Por Stélio
Torquato Lima
Franz Kafka nasceu em Praga, República Tcheca, em 1883, e faleceu em Klosterneuburg, Áustria, em 1924. Tinha uma relação complicada e turbulenta com seu pai, o que teve uma grande influência sobre sua escrita. Também sofreu por ser judeu, condição que, segundo os críticos (e contrariando o próprio autor), teria influenciado sua escrita. Seus trabalhos inacabados, como os romances O Processo, O Castelo e O Desparecido, foram publicados postumamente pelo seu amigo Max Brod, que ignorou o desejo de Kafka de ter seus manuscritos destruídos. Albert Camus, Gabriel García Márquez e Jean-Paul Sartre estão entre os escritores influenciados pela obra de Kafka.
O termo "kafkiano" popularizou-se em português como algo complicado, labiríntico e surreal, como as situações encontradas em suas narrativas. Principais obras (a maioria publicada em data diferente do ano em que a obra foi escrita): a) Romances: O Processo (1925); O Castelo (1926) e O Desaparecido (1927); b) Contos: Um Médico Rural (1919); Um Artista da Fome (1922) e A Grande Muralha da China (1931); c) Novela: A Metamorfose (1915).
Leia os versos iniciais do Cordel "A Metamorfose" e, para ler a obra completa faça seu pedido pelo WattshApp (085) 9 99569091, pela caixa de mensagem da página ou ainda pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com
A obra A Metamorfose,
Produção kafkiana,
É uma grande alegoria
Da alienação humana.
Apresento ao meu leitor,
Essa obra de valor,
Que é eterna e soberana.
De manhã, ao despertar
De um sonho muito agitado,
Gregor Samsa deu por si
Em sua cama transformado
Num enorme e feio inseto,
Um ser horrendo, abjeto,
Que o deixou baratinado.
Deitara-se sobre o dorso
Tão duro quanto metal,
E, ao levantar a cabeça,
Divisou, para seu mal,
O seu ventre acastanhado,
Redondo, segmentado,
Com articulação total.
Então viu se agitarem
Perante as suas retinas
Suas numerosas pernas,
Que eram sobremodo finas
Comparadas com o resto
Do seu corpanzil funesto
Dado por mãos não divinas.
Pensou: “Que me aconteceu?”
E viu que um sonho não era.
O quarto, um tanto vulgar,
De constituição austera,
Era o espaço de costume,
Sem menor ou maior lume
Que alterasse a atmosfera.
E Gregor Samsa, que era
Um caixeiro-viajante,
Viu as amostras de roupas
Sobre a mesa nesse instante.
Junto a elas se exibia
Uma bela fotografia
Com sua moldura elegante.
Mostrava a foto, cortada
De reles publicação,
Uma senhora de chapéu
E com uma estola na mão.
Rigidamente sentada,
Mostrava a estola citada
A um simplório cidadão.
Achando que era um delírio,
Ele procurou dormir.
Tentou virar várias vezes,
Sem, no entanto, conseguir:
Com força, ele se inclinava,
Mas de costas continuava,
E pensou logo a seguir:
“Que trabalho cansativo
Acabei por abraçar,
Pois dia sim, dia não,
Eu preciso viajar.
É um serviço mais inglório
Que o trabalho do escritório.
Não sei se vou aguentar!”
Ele sentiu na barriga
Uma pequena comichão.
Mexendo a cabeça, ele
Descobriu a região
Que a comichão afetava.
Com uma das pernas coçava,
E veio um arrepio então.
Culpou a falta de sono
Como causa do delírio:
“Carece o homem dormir
Como o olho de colírio.
Só não durmo um pouco mais
Porque o patrão é capaz
De demitir-me. Oh! Martírio!”
Produção kafkiana,
É uma grande alegoria
Da alienação humana.
Apresento ao meu leitor,
Essa obra de valor,
Que é eterna e soberana.
De manhã, ao despertar
De um sonho muito agitado,
Gregor Samsa deu por si
Em sua cama transformado
Num enorme e feio inseto,
Um ser horrendo, abjeto,
Que o deixou baratinado.
Deitara-se sobre o dorso
Tão duro quanto metal,
E, ao levantar a cabeça,
Divisou, para seu mal,
O seu ventre acastanhado,
Redondo, segmentado,
Com articulação total.
Então viu se agitarem
Perante as suas retinas
Suas numerosas pernas,
Que eram sobremodo finas
Comparadas com o resto
Do seu corpanzil funesto
Dado por mãos não divinas.
Pensou: “Que me aconteceu?”
E viu que um sonho não era.
O quarto, um tanto vulgar,
De constituição austera,
Era o espaço de costume,
Sem menor ou maior lume
Que alterasse a atmosfera.
E Gregor Samsa, que era
Um caixeiro-viajante,
Viu as amostras de roupas
Sobre a mesa nesse instante.
Junto a elas se exibia
Uma bela fotografia
Com sua moldura elegante.
Mostrava a foto, cortada
De reles publicação,
Uma senhora de chapéu
E com uma estola na mão.
Rigidamente sentada,
Mostrava a estola citada
A um simplório cidadão.
Achando que era um delírio,
Ele procurou dormir.
Tentou virar várias vezes,
Sem, no entanto, conseguir:
Com força, ele se inclinava,
Mas de costas continuava,
E pensou logo a seguir:
“Que trabalho cansativo
Acabei por abraçar,
Pois dia sim, dia não,
Eu preciso viajar.
É um serviço mais inglório
Que o trabalho do escritório.
Não sei se vou aguentar!”
Ele sentiu na barriga
Uma pequena comichão.
Mexendo a cabeça, ele
Descobriu a região
Que a comichão afetava.
Com uma das pernas coçava,
E veio um arrepio então.
Culpou a falta de sono
Como causa do delírio:
“Carece o homem dormir
Como o olho de colírio.
Só não durmo um pouco mais
Porque o patrão é capaz
De demitir-me. Oh! Martírio!”
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com