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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Me tira uma dúvida!

Por Ricardo Morais

Ricardo Morais pede explicação ao professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Salve mestre! 

Sou primo de um amigo seu Fernando Alves, tudo bem? Me tira uma dúvida: ouço pessoas dizerem que Lampião era chefe de Corisco; não consigo enxergar Corisco subordinado a alguém; entendo, sem profundo conhecimento do assunto cangaço, que eles eram amigos, porém, cada qual com o seu grupo, e Lampião, sem dúvida, exercendo uma liderança natural no cangaço, pois pelo que sei, ele era provido de muitas habilidades extras que o tornava diferenciado dos demais bandos... Lampião era chefe de Corisco? Ou Corisco era indomável? 

Abraço, professor!

Rubens Antonio respondeu-lhe dizendo 
o seguinte:


Oi, Ricardo MoraisA relação entre Lampeão e Corisco experimento muitos momentos de integração absoluta, muitos de tensão, outros de afastamento... Por atritos ou estratégia. 

Há depoimento de final dos anos 1920, de Lampeão, dizendo que deu cabo de Corisco. E, naquele mesmo ano, Corisco foi visto liderando um subgrupo ou sub-bando... Na verdade, isto surge como uma espécie de piloto do que se desenvolveu na década de 1930. Os cangaceiros não ficavam todos agrupados em unidade, mas dividiam-se em subgrupos. Estes costumavam circular por uma determinada e vasta área... No todo, Lampeão permanecia como líder incontestável, apesar de graus maiores ou menores de independência das sub-unidades... 


Uma delas sempre com Corisco à frente... Reunia-se a Lampeão, de quando em vez, a modo de "matar saudades", e, depois, seguia com seu subgrupo... Corisco, assim como todos os demais, eram violentos, e quanto a ser indomável ou domesticável... Lampeão dava as ordens... Mas sabia muito bem que ordens dar, de modo a poder continuar mandando... Ou seja... Ele mandava aquilo que ele sabia que Corisco e os outros obedeceriam... Por vontades próprias ou premidos por necessidades... 


Enfim, na estrutura do Cangaço, Lampeão nem tanto mandava em Corisco... Mas algo como "gerenciava", "coordenava"... O esquema era... "Não se domina... Incita-se na direção correta."

Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio

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Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas



Fonte: facebook

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Casa do Barão de Água Branca - Alagoas!


Casa do Barão de Água Branca - Alagoas! Essa História precisa ser escrita, estudada e contada por todos nós. 


Caro Manoel Severo Barbosa, professora Ana Lucia Souza e demais pesquisadores do grupo Cangaceiros Cariri. Serão sempre bem-vindos!!!

Edvaldo Feitosa


Água Branca é sem dúvidas uma das mais belas cidades das Alagoas, e estando em Água Branca o abraço em Edvaldo Feitosa é essencial !!! Muito obrigado meu amigo por fazer parte de nossa família Cariri Cangaço.

Cangaceiros Cariri

Fonte: facebook
Página: Edvaldo Feitosa

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Vai sair o livro do Sílvio Hermano Bulhões, filho dos cangaceiros Corisco e Dadá


O livro “MEMÓRIAS DE UM FILHO DE CANGACEIROS – CORISCO E DADÁ” do economista e filho dos cangaceiros Corisco e Dadá, Sílvio Bulhões, está sendo mais esperado do que chuva em São Paulo, segundo  o pesquisador do cangaço Adauto Silva.

Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

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MORRE TEÓFILO PIRES DO NASCIMENTO: UM COMBATENTE DO CANGAÇO

Por João de Sousa Lima

Morreu Teófilo Pires do Nascimento, ex soldado da volante de Zé Soares.

Teófilo entrou na polícia ainda muito jovem e foi ele quem matou o cangaceiro Calais.

Teófilo tinha 96 anos de idade e foi sepultado no povoado São José, Chorrochó, Bahia.

Teófilo participou do encontro acontecido entre volantes e cangaceiros que saiu no jornal nacional, sendo um dos participantes do filme; os últimos cangaceiros, do cineasta Wolney Oliveira, em Fortaleza, Ceará.

Também produzi junto com a Gal Vídeo, com Nícolas Silva, um documentário sobre  a visita de Teófilo à Grota do Angico.

Ele faleceu na segunda feira e foi sepultado na terça. familiares e amigos estiveram presentes no velório acontecido em sua residência.




Teófilo com a família e amigos


Velório em sua residência

Familiares e amigos prestaram suas últimas homenagens

Passando na mesma igreja onde Lampião assistiu missa em 1932







O filho João entrega o chapéu de Teófilo a um amigo
Eu com os filhos de Teófilo: Edvaldo e João
Nascimento, Eu e João


João de Sousa Lima é escritor, pesquisador, autor de 09 livros. membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br - http://www.joaodesousalima.com/2014/10/morre-teofilo-pires-do-nascimento-um.html

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A CANGACEIRA DADÁ

Por José Mendes Pereira 

Pelo o que eu tenho lido sobre os adjetivos da Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida no mundo do cangaço por Dadá, foi sem dúvida, uma grande guerreira, uma verdadeira fera humana, que mesmo Corisco já com os braços debilitados, devido alguns balaços sofridos em combates nas caatingas, em nenhum momento ela deixou o seu companheiro para trás. 

Corisco

E além de ter sido guerreira, era uma excelente companheira e amante do velho primo que a carregou para participar da mais perigosa vida que é: viver de correrias entre as estranhas matas, livrando-se dos estilhaços de balas e sem ter certeza de sair do meio do fogo com vida.

A professora Aninha e o escritor Alcino Alves Costa

Diz o escritor Alcindo em "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos", que Corisco tinha sido alvejado por João Torquato, filho de um senhor chamado Torquato, morador lá da Pia nova, que por vingança da morte do cangaceiro Zepelim, os grupos de Zé Sereno e Mané Moreno assassinaram seu Torquato e um senhor chamado Firmino.

 O cangaceiro Mané Moreno

Mas o único culpado foi um senhor de nome Chico Geraldo, que enrascado com o grupo do cangaceiro Mané Moreno, temendo ser executado, enredou ao cangaceiro, que tudo que Torquato e Firmino sabiam sobre eles, repassavam para Zé Rufino, um dos comandantes de volantes. 

Tenente Zé Rufino

Mas era mentira do Chico Geraldo, apenas ele queria envolver os outros para sair da mira do fogo, coisa que os cangaceiros não perdoavam covardia.

Diz ainda Alcindo Alves que nesse combate Corisco saiu baleado. Dadá foi a grande defensora do marido, pois já ferido e sem condições de reagir contra a volante de policiais, que justamente participava o João Torquato, o vingador, e sem mais munição, Dadá deu início a uma guerra com pedras, jogando-as contra os seus inimigos. E assim foi conseguindo arrastar o marido para outro local, fazendo com que os policiais perdessem o roteiro dos perseguidos. 

Depois disso, Corisco ficou totalmente debilitado, sem condições de enfrentar qualquer combate, confiando apenas na companheira, a suçuarana Dadá.

Mas diz ainda Alcindo que a glória de matar Corisco, coube ao policial José Rufino, que o perseguiu até a fazenda Cavaco, em Brotas de Macaúbas, na Bahia, onde o alcançou e com maior facilidade tirou-lhe a vida, no dia 25 de Maio de 1940. 

Com a morte de Corisco que deu continuidade à Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, do rei Lampião, praticamente ela foi enterrada com Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco.

No combate que vitimou Corisco, a suçuarana Dadá foi alvejada na perna, tendo sido presa e posteriormente liberada pela justiça para participar novamente da sociedade. 

Dadá faleceu em fevereiro de 1994 no Estado da Bahia.

José Mendes Pereira - Mossoró-Rn.

Fonte de pesquisas: 
Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos. 
Autor: Alcindo Alves da Costa.

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CANGAÇO: Pesquisador resgata polêmica sobre estátua de Lampião

Por Paulo César

Em 07 de setembro de 1991, foi realizado em Serra Talhada-PE, um plebiscito para verificar se a população aprovava ou não a instalação de uma estátua de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, em plena praça pública. O evento mobilizou a opinião pública e tornou-se um tema debatido em todo o país. Para se ter uma ideia da demissão que a discussão tomou, basta ler a revista Veja(28 graus), publicada em 28 de julho de 1991, com o título de “ O julgamento de Lampião 53 anos depois”.

Toda a polêmica tem a sua origem no surgimento de um fenômeno social chamado de “cangaço”, que iniciou no litoral em meados do século XIX e ganhou projeção histórica quando adentrou as caatingas nordestinas. O primeiro grande nome do cangaço foi o “Cabeleira”, que nasceu em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região, incluindo Recife. O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, “Jesuíno Brilhante”, que agiu por volta de 1870. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antônio Silvino, Sinho Pereira e Corisco. Porém, o cangaceiro mais famoso foi Lampião, também denominado o “Senhor do Sertão” e “O Rei do Cangaço”.

Lampião atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do nordeste., construindo ao longo do tempo uma história de terror e de medo, pois, a violência patrocinada por cangaceiros, volantes e coronéis, era algo terrível. Somasse a esses elementos o fenômeno da “seca” e ausência de políticas públicas desenvolvidas pelo Estado. O cenário que envolvia os principais personagens dessas e de fomes, miséria, opressão e principalmente, sem lei.

O maior obstáculo para Lampião surgiu quando o então presidente, Getúlio Vargas, adotou o regime ditatorial  denominado Estado Novo, em 1937,  e que incluiu Virgolino e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem. Lampião foi assassinado em 28 de julho de 1938 e logo depois,  em 25 de maio de 1940, Corisco também foi eliminado, decretando assim o fim do cangaço. Um dos fatos mais intrigantes, entre tantos que envolvem o cangaço e que é motivo de estudo de  historiadores, sociólogos e antropólogos, é fato de que nenhum ex-cangaceiro voltou a cometer qualquer atrocidade, em geral todos se socializaram, construindo famílias e trabalhando de forma digna, caso raro entre criminosos.

Passados quase  cinco décadas do fim do cangaço, o então vereador Expedito Eliodoro (1983-1888), o falecido Louro Eliodoro, apresenta uma proposta de se construir uma estátua de Lampião na estação ferroviária, a princípio a ideia não emplacou. No início dos anos noventa, a Fundação Casa Cultura retoma a discursão em torno da estátua, propondo que ela fosse colocada em praça pública.  Um modelo da estátua, em escala menor, foi desenvolvida pelo artista plástico Karoba. 


Iniciativa

A iniciativa ganhou força e recebeu o apoio da prefeitua municipal e dos movimentos culturais como MTP ( Movimento de Teatro Popular), CDP (Centro Dramátioc Pajeu) e Grupo de poetas “Desafio” (Jornal Desafio). Até a data do plebiscito o debate foi intenso, com uma ampla cobertura de jornais, revistas e emissoras de TV de alcance nacional.

Havia uma clara divisão na sociedade, os mais jovens se manifestavam pelo “sim” e os mais velhos, em sua maioria ex-soldados das volantes que combateram Lampião e contemporâneos do  congaceiro, pelo “não”. O grupo que liderava a campanha pelo “sim” adotou o slogan “Lampião: nem herói, nem bandido. É história!” , uma forma de fugir da ideia de transformar o plebiscito em um julgamento do “Rei do Cangaço”.  

Seguindo as regras traçadas pela Justiça Eleitoral de Serra Talhada-PE, sendo fiscalizado pelo Juiz de Direito e pelo Promotor de Justiça, foi realizado o plebiscito que apresentou o seguinte resultado: compareceram para votar 2.289 eleitores, 76 % acolheram o “SIM”, 22 % disseram “NÃO” e 0,8 % anularam a escolha. (Fonte: livro “Gota de sangue num mar de lama” de Gutemberg Costa).

Por questões políticas/financeiras a polêmica estátua de Lampião nunca saiu do papel, porém, a discussão proporcionou a cidade vários benefícios, tanto no aspecto cultural como no econômico. Hoje a cidade ostenta com orgulho o título de “A Capital do Xaxado” e a “Terra de Lampião”, vários são os eventos realizados sobre os temas relacionados ao cangaço, Lampião e ao xaxado, é bem verdade que muito se deve a persistência dos companheiros, os neo-canganceiros, da Fundação Cultural Cultural Cabras de Lampião, que levantam a bandeira de Lampião e do cangaço com muita dignidade. 

É importante ressaltar que a visão do serra talhada sobre Lampião não mudou, ele continua sendo um bandido, porém percebeu-se que ele é personagem extremamente atrativo, que mexe com o imaginário e a curiosidade dos turistas, o que torna a sua imagem  bastante comercial. Uma prova do poder de sedução que Lampião exerce sobre as pessoas é fato de que são vários os hotéis e pousadas na cidade com nomes relacionados ao fenômeno, também são encontradas inúmeras obras de artes e músicas que nos rementem ao tempo em que as caatingas nordestinas foram controladas por um rei, que mesmo com as controvérsias, entrou para galeria dos personagem mais importantes da história do Brasil.

*Paulo César é professor, pesquisador e especialista em História Geral
Outra matéria da Revista Veja
  

http://www.faroldenoticias.com.br/site/polemica-plebiscito-sobre-estatua-de-lampiao-entra-para-a-historia/

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