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terça-feira, 27 de novembro de 2012

RAIBRITO - Cai mais um baluarte da Cultura Potiguar

Por: Kydelmir Dantas

Faleceu em Natal – RN, neste dia 27 de Novembro de 2012, aos 92 anos de idade, o nosso historiador - mor RAIMUNDO SOARES DE BRITO.

Raibrito ainda jovem

O velório será na Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, no Salão 

Marieta Lima

Marieta Lima, Praça da Liberdade 

Jornalista Dorian Jorge Freire

(Dorian Jorge Freire) - Centro - Mossoró - RN., a partir das 08:30 h do dia 28/11/2012.

Kydelmir Dantas - poeta, escritor e sócio da 
SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

MOSSORÓ - RN
Fone: (0xx - 84) - 3323 2307

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O ADEUS A RAIBRITO!

Por: Lúcia Costa
Raibrito no lançamento da sua biblioteca virtual, projeto da Petrobrás. 
Foto: Ricardo Lopes

Faleceu na terça, dia 27 de novembro de 2012, o historiador e escritor Raimundo Soares de Brito. Raibrito, como está registrado em suas obras, nasceu no dia 23 de abril de 1920, em Caraúbas. Filho de José Soares de Brito e de Raimunda Saul da Costa.

Em Caraúbas, Raibrito exerceu diversas atividades como jogador de futebol, fotógrafo, desenhista, comerciário e comerciante.
          
Com passagens por Natal, Fortaleza, Assu e Mossoró, cidade que o acolheu e tornou-se uma paixão, pela sua história, sua gente.
          
Ao longo da vida, Raibrito ocupou diversos cargos públicos. Ainda em Caraúbas foi juiz distrital e exerceu três mandatos como vereador.
          
Raibrito foi gerente postal dos Correios de Caraúbas, Assu e Mossoró, onde se aposentou. Também foi diretor do Museu Municipal Lauro da Escóssia.
          
Desde menino gostava de ler até tarde, sob a luz de lampião, mesmo sofrendo reprimenda do pai. Adolescente, passou a escrever, especialmente sobre a seca e, adulto, teve a ousadia de enviar um de seus textos acompanhado de fotos de dois jumentos mortos de fome, tiradas por ele, para o jornalista já falecido, David Nasser, da revista Cruzeiro, publicação nacional que fazia o maior sucesso na época. 
          
Para surpresa de Raibrito, o renomado jornalista publicou o material com destaque, em página dupla, como se fosse dele, David Nasser. Não deu crédito nem mesmo para as fotos, que Raibrito guardava os originais, bem como cópia em carbono do texto datilografado.
          
A falta de ética do renomado jornalista serviu de estímulo, pois Raibrito não desistiu de sua intuição para a escrita e, de lá para cá, publicou mais de cinquenta obras, sendo as duas últimas EU, EGO E OS OUTROS e o DICIONÁRIO DE RUAS E PATRONOS DE MOSSORÓ, esse último em dois volumes, ambos frutos de quarenta anos de pesquisas.
        
Raibrito dedicava sua vida ao ofício de pesquisar a história e biografia de norterriograndenses, num esforço e abnegação fora do comum. Por isso, recebeu ao longo da vida, muitas homenagens, pois seus arquivos eram disponibilizados sem nenhum custo para estudantes, universitários e profissionais mais diversos.
           
Da comunidade acadêmica, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, pela UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

  
Raimundo em sua hemeroteca, num dos cômodos da casa

Raibrito era sócio de diversas casas de cultura, como Academia Norte rio grandense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Academia Mossoroense de Letras, Instituto Cultural do Oeste Potiguar, Fundação Vingt-un Rosado e Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Em agosto de 2005, a Petrobras patrocinou a criação da Biblioteca Virtual Raimundo Soares de Brito, que surgiu da necessidade de se preservar o grandioso acervo da hemeroteca de Raibrito, composta de mais de duzentos mil documentos, entre recortes de jornais, revistas, publicações e pesquisas próprias, que testemunham a história do Rio Grande do Norte.

Raibrito era considerado o guardião da cultura potiguar porque durante mais de cinquenta anos sua residência foi visitada  por jornalistas, intelectuais, escritores, professores, estudantes e curiosos que faziam do acervo de Raibrito a fonte de suas pesquisas.
         
Homem simples, desprovido de qualquer vaidade, Raibrito adquiria diariamente todos os jornais do estado, pagando com sua modesta aposentadoria, para alimentar sua hemeroteca, que ocupava todas as dependências da casa, no Conjunto Walfredo Gurgel. Há cerca de dez anos ele adquiriu a casa da frente, para onde foi transferido parte do seu acervo e onde a Petrobras montou uma estrutura para digitalizar o acervo que durante um tempo ficou disponível no site www.raibrito.com.br. Não se sabe o motivo por que saiu da net.
         
Em novembro de 2003, a TCM - TV Cabo Mossoró – gravou o primeiro programa Mossoró de Todos os Tempos, apresentado pelo hoje reitor Milton Marques, na residência de Raibrito, momento em que Raibrito contou sua trajetória, falou de suas obras, paixão pelas letras e, especialmente, pela pesquisa.  
        
Há alguns anos Raibrito havia fixado residência no bairro de Capim Macio, em Natal, com seu sobrinho e secretário, professor Marcos Antonio – Marquinhos - por ele adotado desde criança e a quem transferiu o gosto pela leitura, pesquisa e livros.   
        
Era sonho de Raibrito lançar uma obra com potiguares ilustres, aqueles que fizeram a diferença e conquistaram destaque em nível nacional ou internacional. Para isso, mantinha um excelente material, que vinha pesquisando há um tempão.  

Raibrito foi casado com Dinorá de Brito, falecida em 2004, e pai de Socorro Figueiredo, residente em Brasília. Deixa netos  bisnetos.   

Nas redes sociais Raibrito foi lembrado com carinho, tão logo foi anunciada sua passagem para a casa do Pai. Como ele tinha mania de separar em pastas, tudo o que lia sobre personagens de todos os segmentos da cidade e do estado, o escritor Caio Cesar Muniz postou algo no Facebook, que bem ilustra como funcionava a hemeroteca de Raibrito:  “Qualquer pessoa que figurasse no noticiário do RN ‘ganhava’  uma pasta com seu nome e, a partir dali, sempre que surgia uma nova notícia, Raibrito a recordava e ia montando a história desta personagem. Que alegria e que surpresa não senti ao ser apresentado à ‘minha pasta’! Vá em paz, grande mestre!!!”

Em noite de cultura no Teatro Municipal, Raibrito, Vingt-un Rosado, 
Aline Linhares e Dorian Jorge Freire

É o que todos desejam carinhosamente. Missão cumprida e vida que segue.

http://www.luciarocha.com.br/

A vida após o cangaço. 1


"Lampião tornou-se um herói aos olhos dos pobres e miseráveis" 
Ex Soldado de Volante "Marancó"

Oresto integrou uma das volantes (unidades que caçavam cangaceiros) de José Osório de Farias, conhecido como Zé Rufino,o homem que mais matou cangaceiros no Nordeste e também o mais respeitado por Lampião.

Além da guerra na caatinga, comendo apenas raízes, ele afirma que a sua maior batalha não foi o cangaço, mas sim em São Paulo, em 1944, quando trabalhou na construção da Via Anchieta. Também acompanhou o desenvolvimento político de Cubatão. Viúvo, atualmente mora na Cota 400.

Como foi que o senhor conheceu o rei do sertão?

Eu conheci Lampião com 12 anos. Ele era de estatura média, moreno, cabelos negros e lisos, muito franzino e de pouca conversa. Começou a lutar para vingar a morte do pai, assassinado pelo fazendeiro Zé Saturnino, por questões de brigas por terras. Era tropeiro e o mais velho de seis irmãos. Deixou José Ferreira para tomar conta de duas irmãs e levou os outros para vingar a morte do pai. Luís Pedro, primo de Lampião também se integrou ao grupo para matar os macacos (como eram chamados os soldados). Ele aderiu ao bando de Sinhô Pereira, em 1920, aos 22 anos. Já Maria Bonita morava na fazenda Santa Brigida, povoado pertinho da onde eu morava, em Marancó. Ela tinha 17 anos quando


Lampião passou pelo povoado e foi embora com ele. Ao contrário de Lampião, era muito bonita, simpática e falante. Com 15 anos se casou com o sapateiro Zé de Neném. O rei do sertão, cabra macho, escreveu explicando que Maria Bonita estava abandonando o marido para acompanhá-lo.

Apesar de ter aderido ao cangaço por uma motivação pessoal, Lampião acabou sendo reverenciado como salvador da pátria pelos nordestinos. Como isso ocorreu?

Lampião era o defensor do povo. Tornou-se um herói aos olhos dos pobres e miseráveis porque viam nele um sonho de liberdade e justiça. Nas execuções de espiões e mortes de inimigos, ele nunca matou uma pessoa indefesa, não cometia ato de covardia e de maldade. Lampião defendia o povo dos coronéis. Revoltado com os volantes (caçadores de cangaceiros) que entravam na caatinga e metiam o cacete no povo para descobrir os cangaceiros, matava muitos policiais. Além disso, os policiais também entravam nas fazendas e saíam matando os bois para alimentação e pagavam apenas 70 mi réis, que não valia nem a cabeça do boi. Lampião era contra todo o tipo de repressão.

Como Lampião foi morto?

Ele morreu aos 41 anos, em 1938, encurralado por uma volante, comandada pelo tenente João Bezerra, no interior de Sergipe, depois de ser traído por Joca Bernardes, um coiteiro (protetor) que denunciou o seu esconderijo. Ele morreu com Maria Bonita e mais nove cangaceiros, sem cumprir o seu objetivo que era matar os assassinos de seu pai, a quem perseguiu por mais de 20 anos.

Na força policial baiana, o senhor cumpriu oito anos e três meses sob o comando de Zé Rufino, onde participou de diversas batalhas. A principal delas foi a captura e morte de Corisco (o último dos cangaceiros e mão direita de Lampião), em 1940. Como foi?

Corisco cortou o cabelo e trocou de roupa para não ser reconhecido, fugindo com Dadá e outro casal de cangaceiros. Foram perseguidos e, quando Corisco foi pular uma cerca, levou uma rajada na barriga. Ele morreu quando era transportado no caminhão. Não deu um único grito. Nunca vi um homem como aquele. Zé Rufino ainda disse a Corisco que ele deveria ter se entregado e a resposta veio rápida: estou muito satisfeito desse jeito.

Apesar de ter participado da repressão dos bandoleiros, dá a entender que é admirador de Lampião. Reconhece que seus colegas de farda batiam muito na população civil que, freqüentemente, ficava no meio do fogo cruzado entre cangaceiros e policiais? Qual a sua análise sobre o assunto?
Fui militar, era pago para executar, mas nunca bati nem torturei ninguém. Sou admirador de Lampião, um homem de coragem que saiu guerreando por todo o Nordeste. Seus feitos acabaram se transformando em lendas. Suas vitórias eram contadas e comemoradas com rezas por ele e por seus companheiros de cangaço.

Como o senhor chegou a Cubatão?

Eu tinha 26 anos, foi em janeiro de 1944, praticamente 'desviado' da guerra da Alemanha. A mulher do coronel, que gostava muito de mim e não queria que eu morresse na guerra, me mandou para cá. Demorei 42 dias para chegar aqui. Fiquei oito dias em Juazeiro, fui até Aracaju de jardineira (barcos de madeira com motor na frente), depois peguei o vapor (navio), depois fui para Pirapora (Minas Gerais) e peguei o trem direto para cá. Vim trabalhar na construção da Via Anchieta, pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER).

Como foi construir a Via Anchieta?

Essa serra era tão fria que a gente secava roupa na lenha. Só Deus sabe o que sofremos para construir a rodovia, que foi inaugurada em 1947. Eu morava em uma casa da DER e tinha uma pedreira na Cota 500. Eu fazia ferragens, meio fio, cortava pedras na pedreira. Depois fui trabalhar na Refinaria, como vigia. Aí, o Jânio Quadros me mandou novamente para trabalhar no DER, onde me aposentei em 1980. Lembro com carinho do seu Sebastião Ribeiro, que trabalhava comigo, um grande homem e amigo que ajudou muito.

O senhor acompanhou o desenvolvimento de Cubatão? Quais os pontos positivos e negativos?

Antigamente não tinha nada aqui. Só a Light e o DER, depois vieram a Santista de Papel e o Curtume (fábrica de couro). O melhor prefeito que Cubatão já teve foi o Armando Cunha, que trouxe a Petrobras ao município. Ele ajudou no desenvolvimento da cidade com os impostos das empresas e também construiu o 1º Ginásio (escola). Além disso, a sua esposa, dona Helena, era uma mulher maravilhosa. Ajudava muito o povo. Ela nunca me negou nada. Já Abel Tenório derrubou todas as casas do Centro para a construção das ruas e dos lotes. O 2º melhor prefeito foi Frederico Campos. Depois, todo mundo quis ser prefeito de Cubatão, por ser uma cidade de grande arrecadação.

Como está Cubatão hoje?

Em vista de antigamente, está muito boa, mas poderia estar muito melhor com tanto dinheiro que tem.

Como o senhor vive atualmente?

Hoje, sou funcionário aposentado do DER e recebo R$ 563,85 mensais. O meu tempo de militar não foi contado na aposentadoria. Tenho quatro filhos, mas só duas vivem comigo aqui, nesta casa, aqui na Cota 400, o que me restou do DER. Vou fazer 89 anos e vivo muito feliz com as minhas lembranças. 

Entrevista Publicada em: 10/02/2006 na edição 96 do Jornal Metrópole

Créditos para Ronnyeri, pesquisador e membro das comunidades.

http://lampiaoaceso.blogspot.com


A cantata Gonzaguiana no Congresso nacional


Assunto: A cantata Gonzaguiana no Congresso nacional
 
Estreamos em março de 2012.
O Maestro trabalhou um ano nos arranjos.
Fizemos uma semana de ensaio.
Rodamos muitas cidades em vários estados.
Fizemos mais de 20 apresentações.
Estimamos um público de mais de 200 mil pessoas no total.
As várias, centenas de fotografias do espetáculo por vários fotógrafos , entre os quais, Luciano Klaus que não perdeu nenhuma apresentação, vão compor um Libreto programa com um manifesto político cultural.
Teremos três apresentações culminantes nas vésperas do aniversário de Gonzaga : Iguatu, Crato e Exu. ( a apresentação de Exu será dia 12 de Dezembro na véspera dos cem anos do Rei dentro do Parque Asa Branca)
Estaremos dia  03 de dezembro nos apresentando no Congresso nacional numa sessão solene  conjunta da  Câmara e Senado  em homenagem ao centenário do Rei.
Desde a  primeira apresentação até agora, o espetáculo  cresceu muito.
Prorrogamos as apresentações para o além do ano do Centenário e já temos agenda   em várias datas no mês de Fevereiro do próximo ano.
Um dos links que mandei abaixo é uma matéria circunstanciada de um portal do Piaui.
se for possível e de seu agrado dê algum eco à nossa maratona.
O outro link é um vídeo produzido pela Globo que teve exibição nacional na grade oficial da emissora e também foi veiculado pela INFRAERO em alguns aeroportos do país naqueles monitores espalhados nos salões de embarque



http://www.youtube.com/watch?v=a4c-DlcJZX8&feature=related


Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador do cangaço e Luiz Gonzaga: 
Antonio Kydelmir Dantas de Oliveira

"Arvoredo", o cangaceiro. Alguns subsídios para sua história.

Por: Rubens Antonio
Rubens Antonio

Cangaceiro Arvoredo... cujo nome real era Hortêncio Gomes da Costa. Também ficou conhecido, por assim se identificar, como Hortêncio Gomes da Silva, Hortêncio Gomes de Lima, José Lima e José Lima de Sá.
Depoimento de "Arvoredo", quando preso. 1927, copiado em extrato em inquérito policial de 1929:
José Lima, (que é o mesmo Hortencio Gomes de Lima ou José Lima de Sá, vulgo “Arvoredo”) estava;em Juazeiro, onde foi preso a pedido da autoridade policial de Jaguarary, alli;chegou a 5 sendo ouvido em auto de perguntas. Declarou “ser filho de Faustino Gomes, vulgo “Banzé” e Maria de Jesus, natural de “Salgado do Melão”; que dalli partiu;com destino a São Paulo, encontrando–se em Varzea da Ema com João de Souza,;(Cicero Vieira Noia) seu conhecido e João Baptista (que é o mesmo Christino ou “Curisco”); que em caminho se encontraram com Manuel Francellino, vindo em sua;companhia para Jaguarary, pernoitado em casa delle os tres; que moraram cerca de oito dias em casa de Antonio Piahy, até que alugaram uma casa a Demosthenes Barboza, por intermedio de João Baptista, seguindo na terça feira, 30 de Agosto para Juazeiro, a negocios, sendo alli preso na sexta feira ultima, dois do corrente; que antes de chegar á “Santa Rosa” com seus companheiros de viagem, o de nome João Baptista propoz para todos mudar de nome, ficando o depoente com o de Jose Lima, lembrando–se tambem que depois de se acharem nesta Villa, com João Baptista e João de Souza ou Cicero, foram á cidade de Bomfim, alli se hospedando na pensão de Piroca, por indicação do cel. Alfredo Barboza; que pretende não se juntar mais com João Baptista e João de Souza, caso se encontre ainda com os mesmos, pretende se retirar desta Villa depois de pagar o que deve ao senhor coronel Alfredo Barbosa”. (fls.208–210).

De depoimento da mãe de "Arvoredo", colhido em inquérito policial, em 1929:

"Maria de Jesus e tambem da Conceição, mulher de Faustino Gomes da Costa (“Banzé”) ou “Pae Velho”, do grupo de “Lampeão)) foi ouvida nesta mesma data e affirmou que ha tres mezes reside em “Olhos d’Agua”; que o apellido de “Arvoredo” foi posto em Hortencio por seus irmãos, quando era pequeno; que tem cinco filhos – Hortencio, Ambrosio, Raphael, Sylvestre e Manoel, vulgo “pé de meia”, os quais têm sobrenome de Gomes da Costa que Hortencio tem, alem deste nome, o de José Lima; que seu filho “Arvoredo” acompanha “Lampeão”, por ser amigo de infancia de Christino, conhecido por João Baptista da Silva, vulgo “Corisco”; que João Baptista é filho de Firmina, empregada na fabrica de linhas da Pedra, Estado de Alagoas e Manoel de tal, já fallecido, na Matinha de Agua Branca, com parentes residentes na fazenda “Sitio”, de Salgado do Melão."
Como referência não tanto inédita, mas completamente esquecida no estudo do Cangaço, ressurge aqui informação de que Pae Velho, o cangaceiro que morreu junto com Mariano e Zeppelin, era pai do também cangaceiro Arvoredo.


Outro ponto discut
ido é se "Arvoredo" e "Corisco" eram primos.

Estes trechos, tirados de inquérito policial com o depoimento de dois dos irmãos de "Arvoredo", confirma este ponto:
"Declararam, então Raphael Gomes da Costa, filho de Faustino Gomes da Costa e Maria de Jesus que: “seu pae é criminoso em Santo Antonio da Gloria; que seu pae ha pouco chegou em Salgado do Melão devido á perseguição da força contra o mesmo; que no grupo denominado “Lampeão” tem os parentes Hortencio Gomes de Lima ou José Lima de Sá, vulgo “Arvoredo”, irmão do depoente, e Christino de tal, vulgo “Curisco”, ex soldado da policia de Sergipe, primo do depoente; que o grupo de “Lampeão” ha cerca de um mez fôra visto no “Serrote da Macambira”, de Santo Antonio da Gloria, com destino a Sergipe, de cujo grupo constavam entre outros, “Lampeão”, Curiscu, Arvoredo, o menino conhecido por “Volta Secca” e outros; que “Arvoredo”, seu irmão, já lhe escreveu por duas vezes e mandou recado convidando o respondente a fazer parte do bando “Lampeão” que tambem já mandou fazer esse convite. Perguntado que respostas deu a esse convite, respondeu que por hora ainda não decidiu nada.”
José Gomes da Costa fez quase identicas declarações, referindo tambem que recebera convite de “Arvoredo” e “Lampeão” para fazer parte do seu bando, não tendo ainda resolvido nada a respeito."
Arvoredo morreu em 26 de maio de 1934, na serra, próximo à estação ferroviária da Barrinha, por então conhecida como Angicos.
Os dois matadores foram Cícero José Ferreira, o Xisto, que nasceu em 1911, e João Biano da Silva, que nasceu em 1913. 
Uma imagem cuja dificuldade para conseguir foi grande, mas, graças ao senhor Raimundo, de Jaguarari, ex-cunhado de João Biano, e a gentileza imensa da filha e do filho deste valente matador de Arvoredo, aqui a única foto existente... de João Biano:


Muito chamado por "João Biana" é uma alteração posterior ao evento da morte de Arvoredo.

O nome correto é João Biano da Silva.
No texto de Oleone Fontes, em seu livro "Lampião na Bahia", aparecem os matadores citados como Xisto e João Martins da Silva... Este erro apenas reproduz o cometido pelo coronel Alfredo Barbosa, de Jaguarary, que, à época do evento, relatou-o, errando no nome de João.
João Biano está enterrado na Fazenda Saco, em Jaguarari.


Partícipe, com o amigo João Biano, na morte do cangaceiro Arvoredo, esta é a única foto restante de Cícero Ferreira, o Xisto.

A dificuldade para se conseguir esta foto foi imensa, mas, finalmente, graças ao sobrinho de Xisto, Messias, e à filha adotiva daquele, a "Neguinha", consegui esta imagem.
Xisto está sepultado na Fazenda Mulungu, em Jaguarari.
Sepultura do cangaceiro Arvoredo, em Jaguarari:



Sepultura do cangaceiro Arvoredo, em Jaguarari - detalhe - AC = Arvoredo Cangaceiro:


Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Rubens Antonio

http://cangaconabahia.blogspot.com.br/