Por ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO
Virgulino
Ferreira da Silva é uma das figuras mais famosas e polêmicas da História do
Brasil.
Capitão
Lampião, o pernambucano Virgulino Ferreira da Silva - Benjamin Abraão Botto.
Virgulino
Ferreira da Silva é um dos maiores símbolos do nordeste brasileiro.
Líder do movimento cangaceiro, essa figura é essencialmente polêmica desde sua
época, sendo um bandido inescrupuloso para uns e um justiceiro heroico para
outros. Nascido em 1898 na cidade pernambucana de Serra Talhada, Lampião morreu
numa emboscada policial contra os bandos em 1938, na Gruta dos Angicos
(Sergipe).
Conheça 10
curiosidades sobre o Governador do Sertão.
1. O
Governador
Com certa
arrogância e egocentrismo, Lampião costumava
dizer que seu sonho era ser governador de um novo Estado sertanejo alternativo
formado pelas regiões que tinha mais influência, com porções dos estados da
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
2. Fé e alma
Lampião era um
homem profundamente religioso e supersticioso, sendo praticante do catolicismo
clássico sertanejo, relacionado às forças da natureza. Respeitava
inevitavelmente os padres, principalmente Padim
Ciço, que considerava seu padroeiro. Todo meio-dia, parava para rezar
e praticava jejum de sexta-feira. No centro de sua fé, estava a proposição de
que seu corpo estava fechado contra o mal.
Benjamin
Abraão faz acordo de acompanhar e recordar em fotos o bando de Lampião /
Crédito: Wikimedia Commons
3. Parteiro
Com o aumento
da frequência de mulheres nos bandos do cangaço, o numero de partos também
cresceu. Como não havia médicos prontificados, o próprio Lampião aprendeu e
realizava os procedimentos, usando as técnicas que conhecia da época em que
cuidava de gado bovino. Porém, tudo isso ocorria em condições bastante
insalubres e com tratamento pouco delicado.
4. Princesa do
Cangaço
Lampião e
Maria Bonita tiveram uma filha em 1932, de nome Expedita. Como de costume no
cangaço, foi necessário decidir o destino da criança, e como não se queria que
a menina crescesse na bandidagem, ela foi entregue a um aliado do Rei do
Cangaço para que ela tivesse como tutor o tio João Ferreira. Isso tudo ocorreu
no maior sigilo e o caso foi tratado como uma espécie de Segredo de Estado.
5. Fisionomia
Em uma
reportagem do jornal O Ceará em 1926, um repórter descreve o Rei do Cangaço em
sua passagem por Juazeiro do Norte. Segundo o relato, Lampião era magro de pele
escura, com cabelos fartos e pretos, chapéu de feltro e sem enfeites e alpargatas
de couro, do tipo vaqueiro. Usava um lenço verde no pescoço, com um anel
segurando. Além desse, mais seis anéis pelas mãos, com pedras preciosas, além
de um rifle, uma pistola e um punhal.
6. Álcool
Era muito
comum no cangaço noites de bebedeira e diversão. Porém, Lampião não era muito
afeito ao consumo de álcool, apesar de gostar particularmente do conhaque.
Mesmo assim, não bebia muito.
7. Gosto pelas
letras
Lampião
interrompido ao ler o jornal O Globo / Crédito: Benjamin Abraão Botto
Apear de não
ter a melhor leitura do mundo, Lampião gostava de parar para realizar leituras,
principalmente jornais que pegava rumando entre cidades. Seu maior gosto era
ler reportagens feitas sobre ele mesmo nos periódicos, além de revistas que
vinham de São Paulo e Rio
de Janeiro. Costumava levar horas lendo ou ouvindo o que alguém lia
para ele.
8. Cangaceiro
perfumado
Numa situação
em que os banhos eram uma raridade, Lampião usava perfumes de boa qualidade e
em grandes quantidades. Gostava de roubar perfumes caros e importados nas
capitais, que juntava com o cheiro de suor e da brilhantina usada no cabelo,
criando uma mistura de cheiros única e que virou uma marca do cangaço. Há
relatos de banhos de perfume generalizados, que chegavam até nos animais de
tração para melhorar o cheiro do bando.
9. Poderes
sobrenaturais
Para muitos
volantes e policiais, Lampião genuinamente possuía superpoderes, pois era
inconcebível a forma como ele conseguia fugir e deixar nenhum rastro de sua
presença. Porém, o segredo do Rei do Cangaço era a estratégia, pois ele
comandava o bando em ações geniais em que apagava todas as evidências de sua
presença, como apagamento de pegadas e até andar de trás para frente para
confundir os perseguidores.
Bando de
Lampião de divertindo / Crédito: Benjamin Abraão Botto
10. Munição
desviada
Um motivo de
discussões ate hoje é a fonte de munição (que era usada sem muita economia) do
bando de Lampião. Para nunca perder a origem das balas, o cangaceiro nunca
permitiu que ela fosse descoberta. Porém, é possível afirmar que essa origem
tem base nas ligações que Lampião tinha com os poderosos do sertão e do
agreste. Associado com fazendeiros, políticos, coronéis e comerciantes,
torna-se intuitivo pensar que esses contatos lhe forneciam munição.
Saiba mais
através das obras abaixo:
Jararaca: um
homem com nome de cobra, Luciana Savaget
Apagando o
Lampião: Vida e Morte do rei do Cangaço, Frederico Pernambucano de Mello (2018)
Maria Bonita:
Sexo, violência e mulheres no cangaço, Adriana Negreiros
Lampião. Herói
ou Bandido?, Antônio Amaury Corrêa de Araujo, Carlo Elydio Corrêa de Araujo
(2010)
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