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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dona Fideralina, Negros e Cabras Por: Blog do Sanharol

Sítio Tatu em foto de cariri-encantado.blogspot.com

O Tatu, sítio de sua propriedade e sob o seu comando, apesar de apresentar uma paisagem peculiar, era semelhante a tantas outras da região, regularmente organizadas, com a casa-grande, a capela, o engenho, o açude e os casebres dos moradores, formando a central administrativa da atividade corriqueira do meio: a agropecuária. Entretanto, a referida capela, construção muito mais rara a época, nos sítios daquela zona, assim como a presença do negro, bem mais acentuada que nas demais propriedades, emprestavam ao Tatu um aspecto especial, configurando um latifúndio.
Em geral, nas conversações sobre Dona Fideralina, se lhe faz referência ao gosto ou costume de ter sempre muitos negros no Tatu. Esta particularidade da sua vida está comprovada, através so folclore poético da região. Velhas quadras populares, como estas:

O Tatu pra criar negro,
Sobradim pra criação,
São Francisco pra fuxico,
Calabaço pra algodão,
Caraíba é prata fina,
Suçuarana, ouro em pó,
Xiquexique, mala veia
E o Tatu é negro só.

Cercado de negros e cabras as suas ordens, numa propriedade de ares latifundiários, detendo o poder supremo no seu município e influindo na política do Ceará, Dona Fideralina, descendente e ascendente de líderes políticos de reconhecido prestígio, transformou-se em símbolo do mandonismo sertanejo, numa das figuras de prol da história do coronelismo nordestino. Essencialmente vocacionada para o mister político, dotada de superior capacidade de liderança e dominação, forte, autoritária e brava, não seria de estranhar que sua influência extrapolasse, como de fato extrapolou, as fronteiras do seu reduto e se fizesse exercer sobre a região e o Estado.

Essa abrangente ascendência de mandona de Lavras da Mangabeira não poderia deixar de ser evidenciada, como seus negros e cabras, pela inspiração dos bardos sertanejos, intérpretes fiéis do pensamento do povo, como no caso desta sextilha, atribuída ao repentista Zé Pinto – José Pinto de Sá Barreto:

O Belém manda no Crato,
Padre Ciço no Juazeiro,
em Missão Velha Antônio Rosa,
Barbalha é Neco Ribeiro,
Das Lavras Fideralina
Quer mandar no mundo inteiro.
 
 
Extraído do livro – Ensaios e Perfis – Joaryvar Macedo.
Antônio Morais
http://blog : Cariri Cangaço

Museu Fonográfico de Campina Grande festeja 99º aniversário do Rei do Baião

Por:Kydelmir Dantas
Kydelmir Dantas

Nesta terça-feira 13 de dezembro é comemorado em todo Brasil o 99º aniversário de nascimento de Luiz Gonzaga, noticiado na mídia em geral e lembrado por milhões de fãs brasileiros e estrangeiros do imortal cantador da Asa Branca. Em Pernambuco e na Paraíba, especialmente, acontecem eventos importantes nas capitais e nos interiores dos Estados, para celebrar a magna data do Rei do Baião às vésperas do seu centenário. 

Na Paraíba, o Rei do Baião vai ser homenageado mais uma vez no evento anual que lhe dedica o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, MFLG-CG, situado na Rua Costa e Silva, 1304, no bairro do Cruzeiro. Desde a manhã e a tarde o Museu Luiz Gonzaga abre as portas para a visitação do público em geral e às equipes de reportagem da mídia. A partir de 19h00 começam o evento do Museu Luiz Gonzaga que celebra os 99 anos de Luiz Gonzaga. 


Livros sobre Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. A primeira parte da programação da festa luiz-gonzaguiana paraibana é religiosa, com a realização de uma missa campal a ser celebrada por alguns padres que têm demonstrado interesse de virem a Campina Grande participar da festa. Depois da missa, com liturgia incluindo o repertório de inspiração religiosa de Luiz Gonzaga, acontecem lançamentos de três livros de autores oriundos de Pernambuco e da Paraíba.
 

A pernambucana Lêda Dias lança Eu Sou Anastácia! História de Uma Rainha, a biografia da cantora e compositora Anastácia. Ela e Dominguinhos são autores de Sanfona Sentida, uma das mais belas canções de amor de Luiz Gonzaga. O paraibano Inaldo Soares, radicado na cidade do Recife, lança o livro A Musicalidade de Jakcson do Pandeir, um verdadeiro catálogo da discografia do Rei do Ritmo. Já o criador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, José Nobre de Medeiros em parceria com Antônio Francisco Costa, misto de advogado e forrozeiro, lançam o livro Porque o Rei é Imortal! O livro de Zé Nobre e Antônio Costa é um valioso estudo das músicas de Luiz Gonzaga e parceiros que ele jamais gravou, as suas participações em discos de outros artistas, os cantores estrangeiros que interpretam a obra luiz-gonzaguiana, as homenagens dos artistas ao Rei do Baião, e outros assuntos. 

Enviado por Kydelmir Dantas
Sócio da SBEC
Extraído do blog: Cariri Cangaço

Eu, leitora "FUI CANGACEIRA DO BANDO DE LAMPIÃO"

Por: Rosane Queiroz
 

A costureira aposentada Ilda Ribeiro de Souza, a "Sila", 77 anos, foi cangaceira durante dois anos e é a última sobrevivente do massacre que matou Lampião e Maria Bonita, em Angicos, Estado de Sergipe, em 1938. Viúva de Zé Sereno, homem de confiança de Lampião, ela lembra como era a vida no cangaço e ainda tem pesadelos com tiroteios.
Sou boa corredora, e por isso escapei do cerco que matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros que tiveram suas cabeças decepadas e exibidas pelo Nordeste. Participei do cangaço por dois anos, depois que Zé Sereno me seqüestrou para ser sua mulher.


Nasci em Poço Redondo, interior de Sergipe, às margens do rio São Francisco. Na minha casa, éramos oito irmãos – seis homens e duas mulheres, sou a sexta filha. Meu pai tinha uma pequena fazenda. Quando eu tinha 6 anos, minha mãe morreu, nem sei de quê. O povo diz que foi de nervoso. Era uma vida sacrificada. Mas tínhamos uma família unida, meu pai nos ensinou a ter respeito pelos mais velhos, a ser honestos e a ter personalidade.

Desde menina eu escutava histórias sobre Lampião, mas achava difícil ele chegar ali. Só que um dia ele passou pela cidade. Eu estava na casa de minha madrinha, e os coiteiros [sujeitos que protegiam os bandidos] foram avisar meu tio que os cangaceiros estavam chegando. Ele tinha uma venda e poderia ser assaltado. Meu tio trancou eu e minhas primas num quarto. E eu louca para ver Lampião! Deitei no chão para espiar por debaixo da porta. Eles levaram açúcar, bolachas e foram embora. Só vi os pés dos cangaceiros.

Eu tinha uns 12 anos quando papai morreu, e meu irmão mais velho, João, é quem tomou conta da gente. Eu estudava na cidade, só ia para a fazenda nas férias. Corria o boato de que os cangaceiros seqüestravam as moças e, como eu era bonitinha, cheia de luxos, meu irmão tinha medo de que eu fosse à fazenda: 'Os cangaceiros podem lhe carregar'. Foi ele falar, no dia seguinte cinco deles invadiram nossa fazenda.

Mandaram a gente preparar uma galinha e era para eu levar até o riacho, onde eles estavam acampados. Eu disse que não iria, mas meu irmão achou que seria pior. Fui caindo pelo caminho, de medo. Tremia tanto quando entreguei a comida para o cangaceiro


Do arquivo de João de Sousa Lima - Dulce no centro

No dicionário, cangaceiro é bandido. Mas o Lampião da história oficial não é o mesmo que conheci. Bandido, essa palavra a gente não pode tirar. Mas ele só era bandido para quem era para ele também. Ele se preocupava com a moral do bando, tinha amizades, considerava as pessoas, as crianças. E era muito religioso, rezava de manhã e à tarde.

Nunca presenciei um ato de selvageria. Às vezes ficava sabendo de execuções necessárias à segurança do bando, mas nunca vi tomarem nada dos pobres, ao contrário. Quando chegava nas casas, se a moça ia casar, a gente dava o enxoval todo. Se via criança passando fome, o que a gente tinha dava. Nossa riqueza era a polícia nos deixar em paz.

De noite, se não tinha perseguição, a gente tirava os bornais [bolsas de pano que usavam a tiracolo], estendia uma coberta. Senão, era só encostar em uma árvore. Dormia debaixo de chuva, de xiquexique [cacto]. Nunca mais deitei numa cama nem sentei em uma mesa para comer.

Zé Baiano que ele disse: 'Menina, nós não vamos fazer nada com você'. E me deu um anel, que não aceitei. Fui para casa e comecei a arrumar a mala para fugir quando Zé Sereno, o chefe do bando, apareceu e ameaçou: 'Volto daqui a oito dias para te carregar. Não adianta fugir. E não conte para ninguém'.

Guardei segredo os oito dias todinhos, morrendo de angústia. Tinha medo de que fizessem mal à minha família. No dia marcado chegou o bando. Fizeram uma festa na fazenda. E eu triste, pedindo a Deus que Zé Sereno não quisesse mais me levar.
Dancei com Luís Pedro, que estava com Neném, sua mulher. Ao amanhecer, Neném me disse: 'Sila, se prepare que a gente vai embora'. Imaginei que, se não fosse, matariam minha família.

Fui com a roupa do corpo. Meus irmãos nem me viram sair e, mesmo que tivessem visto, quem era louco de reclamar? Fomos andando pelo mato, calados. Zé Sereno na frente, eu atrás.

Era tudo tão estranho, parecia que eu flutuava. Eu chorava quietinha, e Neném me dizia que não adiantava chorar. Se a gente pisava numa pedra e tirava do lugar, os homens colocavam de novo, para não deixar pistas para os macacos [policiais].

Zé Sereno não tinha aparência ruim: era baixo, de tipo nortista e tinha uns 20 anos. Ganhou o apelido de Sereno por causa do temperamento. Mas eu estava morrendo de medo dele.

À noite, ele estendeu um cobertor em cima de uma pedra, e tive de me deitar com ele. Foi assim minha primeira noite. Fui sabendo que a partir daquele dia seria sua mulher. Naquela época o marido era um só, não tinha esse negócio de separação. Ele nunca me maltratou, mas tinha o jeito dele, a grossura dele. No dia seguinte, paramos em uma fazenda e a volante [grupo de policiais] apareceu. Nesse tiroteio morreu Neném. Apesar de termos passado só um dia juntas, ela foi minha primeira amiga ali. Eu só chorava, desesperada.

Dali fomos encontrar Lampião, que estava acampado em Sergipe. No caminho, outro tiroteio. Comecei a pegar prática de fugir correndo. Chegando no acampamento, Lampião me olhou e deu uma bronca no Zé: 'Como, uma menina?'. Zé respondeu que eu era a mulher ideal para ele. Eu imaginava Lampião baixo, e ele era alto, magro. Simpático, mas de pouca conversa.
Maria Bonita me chamou para ir à barraca dela e trocar de roupa, porque eu ainda estava do jeito que saí da fazenda. Me deu um vestido dela de brim, enfeitado com passamanarias. Ficou enorme. Ela era mais gorda e mais baixa do que eu. Maria era divertida, inquieta, chamava a atenção, mas não era tão bonita. Tinha muita mulher bonita no mato. As que conheci melhor foram ela e Dulce, mulher do cangaceiro Criança.
A comida principal era bode assado. De vez em quando matavam um boi roubado. Quando não tinha nada, comíamos jacuba, uma mistura de rapadura com farinha e água. Eu tinha vontade de comer arroz, mas era difícil.

Às vezes eu ficava no coito [esconderijo] com Maria Bonita. Lampião ia encontrar amigos e deixava uns cangaceiros com a gente. Ali, um respeitava a mulher do outro, não tinha bagunça. Falam que os cangaceiros eram machistas, mas isso dependia da inteligência da mulher. No nosso bando eles respeitavam muito a nossa opinião, mesmo que a gente não tivesse muita função nas lutas. Nos curtos períodos de trégua, as que sabiam costurar, costuravam. Tínhamos máquinas de manivela. Apesar da vida dura do sertão, os cangaceiros eram vaidosos, gostavam de usar jóias e roupas enfeitadas.

Uns dois meses depois da partida, engravidei e fiz o enxoval do meu filho todinho no mato. Fiz camisinhas em opalina, tecido fininho, tudo cor-de-rosa, bordadinho à mão. E nasceu homem. Mas, com dois dias, tive que dar ele. Era proibido ter crianças no bando: dificultaria as caminhadas e o choro seria uma pista. Ao nascer, a criança era levada por um coiteiro para alguém criar.
Bando de cangaceiro de Sila e Zé Sereno
Tive meu filho embaixo de uma árvore, Maria Bonita foi a parteira. No outro dia Lampião jogou uma agüinha na cabecinha dele, rezou um padre-nosso e o batizou como João do Mato. Aí o coiteiro chegou, e chorei muito. Dobrei as roupinhas dele e mandei entregar para uma pessoa de minha confiança. Meu leite demorou a secar e fiquei muito deprimida. Soube depois que com seis meses João adoeceu e morreu.

Eu não tinha muita noção do que era o cangaço. Apesar de ser considerado um movimento revolucionário, naquela época ninguém pensava assim, nem Lampião. Era o jeito de sobrevivermos sem obedecer aos coronéis. Eu achava que aquilo não era vida de gente. Mas não tinha saída.

Nos tiroteios, eu rezava muito, era tudo caindo, e eu rezando. Uma vez, tinha tanto macaco em volta que a gente não podia mais andar. Um tiro passou perto da minha cabeça e levantou um tampo de terra do chão. Vi muita gente morrer na minha frente, mas, engraçado, nunca pensei na morte.

Apesar do sofrimento, entrei no espírito do grupo. Andava com um punhal e uma pistola 'máuser' pequenininha, que dava cinco tiros, igual à de Maria Bonita. Mas só usei uma vez, para libertar o Zé. Ele entrou em uma casa e um homem o derrubou no chão. Por causa do peso do armamento, quando um cangaceiro caía, era difícil levantar. Eu cheguei na hora, peguei minha pistola e falei: 'Se não soltar ele agora, eu mato'. Depois Zé falava para todo mundo que, se não fosse eu, ele tinha morrido.

Antonio Conselheiro


Ruínas da Igreja velha de Santo Antonio

Antonio Vicente Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro, nasceu em 1830, no sertão de Quixeramobim, Ceará. Seu pai foi um ex-vaqueiro, proprietário de uma bodega que queria vê-lo ordenado padre, por essa razão o menino teve acesso a uma instrução formal.
O sonho do sacerdócio, contudo, frustrou-se com o falecimento do pai, em 1855. O futuro conselheiro herdou o comércio e a responsabilidade de cuidar da família, mas acabou falindo, mergulhado em dívidas. 
Casou-se em 1857, sendo depois abandonado pela família. Exerceu as funções de professor, pedreiro, construtor, rábula e caixeiro – teria inclusive, como vendedor ambulante encontrado e acompanhado o Padre Ibiapina nas andanças pelos sertões. 
Residiu durante algum tempo em Santa Quitéria, onde conviveu maritalmente e teve um filho com Joana Imaginária, mulher mística e escultora de rústicas imagens sacras.
Por volta de 1873, aparece em Assaré-CE, já com a fama de beato, e com as notícias de suas peregrinações pelos estados do Ceará, Bahia e Sergipe. Ganhou fama, prestigio e seguidores, e começou a ser chamado pela população de Antonio Conselheiro. 
Seus seguidores, gratuitamente, reconstruíam muros caídos de cemitérios, reforçavam paredes ameaçadas das igrejas, levantavam capelas, construíam pequenos açudes. 
Virou um homem respeitado no sertão, multidões se formavam para ouvir seus sermões: palavras otimistas, que previam um mundo melhor, feliz, mais próximo de Deus, longe da miséria.
Vista geral de Canudos depois do massacre
Para as classes dominantes, no entanto, Antonio Conselheiro era um charlatão louco, e estaria desviando as pessoas das atividades produtivas.
Em 1893, Conselheiro e seus seguidores se fixaram numa velha fazenda abandonada do norte da Bahia, às margens do rio Vasa-barris. O beato batizou o lugar de arraial do Belo Monte, embora ficasse conhecido por Canudos. 
Ante o quadro de secas, fome, doenças e exploração vigente no sertão nordestino, o Arraial do Belo Monte tornou-se uma espécie de terra prometida para os pobres da região. 
Em pouco tempo o Arraial assumiu dimensões extraordinárias, há quem estime sua população em 30 mil habitantes. Era um ambiente rústico e pobre, mas nos domínios do Conselheiro não existia fome e reinava um espírito de solidariedade e cooperação. 
A maior parte do que era produzido era repartido entre os moradores. Essa comunidade alternativa, cooperativa, assustou os poderosos. Os latifundiários perdiam a mão-de-obra sertaneja. A igreja católica perdia os seus fiéis.
Por outro lado, era evidente que o Conselheiro pregava contra a república, estimulando a que não se lhe pagassem tributos e até espantasse os funcionários que representavam a justiça e o casamento civil. Canudos assemelha-se às incontáveis comunidades rebeldes religiosas, lideradas por fanáticos, que reúnem ao seu redor uma multidão de fiéis aos quais é assegurada não só a salvação, mas a imortalidade.  
Seguidores do Conselheiro prisioneiros 
Usando como argumento principal o fato de Antonio Conselheiro fazer críticas à república – cuja proclamação em 1889 não alterou em nada a penúria em que vivia grande parte do povo nordestino – as camadas dominantes exigiram a destruição do Arraial, o que acabou acontecendo depois de três expedições anteriores fracassarem na tentativa de acabar com o aglomerado.
Mesmo com o arraial cercado pelo exército, a população lutou até o fim. Umas 300 mulheres, velhos e crianças se renderam. Alguns homens sobreviventes foram degolados e os que resistiram até o fim foram mortos a golpes de baionetas na luta corpo-a-corpo que se travou dentro do arraial, no dia do assalto final, em 5 de outubro de 1897. 
Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias antes do último combate. Ao encontrarem seu corpo, deceparam sua cabeça e a enviaram para que estudassem as características do crânio de um louco fanático.
Pesquisa:
História do Ceará, de Airton Farias A Guerra de Canudos e Sertões. Disponível em http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/canudos.htm
fotos

O Encontro de Padre Cícero com Lampião

História do Ceará de Airton Farias
Um dos fatos mais pitorescos da passagem da Coluna Prestes pelo Ceará deu-se com o inusitado convite feito por Floro Bartolomeu ao cangaceiro Lampião – para combater os rebeldes e defender a legalidade. 
Ainda sediado em Campos Sales, com seus batalhões de jagunços, Floro teria enviado um mensageiro portando uma carta para o “rei do cangaço” – carta referendada e assinada também por Padre Cícero – pedindo a presença do cangaceiro em Juazeiro. 
Padre Cícero e Floro Bartolomeu - a união entre religião e política no sertão do Ceará. Lampião que, por ser devoto de Padre Cícero, evitava atacar o Ceará, ao receber o convite do padre apressou-se a atendê-lo, chegando a Juazeiro com cerca de 50 homens, no início de março de 1926, quando a Coluna já havia deixado o Estado.
Naquela cidade, num único e marcante encontro, Lampião, após ser aconselhado por Padre Cícero a deixar aquela vida de bandidagem, comprometeu-se a combater a Coluna Prestes, recebendo armas, fardamentos e uma patente de capitão do Exército.
A presença de Lampião em Juazeiro provocou alvoroço. Uma multidão se formou para ver o famoso cangaceiro e seu bando. Lampião concedeu entrevistas, bateu fotos, ofertou esmolas à igreja local, recebeu visitas e foi agraciado com presentes, sem ser incomodado pela polícia. 
O bando deixou Juazeiro satisfeito, sobretudo porque o documento que dava ao chefe a “patente” de capitão – o que correspondia ao perdão de seus crimes e a não ocorrência de mais perseguições por parte da polícia – havia sido assinado a pedido de Padre Cícero pela única autoridade federal em Juazeiro, um agrônomo do Ministério da Agricultura, Pedro Albuquerque Uchoa.
Do acervo blog: Tok de História
 Conta-se que chamado mais tarde a Recife, para explicar tamanho absurdo, o agrônomo teria dito aos seus superiores que, naquelas circunstâncias, e com o medo que tinha de Lampião, ele teria assinado até a demissão do presidente Arthur Bernardes.
Lampião, contudo, não foi combater a Coluna Prestes. O cangaceiro, agora definitivamente nomeado Capitão Virgulino Ferreira, talvez tenha temido a fama de guerreiros dos tenentes, talvez tenha ficado irritado ao descobrir que a “patente” não tinha valor legal, portanto não valia nada. Virgulino ainda tentou falar com Padre Cícero, mas este se recusou a recebê-lo novamente. 
O patriarca de Juazeiro foi duramente criticado pela imprensa de Fortaleza, a qual usou o episódio como prova da proteção que o padre fazia a criminosos. Apesar do acontecido, Lampião nunca perdeu o respeito nem a admiração que tinha por Padre Cícero. 
Em junho de 1927, Lampião voltou ao Ceará, após uma fracassada tentativa de saquear Mossoró, no Rio Grande do Norte. O bando ocupou Limoeiro do Norte, exigindo uma quantia em dinheiro como “resgate”.  Dias após deixar Limoeiro, Lampião sofreu uma emboscada feita por 500 policiais, perdendo grande parte das provisões, munições e montarias. 
Com poucas armas, a pé na caatinga, os cangaceiros travaram em seguida outro tiroteio com a polícia, desta vez na Serra da Macambira, em Pernambuco. apesar da escassez de armamentos, os bandidos derrotaram centenas de policiais, fazendo aumentar nos sertões a lenda do “rei do cangaço”. Ajudados por coiteiros, os cangaceiros escaparam para os sertões de Pernambuco.    
A Outra Versão para o Encontro
Os fiéis juazeirenses até hoje reagem com indignação a esse relato do encontro entre Padre Cícero e Lampião. Segundo uma versão que veio a público em data recente, Lampião teria “ouvido falar” que Padre Cícero precisava de ajuda para combater os “revoltosos”, e compareceu espontaneamente a Juazeiro. 
O padre, pego de surpresa com a presença dos cangaceiros, e sem outras opções, viu-se obrigado a hospedar Lampião, por temê-lo e para evitar um confronto do bando com a população. 
Padre Cícero encontrou-se então, duas vezes com o rei do cangaço e não lhe teria dado nem as armas nem a “patente”, porque como prefeito, não tinha poderes para tanto.
O secretário de padre Cícero Benjamim Abraão em fotos dos anos 1930 ao lado do bando de Lampião. O libanês registrou as únicas imagens fotográficas do cangaço.
Segundo ainda essa versão, foi o secretário de Padre Cícero, o libanês Benjamin Abraão, que teria sugerido, em tom de brincadeira, que a “patente” poderia ser dada pelo agrônomo. Vendo o interesse do cangaceiro, Abraão viu-se obrigado a convencer Pedro Uchoa a redigir o documento.  

Benjamim Abraão ao lado de Maria Bonita e Lampião 
Também teria sido sua a idéia de confeccionar e dar fardamentos dos ”batalhões patrióticos” aos cangaceiros. Essa versão exime totalmente tanto o Padre Cícero quanto Floro Bartolomeu de qualquer responsabilidade na contratação dos serviços do bando de Lampião. 
Fonte:
História do Ceará de Airton Farias
Portado por: Fátima Garcia

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Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico

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  • Você vai conhecer as melhores histórias de Lampião e sua respeitada malta.
  • O grande e falado encontro de Lampião e o coronel Joaquim Resende. 
  • A paciência que usava o  Manoel do Brejinho para atender os famosos Lampião  e Corisco.
  • O assassinato do cangaceiro Vulcão.
  • A perseguição das volantes para assassinarem o cangaceiro Zepelim. 
  • A bagunça que  os cangaceiros fizeram no coito de Lampião.
  • Morte dos tropeiros.
  • Corisco, após a morte de Lampião, ninguém mais o respeitava.
  • A castração de Beijo. 
  • A vingança de Lampião no Estado de Alagoas.
  • O assassinato de Santo da Fazenda Mandassaia. 
  • Execussão dos Tropeiros.
  • A morte de Brió.
  • O assassinato do cangaceiro Pau Ferro.
  • Assassinato de Tonho Vicente e Sisi.
  • Morte de Mariano e seus comparsas. 
  • Mortes das cangaceiras Rosinha e Adelaide.
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Os Comerciantes Estrangeiros em Mossoró - 07 de Abril de 2009

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Com a chegada dos navios da Cia. Pernambucana de Navegação Costeira em 1857, fazendo de Mossoró ponto de escala regular das suas embarcações, a cidade se abre para novos comerciantes, tornando-se, já no período de 1857 a 1877, uma próspera praça de negócio, assumindo a condição de “empório comercial”. A situação privilegiada da cidade, eqüidistante de duas capitais, Natal e Fortaleza, ao mesmo tempo que dividia o litoral do sertão, contribuíram para essa condição. No período citado, Mossoró aparecia como o “lugar privilegiado”, sentado na área de transição entre a economia do litoral representada principalmente pelo sal e o peixe, e a economia do Sertão representada pela pecuária, o algodão e principalmente as peles de animais. Mossoró tornava-se assim o lugar de troca, recebendo mercadorias de outras praças do país e do exterior e embarcando pelo seu porto, o porto de Areia Branca que na época pertencia a Mossoró, a produção regional que se destinava aos mercados nacionais e internacionais. Esse crescimento comercial serviu de chamariz para os grandes comerciantes, que viam em Mossoró o lugar ideal para desenvolverem os seus negócios. E os estrangeiros chegaram! 
Vindos principalmente da Europa, quase sempre procuravam Recife, uma cidade de alto comércio, onde dominava um espírito de cosmopolitismo generalizado. Lá chegando, faziam contatos com negociantes e firmas de toda espécie. E nesses intercâmbios de negócios, descobriam o nome de Mossoró, uma Praça para muitos deles ignoradas, mas um forte centro de atividades mercantis. 
Assim se deu com Johan Ulrich Graff, um empresário suíço, rico e cheio de idéias progressistas que apontou em Mossoró para instalar uma poderosa firma comercial, de importação e exportação de produtos regionais. Era a Casa Graff, fundada em 1868, com instalações próprias em prédios construídos em um grande terreno que fora comprados a Souza Nogueira pela elevada quantia de 500$000 (quinhentos mil réis). Para se avaliar o que significava esse valor para a época, basta dizer que o orçamento votado pela Câmara Municipal para o ano de 1867, não passava de 251$000 (duzentos e cinqüenta e um mil réis). 
No dia 05 de dezembro de 1872 chegou a Mossoró o alemão William Dreffren, “vindo no vapor costeiro de Pernambuco, com destino a estabelecer nesta cidade uma casa de compra dos diferentes gêneros do país”, como nos informa o jornal “O Mossoroense” datado de 8 de dezembro de 1872. Dreffren era “um tipo expansivo, curioso, vermelhaço, suarento como um barril de cerveja de Hamburgo”, no dizer de Raimundo Nonato. Era a “William Dreffren”, uma casa de compra de algodão, couro e finalmente de todo e qualquer gênero e produto do país. 
Outro grande comerciante estrangeiro que se estabeleceu em Mossoró nessa época foi o francês H. Léger. O Armazém do Francês, como era chamado, anunciava em “O Mossoroense”: “H. Léger, negociante, importador da praça de Pernambuco, avisa ao respeitável público, com especialidade aos Srs. Sertanejos, que acaba de abrir nesta cidade um estabelecimento de secos e molhados sob a firma de Léger & Cia., onde muito bem se pode servir as pessoas que quiserem prevenir de fazenda e molhados, garantindo-lhes não só um preço inteiramente razoável como também sinceridade”. 
Nos requerimentos dirigidos à Câmara Municipal com pedidos para manter portas abertas das casas comerciais, encontramos muitos outros estrangeiros, como se segue: Henry Admas & Cia. (francesa), Teles Finizola (italiana), Frederico Antônio de Carvalho (português), Conrado Mayer (suíço), antigo empregado das Casas Graff , que ganhando muito dinheiro nesse giro de negócio, veio a se estabelecer por conta própria em Mossoró, e muitos outros. 
Segundo um levantamento feito pelo Professor Vingt-un Rosado e publicado em seu livro “Andanças pela história de Mossoró”, em 1871 existia em Mossoró 18 comerciantes estrangeiros. E esses estrangeiros, vindos dos mais diversos países do mundo, projetaram o nome de Mossoró para além fronteiras, através dos produtos que eram importados e exportados por esses comerciantes.
 
Geraldo Maia do Nascimento
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FAMÍLIA CAMBOA

Por: Grismarim
Minha foto
Antonio Secundes Filgueira (Totô Filgueira), nascido em Mossoró, falecido em Natal a 16 de abril de 1952. Intendente em 1899/1901, ex-chefe do Executivo mossoroense nos triênios 1902/1904 e 1905/1907, cargo que exercia cumulativamente com o de Presidente da Intendência, tendo sido fatos importantes e principais de sua administração, a reforma do mercado público da cidade que custou aos cofres municipais em 1907 a importância de Cr$ 37.517,00, a restauração do serviço de iluminação com aquisição de 60 lampiões pela importância de Cr$ 2.350,00 e a inauguração da estátua comemorativa da Abolição, na Praça da Redenção, a 30 de Setembro de 1904.
Durante seus períodos administrativos verificou-se o fato do rio Mossoró ter passado trinta meses sem que a água corresse em todo o seu leito de 60 léguas, fato este, aliás, considerado assombroso para a época e para a região assolada que esteve por uma grande seca.
Antônio Secundes Filgueira integrava a Guarda Nacional no posto de Tenente Coronel, sendo seu comandante nesta cidade. Exerceu atividades comerciais em Mossoró e em Natal, para onde se transferiu em 1913. Era casado com Ismênia Galvão Filgueira (Vidinha), de quem descendem vários filhos.
Extraído do blog: "Família Camboa"

MOSSORÓ, LIBERDADE

Por: Geraldo Maia do Nascimento

O espetáculo “Auto da Liberdade”, que é encenado anualmente em Mossoró nos dias que precedem o trinta de setembro, é composto de quatro atos: a Libertação dos Escravos, a Revolta das Mulheres, a Defesa de Mossoró contra o bando de Lampião e o Primeiro Voto Feminino. O texto é de autoria do poeta Joaquim Crispiniano Neto.


Na primeira parte desta matéria tratamos de explicar como se deu a Libertação dos Escravos em Mossoró. Trataremos agora do episódio que ficou conhecido como a Revolta das Mulheres ou Motim das Mulheres de Mossoró.
O Motim das Mulheres de Mossoró foi um movimento de protesto ocorrido em 30 de agosto de 1875, contra a obrigatoriedade do alistamento militar para os jovens.
Corria o ano de 1875 e o país vivia uma fase de intensa vibração partidária. Vários movimentos populares estouravam no Brasil e o clima se agravou mais com a queda do Gabinete de 7 de março de 1871, presidido pelo Visconde do Rio Branco. Para substituir o Visconde, o Imperador convidou o Duque de Caxias para organizar o Ministério de 25 de junho. Ao assumir o Ministério, no entanto, Caxias deparou-se com uma medida extremamente impopular: o Decreto nº. 5.881 de 27 de janeiro de 1875, que aprovava o regulamento do recrutamento para o Exército e Armada. O objetivo do recrutamento obrigatório era de dotar o país de uma tropa de reserva treinada e não, como é anunciado por alguns órgãos da mídia, recrutar soldados para a Guerra do Paraguai, visto que a Guerra havia terminado desde 1870. Mas o recrutamento, que no momento era indispensável e lógico, exasperou o povo e constituiu elemento poderoso de irritação coletiva. E em quase todo o país estalaram tumultos provocados pela aplicação da lei do recrutamento.
No Rio Grande do Norte vários protestos populares surgiram contra a aplicação da tal lei. Em Arês, a 1º de agosto, homens e mulheres seguidos por um grupo de indígenas armados de faca e cacetes invadiram a Igreja Matriz e destruíram tudo que dizia respeito ao recrutamento como livros, papéis e editais. No mesmo dia, no município de Canguaretama, um grupo de homens e mulheres invadiram a Igreja onde estava sendo feito o alistamento, rasgando e queimando toda a documentação. Nessa luta, o capitão João Paulo Martins Nanninguer mandou dispersar o movimento à baioneta e ficaram feridas dezesseis pessoas. No município de Goianinha ocorreu movimento idêntico.
Em Mossoró, o movimento não passou em branco. Mais uma vez a fibra do povo mossoroense foi mostrada. Ninguém desejava que seus filhos fossem apanhados para o serviço militar, notadamente quando era sabido das intenções dos chefes políticos dominantes em darem preferência a filhos de adversários. Foi aí que um grupo de mulheres, inspiradas nos movimentos que estavam acontecendo no restante da Província, promoveram uma manifestação e conseqüente passeata pelas ruas da cidade, rasgando os editais afixados na Igreja de Santa Luzia como também livros e papeis relativos ao alistamento, encaminhado-se depois a redação do jornal O Mossoroense, onde destruíram cópias dos editais que ali estavam para serem publicados. Saindo dali, foram para a Praça da Liberdade, onde entraram em luta corporal com os soldados que haviam sido enviados para dominar a rebelião, tendo como resultado algumas mulheres feridas, só não assumindo conseqüências mais graves graças a interferência de outras pessoas que se encontravam no local.
O movimento contou com a presença de mais de 300 mulheres, que eram chefiadas por Ana Floriano, uma mulher alta, forte, de olhos azuis e cabelos louros, que vinha a ser a mãe do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, fundador do jornal O Mossoroense. Outras mulheres que se destacaram no movimento foram Maria Filgueira, esposa do Capitão Antônio Secundes Filgueira e Joaquina Maria de Góis, mãe do historiador Francisco Fausto de Souza.
A 31 de agosto a Câmara Municipal comunica ao Presidente da Província o fato ocorrido. Este, por sua vez, exigiu que fosse feito um inquérito para levantar a responsabilidade pelo movimento, pedindo urgência nas providências e oferecendo, inclusive, reforço policial se necessário fosse. A peça processual, no entanto, desapareceu do arquivo do Departamento da Segurança Pública, não sendo tomadas outras providências.
Em ofício de 4 de setembro do mesmo ano, o Juiz de Direito de Mossoró, Dr. José Antônio Rodrigues, narra sua versão dos fatos ao Presidente da Província, Dr. João Bernardo Galvão Alcoforado Júnior. Na versão do Juiz, o movimento contava com um grupo de 50 a 100 mulheres, capitaneadas por D. Maria Filgueira, mulher do Capitão Antônio Filgueira Secundes, 3º Suplente de Juiz Municipal e D. Maria de Tal, mãe do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, pretenso chefe liberal.
O que diferenciou o movimento de Mossoró com os dos demais municípios, foi o fato de aqui ter surgido entre as mulheres, não tendo sido registrado a presença de nenhum homem. Eram mães, mulheres, irmãs e noivas defendendo os seus filhos, maridos, irmãos e noivos. Foi mais um capítulo da luta do povo mossoroense na defesa dos seus direitos e da sua liberdade.
 Geraldo Maia do Nascimento.
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Extraído do Blog: Família Camboa

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BIOGRAFIA DE SANTA LUZIA, VIRGEM E MÁRTIR - Festa 13 de dezembro

Por: José Mendes Pereira

Segundo os religiosos Luzia ou Lúcia (Santa Luzia) nasceu em Siracusa, em uma ilha da Sicília. Era de família nobre e além do mais  muito bela. Devido os seus lindos olhos, deixou vários rapazes apaixonados. 
Luzia viveu entre os anos 283-304, no sécilo IV, já na era cristã, no período do  reinado do Imperador Dioclesiano.
 
Imperador Diocleciano
Luzia desde cedo decidiu  dedicar sua vida ao Senhor, quando fez votos de virgindade perpétua. Após a morte de seu pai, sua mãe lhe prometeu a um jovem, nobre, porém pagão. Luzia disse-lhe que iria pensar sobre o casamento, mas não aceitou, alegando que já havia se comprometido com Jesus. Eutíquia, sua genitora havia apanhado    uma grave doença. Com os conselhos de Luzia Eutíquia  resolveu ir ao túmulo de Santa Ágeda, que a curou da doença. Eutíquia agora queria a filha religiosa, e aprovou o seu voto de virgindade. Quem não gostou foi o seu noivo, que enfurecido denunciou Luzia ao Imperador Dioclesiano que a levou a julgamento. 
Luzia arrancou seus olhos, colocou-os em uma bandeija e os entregou ao noivo.  Mas em vez de ficar cega, surgiram outros olhos mais belos do que os de antes. Foi daí que surgiu a tradição de invocá-la como a protetora contra os males da visão.
O imperador Dioclesiano interrogou Luzia, mas ela não negou sua fé e nem abriria mão da sua virgindade. Pelo contrário, afirmou que seria uma seguidora de Jesus Cristo e sua fidelidade à Santa Madre Igreja. Dioclesiano também a obrigou a adorar os deuses falsos, em que Luzia se recusou dizendo-lhe: "Adoro somente meu único Deus e Senhor e a Ele prometi fidelidade e amor!"
Diocleciano insatisfeito com a desobediência de Luzia, mandou-a a um prostíbulo, como castigo pelo seu voto de virgindade. Mas sendo forçada, dez homens não tinham forças para levantá-la do chão. Decidiram matá-la ali mesmo. Os carrascos então jogaram-lhe azeite fervendo, mas Luzia saiu ilesa. Somente um golpe de espada que lhe deram na garganta foi capaz de matá-la.
Desde o século IV, ela é invocada como Santa. Em 1894, seu martírio foi confirmado após a descoberta de uma inscrição sobre seu túmulo em Siracusa, e cuja trazia sobre ele uma inscrição em grego antigo falando sobre a sua morte.
Fonte de Pesquisa:
MOSSORÓ EM FESTA
Catedral de Santa Luzia em Mossoró
Assista o vídeo da festa de Santa Luzia no ano de 2008 em Mossoró - Novenário - imagens: Santa Luzia Tv

 Amanhã, 13 de Dezembro será realizada em Mossoró a maior procissão de Santa Luzia no Nordeste. As ruas ficarão lotadas de religiosos mossoroenses, das cidades do Estado do Rio Grande do Norte e outros dos Estados vizinhos. Quem nunca viu, ainda dá tempo para percorrer as ruas e praças de Mossoró seguindo a Santa Luzia. É uma das mais belas festas que Mossoró realiza a cada fim de ano.