Por Manoel Severo
http://sbec-br.blogspot.com/2014/08/a-nova-face-do-cangaco-pormanoel-severo.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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Por Clerisvaldo B. Chagas
- Quem matou José Ferreira, pai de Virgolino, foi o volante Benedito Caiçara, intempestivamente, sem saber nem quem ele era, na hora da invasão a casa.
Ten. José Lucena |
Novamente por entre as ruínas da Casa Grande de dona Generosa, a Capela e o Cemitério, os convidados do Cariri Cangaço puderam conhecer mais de perto este recorte importante da passagem de Lampião por essas bandas. João de Sousa Lima, Manoel Severo e Ivanildo Silveira anfitrionaram aos participantes. "O João acabou de me dizer que os familiares fizeram a pintura completa tanto da capela como do cemitério para receber na manha de hoje o Cariri Cangaço" revela Manoel Severo.
Diante da caravana que visitava o local, João de Sousa Lima, tendo ao lado; Manoel Severo e Ivanildo Silveira; fala: "Dona Generosa, que morreu com mais 100 anos nos idos de 1950 era uma das maiores coiteiras de Virgulino Ferreira . Construiu aqui onde estamos e todos podem ver, esse conjunto arquitetônico conhecido como a vila de dona Generosa, temos aqui atrás as ruínas da casa grande, ali na frente a capela, cemitério e outras três edificações contíguas. Pessoal aqui foram realizados muitos bailes reunindo os cangaceiros e as mocinhas do lugar; tudo com muito respeito, sem "ousadia" por parte dos cangaceiros".
E continua João de Sousa Lima: "Seu Agenor, neto de Generosa, certa vez me falou que quando os cangaceiros desciam a serra para o baile aqui na casa da avó, dava para sentir o cheiro do perfume deles de longe..."
Aqui também na Vila de Dona Generosa foi morto Zé Pretinho. Na verdade Zé Pretinho foi preso por Douradinho nas proximidades do povoado Arrasta-Pé e passou com ele todo amarrado, montado em um burro, na casa da cangaceira Durvinha. Dona Santina, mãe de Durvinha, tentou dar um copo com leite a Zé Pretinho, o Douradinho quebrou o copo jogando-o na calçada da casa. Zé Pretinho foi morto na frente da casa de Generosa, amarrado em um pé de barriguda, onde fizeram “tiro ao alvo”, depois de morto foi esquartejado e deixado no lugar; Generosa mandou enterrá-lo lá mesmo, existindo ainda no lugar o túmulo de pedras e uma cruz que marcam o lugar da tragédia.
"Testemunhar essa verdadeira legião de pesquisadores que vieram de todo o Brasil para conhecer de perto os principais cenários do cangaço em Paulo Afonso, sermos acolhidos por essa Comissão espetacular que tem a frente nosso Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima e ainda os Conselheiros; Luma Holanda, Flávio Motta e Marcus Vinicius, nos proporcionando momentos inesquecíveis cheios de historia e forte significativo, não tem preço, o Cariri Cangaço Paulo Afonso ficara na história" conclui Manoel Severo.
Com a palavra do Conselheiro Cariri Cangaço Junior Almeida: "O Cariri Cangaço marca mais um ponto, na verdade um gol de letra nesse magnifico evento de Paulo Afonso 2022, coroando o retorno aos nosso eventos presenciais depois da pandemia e para mim em particular está sendo uma grande honra receber como Conselheiro Cariri Cariri neste evento nossa caravana de Paranatama, ex Serrinha do Catimbau lá de nosso agreste pernambucano e que em breve estaremos inaugurando nossa Rota do Cangaço!"
Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 na Vila de Dona Generosa em 25 de Março de 2022
Fotos: Louro Teles, Junior Almeida, Kiko Monteiro.
A Balaiada, chamada
ainda Guerra dos Bem-te-vis, foi uma revolta popular
e social ocorrida no estado brasileiro do Maranhão[1] entre
os anos de 1838 e 1841[2] (uma
das mais longas e numerosas revoltas, com início em 13 de dezembro de 1838).[3] Os
primeiros indícios da revolta ecoaram da então vila da Manga do Iguará, também
conhecida simplesmente Manga (atual cidade de Nina Rodrigues), na região do Maranhão
oriental.
A rebelião eclodiu como um
levante social que visava obter melhores condições de vida e contou com a
participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.[1]Suas causas
estavam na má gestão do governo local, incapaz de evitar que a maioria da
população falisse durante a crise do comércio de
algodão, e a promulgação da Lei
dos Prefeitos que autorizava os presidentes das províncias a nomearem
os prefeitos municipais, levando assim os seus “nomes de confiança” ou eles
próprios ao poder. Este fato acirrou mais ainda as relações do povo com as
instituições governamentais, uma vez que a população naquela época não votava.[4]
Os revoltosos entraram em combate contra as tropas imperiais e foram derrotados. O então coronel Luís Alves de Lima e Silva, posteriormente conhecido como Duque de Caxias, liderou as tropas que obliteraram as tropas revoltosas. Porém, a paz só foi alcançada quando o Imperador do Brasil concedeu anistia geral aos últimos rebeldes.[5]
Índice
Etimologia
A palavra balaiada provém dos
"balaios",
nome dos cestos típicos manufaturados na região.
Antecedentes
Apesar de uma implementação
tardia, a economia escravista de plantation caracterizou-se
no Maranhão pelo desenvolvimento e crescimento da importância de uma economia
camponesa de forma diferenciada e autônoma, principalmente
se comparada a outras regiões do Brasil onde também predominaram as
grandes lavouras escravistas.
A economia camponesa assumia,
então, uma função complementar à economia de plantation, criando assim um
antagonismo entre os dois setores, gerando a base do conflito entre os
autodenominados caboclos e os fazendeiros escravistas, e por fim, preparando o
território para a eclosão da Balaiada.[6]
O Maranhão era regido por dois
partidos: os liberais (chamados de bem-te-vis, por causa do seu jornal,
chamado O Bem-te-vi) e os conservadores
(cabanos, por analogia com os cabanos do Pará, Pernambuco e Alagoas).[2]
A articulação defasada entre o
sertão maranhense e o litoral criou uma separação antagônica e consequentemente
importante para a revolta, acentuando conflitos entre as camadas sociais no
sertão e o poder provincial.
A revolta dos balaios
Considerada uma das maiores
insurreições populares da época Brasil-Império, a Balaiada chegou a mobilizar
ao menos 12.000 homens ao longo de seus quatro anos de duração.[7]
A revolta tomou o nome de
Balaiada pois Balaio era o apelido de um de seus principais líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira.
Ele era um fabricante de balaios, e fora vítima da violência policial, que decidiu fazer justiça
com as próprias mãos após um soldado desonrar suas filhas.
A principal causa da revolta foi
a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo
Gomes, o Cara Preta,[8] acusado
pelo sub-prefeito da Vila da Manga[2] (atual Nina Rodrigues ), José Egito, um
cabano. No dia 13 de dezembro de 1838, Raimundo Gomes, com
nove outros homens, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e
libertou-o, reforçando seu grupo com os prisioneiros soltos e vinte e dois
soldados encarregados da segurança policial da Vila.[2]
Raimundo Gomes conseguiu o apoio
de Lívio Pedro Moura, Mulungueta, e Manuel Francisco dos Anjos Ferreira,
também conhecido como Manuel Balaio, o que deu nome ao movimento.[2]
Os revoltosos, após destruírem e
saquearem fazendas e vilas, investiram contra a Vila de Caxias, que, sob a
liderança civil de João Paulo Dias e do
capitão militar Ricardo Leão Sabino, conseguiu resistir,
inclusive com o apoio de mulheres, durante quarenta e seis dias sob o cerco do bando
de Raimundo Gomes.[2]
Quando não havia mais como
defender a vila, o Capitão Sabino simulou haver aderido à revolta, mas disparou
um canhão, causando pânico entre os balaios, resultando na evacuação da vila.
Esta vitória animou o partido dos Bem-te-vi, que enviou emissários à
capital São Luís, pedindo a rendição ao presidente do Maranhão.[2]
Os balaios, porém, eram
desorganizados, sem unidade de comando, e perderam um de seus líderes, o
Balaio, que foi atingido por um projétil atirado de seu próprio bando e morreu
de gangrena.[2]
A importância da revolta reside,
por um lado, em seu pioneirismo, tamanho e grandeza, que envolvem seu impacto
na formação do campesinato maranhense, se fixando como parte importante da
história de resistência da população camponesa. Por outro lado, a Balaiada,
como diversas outras revoltas da época da Regência, teve seu caráter multiclassista,
contando com uma liderança popular desde o princípio, unindo fazendeiros,
vaqueiros e escravos, compondo um exemplo atípico de aliança.[7]
A repressão
A região do Baixo Sertão, onde
está localizada a cidade de Caxias, também foi atingida pela Balaiada. Saindo
de Caxias, através do rio Itapecuru,
os rebeldes atingiram o baixo Munim, ocupando a vila de Icatu, na baía de São José, em frente à ilha de São Luís,
criando assim uma grande ameaça ao governo da capital. [3]
Para combater a situação, a
Regência enviou ao Maranhão, como Presidente e Comandante das Armas da
Província o coronel Luís Alves de Lima e Silva, que tinha
experiência militar por ter lutado na Guerra de Independência e
na Guerra da Cisplatina, de 1825 a 1828. Ele
recebeu o comando de todas as tropas em operação no Maranhão, Piauí e Ceará, e
assumiu o comando em 7 de fevereiro de 1840.[2]
Lima e Silva criou a Divisão
Pacificadora, dividindo em três colunas, comandadas por Sérgio de Oliveira, que ocupou as comarcas de
Caxias e Pastos Bons, João Thomaz Henrique, que
atuou em Vargem Grande e Brejo, e Souza Pinto Magalhães,
que ocupou a Vila Icatu e as margens do rio Mearim.[2]
A estratégia dos revoltosos era
de guerrilha rural, atacando só os pontos fracos da defesa do governo; a
resposta estratégica foi manter suficientemente guarnecidas todas as vilas e
cidades importantes para os revoltosos. Destes pontos fixos, Lima e Silva combateu
a Balaiada, usando muitas vezes o cerco contra grupos de rebeldes.[2]
Os balaios ainda tiveram o apoio
de três mil escravos, que fugiram das fazendas, se aquilombaram e depois
ficaram sob a liderança do negro Cosme Bento das Chagas.[2]
Em 23 de
agosto de 1840, quando foi proclamada a maioridade do imperador Dom
Pedro II, Lima e Silva anunciou aos maranhenses a quase extinção da guerra
civil.[2]
Lima e Silva receberia, mais
tarde, o título de Barão de Caxias por esta campanha.[9]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Balaiada
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