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terça-feira, 26 de setembro de 2023

EXPEDIÇÕES 2024

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=4Nvxs-_3R1U&fbclid=IwAR37ZpEgqsGfKjEF9-MD6i_tDhpv6VA4eG3bwwP7rxikOKQ1F8AOVkIEG6o&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Nesse vídeo falo sobre os locais que iremos visitar nas duas próximas expedições Rota do Cangaço, que serão em janeiro de 2024. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @aderbalnogueiracangaco   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros #rotadocangaço

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A HISTÓRIA DO CANGAÇO PERDE MAIS UMA TESTEMUNHA

Por Júnior Almeida

Faleceu na manhã desta terça-feira, 26 de setembro, em sua residência, na cidade de Paranatama, Pernambuco, Maria do Carmo Barbosa de Lima, a Maria Balinda, de 99 anos.

Maria Balinda era filha de Júlio Barbosa de Lima, conhecido por Júlio Balinda, fiscal da então Vila de Serrinha do Catimbau, distrito de Garanhuns, que foi feito refém pelo bando de Lampião, quando esse atacou a povoação em 20 de julho de 1935.

Dona Maria Balinda deu a sua contribuição para a História de Paranatama e do cangaço, ao ser entrevistada pelo pesquisador documentarista cearense Aderbal Nogueira e o pernambucano Paulo Gastão, em julho de 2005.

Assim, perdemos mais uma testemunha da saga cangaceira. São agora poucos os que viveram áquela época, de sangue e sofrimento. Que Deus a receba em Sua Morada, e que conforte toda família, nesse momento de tristeza e dor.

*O vídeo com Maria Balinda no canal de Aderbal Nogueira no Youtube pode ser visto no link a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=-NWTU5m1-6Y...

https://www.facebook.com/junior.almeida.399

EMBOSCADA PARA O CORONEL ANTÔNIO ALVES DA BARRA DO EXU

Por Valdir José Nogueira de Moura

  

Em diferentes dias dos meses de outubro, novembro e dezembro de 1906, e janeiro de 1907 se intensificaram os furtos de gado vacum nas fazendas Poço da Ilha e Barra do Exu, no município de Vila Bela, propriedades do coronel Antônio Alves da Fonseca Barros. Em um só dia foram dele furtadas oito vacas paridas. Os misteriosos autores dos referidos furtos conseguiam alterar dolorosamente os ferros das reses e em seguida, efetuavam transações comerciais com as mesmas até mesmo dentro do próprio município de Vila Bela. Porém, em dias do mês de abril de 1907, estando o coronel Sebastião Ignácio de Oliveira fazendo compras de gados a diferentes vendedores, reconheceu no gado que comprou o ferro do coronel Antônio Alves, na forma adulterada. Em seguida o coronel Sebastião Ignácio procurou o coronel Antônio Alves, relatou o ocorrido e prontificou-se a entregá-lo as vacas que a pouco havia adquirido. Procedeu-se enfim por duas vezes minucioso exame nas marcas dos ferros do gado, e os peritos constataram tratar-se da marca utilizada pelo coronel Antônio Alves nas suas fazendas de criação, achando-se visivelmente a dita marca alterada. Na ocasião, foram denunciados como autores do furto: Joaquim, Francisco, Manoel e Luiz Cavalcante de Lacerda, todos irmãos, filhos de Duvina, e moradores nos Sítios Novos, no lugar denominado de Limoeiro. Ora, tendo sido penalizados e sofrendo grande prejuízo financeiro, além de prisão e processo judicial, Joaquim Cavalcante de Lacerda jurou vingar-se do coronel Antônio Alves, pretendendo enfim assassiná-lo numa emboscada. Para isto, realizou um plano de vingança e convidou para acompanhá-lo na empreitada desejada a Luiz Padre (Luiz Pereira da Silva), filho do finado Padre Pereira, também morto numa emboscada em 15 de outubro de 1907.

No dia 5 de outubro de 1908, por volta das 9 horas da manhã, quando se dirigia de sua fazenda Barra do Exú para Vila Bela, na altura da fazenda Pedra Partida, distante mais ou menos meia légua da sua casa, foi o coronel Antônio Alves emboscado com diversos tiros, que foram desfechados por Luiz Padre e Joaquim Cavalcante de Lacerda. Tinha na ocasião o coronel Antônio Alves 74 anos de idade, “estatura regular, constituição forte, temperamento sanguíneo, de cor branca, barba aparada, cabelos cacheados, brasileiro, criador, viúvo”. No depoimento policial, relatou o coronel Antônio Alves, que ao sair de sua casa, pela manhã, entre 7 a 9 horas, recebeu um tiro de emboscada, que não o atingiu; em seguida desfecharam mais dois tiros, sendo atingido por um deles que fez um ferimento na região torácica posterior; que ele depoente estava desarmado e vendo o perigo que o ameaçava, deu rédeas no cavalo e recuou; nessa ocasião foram desfechados alguns tiros ainda, dos quais não pode contar.

Na prisão, Luiz Padre mediante argüição do delegado de polícia Sr. Pedro Marinho de Mello Malta, confessou livremente e sem coação que fizera parte com Joaquim Cavalcante de Lacerda, conhecido por Joaquim de Duvina, da emboscada da qual partiram os tiros que feriram o referido coronel Antônio Alves da Barra do Exu; disse ainda que apenas participou da tocaia para fazer um favor ao mesmo Joaquim, pois ele próprio não tinha nenhum tipo de questão com o coronel Antônio Alves.

Luiz Padre, por ser ainda de menor idade, pois contava apenas com 16 anos, era solteiro, residente no povoado de São Francisco, foi representado no inquérito policial por seu bastante curador, o Sr. Severiano de Souza Nogueira.

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O SOLDADO HELENO

 Por Valdir José Nogueira de Moura

Assassinado barbaramente durante o assalto a cidade de Belmonte no dia 20 de outubro de 1922 pelo bando de Lampião. O soldado Heleno aos 22 anos de idade caiu em poder dos bandidos quando acudia a chamada para a defesa da cidade. Foi sepultado no cemitério local.

O soldado Heleno Tavares de Freitas era natural do Estado de Alagoas, filho de João Tavares de Freitas e Joana Maria da Conceição. Soldado do destacamento de Polícia da cidade de Belmonte, cujo comandante na época era o sargento José Alencar de Carvalho Pires (Sinhozinho Alencar), aos 20 anos de idade casou com Enedina Maria da Conceição, natural do município de Salgueiro, filha de Rufino Benedito da Silva e Jesuína Maria Ribeiro. O matrimônio do soldado Heleno foi realizado na Matriz de São José de Belmonte no dia 27 de julho de 1920 pelo padre José Kherle, e teve como testemunhas José Bezerra Leite e Luiz Mariano da Cruz, ambos também soldados da Polícia Militar de Pernambuco.

Viúva do soldado Heleno, casou Enedina Maria da Conceição em 1925 com Severino Luiz dos Santos, filho do senhor Francisco José dos Santos e Idalina Maria da Conceição.

Para homenagear o ato heroico deste bravo soldado, a cidade de Belmonte possui em uma de suas principais artérias o seu nome: “RUA SOLDADO HELENO.”

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ORGULHO LATINO-BRASILEIRO

 Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.969


Os dois faraônicos projetos brasileiros e latinos, estão muito mais acima da classificação comparativa. Quem imaginaria duas coisas como essas que estão para acontecer!? Uma estrada rodoviária que se inicia em São Paulo, no Oceano Atlântico (Porto de Santos), até o Oceano Pacífico, no Chile, portos de Antofogasta e Iquique. Rodovia esta que cortaria, no Brasil, os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, passando pelo sul do Pantanal. Deixando o Brasil, a rodovia penetra pelo Paraguai, Argentina e Chile, o seu destino final. Entre as distâncias divulgadas, está a de 3.320 km, entre ambos os oceanos. Cada país interessado em exportar pelo Atlântico ou pelo Pacífico, já se movimenta em relação a rodovia em seus respectivos países.

Brasil e Paraguai já estão perto do término de uma ponte trabalhada pelos dois lados. A expectativa é que que a obra total esteja pronta dentro de dois anos. A rodovia já tem apelido popular de “Corredor Bioceânico”, por sinal, um belo nome! Será que você é brasileiro, estudante ou não e nem sabia disso? A outra obra que será magnífica, é a segunda estrada que também ligará o Oceano Atlântico, no Brasil, ao Oceano Pacífico, no Peru. Aí, segue por outro roteiro com os mesmos objetivos, mas essa é uma ferrovia, também apelidada de “Ferrovia Bioceânica”. Seu roteiro no Brasil, é São Paulo (Porto de Santos) Mato Grosso, Rondônia, Acre, Bolívia, Peru (Porto de Ila), no Oceano Pacífico. A primeira está sendo aprontada, a segunda, trechos ainda discutidos.

Quando prontos, fomentarão o desenvolvimento do comércio da América do Sul com o resto do mundo, em muito menos tempo, muito mais competitivo e mais seguro. Pelo Atlântico facilitará as transações com Europa e África. Pelo Pacífico, fica viável o comércio com o Oeste dos Estado Unidos e o mundo asiático. O país que for invejoso, vai morrer de inveja dessas duas obras que estarão no topo das maiores do mundo. Não caberia em apenas uma crônica, a grandeza detalhada desses empreendimentos diretamente nos países participantes e indiretamente para todos os que fazem a América do Sul e Caribe o grande orgulho latino, exemplo para o mundo e coroação para o Sul-Global. Tenha orgulho do Brasil!

IMAGEM (PIXABAY).



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VENDE-SE UMA CASA

 Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.968


Ouvindo agora o que foi o maior cantor do mundo, em minha opinião, Altemar Dutra, bateu-me um sentimento grande de saudade e comoção ao lembrar um episódio do passado. Junto a um companheiro, não lembro quem, fomos tomar uma cervejinha gelada no chamado serrote do Pelado, modernamente denominado Alto da Fé. Nesse monte, já urbanizado, havia uma casa suspeita com um bar defronte. Podia-se curtir a paisagem da parte norte de Santana do Ipanema enquanto se bebericava. Foi, então que vi chegar um carro com um casal – ainda hoje a subida de carro não é fácil – pediram uma cerveja e sentaram-se à mesa vizinha. Ele, já um senhor de meia idade, ela, uma senhora não tão bonita, mas com certo charme, em torno de 30 a 40 anos. Ela fumava, ele não.

Eu observava, disfarçadamente, aquele casal, cuja alegria da mulher com o foco no seu acompanhante era bem visível. Ele muito tranquilo, apenas mexia com as chaves do veículo. Descobrimos forçando uma aproximação, que o casal era de Arapiraca e estava fazendo um tour pelo Sertão. A mulher era divorciada e aquele cidadão era o seu novo amor. Ah! Só poderia ser. A senhora não cabia na saia de tanto contentamento. Só havia olhos para o companheiro que procurava disfarçar. Nesse momento ela pediu a música “Vende-se Uma Casa”, do compositor e cantor Jota Ribeiro, uma página brega de grande sucesso da época. O homem continuava tranquilo, falando pouco, mas a mulher ficou vermelha, emocionada, olhos injetados, mesmo assim não demonstrava nenhuma tristeza, só emoção com novo o idílio.

Eles disseram que ainda iriam percorrer várias cidades até voltar para a “Terra do Fumo”. Nunca tinha visto tanto felicidade brotando numa senhora. Deixamos o lugar quando o casal pediu uma saideira. Na cabeça ficou a impressão daquele encontro durante muito tempo. Pensei como poderia tirar proveito da ocasião para mim inusitada. E, lá adiante, eu escrevia um romance do ciclo do cangaço, quando precisei de cena semelhante. Fui mentalmente ao serrote Alto da Fé, dei novos nomes ao casal apaixonado, conduzi a dupla, para a época cangaceira e os transformei em personagens de um dos meus romances. O tempo nos revela cada coisa!

Vende-se uma casa!

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/09/vende-se-uma-casa-clerisvaldo-b.html

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