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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

SANTANA DO IPANEMA: O RENASCER DA RÁDIO CORREIO

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.235


      Houve muita tristeza no Sertão quando a rádio pioneira encerrou suas programações. Inaugurada em 29 de janeiro de 1979, a Rádio Correio do Sertão tem a sua própria história dentro da história sertaneja. Foi a grande novidade da época que revolucionou a comunicação e a convivência no semiárido alagoano. Todavia, a tristeza cedeu lugar à alegria, após a notícia de que a Emissora retornaria ao espaço de gravata e colete. Não estava morta, mas apenas hibernando para voltar em grande estilo. É que foi publicada no Diário Oficial da União (segunda 23) a sua adaptação de AM para FM. “Com a decisão, o veículo informativo de Santana do Ipanema prestará melhores serviços com qualidade de som  na frequência 100.9 mega-hertz (MHz)”.

RÁDIO CORREIO DO SERTÃO (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).
Portanto, no próximo mês a Emissora estará completando 41 anos de existência. Sua migração para FM poderá deixá-la em pé de igualdade e até ultrapassar a concorrência, dependendo apenas dos seus próprios méritos. A migração foi assinada pelo Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Carlos Alberto Flora Baptistucci.
As emissoras de rádio são de suma importância nos interiores nordestinos, aonde as notícias só chegavam a cavalo. Hoje em dia elas proliferam até mesmo como rádios comunitárias, deixando mais informadas as populações que também divulgam os seus interesses.
No caso da Rádio Correio de Sertão, implantada em Santana do Ipanema, ergueu-se novo conceito social que iria modernizar o semiárido e azeitar o progresso de muitos outros empreendimentos. Pertencente à família Bulhões, a emissora também serviu a muitos neófitos que se tornaram posteriormente grandes profissionais da comunicação. Não existe sentimento maior do que a alegria, com a notícia da Fênix Sertaneja. Portanto, o esforço pela migração deve ter sido grande como enorme foi a surpresa positiva da notícia.
Parabéns aos Bulhões, aos ouvintes cativos da Rádio Correio do Sertão e ao povo santanense.


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FELIZ NATAL

*Rangel Alves da Costa

A palavra escrita não tem o poder da voz. A linguagem textual não substitui a presença. As frases e os contextos jamais alcançariam, por exemplo, o poder expressivo de um olhar, de uma aproximação, de uma saudação, de um abraço afetuoso. Mas ainda assim me aproximo o máximo que puder para dizer: Feliz Natal!
Feliz Natal pra você! Tanto gostaria agora que este escrito estivesse perfumado em jasmim, alfazema do campo, uma suave fragrância silvestre; como gostaria que as palavras chegassem acompanhadas de um buquê de flores matinais, de um cestinho de frutas colhidas em pomar, de miçangas de cipó de caroá e com uma concha de mar como pingente.
Ai como eu gostaria de juntar às palavras uns presentinhos que tanto lembram você. Tenho certeza que iria gostar de receber um poema escrito em folha seca, um pedaço rústico de madeira com seu nome talhado, um patuá batizado na correnteza do rio, um segredo guardado de uma garrafa no mar recolhida. A simplicidade não requer o fausto nem o suntuoso, o dourado nem a pedraria, mas a cordial singeleza.
Tantas e tão boas as intenções. Não somente porque o espírito natalino ainda está em mim preservado, nada fruto de um repentino desejo de agraciar, mas sim uma vontade imensa de compartilhar contigo algumas pequenas e essenciais coisas da vida. O que alenta meus dias de sol e lua haverá de ser repartido com quem merece ser recordado.
Um dia, do alto da mais alta montanha, um velho sábio fez ecoar pelo vento: O coração que compartilha torna o espírito multiplicado; o que é partilhado pelo desejo, recompensado será pelo prazer; o que é dividido com quem mereça, faz com que a semente brote e cresça e o seu grão nunca pereça.
Na presença, aí perto de você, tudo seria mais fácil. Sei que gostaria de ouvir Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Mário Quintana, Drummond, Cecília Meireles. Sem livro aberto, mas com as páginas da mente devidamente marcadas, declamaria poema e poesia até que a lua surgisse lá em cima e a aragem da noite chegasse para recolher os restos dos versos ainda ecoando.
Talvez até eu recordasse alguma velha canção de fogueira debaixo da noite. Mas cantarolo agora, baixinho, um tanto entristecido, confesso: “Como vai você? Eu preciso saber da sua vida, peça a alguém pra me contar sobre o seu dia. Anoiteceu e eu preciso só saber. Como vai você?...”
Sim, como vai você? Sei que esta época natalina nos joga diante do espelho das nostalgias infindas. Sei que as recordações chegam mais vivazes, mais angustiantes, quase fazendo sofrer. E faz. Difícil recordar, abrir os baús, reencontrar e não padecer. Ora, não podemos fugir dos sentimentos. Por mais dolorosos que sejam, são os sentimentos que nos tornam melhores e mais humanizados, sensíveis e amorosos.
Nada é fácil. E neste período natalino tudo parece emoldurado em tristezas, relembranças e nostalgias. Os corações batem mais fortemente, os olhos lacrimejam por vontade própria, os olhares se voltam aos horizontes em busca de visões e respostas. A janela entreaberta logo adiante da velha cadeira de balanço (que parece levemente balançar), traz apenas uma luz sombreada ao invés da cor alegre do dia. Sempre assim no período natalino.
Muitos agora estão recolhendo as folhas secas que já se avolumam no chão do ano que se finda, outros já começam a abrir as portas e janelas para o novo sol. Mas eu continuo apenas pensando no melhor presente que possa oferecer a você. Talvez jamais encontre a dádiva ideal, mas se compartilho o que para mim desejo, então certamente receberá uma folha em branco. Sim, uma folha em branco!
E nesta folha a possibilidade de escrever o que bem desejar para o instante e o amanhã. Os sonhos, os planos, as aspirações e inspirações, o melhor que deseja conquistar. E também o que deseja esquecer, não mais recordar. Depois arremessá-la ao vento, e melhor ainda na ventania, pois temos pressa de felicidade, precisamos tanto de felicidade.
E nesta folha em branco a esperança que nela surja um Salmo que represente sua esperança de um novo tempo: Que das lágrimas os lenços não sejam o seu socorro, pois já não chorará qualquer dor de tristeza ou de sofrimento. Que ao invés da lágrima, dos teus olhos surja o brilho ensolarado do renascimento e de um novo canto. Que do renascimento e do novo canto, sua alma e seu espírito enfim levantem e, de mãos levantadas ao alto, digam em direção aos montes do céu: Obrigado Senhor!
E nesta folha em branco, que a mim e a todos caberá escrever, que cada palavra e linha sejam de reconstrução, de reencontro ao amor e a paz. Na parte da folha que me resta, além de outros desejos do coração, certamente escrito estará: Feliz Natal pra você!


Escritor
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TIRO DE GUERRA DE MOSSORÓ - PARTE I


Por José Mendes Pereira - (Crônica 10).

Aqui abro aspa, "infelizmente o amigo e irmão Raimundo Feliciano faleceu em fevereiro de 2019".

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Se a Casa de Menores Mário Negócio foi para nós um divertimento de bagunças sem prejudicarmos ninguém igualmente foi o Tiro de Guerra que nos divertíamos a cada momento, muito embora lá não só foi flores, passamos por provas difíceis, como reclamações fortes quando errávamos no treinos e nas sofridas marchas, e os treinos de guerra nas imediações do campo de futebol Manoel Leonardo Nogueira.

No ano de 1970, todas as madrugadas, de segunda a sexta, você e eu saíamos da Casa de Menores Mário Negócio em direção ao Tiro de Guerra, para cumprirmos aqueles ensaios de guerrilheiros, administrados pelos sargentos: Moura, Everaldo e Gumercindo.

O sargento Moura (1º. sargento), alto, magro, de olhos azuis, de cor galegada, e mantinha a ordem com severidade, mas na verdade, quando estava apaisana, era uma boa pessoa, que nos atendia como se nós fôssemos seus amigos. Era encarregado da 1º. turma de atiradores e residia na sede do TG.

O sargento Everaldo (2º. sargento) era baixo, de corpo largo, moreno, irritado e bastante moralista. Qualquer erro praticado por um recruta, já estava escalado para fazer faxinas no TG, limpando janelas, varrer a quadra, limpar banheiros etc. E um dos que mais fez aquele trabalho, sem dúvida, foi você. Meia volta, volta e meia, você estava escaldo para fazer faxinas. Mas você não deve culpar ninguém, merecia, devido as suas brincadeiras. Pouco falava com nós, atiradores. Mas em outros momentos, era gente fina. O sargento Everaldo era encarregado da 2º. Turma.

O sargento Gumercindo (3º. sargento), este estava no começo da vida, com 25 anos de idade, e de estatura média, meio atlético, moreno claro, de voz grossa e lenta, amigo de todos os recrutas, e que algumas vezes, ele escondeu falhas de atiradores. Residia no antigo Grande Hotel em Mossoró. O sargento Gumercindo era encarregado da 3ª. turma de atiradores, sendo nós dois, comandados por ele, e que muitas vezes se irritou com alguns recrutas, mas logo estava de bem com todos nós e até brincava.

Certa feita, numa madrugada de 1970, já bem próximo ao final da conclusão das nossas prestações militares com o exército, saímos da Casa de Menores já atrasados, que deveríamos chegar ao TG antes das cinco horas da manhã. E de lá, nós sairíamos em caminhada até o local em que treinávamos tiros ao alvo, localizado no Abolição I. Quando nós chegamos ao TG todos os atiradores e dois sargentos já haviam seguido viagem a pé, apenas o sargento Moura se encontrava lá. Assim que nos viu ficou xingando, chamando-nos de dois grandes irresponsáveis, por termos chegado atrasados ao TG.

Como ele iria no jeep levando os fuzis, balas e outros equipamentos para os nossos treinos eu pedi que nos levássemos, já que a pé nós não chegaríamos tão cedo.

O sargento Moura foi curto e grosso, dizendo que não nos levava, porque os outros atiradores haviam caminhado cedo para o locar de treino, e nós, usando irresponsabilidades, àquelas horas, ainda estávamos no terreiro do Tiro de Guerra. E sem mais dizer nada, ligou o jeep e deu partida em direção ao ponto de treinamento.

Eu gritei, insistindo, pedindo-lhe que nos levássemos no jeep até ao local de treino. Como ele e os outros sargentos já viviam irritados com você, devido o seu péssimo comportamento, a resposta que ele me deu, que me levava, mas o 138, você, não iria no jeep de jeito nenhum.

Como nós morávamos na mesma casa e eu não querendo deixar você para trás, respondi-lhe que se não te levasse eu não iria com ele. Ciente disto, novamente deu partida no jeep. Mas ele se arrependeu. Andou muito pouco, rendendo-se, e em seguida gritou, nos chamando para irmos com ele.

O sargento Moura era professor de Educação Física no Colégio Diocesano, e tinha que passar lá para comunicar aos dirigentes que àquela manhã não dar aulas aos alunos, porque estava indo para os treinos do Tiro de Guerra.

Nós caminhávamos pela rua dos fundos do colégio, e lá, ele desceu nos dizendo que precisava comunicar a sua ausência naquele dia à secretaria do colégio, e que logo voltaria.

Assim que ele desceu e abriu o portão do colégio nos recomendou, que uma porção de vacas que ruminava por ali, nós não a deixássemos entrar no quintal do colégio. Mas quando ele desapareceu da nossa vista o gado fez carreira e entrou na garra e na marra, sem que nós pudéssemos evitar aquela invasão do rebanho.

Ao sair da secretaria e ao ver o rebanho de gado dentro do cercado, que na época era cerca, o sargento esbravejou, e quase nos engole, exigindo que nós colocássemos todos os animais para fora das dependências do colégio. Sem outra solução, fomos obrigados a correr atrás dos animais, e sem muitos esforços, finalmente, conseguimos expulsá-los de lá.

Mas o pior foi o castigo que recebemos lá no treino. Você Raimundo, teve que passar várias vezes em uma cerca de arame farpado, rastejando, e do outro lado, um cocô de vaca estava te esperando, deixando-lhe todo sujo e fedorento.

Os sargentos te marcavam porque você não deixava ninguém quieto. Era um verdadeiro capeta. Foi uma grande sorte ter terminado o serviço militar em Mossoró, foi condenado várias vezes para ser mandado para a tropa em Natal.

Eram 64 pontos de faltas que nós tínhamos direito, e agradeça de coração, mesmo você dando trabalho aos patenteados, muitas vezes, consideraram a sua ausência, aliás, quase todas as suas faltas foram causadas pelo seu péssimo comportamento, mas sem prejudicar a ninguém, apenas irritava os sargentos.

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OUTRA DO PADRE HUBERTO BRUENNING


Por Edvaldo Morais

Cura da Catedral de Santa Luzia em Mossoró por muitos anos, prestou relevantes serviços à comunidade mossoroense. Bastante conservador, era radicalmente contrário à americanização de nosso vocábulo. 

Reza a lenda que por ocasião de um batizado, indagou do pai o nome da criança. 

– Washington, respondeu orgulhoso o pai do garoto. 

Padre Huberto perguntou o por quê daquele nome de origem americana. 

– É que gosto muito da letra “U”, informou o pai. 

Monsenhor arrematou: 

– Se é por isso, você deveria ter registrado com o nome de Urubu que tem logo três letras “U”... 

Apesar do seu jeito sério, sua verve de humor era uma constante. Seus sermões na missa dominical das nove da manhã davam uma grande audiência à Rádio Rural.


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QUANDO AS BALAS LHE ALCANÇARAM Ferimentos sofridos por Lampião + bônus de foto inédita


Cópia de foto original encontrada no bornal de Lampião, após sua morte. A aludida foto, está arquivada no instituto histórico e geográfico de Maceió, e, certamente, foi feita pelo árabe Benjamin Abrahão nos idos de 1936/1937.

Obs.: as "legendas existentes na foto ", foram por nós acrescentadas, para ilustrar, os " ferimentos a bala ", sofridos pelo rei do cangaço, em mais de 200 combates ocorridos com a polícia.

A descrição dos " ferimentos " de Lampião , encontra-se inserida no livro " Quem foi Lampião " pg. 151, do renomado pesquisador/escritor, Frederico Pernambucano de Mello .

1921 - Ferimento a bala no ombro e na virilha , ambos transfixante, com tratamento conduzido por médico ( doutor Mota), tendo a ocorrência se dado no município de Conceição do Piancó/Paraíba.


1924 - Ferimento a bala no dorso do pé direito , transfixante, com tratamento conduzido por dois médicos ( doutores José Cordeiro e Severiano Diniz ), a ocorrência se deu na Serra do Catolé, município de Belmonte, PE.


1926 - Ferimento a bala na omoplata , leve, com tratamento caseiro, tendo a ocorrência se dado em Itacuruba, no município de Floresta, PE.

1930 - Ferimento a bala, no quadril , leve, com tratamento caseiro, tendo a ocorrência se dado em Pinhão, na época distrito de Itabaiana, SE.
Fonte: Depoimentos de ex-cangaceiros e amigos, conforme indicação bibliográfica, mais dados colhidos da caderneta de apontamentos de Benjamin Abrahão, item g.1. (obra citada ) .

Um abraço a todos.

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN


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CURIOSIDADES: Laudo médico sobre a visão de Lampião

Transcrição de Ivanildo Silveira


O documento foi emitido após sua morte: examinada pelo Dr. Joaquim NEVES PINTO.

P.S: FAC-SIMILE - Respeitando a ortografia do documento.

Por: Dr. Neves Pinto

Considerações do oftalmologista Dr. Neves Pinto sobre os OLHOS de LAMPIÃO.

O Dr. Neves Pinto nos enviou-nos hontem a seguinte carta:

Ilmº Sr. Director do Jornal de Alagoas. Saúde..!
 

Tendo saído truncado as informações que prestei em meu consultório a um dos repórteres desse conceituado jornal, sobre a DOENÇA NO OLHOS DE LAMPIÃO, julguei necessárias as linhas que se seguem, para que fiquem bem focalizado do ponto de vista científico, o meu diagnóstico.

Confesso que ao ver a CABEÇA do celebre bandido, como oculista e, pelo facto de ser do domínio público que VIRGULINO FERREIRA era cego de um dos olhos devido a uma “belida", tive a curiosidade de examinar de modo mais detido o aparelho visual.

Ora, entre nós o leigo chama de “belida“ a toda mancha de olho, até mesmo a “catarata“, denominando-o “pterígio" a outras neoformações oculares de "belida de carne“.



Encontrei, effectivamente no OLHO DIREITO do famoso bandido, UMA MANCHA BRANCA tomando quase toda a superfície da córnea na qual pude facilmente reconhecer o que em linguagem ophtalmológica se denomina de LEUCOMA ADHERENTE CENTRAL que é na maioria das vezes a consequência das úlcera perfurantes de córnea...
Em vista da extensão das lesões córneo-irianas poderia assegurar que o caso era INCURÁVEL.

No olho esquerdo encontrei, também, uma MANCHA BRANCA, que na realidade não deveria existir anteriormente, pois se tratava de cristalino luxado na camada anterior. Essa luxação cristaliniano deve ter sido provocada pelo choque das balas que atingiram a cabeça ou violentos traumatismos posteriores.

 


Quanto ao motivo de LAMPEÃO usar ÓCULOS ESCUROS, o que também me perguntou o aludido repórter, poderia ser por vaidade para esconder o defeito de seu olho direito ou mais provavelmente para se defender da “Photophobia" (medo da luz ) que é um dos sintomas mais frequente das moléstias oculares, agudas ou chronicas.

Sem outro assunpto, agradeço-lhe de antemão a publicação dessas linhas e, me subscrevo com estima.

Do patrício e admirador.
Dr. Neves Pinto.
Maceió, 04 de agosto de 1938.


Fonte: Jornal de Alagoas, 05 de ago. 1938.

Transcrição e grifo: Ivanildo Silveira


Pescado no sítio de cumpadi Joel Reis Via Cognitiva

GAROTO-PROPAGANDA

Lampião e as Pílulas do Dr. Ross

Diversos anúncios desde o surgimento da fama do maior cangaceiro que pisou as terras nordestinas, surgiram em jornais, revistas, rádios e televisão.

Quem não lembra aquele anúncio do tecido Tergal? E muitas outras encontramos. O que você diria desse comercial feito pela atriz Tânia Alves (Maria Bonita da minissérie global) relatando as benesses do remédio Ovariuteran como regulador dos “tempos difíceis” da mulher?

E que dizer de comerciais vendendo comida de restaurantes, inclusive um mexicano? Pois então… Lampião vende de tudo, óculos, colchões, animações para o Natal e até mesmo remédios, como aquele comercial para prisão de ventre, como aquele das 'Pílulas de Vida do Dr. Ross'.

 Chamarei a atenção para um anúncio bastante interessante, da referida pílula, para combater prisão de ventre e que usa o rei do cangaço como garoto-propaganda. Saiu na revista Boa-Nova de dezembro de 1933 e que dizia tal como está escrito:


 

“LAMPEÃO, pelo terror dos seus crimes, é o pavor dos sertanejos. O bandido que invade os lares, levando a toda parte a soffrimento e a morte, não ataca de frente, jogando a sua vida na luta leal. Esconde-se nas trevas, acoita-se nos barrancos, embuça-se nas grotas para de lá espalhar a destruirão e a morte. Também a prisão de ventre, aninhando-se sorrateiramente no corpo humano, provoca a explosão de males infinitos, pelo relaxamento do intestino. Para o combate ao banditismo de Lampeão a paiz arma os seus soldados adestrados. Para combater o prisão de ventre, OS PÍLULAS DE VIDA DO DR. ROSS, no dose de uma ou duas por noite, são as armas seguras, de effeitos infalliveis.”

Pesquei em Zé Cangaço

VISITANDO A CASA DO CABOCLO MARCOLINO, LOCAL ONDE LAMPIÃO SE ESCONDIA



Localizada em Patos de Irerê próximo a Princesa Isabel na Paraíba esta casa pertenceu ao coronel Marcolino que se casou com Xanduzinha filha do major Floro ( aquela da música de Luiz Gonzaga que diz o coronel Marcolino tinha 8 boi Zebu ). Este casarão era também o local onde Lampião o Rei do cangaço se escondia quando estava sendo perseguido pela polícia. Aqui na década de 30 também foi palco de enfrentamentos entre as tropas de João Pessoa então governador da Paraíba e de Zé Pereira líder da revolta de Princesa que ficou conhecida nacionalmente como um movimento coronelista em desafio ao governo Estadual.

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NOTA DE PESAR...


Por Relembrando Mossoró

É com pesar que o Relembrando Mossoró comunica o falecimento de Miguel Alves de Lima, neste dia 25/12/2019 a meia noite, seu velório estará sendo na SBC em frente ao Cemitério São Sebastião, seu sepultamento será às 16hs deste mesmo dia 25/12 no Cemitério São Sebastião.


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