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sábado, 18 de novembro de 2017

[CANGAÇO NA BAHIA] DE DEPOIMENTO DE ÂNGELO ROQUE, O LABAREDA

Por Rubens Antonio





ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Fonte: Blog tok de historia
Pedro Ralph Silva Melo (Administrador)

htto://blogdomendesemendes.blogspot.com


"Ângelo Roque da Costa, "O Labareda". Nascido em 1910 no lugar chamado Jatobá, município de Tacaratu, PE. Entrou na vida do cangaço após matar um soldado de polícia que desvirginou a sua irmã de 14 anos de idade. Nesta vida Ângelo Roque permaneceu 16 anos em luta. Devido a sua capacidade de comando e de combate, logo Labareda passou a comandar um subgrupo de cangaceiros, afirmou ter combatido “200 vezes contra a polícia”. Após a morte de Lampião em 28 de julho de 1938, o cangaceiro Labareda andou ainda quase dois anos pelas caatingas de armas na mão, tendo se entregado as autoridades no início de abril de 1940, em Paripiranga, Bahia".

http://cangaconabahia.blogspot.com.br/2017/11/de-depoimento-de-angelo-roque-o-labareda.html

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ANGICO - DO LIVRO DE MELCHIADES ROCHA. .

Acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio
Barraca de Lampião e Maria

Policiais, em Angico contemplando morto

Mostrando a localização de Lampeão, quando foi decapitado.

http://cangaconabahia.blogspot.com.br/2017/11/angico-do-livro-de-melchiades-rocha.html

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ENTRE DOIS

*Rangel Alves da Costa

Acaso o fazer poético se volte ao amor, à descrição amorosa, à louvação do desejo ou como demonstração de afeto pelo outro, somente a dois é possível demonstrar toda a força do sentimento. Não significa, contudo, que a escrita seja lado a lado, mas na perspectiva do outro.
Enquanto construção literária, como arte moldada pelos sentimentos, a poesia sempre nasce da perspectiva íntima e pessoal do poeta. Neste sentido, a poesia não pode ser impessoal nem dividida.
Contudo, enquanto construção amorosa, quando passa a simbolizar o amor, a paixão, o querer, o desejo, o namoro, a união, a poesia passa a denotar outras formas de construção: o amor sentido enquanto poesia e a própria poesia contextualizando a união.
É neste último sentido que se afirma ser o amor a mais bela poesia da existência, ser o amor a mais vívida forma poética, ser o amor a perfeição da escrita nascida de sentimentos. Tão belo e tão perfeito é o amor que não haveria outra definição senão como poesia.
É também neste sentido a afirmativa de que há poesia que só se escreve a dois. Não que os enamorados sejam poetas ou que um se inspire no outro para sua construção poética, mas a união ou o relacionamento entre os dois se afeiçoando ao mais belo poema de amor.
Há poesia que só se escreve a dois por ser o amor verdadeiro, forte, pujante, cativante e tão enobrecedor que somente um jamais seria capaz de dar vida a uma só linha, verso ou estrofe de qualquer poema. Cada linha – como num destino – depende do outro para ser escrita.
Há poesia que só se escreve a dois porque o contexto unindo os dois é de real e verdadeira poesia. Como numa moldura, basta que se aviste o retrato para logo se imaginar que ali existam pessoas que se amam e que são comprometidas com o além do meramente fotografado.
Há poesia que só se escreve a dois. Por que o amor só se ama a dois. Por que a felicidade só é compartilhada a dois. Por que a vida em dois não se compraz em ser apenas em um. Por que em dois há a soma e na divisão ainda resta o somado para ser mais amado.


Há poesia que só se escreve a dois. Um lábio só não beija outro lábio. Um corpo só não abraça outro corpo. Um olhar de mar não navega sem outro olhar chamando a navegar. Um desejo num só não é capaz de se transformar naquilo que só pode ser feito a dois. Um amor sozinho é um amor sozinho, mas o amor em dois é um amor amado.
Há poesia que só se escreve a dois. Quando se ama, não há como não ter poema perante a poesia do outro. Quando se gosta, quando se deseja, quando há o encontro de desejos e quereres, não há como não ser poesia desde o encontro ao abraço.
Há poesia que só se escreve a dois. Na distância, a saudade quer reencontrar a face do outro. Na presença, o corpo inteiro quer tocar e sentir o outro corpo. Não há um só instante de um amor onde o desejo não queiro ser acrescido pelo que o outro prazerosamente possa ofertar.
Há poesia que só se escreve a dois. Quando se está sozinho, qualquer poema surge na folha descompromissada e solitária. Não há pensamento vivo nem certeza de estar amando nem de ser amado. Outra poesia surge quando a escrita apenas reproduz aquilo inspirado pelo coração.
Há poesia que só se escreve a dois. Assim como um feijão com arroz, o amor precisa ser misturado para ter sabor. Coração de um e coração de outro, desejo de um e desejo de outro, e assim vai se somando e enraizando a semente da mais bela flor.
Há poesia que só se escreve a dois. Sozinho não sou nada senão um poeta triste e maldizendo o mundo. Sozinho não sou nada a não ser aquele que sempre rima tormento e sofrimento. Mas se surgido o amor, eis que a canção da dor vai se transformando em doces e suaves madrigais.
Há poesia que só se escreve a dois. Aprendi com ela, com o meu amor, que poesia há que só se escreve a dois. E que lindos versos nascidos em nós.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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UMA RARIDADE PRA ENRIQUECER MINHA BIBLIOTECA!


Nos anos noventa, em pesquisas nos sebos de São Paulo, encontrei a primeira edição do livro Lampião Rei do Cangaço, do escritor Eduardo Barbosa, lançado em 1958. Naquele dia, fiquei só na vontade mesmo, pois , tratando-se de uma edição rara, o vendedor pediu um preço bem elevado na época, se não me engano, foi a quantia de 250,00. Depois de todos esses anos, consegui encontrar a mesma edição de 1958, desta vez, por um preço bem acessível. E hoje ele está aqui na minha modesta biblioteca do cangaço!

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1533038080111477&set=a.642023152546312.1073741832.100002158993561&type=3&theater

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ENTREGA DE CANGACEIROS

Por Geraldo Antônio de Souza Júnior
Em pé: Barreira, Santa Cruz, Vila Nova, Peitica. sentados: Pancada, Vinte e Cinco e Cobra Verde – Fonte – http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/08/o-periodo-das-entregas.html

Sem o Capitão Virgolino Ferreira o cangaço estava predestinado ao fim. Não valia a pena continuar.

Alguns cangaceiros bem que tentaram levar o cangaço adiante, mas sem sucesso. O cangaço oficialmente resistiu até o dia 25 de maio de 1940, quando Corisco o último resistente é morto pela Força Volante baiana comandada pelo Tenente Zé Rufino auxiliado pelo Tenente José Otávio de Sena, quando tentava fugir juntamente com Dadá, sua companheira.

A fotografia anexada a essa matéria é de um grupo de cangaceiros que se entregaram em troca de anistia no mês de outubro de 1938. Na fotografia à começar da esquerda em pé: Barreira, Santa Cruz, Vila Nova IV e Peitica. Sentados à começar da esquerda estão: Pancada, Vinte e Cinco e Cobra Verde.

Era a derrocada do cangaço.
Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=859389944224903&set=a.703792683117964.1073741835.100004617153542&type=3&theater

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ATAQUE DA COLUNA PRESTES À CIDADE DE PIANCÓ

Material do acervo do pesquisador do cangaço José João Souza

O ataque dos revoltosos à cidade de Piancó, no Estado da Paraíba, realizado no dia 9 de fevereiro de 1926, comandado por Cordeiro de Farias, no qual foi assassinado o Padre Aristides Ferreira da Cruz e mais uma dezena de combatentes, pode ser classificado como sendo um acontecimento trágico, acontecimento este que poderia ter sido relevado a um acontecimento banal e rotineiro. 

Padre Aristides Ferreira da Cruz

Mas, o alheamento dos dirigentes da Coluna com relação à sociedade sertaneja, sua cultura e seus valores éticos, enfim, o desconhecimento total da história da região, acabou por determinar o ataque brutal e insensato. O líder de Piancó era o Padre Aristides, nascido no ano de 1872, na fazenda Alegre, hoje município de Pombal. Sacerdote, político e professor em todas estas atividades. Exercendo o sacerdócio, adquiriu um grande respeitabilidade entre os habitantes da região. O seu trucidamento às mãos dos revoltosos provocou uma grande indignação entre os sertanejos. 

Sobre esse assunto, escreve Souza Barros o seguinte: “esse incidente talvez tivesse ditado a atitude dos sertanejos na sua resistência à Coluna.

O padre católico recebia e ainda recebe no interior uma consagração e respeito integrais. Uma população fanatizada a ponto de criar o mito de Padre Cícero não admite que seus líderes carismáticos sejam atingidos”.

Cordeiro de Farias, que foi o chefe do destacamento da Coluna que atacou Piancó pagou um alto preço no decorrer de sua vida pública, por ter cometido um erro político de tal dimensão. Este ataque a uma obscura cidade do sertão deslustrou sua carreira de militar e prejudicou suas aspirações políticas.

Quando candidatou-se ao Governo de Pernambuco, para suceder Etelvino Lins, circulou um folheto entre a população do Estado responsabilizando-o pela morte do Padre Aristides. O folheto dizia o seguinte:

“Alerta pernambucanos
Da praça e do cafundó
Que Cordeiro de Farias
Foi quem matou sem ter dó
O Padre Aristides da Cruz
Da cidade de Piancó
No açude sangrou o Padre
Com seu ferro tirano
Fez ele beber o sangue
Com seu gênio desumano
Como quem não tinha vindo
Do ventre do ser humano
Depois que ele fez o Padre
Beber sangue em golfadas
Cortou os membros do Padre
E com ações desgraçadas
Botou na boca do Padre
As partes emasculadas”.


Os efeitos negativos da desastrada operação militar comandada por Cordeiro de Farias logo se fariam sentir, aumentando o fosso que existia entre o mundo subjetivo dos dirigentes da Coluna e o mundo objetivo formado pela história sertaneja.

Apesar da evidência palpável do erro político cometido ao ataque de Piancó, manifestado no imediato retraimento da população sertaneja com relação à Coluna. O General Cordeiro de Farias tentou justificar a sua atitude, afirmando o seguinte: 

“O Padre Aristides, cujas ordens religiosas estavam suspensas, era um chefe político que, embora tivesse seus aliados, tinha também inimigos em toda aquela região da Paraíba. Então, começamos a receber manifestações de regozijo por termos acabado com ele”.

Fonte: Sertão Sangrento - Luta e Resistência
De: Jovenildo Pinheiro de Souza

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/

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UM HOMEM JUSTO

Por Francisco Alves Cardoso

Felizes os mansos e humildes do coração... Assim pregava o Divino Mestre, na sua passagem pela terra, convocando a todos os seus seguidores para a tarefa de unir a humildade e a mansidão para salvar a humanidade.

Inquestionavelmente, o Padre João Cartaxo Rolim cumpriu essa doutrina com perfeita exatidão. E ainda hoje cumpre, nos seus noventa e um anos de idade, residindo na cidade de Sousa, na mesma casa paroquial que o recebeu para ser vigário há mais de cinquenta anos.

Nasceu João Cartaxo, na cidade de Cajazeiras, na antiga Rua Padre Rolim, hoje Rua Amélio Estrela Dantas Cartaxo, nº 113, no dia 23 de dezembro de 1918. Filho do casal Amélio Estrela Dantas Cartaxo e Dona Josefa Cartaxo Rolim.

Foi ordenado padre, na Igreja da Prainha, em Fortaleza, Estado do Ceará, no dia cinco de dezembro de 1943, pelo Bispo Dom Antônio de Almeida Lustosa.

Até hoje permanece na Diocese de origem, Cajazeiras. Foi Vigário em Catolé do Rocha e depois transferido para Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, na cidade de Sousa, onde permanece até hoje, mesmo sem exercer as funções de vigário, pela elevada idade.

Diz sempre que tem o dever cumprido. Foi um dos maiores construtores da grandeza de cidade de Sousa. No campo educacional, tem como destaque maior a criação e implantação do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 1958, atualmente o Colégio de maior credibilidade na terra de Bento Freire, dirigido pela Madre Aurélia Grecy. Implantou também a Escola Cônego João Cartaxo Rolim, destinada a cuidar da educação dos jovens de poucas condições financeiras.

Um homem ligado às pessoas mais carentes. Em 1962, fundou e ajudou no seu desenvolvimento, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que teve papel importante na melhoria de vida dos trabalhadores na agricultura do município. Foi perseguido pelos Senhores de terra, mas não se rendeu e caminhou ao lado dos pobres, até quando preciso foi.

Como Vigário dos Remédios, transformou a festa da padroeira em uma das maiores da Paraíba. Foi o evento transformado em ponto turístico do Estado, tal a dimensão que teve durante o seu paroquiato.

Hoje, ainda em plena lucidez, continua defendendo os seus princípios e a grandeza da sua terra. Sempre que necessário vai ao encontro de autoridades legislativas, executivas e judiciárias, reivindicar o que de direito para seu povo, na defesa das teses que sempre defendeu.

Enfrentou momentos difíceis como Vigário de Sousa, mas nunca se rendeu ao capricho dos poderosos e dos seus perseguidores. Por conta dessa sua fortaleza, venceu todas as batalhas que enfrentou, contra contestadores à sua maneira de trabalhar.

Diz sempre que o ex-governador Antônio Mariz foi o grande político de Sousa, principalmente pela luta constante em favor dos menos favorecidos.

Padre João nunca foi um político militante, mas as teses de Mariz foram sempre as suas, buscando o bem coletivo, o amor pelos pobres, a justiça social e a defesa dos pequenos contra os maiorais.

Foi e continua sendo o grande protetor das camadas mais sofridas da sua terra. Nunca teve hora para defender os necessitados. A sua mesa foi sempre farta para os que batem à sua porta, buscando solidariedade.

No momento que o Padre João Cartaxo completa noventa e um anos de idade, o “Caldeirão Político” presta homenagem especial a esse varão justo, agradecendo a ele o bem que fez à terra sousense, invocando depoimento de Torres Pastorino: “Sua luz deve brilhar de dentro para fora. Procure manifestar a todos a luz interior que vibra em você, através de seus atos e de suas palavras de compreensão e de otimismo”.

O poder do Senhor Jesus sempre esteve presente na pessoa do Padre João Cartaxo Rolim. Todos os que tentaram te fazer o mal receberam o sinal divino de que não deveriam maltratar a um homem justo, trabalhador, honesto e obediente a Deus.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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TIREI ESSA FOTO DO MEU LIVRO " LAMPIÃO " DE RANULFO PRATA.

Por André Santos

Tirei esta foto do meu livro " Lampião " de autoria do escritor Ranulfo Prata.



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NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ NO DIA DA LITERATURA CEARENSE.



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JOAO GOMES DE LIRA NA FESTA DO CARIRI CANGAÇO CENTENÁRIO DE NAZARÉ

Por Manoel Severo

O Sol já havia se escondido no horizonte, mal dava para ver a imponente Serra do Pico quando a Caravana Cariri Cangaço partiu para o último compromisso oficial da vasta e inesquecível programação do Cariri Cangaço Floresta-Centenário de Nazaré, destino, a casa do Tenente João Gomes de Lira.

Tendo como ilustres anfitriões, filhos, netos e bisnetos de uma das personalidades mais marcantes de Nazaré, o Cariri Cangaço participaria de uma noite de homenagens em respeito a memória do bravo militar que como todos os outros volantes de Nazaré, souberam dignificar sua terra, sua farda e sua honra. João Gomes de Lira, um homem que ficará guardado no coração de cada um de seus inúmeros amigos, aos quais recebia com afeto e atenção, a ele toda nossa homenagem e saudade. 

A Família Gomes de Lira e a homenagem ao grande João Gomes, no Cariri Cangaço Centenário de Nazaré
Clóvis e a emoção da lembrança do pai...
Cristina Lira: "A saudade de um casal exemplar..."

Um a um os filhos se sucediam nas lembranças e palavras que nos transportavam no tempo e no espaço para reencontrar um ser humano de muito valor, João Gomes de Lira, soube ao longo de toda sua vida construir sob bases sólidas de ética, responsabilidade e amor, a grandeza de sua família.

Na oportunidade a família Gomes de Lira, representada na noite pelos filhos; Rubelvan, Cristina, Cláudio, Ruberval, Clóvis, Lucinha, pelos netos, bisnetos e amigos, prestaram uma honrosa homenagem ao Cariri Cangaço e passaram às mãos do Curador Manoel Severo, Placa Comemorativa ao evento, ressaltando o esforço e trabalho da família Cariri Cangaço na direção da perpetuação da "memória nazarena". A placa foi entregue solenemente por um dos bisnetos do tenente João Gomes de Lira; o pequeno Álvaro Davi Leite de Lira Nogueira. 

    O pequeno Álvaro, bisneto de João Gomes de Lira entrega a homenagem a Manoel Severo, representando o Cariri Cangaço 
 
Rubelvan Lira, Manoel Severo e Ricardo Ferraz

O tenente João Gomes de Lira escreveu um dos clássicos da literatura do cangaço, sua obra "Memórias de um Soldado de Volante" foi publicado em 1990 e traz a saga desses heróis da caatinga que dedicaram toda uma vida ao combate ao cangaço, para isso o brilhante militar passava o dia em frente à máquina de escrever, rebuscando na memória os fragmentos das verdades históricas que ele mesmo ajudou a construir. 

João Gomes de Lira e Manoel Severo
 Lembranças: Relíquias de toda uma vida...

"Depois de ser vereador no município de Caraíbas, tenente João retornou a sua querida Nazaré, dai ficou viúvo em 2001, perdendo seu grande amor após 60 anos de casamento; dona Gisélia; e passou o resto de seus gloriosos dias recebendo a todos que o procuravam, com  a amabilidade e gentileza próprias de seu coração, foi assim que conheci João Gomes Lira no final do ano de 2008, em sua cadeira de balanço em frente à sua casa e com um olhar e um sorriso próprio dele, próprio daqueles que cumpriram bem sua missão" revela Manoel Severo Barbosa.

 Clóvis Lira, Cristina Lira, Rubelvan lira e Manoel Severo
Rubelvan Lira e Manoel Severo
"As palavras e a emoção do amigo Clóvis foram marcantes"... 
Clóvis Lira e Manoel Severo

"Quando se fala em João Gomes de Lira, é preciso dizer quem foi ele, para que os novos preservem a memória dessa extraordinária figura humana. No último sábado, 14 de outubro de 2017, em mais um encontro do Cariri Cangaço, liderado pelo abnegado Manoel Severo Barbosa, a caravana de estudiosos do fenômeno do cangaço esteve na gloriosa vila de Nazaré, que está festejando o Centenário de sua Fundação. Um dos filhos mais ilustres de Nazaré é João Gomes de Lira, ex-soldado de volante, autor do livro "Lampião: Memórias de um Soldado de Volante", uma obra indispensável para quem estuda e leva a sério os assuntos do cangaço. Para escrever um grande livro, não é preciso muita erudição. O que é preciso mesmo é afinco. João Gomes de Lira tinha pouca instrução, mas escreveu um dos mais importantes e mais completos livros sobre o cangaço. Suas versões dos fatos são objetivas e confiáveis. As datas e os lugares são citados com precisão. Estive com ele três vezes. Grande figura. Sempre que passo por Nazaré, entro no povoado, dou uma volta pela pracinha histórica e, antes de sair, me demoro um pouco em frente à casa onde viveu seus últimos dias o grande João Gomes de Lira. Toda manhã, ele se sentava debaixo de uma das árvores em frente a sua casa, onde cumprimentava os que passavam ou iam vê-lo. Sua bênção, querido João Gomes de Lira" Depoimento do escritor José Bezerra Lima Irmão.


 Descerramento de Placa Comemorativa à memória de João Gomes de Lira por ocasião do Cariri Cangaço Centenário de Nazaré
Lucinha Lira
 A trajetória de João Gomes lembrada pela família e a fala do prefeito Ricardo Ferraz 
Placa Comemorativa 

"Nascido em 13 de julho de 1913 na Fazenda Jenipapo, distrito de Nazaré do Pico – Município de Floresta/PE, viveu ali parte de sua vida. Ingressou na Polícia Militar do Estado de Pernambuco em 16 de Julho de 1931. Com dezessete anos de idade integrou na volante que tinha como comandante o Cel. Manoel Neto que perseguia Virgolino Ferreira da Silva, o "Lampião". Depois do fim da campanha contra o cangaço, foi destacar nos municípios de: Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Tabira, Carnaíba e Flores todas cidades do interior pernambucano, onde foi delegado de polícia. Foi várias vezes ouvido pela imprensa para contar relatos da luta dos seus conterrâneos contra o bando de Lampião. Enquanto vereador de Carnaíba, João Gomes de Lira escreveu sua Obra: "Memorias de um soldado de volante", narrando sua vida e suas andanças em busca de cangaceiros. João Gomes de Lira faleceu no dia 04 de Agosto de 2011, 
na cidade do Recife, aos 98 anos.

Manoel Severo, Rubelvan Lira e Ingrid Rebouças

"Obrigado Severo, Nazaré escreveu uma pagina muito linda na sua historia e o Cariri Cangaço é o responsável, portanto só temos a agradecer a todos principalmente aos organizadores na pessoa de Mabel a nossa Coordenadora. Agradeço também ao amigo Kydelmir Dantas por ter feito uma excelente narrativa sob os nazarenos principalmente meu pai João Gomes de Lira; foi por isso que minhas irmãs prestaram uma simples homenagem a todos do Cariri Cangaço pelo o fato dos Senhores sempre terem um carinho com meu velho pai obrigado a todos e que apareçam muitas vezes em nossa terra . Obrigado" Afirma Rubelvan Lira, filho de João Gomes de Lira e um dos organizadores do Cariri Cangaço Nazaré 2017. 


Louro Teles na festa em memória de Joao Gomes de Lira
 Muito Forró e uma ceia genuinamente sertaneja proporcionada pela família Gomes de Lira aos convidados do Cariri Cangaço
Manoel Severo e Lucinha Lira
Manoel Severo, Jadílson Ferraz e Ingrid Rebouças

"No Estado de Pernambuco, na cidade de Floresta, no importante distrito de Nazaré do Pico, destacava-se a figura de João Gomes de Lira que se alistou e logo se incorporou na Polícia Militar de Pernambuco, então com 18 anos de idade, para combater o cangaceirismo e o banditismo no sertão. Em sua trajetória de vida no trabalho, social e afetiva, sempre mostrou dignidade, bondade e imparcialidade em suas decisões. Passou pela hierarquia militar se destacando ao longo da carreira como soldado, comissário, delegado e por último Tenente com muita eficiência e competência aos olhos de toda sociedade sertaneja. Com poucos estudos não frequentou os bancos escolares com assiduidade como desejava, mas, mediante suas memórias como policial atuante, se fez pesquisador do tema Cangaço lançando, após muitos anos de pesquisas, com grande sucesso em dois volumes, o livro Memórias de um Soldado Volante que é um referencial para todos aqueles amantes da História do Brasil e em especial aos bravos soldados nazarenos que participaram diretamente fazendo assim parte da História." ressalta Ana Lúcia Souza; pesquisadora e Conselheira Cariri Cangaço.

Ingrid Rebouças e Manoel Severo
Wescley Rodrigues, Camilo Lemos, Cristina Couto, Ivanildo Silveira e Nivaldo Pereira

"Há muito tempo atras, quando comecei minhas viagens em busca dos resquícios da história, a primeira pessoa que conheci foi o querido amigo João Gomes de Lira, homem de fala mansa e de uma tranquilidade congelante. Um memorialista excepcional e acima de tudo um bom amigo.Como dizia o saudoso Luiz de Cazuza "- Você vê aquele homem de fala mansa , com aquela tranquilidade, foi um dos homens mais valentes que o Pajeú já teve"...revela o pesquisador e documentarista cearense Aderbal Nogueira.

Paulo Sérgio, Kydelmir Dantas, João Gomes de Lira, Aderbal Nogueira e Rubelvan Lira
"O grandioso evento Cariri Cangaço Floresta-Nazaré 2017 , foi sem dúvida um sucesso em termos de aprendizado e de organização.Como sempre ocorre, esse fórum reuniu mais uma vez, centenas de amigos já consolidados no estudo e no prazer por esse tema tão instigante que é o cangaço. Parabenizo a todos que se envolveram na organização e com toda certeza, valeu muito para todos que participaram. O Cariri Cangaço é único." Confirma o pesquisador pernambucano e Conselheiro Cariri Cangaço Jorge Remígio.

 Jorge Remígio e Manoel Severo
Casal Clóvis Lira e Manoel Severo
Manoel Severo, Cristina Amaral e Ingrid Rebouças
"Manoel Severo com sua competência, e caráter ímpar, realizou uma das maiores edições do Cariri Cangaço, em Floresta e Nazaré do Pico. Fiquei encantada com a receptividade e organização de um trabalho feito com muito zelo,carinho e amor; ingredientes indispensáveis, e que são marcas registradas da Família Cariri Cangaço. Estamos juntos!" Revela a pesquisadora Francimary Oliveira, de Teresina, Piauí.

Josué Santana Macedo e Manoel Severo
Ainda dentro da noite de homenagens em Nazaré do Pico, o Cariri Cangaço através do Conselho Alcino Alves Costa prestou homenagem através de Diploma ao "Museu Cangaço e Sertão" da cidade de Saquarema no estado do Rio de Janeiro; que tem como idealizador e mantenedor o pesquisador carioca, Josué Santana Macedo. "Josué é um companheiro extraordinário, dedicado e extremamente comprometido com a divulgação da memoria do sertão, a partir de seu Museu no Rio de Janeiro, sensacional. Merece todo o nosso respeito e admiração" confessa o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo.
Fotos: Ingrid Rebouças, Evanilson Sousa e Louro Teles

Cariri Cangaço Floresta-Centenário de Nazaré 
Homenagem João Gomes de Lira, 14 de Outubro de 2017
Nazaré do Pico-Floresta, Pernambuco 

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2017/11/joao-gomes-de-lira-na-festa-do-cariri.html

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