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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Uma Estranha Mágica

Por: Archimedes Marques
Archimedes Marques na abertura do Cariri Cangaço

Querido Cariri Cangaço...Continuamos apaixonados por você. Não é surpresa que você derrama uma estranha mágica em todos aqueles que o conhece. Dizemos não ser surpresa, pois desde a primeira vez que o conhecemos em 2011 ocorreu paixão à primeira vista, fulminante. Entendemos ser uma estranha mágica, pois é de fato muito estranho esquecermos nossos afazeres por uma semana, sairmos de carro de Aracaju, cortarmos grande parte de Sergipe no sentido sertão, para entrarmos em Alagoas transpondo o Velho Chico, rasgando logo mais parte da Bahia próximo a Paulo Afonso, ingressarmos em Pernambuco nos perigosos pontos de assaltos dos municípios de Floresta, Belém do São Francisco e adjacências para finalmente chegar ao estonteante Ceará, mais de perto no seu Cariri cearense, ou seja, onde você verdadeiramente mora.

Que estranha mágica viajarmos cerca de 750 km só para lhe ver, uma prova inequívoca de que só pode ser por paixão. Pena que a política partidária não nos deixe abrandar e aplacar essa paixão de ano em ano querido Cariri Cangaço!... O mundo que vai lhe visitar se alimenta e se glorifica das suas tantas histórias, das suas histórias e mais histórias, das suas histórias sem fim. Você querido Cariri Cangaço dentro da sua região Cariri cearense, é dos mais ricos em histórias, histórias dos sertões, histórias do cangaço, histórias sem fim!...

Ingrid Rebouças, Elane Marques, Ana Lourença e Noa Colman em noite de Cariri Cangaço 

Chegamos um dia antes porque queríamos na verdade antecipadamente renovar a nossa paixão, e renovamos a partir da visita ao enigmático Padre Cícero Romão Batista que continua vivo. Sentimos também a força do Padin Ciço a proteger-lhe querido Cariri Cangaço. E que força, e que proteção!... O seu lugar apesar de sempre estar fantasiado de poeira, cinzas e seca sufocando o verde que timidamente teima em brotar em terras abrasadoras é fantástico e colorido. Fantástico e colorido aos olhos da nossa paixão. Fantástico e colorido, pois além de tudo vemos galhardamente todas as portas e janelas se abrirem com louvor ao seu chegar, ao seu andar, ao seu desfilar. Uma prova irrefutável de que você além de apaixonante contagia a todos aonde chega querido Cariri Cangaço...

Barro, Missão Velha, Porteiras, Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Aurora demonstraram as suas qualidades e virtudes ao reverenciar os seus méritos e referenciar a sua amplitude em prova dessa arrasadora paixão.  Tudo aumenta nesta região elétrica recheada de um sopro de vida coletiva ao seu chegar, passar e ficar querido Cariri Cangaço... Dias maravilhosos e mágicos se foram, mas ficaram para sempre guardados na nossa memória.

 
Rubinho Lima, Archimedes Marques, Jadilson Feraz, Tomaz e Afrânio

Assim, em nome do seu comandante Manoel Severo, saudamos a todos os componentes dessa verdadeira família, em especial o inesquecível Alcino Alves Costa, que também esteve e estará para sempre presente nas suas andanças, querido Cariri Cangaço. O calor da sua companhia é nossa inspiração, por isso agradecemos ao seu criador por você existir. Que venham outros setembros, pois agora não podemos mais viver sem você querido Cariri Cangaço!... Com paixão e gratidão,

Archimedes e Elane Marques.
Pesquisador e Escritor
Conselheiro Cariri Cangaço
Http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FLYING DUTCHMAN – O MAIS FAMOSO NAVIO FANTASMA

Publicado em 03/10/2013 por Rostand Medeiros

A forma mais comum ao qual o grande público em geral imagina um navio fantasma, é aquele tipo de barco que vaga sobre as ondas quase flutuando, quase sempre sem tripulantes, que desaparece nos nevoeiros, navega assustando aqueles que os avistam e sempre surge na forma de um antigo veleiro (engraçado, mas nunca li nada sobre alguém ter visto um navio fantasma sem velas, que fosse movido a diesel e soltasse fumaça).

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Bem, dentre todas as histórias envolvendo naves do além, sem dúvida a mais famosa é a do veleiro supostamente holandês chamado Flying Dutchman. Ele é temido pelos navegantes como um presságio de desastre.

Consta que em 1680 um veleiro mercante partiu de Amsterdã em direção a Batávia (atual Jacarta, na Indonésia) sob o comando de um capitão sem escrúpulos chamado Hendrick Van der Decken. Durante uma tempestade, ao contornar o famoso Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, os fortes ventos acabaram levando o barco para fora do curso marcado e, em um acesso de raiva, diz-se que o capitão Van der Decken amaldiçoou a Deus e murmurou que preferia navegar até o Juízo Final. Por causa disso ele foi forçado a continuar navegando pelos mares do mundo para sempre. Já outros relatos dizem que o Flying Dutchman só pode ser visto na área do Cabo da Boa Esperança, pois a maldição não permitiu que ele alterasse o seu curso.

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Independente desta questão, afirmasse que se alguém avistar o Flying Dutchman, pode preparar os galhinhos de arruda, arrume lá da Bahia umas velas “sete dias e sete noites”, separe uma boa quantidade de sal grosso de Macau e se ponha a rezar com todo fervor, pois algo terrível vai acontecer.

Possivelmente quem primeiro relatou publicamente ter visto o Flying Dutchmanfoi a tripulação de um veleiro britânico em 1835. Estes informaram terem visualizado um “navio fantasma” velejando em meio a uma tempestade severa. A guarnição britânica disse que o barco parecia estar em rota de colisão, mas então repentinamente desapareceu. Logo o tal barco fantasma foi visto por outras tripulações, principalmente na região do sul da África.

Para muitos o Flying Dutchman seria apenas uma lenda, um mito, ou puro folclóre. Mas houve informações transmitidas por pessoas que eram tidas como gente séria, de confiança na sua época e muitos destes relatos foram corroborados por testemunhas.

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Um dos mais famosos encontros ocorreu em 1881, quando o barco de guerraHMS Bacchante, na companhia de outras três belonaves, realizava um grande cruzeiro de adestramento e patrulha naval de três anos ao redor do mundo. Entre os tripulantes estavam dois jovens cadetes navais bem especiais, eram os príncipes George e Albert, netos da rainha Vitória.
Uma noite fria, o príncipe George (futuro rei George V) estava de guarda no passadiço do navio, quando ouviu o grito de um marinheiro que estava no alto de mastro, informando a presença de um “barco estranho”. O príncipe e outro oficial também viram a nave. No outro dia a história se espalhou no HMS Bacchante e logo o Flying Dutchman cobrou seu preço. Mas parece que a maldição do navio fantasma era bem seletiva, pois o futuro rei e o oficial de serviço morreram idosos, mas o pobre coitado do marinheiro que o viu morreu poucos dias depois ao cair do mastro principal.

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Consta que ainda em 1881 outro navio passou no caminho do Flying Dutchman. Este era um navio mercante sueco e outro pobre marinheiro, ao avistar o navio fantasma, igualmente despencou do seu posto no alto do mastro e morreu, mas não antes de dizer que o navio visto era o Flying Dutchman. Dois dias depois um segundo vigia deste mesmo barco foi enviado até o alto do mastro, viu a nave maldita e também morreu de uma queda.

Poucos anos depois a tripulação do barco americano Relentless, ao contornar o perigoso Cabo da Boa Esperança, viu o Flying Dutchman com consequências funestras. O capitão do barco americano ordenou ao seu timoneiro que se aproximasse do navio do além para que ele pudesse dar uma olhada melhor, mas o piloto morreu ao timão. Nas mesma noite três outros tripulantes morreram misteriosamente.

Este tipo de relatos, fossem mentirosos, ou não, continuou alimentando a lenda e nos anos posteriores o Flying Dutchman foi visto novamente. Em 1911 o barco inglês Orkney Belle se deparou com o navio fantasma e em 1914 este foi um dos primeiros navios britânicos afundados na Primeira Guerra Mundial.

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Existe o relato que em 1939, na praia sul-africana de Glencairn, em Cape Town, mais de sessenta pessoas que estavam tranquilamente a beira mar tomando banho de sol, viram o Flying Dutchman seguir célere em direção à uma barreira de pedras. Logo depois a nave desapareceu diante de todos os presentes.

Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, aqui e acolá o Flying Dutchman era visto pelos beligerantes de todos os lados do conflito. Em 1942, de acordo com o almirante alemão Karl Doenitz, algumas tripulações de submarinos sob seu comando, em patrulha na região do cabo da Boa Esperança, relataram o avistamento do Flying Dutchman.

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Neste mesmo ano, próximo a mesma área onde o príncipe George viu o Flying Dutchman em 1881, o famoso barco fantasmas foi visto por um oficial da nave de guerra inglesa HMS Jubilee. O tripulante em questão foi o tenente Nicholas John Turney Monsarrat, membro da Royal Naval Volunter Reserve (RNVR), que uma noite estava de vigia e sinalizou com iluminação para um estranho veleiro, mas não recebeu resposta. Ele escreveu no diário de bordo do seu navio que havia visto uma escuna de uma classe desconhecida, que a mesma estava se movendo com suas velas cheias, mas não havia vento. Após a guerra o tenente se tornou o escrito Nicholas Monsarrat, autor de vários livros de sucesso na Inglaterra, como “The Cruel Sea” (1951).

Bem, Monsarrat poderia até gostar de escrever, mas em um navio, principalmente em uma nave de guerra, o que se escreve em um diário de bordo deve ser a letra da verdade, pois se não for gera severas punições. Ao relatar no diário de bordo o avistamento do Flying Dutchman, o tenente Monsarrat tornou o relato oficial. Não sei o que seus superiores acharam dele ter visto e escrito sobre este navio fantasma, mas aparentemente a sua carreira não foi afetada.

Em 1943, novamente na África do Sul, novamente em Cape Town, de uma de suas praias, quatro pessoas viram o Flying Dutchman navegando e desaparecendo atrás de uma ilha.

Em 1959, a tripulação do navio cargueiro Staat Magelhaen viu um veleiro aparecer na popa, em uma rota de colisão, era o Flying Dutchman. Assim que as duas naves estavam prestes a bater, o veleiro desapareceu. Mas foi possível avistar uma pessoa no timão, este seria o capitão Van der Decken cumprindo a sua sentença de condenação.

Comenta-se que o Flying Dutchman ainda é visto, mesmo nesta época de radares, GPS, orientação por imagens de satélite etc. Principalmente pelo pessoal de serviço no convés das modernas naves, quase sempre as três da manhã, quase sempre perto do cabo da Boa Esperança, de preferência em meio a uma tempestade.

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E então amigos do nosso “Tok de História”, as histórias envolvendo o Flying Dutchman seriam reais? Mentiras deslavadas? Miragens?  Ilusão de ótica? Efeitos da fadiga por ficar visualizando o escuro mar tanto tempo na madrugada e em meio a uma tempestade?

Real ou não, são relatos como estes que alimentam o interesse das pessoas por fatos históricos ligados aos oceanos.

Fotos – Coleção do autor.

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Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
 http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/10/03/flying-dutchman-o-mais-famoso-navio-fantasma
 http://blogdomendesemendes.blogspot.com