1- Marcas do Tempo do Cangaço
A senhora da
foto acima é a dona de casa Maria Marques. Na época do Cangaço Lampião e seu
bando marcavam mulheres no rosto, seja para mostrar propriedade ou como punição
por comportamento indevido. As letras no rosto de Maria Marques são:
"JB" pertencentes ao cangaceiro José Baiano. Dizem que foi uma
vingança contra um oficial da volante chamado Vicente Marques que teria batido
no rosto da mãe de Zé Baiano. A partir daí o cangaceiro mandou fazer um ferro
com as iniciais “JB”, e a sua primeira vítima foi a senhora Maria Marques, ela
era irmã do soldado Vicente Marques. O fato aconteceu em 1932.
2 - Uma Marca
para o resto da vida
A jovem
da foto chama-se Balbina da Silva e só foi ferrada, porque mandou um
bilhete desaforado para Lampião, dizendo o seguinte: “O cabelo é meu e eu uso
do jeito que eu quero”. O que se supõe que Lampião teria criticado o cabelo da
jovem. Depois que viu o bilhete, Lampião teria dado ordem para Zé Baiano ferrar
a moça.
3 - Civis Matam 4 Cangaceiros
Exposição
macabra de cangaceiros do bando de Lampião que foram mortos por civis liderados
por Antonio Manuel Filho, o Tenente Antonio de Amélia, que cumpriu a promessa
de vingar a morte de um amigo. Em pé amarrados a troncos de madeira estão os
corpos dos quatro cangaceiros: Suspeita, Limoeiro, Fortaleza, Medalha e no
caixão abaixo o corpo de Félix Alves, um civil que morreu durante o
combate.
4 - Lampião e Volta Seca em trajes de gala
Montagem, amigos!
Uma foto muito
rara de Lampião e um dos mais jovens cangaceiros, o Volta Seca. Os dois
vestidos com terno e gravata. Infelizmente não consegui identificar a ocasião e
nem a data da fotografia, no entanto tudo leva a crer que seja nas décadas de
1920/1930.
Segundo informação de Rubens Antônio: "A foto que mostra Lampeão e
Volta-Secca é uma montagem realizada por Robério Santos, para uma publicação,
em que ele comenta a possibilidade de ambos terem visitado Aracaju."
5 - A prisão do Primeiro Rei do Cangaço "Antonio Silvino, O rifle de
ouro"
Quando se fala
em Cangaço muitos imaginam logo a figura de Lampião como sendo o pioneiro. A
verdade é que existiram outros cangaceiros que antecederam Lampião na época do
Cangaço. Antonio Silvino, era um dos homens mais destemidos que já
apareceu no Brasil. Ele tinha a fama de ser um grande atirador e quase sempre
acertava em cheio. Ele era também generoso com os pobres e dividia com eles
grande parte daquilo que tirava dos ricos ou até mesmo do governo.
Silvino não
era um criminoso comum. Nascido numa família muito rica e aristocrática, era
ele mesmo dono de uma grande e valiosa extensão de terra na Paraíba. Mas, por
causa de querelas políticas, seu pai, irmãos, tios e primos haviam sido
exterminados. Para escapar ao mesmo destino, ele havia decidido tornar-se
cangaceiro e destruir não apenas seus inimigos políticos, mas todos que
ousassem se colocar no seu caminho. Até aquela ocasião ele havia assassinado
sessenta e seis pessoas.
Silvino foi
preso no dia 28 de novembro de 1914, quando ocorreu o seu último tiroteio com a
polícia. Atingido no pulmão direito, conseguiu se refugiar na casa de um amigo
e disse que ia se entregar. Ele foi levado para o Recife e ficou na Casa de
Detenção, atual Casa da Cultura.
Na prisão
Silvino era encontrado constantemente orando e com a Bíblia nas mãos. Ele foi
condenado a 239 anos e oito meses de prisão. Em 4 de fevereiro de 1937, depois
de vinte e três anos, dois meses e 18 dias de reclusão, foi indultado pelo
presidente Getúlio Vargas. Na foto acima, ele é o de chapéu e bengala. O ex-rei
do cangaço morreu em 30 de julho de 1944, em Campina Grande, na casa de uma
prima.
6- A Castração de Pedro "Batatinha"
Sergipe 1930
Pedro
Batatinha tinha apenas 22 anos quando teve a infelicidade de encontrar Lampião
e seu bando, Chegando no povoado Tabocas, Batatinha ouvira dois disparos.
Seguindo pela
estrada, encontrou o bando de Lampião cercando o cadáver de um homem que
acabava de ser assassinado. Pedro foi logo cercado e revistado, tomaram-lhe o
pouco dinheiro que trazia. Obrigaram-no, em seguida, a voltar com eles, e ao
chegarem ao povoado, Lagoa dos Tamboris, todos os Cangaceiros dispersaram-se
pelas casas da povoação e ficando ele, Batatinha, preso entre dois do bando, no
terreiro da casa de Sinhosinho, casado com uma prima sua, onde fora Lampião
sentar em um tamborete, à espera de um café que mandara fazer.
Os dois
bandidos começaram a surrá-lo com chicotes de três pernas, ambos ao mesmo
tempo, sem nenhum motivo. Estava com tanto medo que não sentiu dores.
Após a surra
de chicote, eis que chega um terceiro Cangaceiro, de apelido “Cordão de Ouro”.
Ordena-lhe que descesse as calças e, segurando-lhe os dois testículos,
cortou-os de um só golpe, atirando-os fora, debaixo das gargalhadas e chacotas
dos companheiros. Disse-lhe o facínora:
- Quem lhe fez isto foi “Cordão de Ouro”, é a lei que manda e tenho feito em
muitos.
Lampião, calado, assistiu à cena, perguntando, depois, ao castrador:
- Corto tudo?
- Não. Deixei
o resto porque o rapaz é novo.
Depois ainda
deram pontapés e pranchadas de punhal em Batatinha. Lampião ao montar,
aproximou-se dele, sacou do punhal e cortou-lhe um pedaço da orelha esquerda,
acrescentando:
- É um garoto que precisa sê marcado, p’ra eu conhecê quando encontrá.
E voltando-se
para as pessoas presentes, preveniu-lhes:
- Vocêis trate
do rapais senão quando eu passá aqui arrazo cum vocêis tudo.
Batatinha,
enfim, fora socorrido pelo Dr. Belmiro Leite, em Aracajú. Escapou e, segundo
informações colhidas, morreu, na década de 1990, em São Paulo.
Créditos ao
Escritor: Ranulfo Prata
7 - O
Massacre de Angico
Em 28 de julho
de 1938 uma Volante composta por 49 homens e liderada pelo Tenente PM João
Bezerra da Silva, conseguiu acabar de vez com a saga de Lampião e seu bando. Foto
rara da volante após o tiroteio na Gruta de Angico, perto do Rio São
Francisco, entre Alagoas e Sergipe. A foto é de baixa qualidade, mas percebe-se
os corpos amontoados no chão. Na ocasião morreram 11 Cangaceiros. Poucos
sabem, mas no Massacre de Angico onde entre outros, morreram Lampião e sua mulher
Maria Bonita, também foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza, e feridos
outros dois homens da Volante, sendo um deles, o próprio Tenente João Bezerra.
As volantes se vestiam também como Cangaceiros na intenção de enganar o
inimigo.
8 - Um Corpo
Sem Cabeça
Foto tirada em
04 de agosto de 1938, dias depois do Massacre de Angicos quando Lampião e parte
do seu bando foram mortos, o corpo na foto é do próprio Rei do Cangaço. Que foi
deixado lá para ser comido pelos urubus, juntamente com os outros homens do
bando.
9 - Tenente
João Bezerra
No dia 24 de
Junho de 1898, na localidade conhecida como Serra da Colônia, município de
Afogados da Ingazeira, no Estado de Pernambuco, nasceu João Bezerra da Silva,
um dos sete filhos de Henrique Bezerra da Silva e Dona Marcolina Bezerra da
Silva, dois pequenos fazendeiros do lugar.
Filho de pais
analfabetos (comum àquela época no sertão), tendo, porém, muita vontade de
aprender a ler passou o rapaz a trazer sempre consigo uma “Cartilha do ABC” e
um lápis.
Contudo sua
infância foi na verdade transcorrida basicamente a ajudar o pai na agricultura
ou na criação de animais. Mas foi com seu primo, Manoel Batista de Moraes,
conhecido naquelas bandas como “Antonio Silvino, o Rifle de Ouro” por sua
certeira pontaria, que João Bezerra aprenderia a atirar. Este seu primo
ficaria famoso por ter se tornado um cangaceiro feroz que antecedeu a Lampião
como já citei na foto (5) e por ter sido testemunha do assassinato do
jornalista João Dantas, ocorrido na penitenciária do Recife, preso ali pela
morte do ilustre paraibano João Pessoa.
Logo João
Bezerra entraria para as volantes para lutar contra os Cangaceiros e se
tornaria o homem que comandou o grupo que exterminou Lampião e parte do seu
bando. O Massacre de Angicos foi um divisor de águas, começava ali o fim do
Cangaço.
10- Com a
morte de Lampião o Cangaço perde força
Após o
massacre de Angicos, muitos cangaceiros entregaram-se. O contexto das entregas
teve início com o aparecimento espontâneo de cangaceiros, que se apresentaram,
em 12 de outubro de 1938, quando de uma pregação dos freis capuchinhos
Francisco e Agostinho de Loro Piceno, em terras de Jeremoabo. Este,
dirigindo-se aos cangaceiros, convidou-os a se entregarem, oferecendo-se como
intermediário.
Havendo
sucesso neste evento, aproximou-se de outra missão de capuchinhos, conseguindo
intermediação para a entrega, um outro grupo de seis cangaceiros chefiados por
Zé Sereno. Isto se deu por volta de 20 de outubro de 1938.
Esta é a única
foto que se tem conhecimento tirada com a polícia, cangaceiros e a igreja
católica. Todos juntos.
FONTES:
https://beradeirocurioso.blogspot.com.br/2014/08/10-fotos-marcantes-e-as-historias-por_24.html?showComment=1468342704664#c4718349234121199407
http://blogdomendesemendes.blogspot.com