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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

LAMPIÃO & MARIA BONITA filme completo

 Por Dalla C.D.P

https://www.youtube.com/watch?v=_YjMIqKc3c0&t=256s

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO (1937) - FILME COMPLETO

 Por Histórias do Cinema...

https://www.youtube.com/watch?v=lmqd-ijH2cQ

Único registro fílmico de "Lampião", realizado por Benjamin Abrahão. O cineasta solicitou e obteve do "Rei do Cangaço" a permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Para tanto teve a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando de Lampião, realizando seu mister.

Para a realização do filme Abrahão contou com verdadeiro trabalho de aproximação junto ao bando, que fugia da perseguição cada vez mais feroz do governo. O encontro veio finalmente a ocorrer em um lugar chamado Bom Nome, onde o cangaceiro, desconfiado, primeiro realizou ele mesmo a filmagem do ex-mascate (em trecho que se perdeu) e só então consentiu fosse filmado. Abrahão retorna a Fortaleza, onde este primeiro sucesso permite-lhe obter mais rolos de filmes, e voltar para registrar o bandoleiro e sua caterva, sendo que o resultado dessa segunda incursão também se perdeu. Abrahão passou a ser considerado suspeito, pois além das filmagens, enviava matérias aos jornais, relatando suas aventuras - o seu conhecimento do paradeiro do bando era indício por demais forte de seu envolvimento com este.

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Maiores informações acesse:

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A INÚTIL GUERRA DE PORTUGAL NA ÁFRICA

 By Rostand Medeiros


Quando trabalhava como Guia de Turismo, na época do auge da vinda dos visitantes estrangeiros para Natal, tive oportunidade de manter muitos contatos com espanhóis e portugueses.
Normalmente os turistas ibéricos retornavam para as suas terras com uma boa impressão de Natal e região e o trato era normalmente mais fácil com os portugueses.
Destruição de reduto de guerrilheiros em 1973 - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Mas de vez em quando, entre os portugueses, apareciam alguns senhores que por mais que tentássemos atende-los da melhor forma possível, sempre se mostravam insatisfeitos. Normalmente se apresentavam irritados, nervosos, muitas vezes fumando muito e denotando um constante stress. Em uma ocasião, em um hotel na Via Costeira, uma colega teve um problema com um casal de portugueses e houve uma alteração. Na companhia de um colega tentamos buscar ajudar, mas não teve muito jeito e o Senhor subiu para o seu quarto chateado com uma questão que depois soube ser uma coisa simples.
Perto de Sanza, Angola - Foto - Fernando de Sá Ferreira - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Tanto assim que logo a sua Senhora, com muita gentileza típica da maioria dos portugueses, se dirigiu até a nossa colega e pediu desculpas pelo ocorrido. E argumentou para justificar a reação do seu esposo que ele era um “neurótico de guerra”.

Na hora nós três não compreendemos muito bem o que ela quis dizer, mas me recordei que quando era criança, ouvi falar que os portugueses haviam tido sérios problemas em suas antigas colônias africanas.
Procurei então aprender um pouco mais sobre este assunto.

ANTECEDENTES 

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a imagem política africana sofreu uma alteração profunda em vinte anos. Surgidos nas primeiras décadas do século XX, foi no final da Segunda Guerra Mundial que os pequenos movimentos nacionalistas e pro-independência ganharam força, levando à queda das potências colonizadoras. Vários países colonizados principalmente por ingleses e franceses buscaram se libertar de suas Metrópoles, muitas vezes utilizando o conflito armado em busca deste desejo de liberdade.

1914 - Hasteamento da bandeira portuguesa em Angola - Fonte - http://angola-luanda-pitigrili.com/
O fim do colonialismo na África passou por várias etapas até que os países sob a influência estrangeira conseguissem alcançar a tão sonhada independência. As principais organizações que contribuíram para o arranque deste processo foram a Sociedade das Nações, sucedida pela ONU, que após a Segunda Guerra Mundial começou a pressionar a Europa no sentido de pôr termo às tradições colonialistas.
Mas enquanto as nações colonizadoras europeias deixavam suas antigas colônias livres, Portugal, que não havia participado da Segunda Guerra Mundial, não dava mostras de abrir mão de comandar os destinos em Angola, Guine Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique.
Desde 1932 comandava o Presidente do Conselho de Ministros de Portugal o general nacionalista Antônio de Oliveira Salazar, que havia implantado o chamado Estado Novo, uma ditadura antiliberal e anticomunista, que se orientava segundo os princípios conservadores autoritários. Interessante era que o povo português elegia Presidentes da República, regularmente eleitos por sufrágio universal, mas que tinham na prática funções meramente cerimoniais. O detentor real do poder era o Presidente do Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos da Nação.
Durante o seu regime Salazar afirmava que Portugal era um país “Pluricontinental e multirracial” e isso era passado aos portugueses desde a tenra idade. Um senhor de Leiria me comentou que na década de 1940 era normal nas escolas mostrarem aos alunos um mapa da Europa, onde se admitia que Portugal fosse uma pequena nação naquele continente. Mas os professores faziam questão de sobrepor no mesmo mapa, desenhos com os contornos das quatro colônias portuguesas na África e assim mostrar aos garotos que daquela forma, Portugal passava a ser “A maior nação da Europa Ocidental”.
Tropas seguindo para a África em 1972 - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm

Salazar não daria a tão sonhada liberdade aos africanos sem uma luta.
Depois de mais de 400 anos de colonização ininterruptas, em meio a uma ditadura nacionalista que não tinha intenção de abandonar a sua fonte de riqueza africana, somado a toda uma verdadeira “lavagem cerebral” que transmitia a ideia que as colônias eram parte indelével de Portugal e que os jovens militares portugueses estavam defendendo aquilo que era considerado parte do seu território nacional, estava montado o palco de uma grande tragédia.
Soldados portugueses prontos para embarcar para a África - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
GUERRA AFRICANA
Por iniciativa do MPLA (Movimento Popular e Libertação de Angola) começa a guerra colonial em Luanda, com o ataque à prisão de São Paulo. Guine seguiu o exemplo em 1963, Moçambique em 1964. Já no arquipélago de São Tomé e Príncipe em Cabo Verde, segundo fui informado, não chegou a existir uma luta armada mais intensa, mas houve muita movimentação política em prol da independência destas colônias.
Tropas portuguesas participando de uma festa com moradores e Cabuca, Guine Bissau - Foto - Antonio Manuel da Silva Barbosa - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Estava iniciada a “Guerra Colonial”, “Guerra em África”, ou “Guerra do Ultramar” (designação oficial portuguesa) Para os africanos seria tão somente a sua “Guerra de Libertação”.
Com o início dos conflitos, Salazar não poupa esforços e começa a reforçar seus contingentes militares nos três teatros de operações e logo os combates começam a tomar proporções enormes para um país de recursos limitados como Portugal.
UM comboio de tropas motorizadas - Foto Manuel Alves B. - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Para se ter ideia deste crescimento, no final do ano de 1960, o dispositivo militar português em Angola limitava-se a três regimentos, dois batalhões de Caçadores (infantaria), um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6.500 militares, dos quais 1 500 eram oriundos de Portugal. Um ano depois este número saltou para 33.000 militares, valor que foi subindo sempre até 1971, quando o efetivo era de 65.000 combatentes portugueses em Angola. Em Moçambique as forças de Portugal foram reforçadas em 1961 com 11.000 homens, aumentando até 1973, ano em que esta cifra chega a 51.000. Na Guine, de cerca de 5.000 homens, os portugueses chegaram a ter 32 mil homens dez anos depois.
Decolagem de avião Texan T-6, de combate a guerrilha - Foto - Mario Arteiro - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Até 1974, ano final de todos os conflitos, serão mobilizados mais de 800 mil combatentes.
O regime do Estado Novo nunca reconheceu a existência de uma guerra, considerando que os movimentos independentistas eram apenas terroristas. Os africanos por sua vez, diante de limitações bélicas, sendo profundos conhecedores do terreno, utilizam em larga escala a guerra de guerrilha como forma de combater os portugueses, provocando inúmeras baixas nas tropas metropolitanas.
Descanso em Mueda, Moçambique - Foto - Sérgio Faustino das Neves - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
As ações dos africanos eram realizadas por pequenos grupos armados e estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.
Durante o conflito, uma das estratégias das forças portuguesas foi igualmente caracterizada por uma forte ação psicológica junto à população local. O objetivo era obter o apoio da população, desmoralizar o inimigo, procurando mesmo que este passasse a cooperar com o seu adversário e manter elevado a moral das próprias tropas.
Panfleto espalhado na Guine, incentivando a entrega de armas entre os guerrilheiros - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Os principais meios utilizados para a ação psicológica eram a propaganda, a contrapropaganda e a informação. Em relação às populações africanas, fazia-se o possível para lhes “conquistar o coração” através de programas de educação, ajuda sanitária, económica e religiosa, dando-lhes melhores condições de vida.
ocamento em zona de combate - Foto - Fernandos Ramos - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
A política de ação social das forças portuguesas materializava-se nos “aldeamentos” e “reordenamento rural”, criando, assim, um ordenamento e controlo da população, dificultando o seu contato com os guerrilheiros. Estes “aldeamentos” eram vigiados pelo exercito português, como por uma milícia composta por elementos da própria população, que também fazia parte da rede de informação da polícia secreta portuguesa. No entanto, este sistema de concentração da população em aldeias começou a ser posto em causa por volta de 1967, quando alguns oficiais, polícia e funcionários públicos argumentaram sobre a ruptura causada à área rural abandonada e ao seu futuro desenvolvimento. No início da década de 1970, cerca de um milhão de pessoas tinham sido realojadas em Angola, e outro tanto em Moçambique, no âmbito do programa.
Guarnecendo uma vila - Foto - Domingos Pereira Martins - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Enquanto isso em Portugal, durante muito tempo, grande parte da população foi iludida pela censura à imprensa. Onde se vivia sob a ilusão de que não havia uma guerra na África, mas apenas alguns ataques de terroristas.
Isso até os cadáveres e a notícia de mortos começarem a chegar ao país.
UM ALTO CUSTO 
Enquanto os portugueses enfrentavam os africanos, no outro lado do mundo os norte-americanos se atolavam na cruel Guerra do Vietnam.
Muito antes de Rambo - Foto - Horácio Costa - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Sob muitos aspectos os dois conflitos possuem muitas similaridades; guerra de guerrilhas, um exército mais forte que não consegue vencer um oponente teoricamente mais fraco, uso de guerra psicológica, etc. Mas se existiam similaridades, as diferenças eram enormes, pois Portugal não possuía apenas um “Vietnam”, mas três conflitos para dar conta no mesmo continente.
Uma grande diferença nestes conflitos estava no fato das forças armadas dos Estados Unidos utilizarem armamentos de última geração, enquanto Portugal possuía um equipamento extremamente obsoleto, com alguns aviões ainda do período da Segundo Guerra Mundial.
Patrulha - Foto - Fernando Ramos - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Tal como os americanos no Vietnam, na África os deslocamentos dos militares portugueses eram constantes, mas sujeitos a emboscadas ou destruição de veículos com o uso de minas terrestres de alta potência explosiva.
Outubro de 1972, guerrilheiro preso - Foto - Jaime Catarino - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
A mata era a melhor proteção para os guerrilheiros, sendo necessários fortes deslocamentos de unidades portuguesas nestas regiões, com a destruição de acampamentos dos inimigos. Durantes estas guerras os portugueses fizeram largo uso de artilharia pesada e bombardeios através do uso de aviões.
Janeiro de 1973, artilharia em Canacassala, Angola - Foto - Alvaro Sacadura Nunes - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Durante os 13 anos de guerra africana, registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de combate. O número mais elevado registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guine (1 240)
Já em relação aos feridos, o número é difícil de calcular, estimativas apontam para um total de 30.000. Mas talvez a pior situação seja daqueles que foram afetados pelas sequelas psicológicas das ações de combate. Acreditasse que em Portugal que são cerca de 140.000 os antigos militares com “stress de guerra”, uma doença mais grave do que se supõe.

Portugueses mortos em explosão de mina terrestre - Foto - João Petrucci - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Mas há outra ferida que as próprias autoridades procuram esconder o mais possível: os desaparecidos em combate.
Isso ocorreu devido a uma situação verdadeiramente nefasta que, segundo fui informado por um veterano, ocorreu por parte do governo português em relação aos seus soldados. Enquanto no conflito do Vietnam, os norte-americanos possuíam a política de nunca deixar um companheiro para trás e faziam questão de transportar os corpos dos caídos em combate de volta para casa. No caso dos combatentes portugueses, se a família tivesse dinheiro para pagar o caixão, traslado e as obrigações de praxe, bem, o militar era enterrado em casa. Se não, deixava o falecido enterrado no solo da antiga colônia e longe da família.
Resultado de outra explosão de mina terrestre - Foto João Petrucci - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em meio a áreas de mata fechada, sem apoio de helicópteros (que até existia, mas em número limitado), com o inimigo rondando pela região, algumas vezes os combatentes portugueses mortos foram enterrados onde e como fosse possível. Isso se houvesse condições.
Muitas famílias portuguesas não tiveram o privilégio de prantear seus entes queridos mortos em uma guerra tão inútil.
PORTUGAL PERANTE O MUNDO DURANTE A GUERRA
No auge do conflito Portugal pagava quase 40% do seu Orçamento do Estado para sustentar a sua máquina de guerra. Situação que ajudou a manter o país extremamente pobre em relação ao padrão Europeu. Nesta época houve um forte crescimento da imigração de portugueses para outros países.
Desembarque em helicópteros no norte de Angola - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Enquanto isso no exterior, a guerra na África tornava Portugal cada vez mais impopular perante o resto do Mundo.
A partir de 1960, com a adesão de 17 novos países a ONU, resultado das independências que ocorreram na África e Ásia, cresceu a contestação à política colonial portuguesa. Desencadeou-se, dentro e fora da ONU, um forte movimento contra Portugal que levaria à aprovação, nos diversos órgãos da instituição com sede em Nova York, de numerosas resoluções visando combater a política colonialista portuguesa. Tanto que em 1967, como forma de apoio concreto aos movimentos de libertação, começa as pressões dentro da ONU para que Angola, Moçambique e Guine Bissau, passem a ter representantes próprios nas várias instituições especializadas da organização e que Portugal fosse excluído como país membro da instituição.
Muitas fotos mostram os soldados portugueses barbudos e com aspecto pouco militar. Mas eles eram eficientes - Foto - José Piteira - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em Setembro de 1968, ocorre a substituição de Salazar (que vem a falecer em 1970) por Marcelo Caetano na chefia do governo português. Criou-se, tanto interna como externamente, a expectativa de uma possível evolução do regime e na possibilidade de se encontrar uma solução política para a questão da luta. Mas na prática nada muda e a guerra continua.
Em Fevereiro de 1972, o Conselho de Segurança reúne pela primeira vez em África e os representantes dos movimentos nacionalistas das colónias portuguesas são recebidos.
Blindado no meio da selva - Foto - Manuel Alves - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
O Conselho de Segurança da ONU reconhece a legitimidade das lutas travadas pelos movimentos de libertação para alcançar o direito à autodeterminação e independência. Para o governo português esta resolução seria objeto de repúdio, sendo considerada não obrigatória e uma inadmissível intromissão nos assuntos internos de um Estado membro. Mas logo o governo português sofre outro revés com a proclamação da República da Guine Bissau, a 24 de Setembro de 1973 e o isolamento internacional de Portugal acentua-se ainda mais. A independência da Guine viria ser reconhecida pelas Nações Unidas durante a XXVIII sessão da Assembleia-geral, pela resolução 3061, de 2 de Novembro do mesmo ano.
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS E O FIM DA GUERRA 
Em Portugal qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política, a temida PIDE. Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual.
A Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1975 - Fonte - http://www.forte.jor.br/
Internamente a guerra colonial tornava-se tema forte de discussão. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura. Nesta época muitas família e jovens portugueses vieram para o Brasil.
Diante deste quadro, começam a existir divisões no seio do regime. Oficiais de baixa e média patente, formada e criada na guerra, que aprendera a agir com autonomia, dos três ramos das forças armadas, decidem criar o MFA-Movimento das Forças Amadas e levar adiante um golpe de estado.
Armas apreendidas com os guerrilheiros - Foto - Henrique Paulino Serrão - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em 25 de abril de 1974 estoura a revolta que ficaria conhecida como “Revolução dos Cravos”. O Programa do MFA apresentava, de forma inequívoca, a vontade de possibilitar a independência das colônias.
Com a descolonização se reconfigurou a situação no continente africano, com a criação de novos países independentes em busca dos seus próprios rumos e afirmação nacional.
Avião PV-2 em voo rasante - Foto - Mário Arteiro - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htmMãe Guerrilheira do MPLA de Angola - Fonte - http://www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
Uma consequência após a independência foi que uma grande massa de combatentes africanos que lutaram ao lado dos portugueses foram abandonados à própria sorte. Logo muitos destes homens sofreram perseguições e vários foram assassinados pelos seus antigos inimigos. Estima-se que (não sei se de forma exagerada), que apenas na Guine Bissau tenham sido assassinados sumariamente onze mil ex-combatentes africanos que lutaram nas forças armadas de Portugal.
As florestas africanas era o local onde os portugueses muitas vezes conseguiam carne. Aqui vemos um javali sendo abatido - Foto - Mario Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Já em Angola foi assinado o chamado “Acordo do Alvor” em Janeiro de 1975, onde participaram além do MPLA, membros do FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) e da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), os três principais movimentos de libertação do país e o governo português. Pouco tempo depois do Acordo assinado, os três movimentos independentistas envolveram-se num conflito armado pelo controle da nova nação no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola, onde as perdas humanas foram muito significativas.
Artilharia - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Já em Moçambique a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) foi o movimento que após a independência passou a controlar exclusivamente o poder na região, aliada aos países do então bloco socialista, e introduzindo um sistema político de partido único. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na época na África do Sul e Rodésia (atual Zimbábue), que apoiaram guerrilhas oposicionistas internas. Esta situação viria a se transformar em uma guerra civil que durou 16 anos.
 INUTILIDADE
Conforme fui aprendendo cada vez mais sobre esta situação que envolveu e marcou os portugueses e os africanos, comecei a perceber o quanto aquele conflito foi totalmente inútil. Depois, com jeito e calma, buscava conversar isso com senhores portugueses, na faixa de 65 a 70 anos, ex-combatentes e pude perceber que quase todos concordavam plenamente com esta minha opinião.
Tanto sofrimento e morte em meio a tantos anos de guerra e para quê?
Hoje, em meio a uma forte crise econômica,  muitos cultuam Salazar. Se esquecendo que na época em que ele estava no poder não havia liberdade democrática.
Já a Revolução dos Cravos, mesmo se nunca foi uma unanimidade, parece ficar cada vez mais esquecidas por uma juventude que percebi pouco se importar com esta época e seus acontecimentos.
Certamente a população nativa e civil, foi quem mais perdeu - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm

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 Extraído do blog: "Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros

ALGUNS MEMBROS DA FAMÍLIA PEREIRA DO PAJEÚ DE PERNAMBUCO.

Alguns membros da Família Pereira
do Pajeú de Pernambuco

Nossos agradecimentos aos ilustres parentes e amigos da Família Pereira das Ribeiras do Pajeú de Flores, muitos, descendentes de egressos dos vários rincões do Brasil. Nossa história no Pajeú começou com a chegada do pioneiro Capitão José Pereira da Silva, que aqui principiou por volta de 1780, oriundo do Sertão dos Inhamuns no Ceará, ligado à Família Feitosa, patriarca do numeroso clã Pereira do Pajeú, família conhecida e elogiada nos anais da história nordestina, outras vezes em âmbito nacional. José Pereira foi proprietário da fazenda Carnaúba.

Por ordem cronológica, exaltaremos alguns nomes, não menosprezando outros que foram tão importantes, apenas para preservar suas memórias e reacender nossas mentes!

  • Coronel da Guarda Nacional Simplício Pereira da Silva, filho primogênito do patriarca José Pereira, foi aguerrido, destemido e desde muito cedo dilatou as fronteiras da família Pereira, chegado ao Cariri cearense, participou com brio da Revolta Pré-Praieira (também conhecida por Revolta do Exu), lutou nos combadtes na Serra do Catolé e travou batalhas ferozes contra nativos no Cariri. Foi um dos membros mais bravos da Família Pereira. Simplício primeiramente residiu na Fazenda Olho d’Água da Boa Vista, em Belmonte, posteriormente mudou-se para Fazenda Baixa Grande, Freguesia de Jardim, Ceará. Faleceu no dia 12 de junho de 1878.

Leia mais sobre a Serra do Catolé

Leia sobre Iaiá

  • Coronel Francisco Pereira da Silva, nasceu no ano 1793, filho do patriarca José Pereira, foi o fundador da povoação São Francisco. Deixou numerosa prole, posteriormente seus descendentes estiveram envolvidos em contendas no Pajeú, embora fosse aguerrido, muitas vezes era quem continha os impulsos dos irmãos.
  • Coronel Manuel Pereira da Silva, da fazenda Belém, também filho de José Pereira, foi homem culto, Coronel da Guarda Nacional, Comandante Superior de Flores, Ingazeira e Vila Bela, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Exerceu grande poder político no sertão pernambucano, seus contemporâneos o admiravam por sua liderança na condução da família, faleceu aos 06 de março de 1862.
Manoel Pereira da Silva.

Manoel Pereira da Silva.

  • Major Sebastião Pereira da Silva, nasceu no ano 1800, proprietário da fazenda Baixio (fotos aqui), outro dos filhos do pioneiro José Pereira, pai de numerosa família, a casa do Baixio desde muito cedo exerceu grande influência política no Pajeú.
  • Coronel Manoel Sebastião Pereira da Silva, da fazenda Aldeiota, nasceu no ano 1821, filho do Major Sebastião Pereira da Silva, um dos líderes da Família Pereira em sua época, nesse período os filhos do Major Sebastião exerciam grande influência no Pajeú.
  • Coronel Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú), nasceu em 1823, proprietário fundador da fazenda Pitombeira, em Serra Talhada, filho do Comandante Superior Manuel   Pereira, a fazenda pitombeira foi destaque na história do Pajeú, aclamado Barão aos 10 de dezembro de 1888, substituiu o pai no comando político local, foi primeiro Prefeito de Vila Bela, entre os anos de 1892 a 1895, faleceu no ano 1901.
Coronel Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú).

Coronel Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú).

  • Dr. Arcôncio Pereira da Silva, nasceu na fazenda Baixio, no dia 21 de dezembro de 1843, filho do Major Sebastião Pereira da Silva, Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, foi Promotor e Juiz na Comarca de Vila Bela, Deputado Provincial por duas Legislaturas de 1878 e 1882. Faleceu repentinamente em São José do Belmonte, no dia 17 de agosto de 1889, homem pacífico, aconselhava os parentes encostar as armas e viver em harmonia com as outras famílias regionais.
Dr. Arcôncio Pereira da Silva.

Dr. Arcôncio Pereira da Silva.

  • Tenente Coronel José Sebastião Pereira da Silva (Cazuzinha da Fazenda Cachoeira), filho do Major Sebastião Pereira da Silva, Cavaleiro da Ordem de Cristo, foi Delegado do Termo de Vila Bela, foi Delegado e Suplente de Juiz em Belmonte. Foi também primeiro Prefeito de Belmonte, faleceu pouco mais de um mês após ser eleito, por ocasião de seu falecimento, o Subprefeito Antônio Cassiano assumiu o cargo vago.
José Sebastião Pereira da Silva primeiro prefeito de Belmonte.

José Sebastião Pereira da Silva, primeiro prefeito de Belmonte. Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Coronel da Guarda Nacional José Pereira de Aguiar, proprietário da fazenda Tamboril, filho do primeiro casamento de Joaquim Pereira da Silva, conduziu com sabedoria a Família Pereira no período que esteve politicamente à frente do município de Belmonte. Foi Juiz de Paz, Juiz Municipal, Delegado, Intendente, e terceiro Prefeito de Belmonte de 1895 a 1898, faleceu no dia 21 de março de 1907.
Coronel José Pereira de Aguiar da Fazenda Tamboril.

Coronel José Pereira de Aguiar da Fazenda Tamboril.

  • Antônio Cassiano Pereira da Silva, da Casa do Baixio, filho do Capitão Antônio Cassiano Pereira da Silva e de Generosa Pereira da Silva, um dos responsáveis pela autonomia política de Belmonte, foi Segundo Prefeito de 1892 a 1895. Deixou numerosa família, muitos assinam Pereira Neves e residem nos Inhamuns, e outros no Cariri cearense, Antônio Cassiano faleceu no dia 03 de dezembro de 1913.
Antônio Cassiano Pereira da Silva, segundo prefeito de Belmonte.

Antônio Cassiano Pereira da Silva, segundo prefeito de Belmonte. Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Coronel Manuel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira), da fazenda Serrotinho, filho do Coronel Francisco Pereira da Silva fundador da Vila São Francisco. Foi grande líder da Família Pereira, segundo Prefeito de Serra Talhada entre os anos de 1895 a 1898. Foi assassinado no dia 20 de outubro de 1907.
Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira) e sua esposa Francisca Pereira da Silva (Dona Chiquinha).

Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira) e sua esposa Francisca Pereira da Silva (Dona Chiquinha). Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Coronel Antônio Pereira da Silva, da Fazenda Pitombeira, nasceu aos 11 de setembro de 1863, foi terceiro Prefeito de Serra Talhada entre os anos de 1898 a 1901, desde muito cedo esteve presente nas contendas envolvendo a família Pereira. Seu nome ficou estampado nos anais da história, destemido e rico, lutava e financiava partes da logística nos momentos mais críticos das lutas envolvendo seu clã, já empobrecido, mudou-se para o Ceará, deixando para trás seu torrão natal, faleceu no distrito do Carmo, município de Belmonte, aos 16 de outubro de 1948.
Coronel Antônio Pereira da Silva.

Coronel Antônio Pereira da Silva.

  • Manoel Pereira Lins, conhecido por Né da Fazenda Carnaúba, nasceu no dia 23 de junho de 1868, foi Coronel da Guarda Nacional, filho de Joaquim Pereira da Silva (Joaquim da Carnaúba), exerceu grande liderança no seio da Família Pereira, renomado fazendeiro, foi Prefeito de São José do Belmonte entre os anos de 1902 a 1904, também Vereador em Serra Talhada por três legislaturas, quando precisou nos momentos mais críticos do século passado envolvendo a Família Pereira. Também segurou armas. Ao lado do Coronel Antônio Pereira financiou vários gastos nas contendas, faleceu em 1964. Seu Né da Carnaúba foi um dos parentes que aconselhou Sinhô Pereira e Luiz Padre a encostar armas e ir para o planalto central.
Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba).

Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba). Foto obtida por Valdir Nogueira.

Leia nossa publicação sobre Manoel Pereira Lins

  • Crispim Pereira de Araújo, conhecido no Pajeú por Ioiô Maroto, filho de Francisca Pereira da Silva, bisneto materno do Coronel Manuel Pereira da Silva, foi patriarca de numerosa Família nos Inhamuns, genro de Padre Pereira e de Antônio Cassiano, participou de vários eventos junto à família. Por haver passado por vexames em sua própria fazenda Cristóvão, perpetrado por um Comandante de Volante, no ano 1922 atacou Belmonte, foi duramente perseguido, mudou-se para o Ceará, vários descendentes seu estão presentes nesse evento.
Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto).

Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto). Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Luiz Pereira da Silva Jacobina (Luiz Padre), nasceu em 1891, um dos que segurou com ímpeto o braço armado da família no período de contendas, Luiz Padre teve o pai Padre Pereira grande líder da família Pereira assassinado sem motivos aparentes, pegou em armas e lutou ao lado do primo Sinhô Pereira, após certo período aconselhado por sua família, também por Padre Cícero Romão do Juazeiro, deixou o Nordeste e foi para Goiás, onde constituíra família, muitos de seus descendentes presentes hoje nesse dia festivo.
Luiz Pereira da Silva Jacobina (Luiz Padre).

Luiz Pereira da Silva Jacobina (Luiz Padre). Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira), nasceu no dia 20 de janeiro de 1896, filho caçula de Manuel Pereira da Silva (Manuel da Passagem do meio), com o assassinato do irmão Manoel Pereira (Né Dadú) pegou em armas e ao lado do primo Luiz Padre foi combater os inimigos, diga-se de passagem, a maioria dos opositores eram descendentes do primeiro casamento de seu pai com Úrsula Alves de Barros. No mundo brutal e cruel do cangaço, ficou conhecido por Sinhô Pereira, foi comandante de Virgulino Ferreira Lampião, aconselhado pela numerosa Família Pereira retirou-se no ano de 1922 para Goiás, tempos depois foi para Minas Gerais, casou com Maria Borges de Araújo, faleceu naquele estado, no dia 21 de agosto de 1979.
Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira) e Luiz Padre.

Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira) e Luiz Padre.

Leia mais sobre Sinhô Pereira

  • Argemiro Pereira de Menezes, nasceu na Fazenda Carnaúba, no dia 21 de julho de 1916, filho do Coronel Manoel Pereira Lins, destacado ruralista, dedicou-se à política. Comerciante influente em Belmonte e em Serra Talhada, iniciou na política em 1947, foi vereador por três legislaturas, posteriormente eleito oito vezes Deputado estadual, a última no ano de 1986, faleceu no dia 07 de fevereiro de 2011, aos 94 anos de idade.
Argemiro Pereira.

Argemiro Pereira. Fonte da Imagem: Site da Fundação Casa da Cultura.

Saiba mais sobre Argemiro Pereira de Menezes

  • Luiz Wilson de Sá Ferraz, nasceu em Vila Bela, aos 18 de agosto de 1917, filho de Maria Licor Pereira Ferraz, Médico, autor de vários livros, escreveu o precioso livro “Vila Bela, os Pereiras e outras Histórias”, também foi Deputado Estadual.
Luiz Wilson de Sá Ferraz.

Luiz Wilson de Sá Ferraz. Fonte da Imagem: Casa Jonas Morais.

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  • João Pereira de Menezes (João de Ciba), filho de Cassiano Pereira da Silva, trigésimo terceiro Prefeito de Belmonte, de 1959 a 1963, por esse tempo exerceu com brilhantismo a condução do cargo municipal. Por ocasião do falecimento do Coronel Antônio Pereira no ano 1948, coube a João de Ciba conduzir até Serra Talhada o corpo daquele herói da família Pereira.
João Pereira Menezes (João de Ciba).

João Pereira Menezes (João de Ciba). Imagem fornecida por Cícero Aguiar Ferreira.

  • Luiz Conrado de Lorena e Sá nasceu no dia 01 de janeiro de 1926, na Fazenda Quebra Unha, Serra Talhada, filho de Antônio Conrado de Lorena e Sá, foi três vezes Prefeito de Serra Talhada. Homem sábio, conhecia com profundidade a história da família Pereira. Deixou escrito o valioso estudo “Serra Talhada 250 anos de História”.
Luiz Conrado de Lorena e Sá. Fonte da Imagem: Blog Lampião Acesso.

Luiz Conrado de Lorena e Sá. Fonte da Imagem: Blog Lampião Acesso.

Leia aqui a entrevista entre Luiz Conrado de Lorena e Sá e o Sinhô Pereira

Conheça biografia de Luiz Conrado de Lorena e Sá

Por fim, não mencionado nomes, as senhoras ancestrais da Família Pereira foram, tão valiosas quanto seus esposos, muitos nomes figuram de forma brilhante nos anais da história.

Para que fique registrado, esses foram alguns dos nomes que figuraram desde o princípio da Família Pereira no sertão central de Pernambuco, preservaram valores, lutaram e deixaram valoroso clã. Conforme bem mencionou Dr. Arcôncio Pereira da Silva: “O homem é pó, é cinza, é nada”.

Nossos agradecimentos à numerosa Família Pereira do Pajeú

Juiz de Fora, Minas Gerais, 01 de agosto de 2016

Venício Feitosa Neves, autor do texto

Editado por Hugo Torres com sugestões de Cicero Aguiar Ferreira

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