Por Archimedes Marques
Gostaria de contar com a presença de todos os amigos.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Por Archimedes Marques
Gostaria de contar com a presença de todos os amigos.
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Por Manoel Severo Barbosa
Grande lançamento na noite de ontem do novo livro Raizes do Cangaço , do pesquisador e festejado jornalista Humberto Mesquita, no Caravelle, aqui em Fortaleza . O Cariri Cangaço reuniu os apaixonados pela temática além de representações de muitas academias e instituições literárias .
https://www.facebook.com/photo/?fbid=4686054701416351&set=a.229016400453559
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Por Raquel Negreiros
NA SEGUNDA EDIÇÃO DO MEU LIVRO TERÁ MAIS:
1- Fotos.
2- Um capítulo dedicado às Mulheres Ferradas.
3- Um capítulo chamado Zé Baiano Castigado pelo Racismo.
4- Falarei também sobre o preconceito com relação ás Mulheres de Cabelo curto no Brasil e do penteado Chamado Coco a La Garçone ou A Lá Home no qual eu falarei um pouquinho sobre uma das pioneiras do Feminismo no Brasil: Anayde Beriz Paraibana, contemporânea do Cangaço e envolvida na Revolução de 1930.
5- Falarei um pouco sobre o Romance de Afrânio Peixoto chamado também de Maria Bonita.
6- Falarei também sobre o Umbuzeiro da Bandida.
O que vocês acham? Deixem a opinião de vocês.
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Por José Mendes Pereira
Meus amigos leitores, não posso negar ou querer esconder o que o meu amigo Balão, "falou muito", uma certa parte do que disse, enfeitou as suas respostas mais do que devia.
Como cangaceiro que era, ele é um dos que eu muito admiro a sua coragem, quando entrou para viver uma vida desumana no cangaço em 1929, porque mataram o seu pai e um irmão, e lá ficou na aba do chapéu do capitão LAMPIÃO, até 28 de julho de 1938, quando viu de perto o chefe ser morto.
Mas o meu amigo Balão falou muito, e quase sem nexo, o que afirmou a alguns repórteres e jornalistas. Mas vale lembrar que, mesmo ele tendo enfeitado as suas respostas, é um cangaceiro que eu mais admiro do cangaço.
Certifique-se clicando neste link abaixo, e veja que eu não estou inventando nada. Caso ele não funcione, leve-o ao google.
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html
Nada contra à Revista Realidade e nem contra aos jornalistas que entrevistaram o meu amigo ex cangaceiro Balão. A minha discórdia é sobre o seu comportamento de entrevistado, que deveria ter falado menos sobre o que viu na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota do Angico, em Porto da Folha, que atualmente é Poço Redondo. Mas eu tenho respeito ao cangaceiro.
VAMOS LÁ:
Em 1973, o
cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se
estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É
claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era
necessário tanta fantasia.
DIZ O CANGACEIRO BALÃO:
“- Estávamos
acampados perto do Rio São Francisco. Lampião acordou às 5 horas da manhã e
mandou um dos homens reunir o grupo para fazer o ofício de Nossa Senhora.
Enquanto lia a missa em voz alta, todos nós ficamos ajoelhados ao lado das
barracas, respondendo amém e batendo no peito na hora do Senhor Deus".
Continua: "- Terminado o ofício, Lampião mandou Amoroso buscar água para o café. Mas quando ele se abaixou no córrego, veio o primeiro tiro. Havia uma metralhadora atrás de duas pedras, a 20 metros da barraca de Lampião. Pedro de Cândido, um dos nossos, havia nos traído, e acho que tinha dado ao sargento Zé Procópio até a posição das camas."
"- Numa rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca..."
E continua o cangaceiro Balão: "- Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto, mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado, e com jeito, coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo, calcei uma alpargata. A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha perna, e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar. O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada.
"-Então
vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."
Continua
Balão: "- Moeda, Tempo Duro (este não aparece na lista oficial
dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcino Alves Costa); Quinta-feira,
todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas
mulheres. Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas
foi encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam
nas pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um
inferno. Luiz Pedro ainda gritou: - Vamos pegar o dinheiro e o ouro na
barraca de Lampião. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".
As duas entrevistas destes dois cangaceiros Balão e Vila Nova, cedidas ao Jornal A Noite, e à Revista Realidade, ficam meio confusas, que cabe aqui esta pergunta?
O cangaceiro Luís Pedro carregava dois mosquetões no momento em que tentava fugir do cerco policial?
O cangaceiro Vila Nova disse que pegou o mosquetão do Luís Pedro e deu no pé. O Balão também afirma a mesma coisa.
Também as duas afirmativas deles deixam a gente novamente confuso sobre a morte de Luís Pedro. Por quê?
O volante Mané Veio disse aos pesquisadores e repórteres que foi ele quem assassinou o cangaceiro Luís Pedro, e pelo que ele diz, levou um bom tempo para matá-lo, saiu perseguindo, perseguindo entre pedras e ele tentando salvar a sua vida, mas, finalmente o assassinou.
Sobre a morte do cangaceiro Luís Pedro você poderá ler em ”Lampião Além da Versão Mentiras e Mistério de Angico”, escrito por Alcino Alves Costa.
Continua:
"- Uma vez me perdi do bando e fiquei um ano nas caatingas de Bebedouro,
Jeremoabo, Cipó de Leite, sem ver uma alma viva. No começo eu estava com ANJO
ROQUE e sua mulher".
Continua o depoente: "- Corri até ele, peguei seu mosquetão e com Zé Sereno conseguimos furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".
Aqui estão as minhas inquietações, assim como dizia o decano escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa:
1 - Será mesmo que depois da missa ele voltou a se deitar?
2 - Como foi que ele viu que a bala que atingiu o rei foi mesmo no meio da testa, quando ele mesmo diz que o capitão Lampião estava de costas, isto é com a cara no chão?
3 - Como foi que no meio de um cerrado tiroteio ele teve coragem de ir pegar o mosquetão de Luiz Pedro que já estava morto?
4 - Como foi que ainda deu tempo para ele contar os mortos? Pois no meio de um tiroteio, qualquer ser humano não espera por nada, muito menos para contar quem lá morreu.
5 - Como foi que ainda deu tempo para ele calçar as alpargatas?
6 - Por que Balão caiu quando ele e o policial ambos atiraram, se ele não sofreu nenhum impacto para ser derrubado?
7 - Balão disse que após o massacre ao grupo de cangaceiros passou um ano nas caatingas sem ver um pé de pessoa, comendo carne de bode. Onde ele arranjava fósforos e vasilhas para fazer fogo e cozinhar a carne?
O amigo Balão fantasiou algumas respostas. Muitas verdades, é claro, mas outras, fantasiadas. Gostaria muito que as suas respostas fossem verdades. Mas pelo que ele disse, não há como eu acreditar em todas. Mas mesmo assim, continuo o admirando como cangaceiro.
Este
artigo foi também publicado no blog Cariri Cangaço, com o título:
Um pouco mais Angico, só para não perder o ritmo.... Por: Mendes e Mendes
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Clerisvaldo B. Chagas, 3/4 de janeiro de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.635
Em Santana do
Ipanema, andando pela Rua Santa Quitéria, lembramos as caravanas do mês de
setembro ao Santuário da Santa tão querida no sertão de Alagoas. A
religiosidade do povo nordestino e sertanejo é impressionante. Nem precisa ser
tempo de romaria para suas visitas de necessidade ou de cortesia, aos lugares
santos. E mesmo ainda no início do ano, já escutamos pessoas falando em viajar
até à vila de Frexeiras, bem perto da importante cidade de Garanhuns, no estado
de Pernambuco. Existem as preferências pelos dias menos movimentado em
Frexeiras pelos que querem mais tranquilidade. Outros preferem mesmo as caravanas
de setembro e o Santuário lotado. Geralmente esses devotos vão por Palmeira dos
Índios, subindo a serra das Pias, em direção a Garanhuns. De lá, mais quinze
minutos até a vila, nos informa um devoto.
SANTA QUITÉRIA (IMAGEM DIVULGAÇÃO).
Santa Quitéria
é uma santa portuguesa que resistiu às pressões de abandono ao Cristianismo.
Terminou sendo decapitada. Após essa tragédia, mesmo com essa parte separada do
corpo, caminhou até a cidade vizinha sustentando com as mãos a própria cabeça.
Ali, no meio da rua, caiu e foi sepultada. Aqui em Santana do Ipanema, foi
homenageada com nome de rua na margem direita do rio Ipanema, ainda no século
passado. Era rua de ferreiro, artesão de bicas de zinco e da classe
trabalhadora popular. Ultimamente, a sua região de saída para o município de
Olho d’Água das Flores, está sendo chamada de Bairro Santa Quitéria. Não
sabemos se oficialmente procede essa nova denominação pelo povo. Ganhou
pavimentação e, no seu entorno, empreendimentos importantes, notadamente na
AL-120.
Portanto, seus
devotos vão a Frexeiras, pagar e fazer promessas, visitar o santuário repleto
de ex-votos, distribuídos e bem organizado pelos administradores; Inúmeras
peças do corpo representando as graças alcançadas, em madeira principalmente e
em formas de fotografias. As paredes estão repletas de ex-votos e novas peças
não param de chegar através da devoção dos seus romeiros. Da nossa parte,
gostaríamos de conhecer o santuário e até agradecer uma antiga deferência da
Santa para conosco.
Santa
Quitéria, a santa portuguesa, foi introduzida no Brasil pelos colonizadores
portugueses. Todos chamam a vila de Frexeiras, diferentes da cidade de Alagoas,
Flexeiras.
Então, rumo a Frexeiras.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/01/santa-quiteria-clerisvaldo-b.html
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Acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio.
.
SECRETARIA DA POLICIA
Portaria
O Secretario da Policia e Segurança Publica, no uso de suas attribuições, tendo em vista o art.11 da Lei n.1897, de 2 de agosto de 1926, resolve designar o bacharel em direito João Mendes da Costa Filho, delegado de policia do termo séde da comarca de Maragogipe, para em commissão proceder o inquerito de referencia aos crimes commetidos na Villa de Queimadas, da comarca do Bomfim, por Virgolino Ferreira da Silva, vulgo “Lampeão” e outros, para onde deverá se transportar, afim de apurar as responsabilidades dos seus auctores e bem assim, de quantos prestaram auxilios para a practica desses crimes.
Secretaria da Policia e Segurança Publica, em 24 de Dezembro de 1929
Bernardino Madureira de Pinho.
http://cangaconabahia.blogspot.com/2012/12/25-de-dezembro-de-1929-no-diario.html
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Por Rubens Antônio
Uma personagem que desapareceu da História do Cangaço é a do senhor Raymundo, da antiga Fazenda Lagoa do Lino...
Quando as volantes dos então sargentos Fernandes e Zé Rufino chegaram à sede da fazenda, capturaram a sua dona, dona Cylira, e seu filho, Raymundo, então com 25 anos. Exigiram que informassem onde os cangaceiros estavam.
Raymundo sabia, mas disse que não poderia contar, pois os cangaceiros haviam dito que matariam todos os seus parentes se não contasse... além de arrasar sua pequena propriedade.
Amarrado, Raymundo foi pinicado a facão, faca e canivete. Não contou nada, apesar da tortura.
Os policias só conseguiram chegar aos cangaceiros devido à indicação de uma menina, Maria Preta.
Partiram para executar Azulão, Zabelê, Canjica e Maria Dórea.
Deixaram para trás o fazendeiro que, por medo de vingança, somente a poucos contou algo do seu drama.
http://cangaconabahia.blogspot.com/2011/09/blog-post.html
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Por Cangaçologia
https://www.youtube.com/watch?v=xDBjpdECLWg&ab_channel=Canga%C3%A7ologiaAcervo Cangaçologia
O documentário
A MULHER NO CANGAÇO da Rede Globo (1976) destaca a entrada e o papel da mulher
nos bandos cangaceiros a partir do ano de 1930. No documentário que tem a direção
e roteiro de Hermano Penna e narração de Sérgio Chapellin poderemos conferir o
depoimento de vários remanescentes da época do cangaço. Destaque para Dadá
companheira do cangaceiro Corisco, Adília companheira de Canário, Sila de Zé
Sereno e para "Balão" e "Deus-Te-Guie", antigos integrantes
do bando de Lampião.
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Por Geraldo Júnior
Nessa casa aconteceram inúmeros encontros entre o anfitrião e cangaceiros.
Palco de incontáveis festas com a presença, principalmente, do célebre
cangaceiro Zé Baiano e seus Cabras. Inclusive o próprio Lampião se utilizou dos
serviços de Antônio de Chiquinho, tendo sido a princípio como guia e
posteriormente como coiteiro e dos "finos" diga-se de passagem.
Porém quem mais se serviu dos “serviços” de Antônio de Chiquinho foi Zé Baiano,
por estar o povoado Alagadiço localizado em sua área de atuação.
A relação de amizade e negócios entre Antônio de Chiquinho e Zé Baiano teve seu
fim no dia 07 de junho de 1936, quando o coiteiro acompanhado de outros civis,
todos residentes da região, resolveram dar cabo de Zé Baiano e seus comparsas.
(Geraldo Antônio de Souza Júnior)
Abaixo uma transcrição do livro LAMPIÃO - A RAPOSA DAS CAATINGAS de José
Bezerra Lima Irmão que conta a história do assassinato de Zé Baiano e seus
comandados.
Antônio de Chiquinho tinha um pequeno comércio e era marchante. Havia sido
preso pela terceira vez em abril de 1936. Ao ser solto, ele voltou a Alagadiço
disposto a matar Zé Baiano, de acordo com o plano traçado por Antônio Conrado.
O mais difícil era a escolha de outras pessoas para ajudá-lo, pois Zé Baiano
nunca andava sozinho. Antônio precisava procurar uns quatro ou cinco amigos da
maior confiança, e estes teriam de ser cabras dispostos, que não fossem se
acovardar na hora da verdade. Primeiro pensou em Pedro de Nica, um sujeito
valentão, temido naquelas paragens – ninguém sabe como já não tinha se tornado
cangaceiro. Pensou também em Pedro Guedes, um rapagão enorme, de 24 anos.
Veneno, foice e fuga para Goiás
Segundo Felipe de Castro, Zé Baiano e seus companheiros teriam sido mortos com
uma feijoada envenenada.
Estácio de Lima escreveu que os cangaceiros foram mortos dormindo, a golpes de
foice e machado.
Há outra versão segundo a qual a história contada pelos coiteiros era tudo
mentira, tendo Zé Baiano escapado vivo e fugido para Goiás, destino de todos os
fugitivos àquele tempo, sendo morto em seu lugar um sósia dele. Os matadores
teriam custado a comunicar o fato às autoridades justamente para que os corpos
apodrecessem e não fosse possível a identificação. A exumação dos corpos foi
feita 19 dias depois das mortes. Em lugar de Zé Baiano teriam matado um sujeito
de quase igual porte e catadura, sósia dele.
O pesquisador Antonio Amaury Corrêa de Araújo, que se tornou amigo de Zé
Sereno, Criança e outros ex-cangaceiros, tendo inclusive hospedado em sua casa
em São Paulo por mais de cinco meses a legendária Dadá, viúva de Corisco,
afirma que essa versão lhe “foi narrada por Dadá e particularmente aceita pelo
primo da vítima, Zé Sereno e outros antigos companheiros”.
Amaury considera que, embora não haja provas, é possível que tal versão seja
verdadeira, dadas certas coincidências e circunstâncias que cercam o caso. Os
matadores eram coiteiros de Zé Baiano, o mais rico dos cangaceiros. O próprio
Antônio de Chiquinho acenara-lhe com a possibilidade de escapar, rico e
incógnito, das garras dos inimigos e das malhas da lei. Como para viajar Zé
Baiano precisava de uma roupa decente, no início de maio Antônio de Chiquinho
pediu a um alfaiate que fosse à sua casa a fim de tirar as medidas do
cangaceiro para fazer um terno. A roupa ficou pronta em quinze dias. Havia nas
vizinhanças um caboclo chamado Acilino que vivia só com a mãe viúva. Quem o
conheceu dizia que esse rapaz tinha a mesma altura e a mesma cor de Zé Baiano.
Na noite de 6 de julho, véspera da “morte” de Zé Baiano, o cangaceiro esteve na
casa da viúva e levou Acilino consigo.
Dadá disse a Amaury que chegara a conhecer Acilino e confirmou sua semelhança
física com Zé Baiano. E mais: Dadá revelou que quando soube dessa história
esteve com a mãe de Acilino, que, chorando muito, lhe disse que Zé Baiano tinha
levado o rapaz para morrer.
Zé Baiano e Antônio de Chiquinho haviam marcado uma fatada para o dia seguinte.
Zé Baiano embriagou os próprios companheiros e ajudou a matá-los. Acilino foi
vestido com as roupas de Zé Baiano. Tiraram ou quebraram um incisivo central
superior para propiciar o “reconhecimento”. Foi morto também outro indivíduo,
de identidade ignorada. Zé Baiano combinou com Antônio de Chiquinho para
somente espalhar a notícia do fato muitos dias depois. Teria sido por isso que
os corpos somente foram exumados 19 dias depois da chacina. Culminando a farsa,
o reconhecimento de Zé Baiano foi feito pelos próprios coiteiros. E o mais
curioso é que os corpos foram reconhecidos apesar de estarem em adiantado
estado de putrefação... Zé Baiano teria vivido algum tempo na região de Poços
de Caldas, Minas Gerais, e depois foi dono de um restaurante na capital
paulista.
A ronqueira
Embora Lampião procurasse restabelecer o equilíbrio de antes, as coisas não iam
bem. Sergipe já não era mais o refúgio que fora tempos atrás. Apesar de a
polícia sergipana fazer corpo mole, as autoridades não tinham controle sobre as
volantes dos outros Estados. As volantes de Zé Rufino e Odilon Flor
revezavam-se em Carira, Alagadiço, Poço Redondo e Canindé.
No dia 2 de setembro de 1936, três meses depois da morte de Zé Baiano, Lampião
esteve no local da chacina. Pretendia invadir o povoado, dizendo que não ia
deixar ninguém vivo, mas foi informado de que o povoado estava cercado de
trincheiras. Considerou que não valia a pena correr o risco de invadir
Alagadiço só por vingança. Todo o bando de Zé Baiano havia sido morto. Vingança
não traria de volta o amigo. Maria Bonita ainda não havia se recuperado
inteiramente do ferimento sofrido em Pernambuco. Além do mais, parece que havia
um canhão em Alagadiço. Da LagoaNova, escutava-se o estampido.
É que Antônio de Chiquinho tinha mandado fazer uma arma estranha, que ele
disparava de vez em quando, fazendo um barulho assustador. O canhão de
Alagadiço era na verdade uma ronqueira – apesar do estrondo ensurdecedor, era
totalmente inofensiva.
Lampião rezou um terço junto à cova. Estava acompanhado de mais de 30
cangaceiros, entre homens e mulheres. O bando acampou no pé da Serra do Saco.
No dia seguinte, tomou a estrada de Carira, porém adiante dobrou à esquerda, no
rumo de Pinhão.
Na noite de 3 para 4 de setembro, em Paripiranga e arredores, houve saques e
espancamentos.
Nas caatingas de Sítio do Quinto e Guloso havia muitos coiteiros, pois ali era
o “feudo” do cangaceiro Ângelo Roque. Lugar bom para descansar uns dias.
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