barreiros e açudes, melhorou significativamente a temperatura, o ânimo sertanejo, temperou a pastagem seca umedecendo o pasto para o criatório, o boi, o cavalo, o bode... O carneiro, com suas respectivas namoradas: vaca, égua, cabra e ovelha que espanaram água do capim nos seus dedicados vaqueiros. Alegria nos campos, júbilo nas cidades, “coceiras” nos bolsos. Será que teremos um inverno precoce? Não será o fenômeno do dia 11 apenas um capricho da Natura? Os idiotas do mundo mexeram tanto negativamente no meio ambiente que as surpresas do Alto ganham filas em todos os recantos do mundo.
A moça do tempo anunciou na TV chuvas em todas as regiões do País. Seria a continuação da prévia do nosso sereninho?! Vamos tocar a realidade e comparecer à Feirinha da Agricultura Familiar no Bairro Monumento onde estarão se apresentando os Profetas das Chuvas.
Quem mora no Sertão, não é agricultor e nem pecuarista, não deixa, entretanto, de namorar constantemente o tempo. Procura dinheiro nos raios do Sol, na face da Lua, procurando a negação do repentista:
“Cala-te com teu Sertão
Sertão é monturo
A água do teu Sertão
É mijo de bode, puro”.
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Por José Mendes Pereira
Algumas pessoas têm esta foto como sendo o capitão Lampião, mas não é. Deve ser algum estudioso assim como eu ou você, que tirou foto como se fosse o rei Lampião.
Mas isso não quer dizer que seja um erro grave. De forma alguma, porque quem tem memorizado as fotos do capitão, ver logo que este não se refere ao bandoleiro das caatingas, e sim, apenas alguém que quis aparecer como um cangaceiro, e o mais interessante, seria com as vestes do capitão Lampião.
Observe que o homem vestido como se fosse Lampião não tem o olho cego.
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Por José Mendes Pereira
O único irmão do velho guerreiro e sanguinário capitão Lampião que não entrou para o cangaço, mas por duas ou mais vezes ele tentou para que Lampião o admitisse na sua “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia!
Lampião disse-lhe que não e fosse cuidar das suas irmãs. Deixou para ele a tarefa de cuidar da família, e por fim, cuidou também da filha de Lampião e Maria Bonita que é Expedita Ferreira Nunes.
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Por Júnior Maia
O escritor e pesquisador do cangaço Honorio de Medeiros disse:
- Parecia com a condessa Lali Carneiro.
- Certeza, Honório de Medeiros! - Respondeu Junior Maia. Existe alguma rua aqui em Mossoró com o nome dela? Nasceu nos paredões. Foi presa no 16 RI na Hermes. Fugiu, escondendo-se dentro de um cargueiro da FAB. Conseguiu chegar à Paris. Perambulou entre ruas. Caiu nas graças do conde (não sei como), aí teve a vida mudada, e mudou a vida de muita gente. Reconhecida mundialmente como grande expressão da pesquisa cientifica Médica.
É completamente desconhecida na cidade onde nasceu.
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Por Geraldo Júnior
... escrita pelo nosso amigo Poeta Guilherme Machado pesquisador/Historiador e que tem como assunto principal as biografias de alguns dos homens de confiança do rei dos cangaceiros, além de outros assuntos.
Um livro que deve estar presente no acervo de quem estuda e se interessa pelo estudo do fenômeno cangaço.
Para adquirir basta entrar em contato com o Poeta Guilherme Machado através do WhatsApp ( 71) 9 9248 - 4502.
Custa apenas R$ 50,00 com frete já incluído.
Adquira o seu antes que acabe.
Recomendo.
Geraldo Antônio de Souza Júnior.
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Por Roberto Júnior
Padre Cícero e mestre Pelúsio
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Por Antônio Corrêa Sobrinho
EM julho de 2014, publiquei no hoje extinto O CANGAÇO, do meu amigo Geraldo Junior, grupo bem sucedido pelo CANGAÇOLOGIA, o seguinte comentário sobre o livro então recém-lançado, de José Bezerra Irmão Lima: LAMPIÃO - A RAPOSA DAS CAATINGAS, opinião que aqui renovo, com algumas alterações no modo de expressar-me, como forma de, novamente, cumprimentar o autor, pelo sucesso do livro e por ter sido, na minha opinião, o trabalho que mais notável, sobre cangaço, dos publicados nos últimos seis anos.
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LAMPIÃO - A RAPOSA DAS CAATINGAS
Confesso que ao me deparar, nesta manhã de julho, na sala de leitura da Livraria Scariz, em Aracaju, com o livro LAMPIÃO – A RAPOSA DAS CAATINGAS, do sergipano-baiano José Bezerra Lima Irmão, das terras agrestes de Frei Paulo, do meu amado Sergipe, esperei defrontar-me com mais um livro sobre Lampião. Confesso, até pelo tamanho do livro, porque já saturado de tanta coisa vã em invólucros grandes e atraentes que a atualidade tem produzido, que, ao abrir suas páginas, veria um amontoado de informações por demais ditas sobre o Cangaço; pior, imaginei um replicar tipo Ctrl C + Ctrl V, encharcado de imagens de personagens e lugares, também já amplamente divulgados. Realmente, desconfiei tratar-se de mais um desses trabalhos produzidos para os mais variados fins, menos o de traduzir o passado de forma honesta e científica.
Para minha surpresa, e contentamento, depois de umas duas horas de leitura e ter folheado inúmeras de suas páginas, constatei tratar-se de uma obra séria, LAMPIÃO – A RAPOSA DAS CAATINGAS, e não um mero apanhado de ditos e opiniões sobre Lampião, mas um verdadeiro compêndio sobre o cangaço lampiônico. Uma obra bem organizada, fundamentada nos principais autores e que se apresenta rica em diversas de suas partes, e inédita noutras, tudo transmitido de forma didática, escorreita, sem preciosismos, de forma clara e objetiva; ilustrado sob medida, com croquis, visando melhor situar o leitor, além de, na parte final, nos ofertar com um presente: genealogias de personagens do Cangaço.
É um "Lampião", este o de José Bezerra Lima, contextualizado e circunstanciado, portanto, menos extremo, menos imaginário, humano, o que nos coloca mais próximo dele.
Vi, por fim, em Bezerra Lima, seriedade, humildade e respeito aos que protagonizaram o Cangaço, consideração que estende aos que de alguma forma fazem parte integrante ou se sentem inseridos na história do Cangaço, cuja maior expressão encontra-se na indelével figura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Cumpre-me recomendar a sua leitura e, de novo, parabenizar o seu autor.
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Zabelê disse certa vez:
– A coisa mais engraçada que eu tive de assistir passou-se numa fazenda do município de Princesa, na Paraíba. O velho dono da casa tremia que era ver vara verde. Lampião o botou debaixo de confissão, riscando-lhe o punhal nas costelas e ele acabou descobrindo o rumo da volante do Tenente Mané Binisso. Virgolino queria dar no velho uma surra de relho, mas, era tanto choro de muié e menino, que o jeito foi se perdoar. Mais com pouca, Lampião tirou do bolso um maço de cigarros e ofereceu:
– Pita?
O velho ficou calado, fez que não tivesse ouvido. Lampião tornou a perguntar, desta vez gritando no pé do ouvido dele:
– Pita?
Aí, todo tremendo, o velho disse:
– Pito. Mas, Vamincê querendo, eu largo o viço…
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“Passado mais de um século e meio da execução desse salteador baiano, resta dela os 104 versos das 26 estrofes com o título de “ABC de Lucas da Feira”, composição atribuída ao oficial de justiça da mesma Feira de Santana, Souza Velho, que escreveu este trabalho, em 1849, por ocasião do enforcamento do dito celerado:
Adeus, Saco do Limão,
Lugar aonde eu nasci,
Eu vou preso para baixo,
Levo saudades de ti.
Bem me diziam meus sócios
Que eu mudasse de condição,
Que Cazumbá por dinheiro,
Fazia a pintura do cão.
Cuidava que esta vida
Nunca havia de ter fim;
Porque contava na Feira
Muitos amigos por mim.
Desenganado fiquei
Quando me vi prisioneiro,
Só com a minha prisão
Ganharam tanto dinheiro.
Entusiasmado carreguei,
Muitas pompas e grandeza,
Pois em meu rancho eu tinha
Botes de rapé Princesa.
Fui preso para a Bahia,
Fizeram grande função,
Mas eu desci a cavalo
E os guardas de pés no chão.
Gostaram de eu estar preso
Com tanta rigorosidade,
Eu vou para a Bahia
Dos sócios levo saudade.
Homens pobres não roubei,
Que não tinham o que roubar,
Mas os ricos de carteiras
Nenhum deixei escapar.
Integra-te, negro Lucas,
Que hoje chegou teu dia,
Assegura tuas armas,
Que [que é] de tua valentia?
Já estou entregue, gente,
Me mostrem o delegado,
Na mão direita a cravina,
Na esquerda o meu terçado.
Kalumbi e Sobradinho,
Tapera e São João
Aonde eu tinha meu rancho
Lá me fizeram a traição.
Lá na Oliveira tinha
Manoel Nunes confiado [atrevido],
Um dia preguei-lhe o berço
Em um pau bem apregado.
Mulata de bom cabelo,
Cabrinhas de boa cor,
Crioulinhas por debique,
Brancas não me escapou.
Não digo quem são meus sócios,
Não me convém dizer,
Que eu por me ver perdido
Não deito os mais a perder.
“O” é letra redonda
Toda aquela redondeza
Me chamava capitão,
Sou capitão com grandeza.
Perdão, perdão, minha gente,
A todos por caridade,
A injustiça que fiz
Nesta pequena cidade.
Queriam saber com certeza
Quem era meu grande amigo;
Se almoçava, jantava e ceava
Era somente comigo.
Roubava também muita gente,
À fiúza do Luquinha,
Quem não rouba dinheiro,
Rouba carne e farinha.
Saltando eu, na Bahia
Vi muita gente faceira,
Brancos e pretos chamavam:
Venham ver Lucas da Feira.
Tapera e Santo Amaro,
Muritiba e Cachoeira,
Corriam todos pra ver
O grande Lucas da Feira.
Unicamente o presidente e chefe
Vieram com muita alegria;
Vieram me apertar a mão,
Quando cheguei na Bahia.
Vigário José Tavares,
Com o qual me confessei,
Só o pecado que eu disse
Foi o da moça que eu matei.
Choro hoje arrependido
Por conselho não tomar,
Já me cortaram o braço
Inda querem me enforcar.
Pisilon é letra do fim,
Comecei e vou findar,
A forca é pena última
Queiram, gente, perdoar.
Zombem velhos, zombem moços
Zombem também os meninos
Que hoje chegou o meu dia
Vou cumprir meu destino.
Letras vogais são cinco,
Que são a, e, i, o, u,
Adeus, Caldeirão de Lucas,
Adeus, Tanque do Urubu.”
Fonte: “A Pena de Morte em Sergipe”, de Pedrinho dos Santos, historiador.
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