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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
LIVRO CORISCO A SOMBRA DE LAMPIÃO
Por Francisco Pereira Lima
A recomendação bibliográfica de hoje:
CORISCO: A Sombra de Lampião, de Sérgio Augusto S. Dantas.
Um excelente livro sobre essa figura emblemática do Cangaço.
CORISCO. Livro Novo. Preço 50,00 Com frete incluso. Pedidos:
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ALERTA MARCO HISTÓRICO PODE SER DESTRUÍDO COM CONSTRUÇÃO DE RODOVIA, NO CARIRI CEARENSE
Obra pode acabar com monumento que marcou o coronelismo no Ceará. Órgão estadual, porém, garante que haverá análise para evitar prejuízos
Por Antonio Rodrigues, Diário do Nordeste
A construção de uma rodovia entre os municípios de Porteiras e Missão Velha preocupa pesquisadores do Cariri. A obra pode destruir um monumento histórico que marcou o coronelismo no Ceará. A via passará no local em que fora erguida, na década de 30, uma lápide em memória de Antônio Gomes Grangeiro. A história desse fazendeiro começou a ser desenhada no período de Lampião, no sertão cearense.
Destino
"Diga a ele, dona, que num precisa ter medo deu, não. Ele precisa ter cuidado é com 'os bonzinho' que vêm aí atrás", alertou Lampião a Maria Celina Grangeiro, esposa de Antônio Grangeiro, que havia fugido de casa ao perceber a aproximação do cangaceiro e seu bando. Os "bonzinhos", a quem se referia o Rei do Cangaço eram as volantes comandadas pelo tenente José Gonçalves Pereira, que foram ao Cariri "dar cabo" do próprio Antônio Grangeiro, e também do fiscal de tributos Antônio Marrocos de Carvalho e, principalmente, de Francisco Pereira de Lucena, o Chico Chicote. O episódio ficou conhecido como "Fogo nas Guaribas".
Na madrugada do dia 1º de fevereiro de 1927, os militares chegaram ao sítio Salvaterra, no Brejo dos Santos (atual cidade de Brejo Santo) e capturaram Antônio Gomes, seu sobrinho João Grangeiro e dois moradores, Aprígio Timóteo de Barros e Raimundo Madeiro Barros. Com mãos e pés amarrados com cordas, os quatro seguiram até o sítio Guaribas, no atual território do município de Porteiras, onde presenciaram cerca de 31 horas de troca de tiros entre as volantes e os capangas de Chico Chicote, que foi vencido. Ele foi encontrado morto, de joelhos, baleado no maxilar, no braço esquerdo e com tiro fatal no tórax.
Os quatro reféns, incluindo Antônio Grangeiro, que acompanhou o ataque ao casarão de seu compadre, Chico Chicote, foram mortos após o tiroteio. Por volta das 14 horas já do dia 2 de fevereiro, "os homens de Salvaterra" foram assassinados, degolados e incinerados. Depois, enterrados em valas comuns ali mesmo. Anos depois, no local onde estavam os corpos, João Gomes Grangeiro, filho do fazendeiro, ergueu uma lápide em memória do pai.
Os restos mortais ficaram por lá até a década 1980, quando a família os enterrou, em definitivo, no cemitério de Porteiras. Ali, foi erguida uma cruz, que se tornou um marco do "Fogo das Guaribas".
Importância
O administrador e gestor cultural Mano Grangeiro, neto de Antônio Grangeiro, acredita que aquela cruz é um marco para a história do País. "Aquilo tem um valor afetivo e histórico. Não nos pertence, e sim à história do Ceará, do País. Isso não foi um fato isolado. Não foi um acidente. É um fato ligado a diversos outros. Tem forte enraizamento nas questões políticas locais e estaduais da época. Destruir aquilo é destruir parte da história", enfatiza Grangeiro.
O temor de familiares e pesquisadores advém da demarcação da obra. No local, foram cravadas estacas que sinalizam onde deverá passar a pista. "Aquele mausoléu tem importância de caráter nacional, porque representa o modos operandi do coronelismo no sertão nordestino, especificamente no Cariri", acredita o pesquisador Bruno Yacub.
Os descendentes da família se mobilizaram para evitar que isso acontecesse. O próprio Mano conversou com a Prefeitura de Porteiras para ter acesso ao estudo topográfico. Até agora, sem sucesso.
A equipe do Diário do Nordeste entrou em contato com o Departamento Estadual de Rodovias (DER), que informou que aquele trecho da rodovia ainda encontra-se em fase de elaboração de projeto. "Toda e qualquer situação sobre esta rodovia encontra-se em análise e o DER evitará que qualquer traçado prejudique o mausoléu", garantiu em nota.
Assim como a residência onde morava Antônio Grangeiro, que se encontra preservada no Sítio Salvaterra, em Brejo Santo, o marco do antigo mausoléu é motivo de visita de inúmeros pesquisadores que passam pelo Cariri. "Têm o maior respeito por aquele lugar", ressalta Bruno.
Já o casarão de Chico Chicote, que protagonizou o episódio, foi demolido na última década. "O 'Fogo nas Guaribas' é um grande exemplo da prática do coronelismo no Cariri cearense", completa o pesquisador. Na época que Antônio Grangeiro foi assassinado pela Polícia, sua esposa, dona Celina, estava grávida de cinco meses de Raimunda Grangeiro Neves, hoje com 92 anos, única filha viva do casal. Sua mãe morreu cinco dias após seu parto. Ela conta que a família ficou desamparada com a morte do fazendeiro e acabou se dispersando. As irmãs mais velhas casaram no ano seguinte à tragédia. "A família foi destruída", lembra.
Por Antonio Rodrigues, Diário do Nordeste
A construção de uma rodovia entre os municípios de Porteiras e Missão Velha preocupa pesquisadores do Cariri. A obra pode destruir um monumento histórico que marcou o coronelismo no Ceará. A via passará no local em que fora erguida, na década de 30, uma lápide em memória de Antônio Gomes Grangeiro. A história desse fazendeiro começou a ser desenhada no período de Lampião, no sertão cearense.
Destino
"Diga a ele, dona, que num precisa ter medo deu, não. Ele precisa ter cuidado é com 'os bonzinho' que vêm aí atrás", alertou Lampião a Maria Celina Grangeiro, esposa de Antônio Grangeiro, que havia fugido de casa ao perceber a aproximação do cangaceiro e seu bando. Os "bonzinhos", a quem se referia o Rei do Cangaço eram as volantes comandadas pelo tenente José Gonçalves Pereira, que foram ao Cariri "dar cabo" do próprio Antônio Grangeiro, e também do fiscal de tributos Antônio Marrocos de Carvalho e, principalmente, de Francisco Pereira de Lucena, o Chico Chicote. O episódio ficou conhecido como "Fogo nas Guaribas".
Na madrugada do dia 1º de fevereiro de 1927, os militares chegaram ao sítio Salvaterra, no Brejo dos Santos (atual cidade de Brejo Santo) e capturaram Antônio Gomes, seu sobrinho João Grangeiro e dois moradores, Aprígio Timóteo de Barros e Raimundo Madeiro Barros. Com mãos e pés amarrados com cordas, os quatro seguiram até o sítio Guaribas, no atual território do município de Porteiras, onde presenciaram cerca de 31 horas de troca de tiros entre as volantes e os capangas de Chico Chicote, que foi vencido. Ele foi encontrado morto, de joelhos, baleado no maxilar, no braço esquerdo e com tiro fatal no tórax.
Os quatro reféns, incluindo Antônio Grangeiro, que acompanhou o ataque ao casarão de seu compadre, Chico Chicote, foram mortos após o tiroteio. Por volta das 14 horas já do dia 2 de fevereiro, "os homens de Salvaterra" foram assassinados, degolados e incinerados. Depois, enterrados em valas comuns ali mesmo. Anos depois, no local onde estavam os corpos, João Gomes Grangeiro, filho do fazendeiro, ergueu uma lápide em memória do pai.
Os restos mortais ficaram por lá até a década 1980, quando a família os enterrou, em definitivo, no cemitério de Porteiras. Ali, foi erguida uma cruz, que se tornou um marco do "Fogo das Guaribas".
Importância
O administrador e gestor cultural Mano Grangeiro, neto de Antônio Grangeiro, acredita que aquela cruz é um marco para a história do País. "Aquilo tem um valor afetivo e histórico. Não nos pertence, e sim à história do Ceará, do País. Isso não foi um fato isolado. Não foi um acidente. É um fato ligado a diversos outros. Tem forte enraizamento nas questões políticas locais e estaduais da época. Destruir aquilo é destruir parte da história", enfatiza Grangeiro.
O temor de familiares e pesquisadores advém da demarcação da obra. No local, foram cravadas estacas que sinalizam onde deverá passar a pista. "Aquele mausoléu tem importância de caráter nacional, porque representa o modos operandi do coronelismo no sertão nordestino, especificamente no Cariri", acredita o pesquisador Bruno Yacub.
Os descendentes da família se mobilizaram para evitar que isso acontecesse. O próprio Mano conversou com a Prefeitura de Porteiras para ter acesso ao estudo topográfico. Até agora, sem sucesso.
A equipe do Diário do Nordeste entrou em contato com o Departamento Estadual de Rodovias (DER), que informou que aquele trecho da rodovia ainda encontra-se em fase de elaboração de projeto. "Toda e qualquer situação sobre esta rodovia encontra-se em análise e o DER evitará que qualquer traçado prejudique o mausoléu", garantiu em nota.
Assim como a residência onde morava Antônio Grangeiro, que se encontra preservada no Sítio Salvaterra, em Brejo Santo, o marco do antigo mausoléu é motivo de visita de inúmeros pesquisadores que passam pelo Cariri. "Têm o maior respeito por aquele lugar", ressalta Bruno.
Pescadas in cariridasantigas.com.br
Já o casarão de Chico Chicote, que protagonizou o episódio, foi demolido na última década. "O 'Fogo nas Guaribas' é um grande exemplo da prática do coronelismo no Cariri cearense", completa o pesquisador. Na época que Antônio Grangeiro foi assassinado pela Polícia, sua esposa, dona Celina, estava grávida de cinco meses de Raimunda Grangeiro Neves, hoje com 92 anos, única filha viva do casal. Sua mãe morreu cinco dias após seu parto. Ela conta que a família ficou desamparada com a morte do fazendeiro e acabou se dispersando. As irmãs mais velhas casaram no ano seguinte à tragédia. "A família foi destruída", lembra.
Acervo Lampião Aceso
VAI ENCARAR A PIRANHA, CAMPEÃO?
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.248
Em Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas, para se encontrar lazer aos domingos, dói nos dentes. Para quebrar a rotina dos tempos de verão, turminhas são formadas e partem para o banho no rio São Francisco. Os lugares mais procurados são as cidades de Pão de Açúcar e Piranhas com, aproximadamente, uma hora de distância. Devido ao calor intenso e a falta de abrigo do Sol, os santanenses descobriram um lugarzinho mais aprazível com algumas árvores e um pouco de verde. Esse local passou a ser chamado “Lá no pé do morro”, afastado do centro. Ali a turminha já sabe: almoço trazido de casa, tira-gosto e muita bebida que é a cereja do preparo. O restante é mergulhar, beber, disputar às sombras, gargalhar e conversar miolo de pote.
PÃO DE AÇÚCAR. (FOTO: PREFEITURA/DIVULGAÇÃO). |
De vez em quando chegava um aviso aos entusiasmados: “No pé do morro tem piranhas, Zé”. Bicho feroz que não pode ver sangue, a dentuça e suas companheiras devoram um boi dentro de poucos minutos, quanto mais um cristão. Mas, muitas vezes a cachaça superava a cautela. Nem todo domingo, porém, era dia de piranha. Banhista ficava na vantagem e retornava a casa levando apenas a ressaca de Sol e o bafo da ‘branquinha”. As mulheres, geralmente mais cuidadosas, evitavam o banho direto no Velho Chico. Por outro lado, nunca vi ninguém fazendo caldo de piranha, mesmo se dizendo que o peixe é afrodisíaco.
O que imaginar, contudo, sobre uma piranha de metro e meio, quarenta e cinco quilos e trinta e dois dentinhos afiados sem cárie nenhuma! Pois essa tal piranha foi encontrada pelo pescador Jeremy Wade, mas não foi no pé do morro de Pão de Açúcar. Foi longe, compadre, nas águas do rio Congo. Mas quem se assustou com a divulgação e fotos comprovantes, a danada na verdade não era uma piranha e sim, uma espécie semelhante chamada de “peixe-tigre Golias” (Hidrocynus goliath). O peixe do Congo é considerado um dos mais ferozes do mundo e não enjeita parada, comadre.
Diante do que foi publicado para o mundo, acho que é bem melhor mesmo enfrentar o pé do morro de Pão de Açúcar... Dependendo da cachaça... Claro.
SÃO JOSÉ DE BELMONTE POR VALDIR NOGUEIRA
Matriz de São José de Belmonte
O que me contaram os mais velhos sobre nossa cidade? Cada geração tem de sua cidade, a memória de acontecimentos que são pontos de amarração de sua história. O caudal de lembranças, correndo sobre o mesmo leito, guarda episódios notáveis que já ouvimos muitas vezes de nossos avós. A passagem do cometa Halley com sua cauda luminosa varrendo o céu belmontense, a secular briga de Carvalho e Pereira, a gripe espanhola, o alvoroço do primeiro automóvel, a morte de Dandão Pereira, a invasão de Belmonte pelo famigerado Lampião, ... O vôo do primeiro avião sobre a cidade de Belmonte..., as festas de São José e do Coração de Jesus, as festas de partidos, os corsos do carnaval, os bailes do 1º de Maio no SOB...
Mas a memória rema contra a maré; o meio urbano afasta as pessoas que já não se visitam, faltam os companheiros que sustentavam as lembranças e já se dispersaram. Daí a importância da coletividade no suporte da memória. Quando as vozes das testemunhas se dispersam, se apagam, nós ficamos sem guia para percorrer os caminhos da nossa história mais recente: quem nos conduzirá em suas bifurcações e atalhos? Fica-nos a história oficial: em vez da envolvente trama tecida à nossa frente, só nos resta virar a página de um livro, unívoco testemunho do passado.
Texto: Valdir Nogueira - Fotografia: Henrique Santos.
A CANTIGA DO RIO E O CANTO DO POVO DO RIO
*Rangel Alves da Costa
Não há povo sofrido que cale de vez sua voz e de sua plangência não ecoe o canto da vida, da luta, da existência e da conquista. Não há gente tão sofrida que não desperte ao prazer das coisas belas e faça fluir desde a alma a voz de seus sentimentos. Não há pessoa que viva somente para o desalento, para a angústia e o sofrimento. Certamente que as dores e as aflições não se apagam de instante para o outro nem a existência é transformada por um instante de paz e alegria. Mas do que surge na alma e ecoa nos ares em forma de canto, muito dirá do quanto o íntimo do ser procura se libertar das duras amarras. Cantar, assim, é expressar a vivacidade interior, mostrar que o coração também tem voz e o próprio ser diferente é daquilo que mais aparenta.
O povo, mesmo oprimido, precisa cantar. E com o povo ribeirinho não é diferente. Ribeirinho porque vivente às margens do rio, nas ribeiras das águas, cardumes humanos fora d’água que que sempre insistem em ficar. Um povo nascido e crescido ante a paisagem do rio, perante a curva do rio, diante do caminhar remansoso do rio. Uma gente acostumada com as águas, com a pesca e o pescado sobre a mesa, com a canoa e o nego d’água, com saudade da carranca e nostalgias de outros tempos. A vida desse povo é a vida do rio. A existência desse povo muito depende do que o rio lhe agracie. Uma convivência tão unida que o ribeirinho sofre a mesma dor das águas quando estão poucas, e o rio se lamenta por dentro quando seu povo está ressentido de tempos difíceis. Um povo e o seu rio, um rio e o seu povo. Veia e sangue de um mesmo corpo, laço enlaçado desde os tempos mais distantes.
Por isso mesmo que o rio canta a mesma cantiga do povo. Quando o povo está alegre e cantante, o rio também festeja com alegria. O visitante apenas imagina o silêncio nas águas que passam e nos espelhos que chegam e que passam, mas nada disso acontece. Contudo, somente o povo do rio pode ouvir o seu canto e também cantar o mesmo canto. E o ribeirinho conhece muito bem quanto o seu leito molhado está borbulhando canções ou ofegando em versos de amor. O ribeirinho sabe que além do barulho do barco que passa ou da chuva caindo sobre as águas, há uma voz como de sereia. E que bela e doce voz. Certa feita, mesmo não sendo ribeirinho, o compositor Dori Caymmi ouviu e traduziu, na canção Porto, essa magistral voz do rio: “iá iê, iá iê, oní onã, iá iê, oní onã, nê onã. Iá iê, lê lê ô, iê oní onã iá lê onâ, ê ô, oní onã, onã nã nã naiê, ê ô...”. O rio cantarolando ao som da flauta de vento num acorde de brisa.
O povo do rio ouve essa voz e a traduz em sentimentos profundos. Olhares que cantam, passos que cantam, e tudo canta e tudo festeja perante as ribeiras do rio. Um povo carente, sofrido, que sobrevive da luta intensa, mas que jamais deixa de ouvir e cantar a canção de seu rio, e é isso que o anima e alimenta para o passo seguinte. Muitas vezes, porém, o povo desce a ribeira, pisa nas margens, entra nas águas e também vai cantar junto ao rio. Assim acontecem com as mulheres lavadeiras e seus ofícios nas águas. Assim ao amanhecer ou entardecer ribeirinho, ou mesmo debaixo do sol franciscano, as mulheres de Curralinho, povoação ribeirinha em Poço Redondo, sertão sergipano, descem às margens do rio levando suas roupas tingidas e suadas da luta. Bacias, baldes, cuias, rodilhas, trouxas na cabeça, sabão em pedra, e canções para serem entoadas enquanto os panos são encharcados, esfregados, batidos, enxaguados e estendidos sobre as gramíneas que se alongam às margens de seu velho, tão Velho Chico.
As águas reconhecem suas chegadas, as águas gostam de suas presenças, as águas também cantam o canto das lavadeiras, pois sabem que aqueles versos são ao seu leito dedicados. Os horizontes de montes e serras, os azuis que passam espelhados, as canoas sonolentas ao redor, os animais que pastejam de lado a outro, todo aquele que vem e que passa, tudo se encanta com aqueles versos que se misturam às águas e sobem aos espaços, com a poesia do canto das lavadeiras. “Meu coração de canoa zarpou, florido e perfumado nas águas navegou, até chegar na ribeira do rio e encontrar meu amor. Me leva meu amor nas águas, a saudade tanta quer me encher de mágoas. Me leva meu amor assim, navegar nos seus braços em amor sem fim...”. E bate a camisa, enxagua a calça, e vai entoando: “São Francisco meu rio amado, de longe vem em passo remansado, vem tão velho e tão novo como se fosse um menino, vem abençoar seu povo e cumprir seu destino...”. E eu, eu apenas observando da margem do rio, logo me vejo molhado no olhar e maravilhado com tanta singeleza da vida ribeira.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
I ENCONTRO - SOMOS TODOS IGUAIS NA DIFERENÇA
Por José Mendes Pereira
Ontem 19 de janeiro de 2020 (domingo) às 4:00 horas da tarde minha família e eu realizamos um encontro de 10 pessoas especiais, todas acompanhadas dos seus pais e irmãos. Com o título: “I ENCONTRO - SOMOS TODOS
IGUAIS NA DIFERENÇA". Em um segundo título: "AME OS OUTROS COMO VOCÊ AMA A VOCÊ MESMO". Galatas: 3-14"
O encontro foi maravilhoso e gostaríamos que servisse de exemplo para outras famílias que têm filhos ou filhas especiais, e que convidem outras e façam juntas o seu encontro em casa, em uma escola, em qualquer lugar, mas que vamos fazer estas pessoais mais felizes. As pessoas especiais precisam sair mais para fazerem amigos, porque lá fora eles estão as esperando.
Fizemos o que
estava ao nosso alcance, com lanches e esperamos que no próximo ano, em janeiro, isso venha
acontecer em nossa casa novamente, e iremos convidar mais outras pessoas
especiais, independentes de idade.
Organizem outros grupos para que um dia a gente possa renunir todos em um só grupo, e que as autoridades vejam que em Mossoró ou no Rio Grande do Norte está precisando da participação da AACD com uma sede. Se nós cobrarmos isso é possível e não é proibido sonharmos.
Colabore com todos os
especiais compartilhando esta página. Eles muito agradecem!
Especiais: Vitória e João Victor
O
meu primo Diassis Costa disse:
Parabéns meu primo muito prazeroso esta com pessoas que voce gosta
especialmente pessoas especial fiquei muito feliz por passa atarde com vocês Ele aparece sentado ao lado do João Victor.
Estamos aguardando mais fotos.
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TEN. JOÃO BEZERRA – O MAÇOM QUE DEU CABO DE LAMPIÃO
28/07/1938 –
Marco do fim do fenômeno do cangaço e banditismo no sertão nordestino
Sobre o
Tenente João Bezerra
Biografia do
Ten. João Bezerra, de autoria do 3º BPM – Alagoas:
“O Batalhão Tenente
João Bezerra da Silva – 3º BPM, relata a passagem de um dos homens que mais
marcaram a briosa Polícia Militar do Estado de Alagoas, rendendo-lhe esta justa
homenagem, provocada por seu grandioso feito histórico.
Trajetória
Nasceu no dia
24 de junho de 1898, na Serra da Colônia, Município de Afogados da Ingazeira –
Estado de Pernambuco. Seus pais: Henrique Bezerra da Silva e Marcolina Bezerra
da Silva, eram pequenos fazendeiros e tiveram sete filhos: João, Cícero, Amaro,
Manuel, José, Vitalina e Maria.
Com vontade de
aprender a ler, trazia consigo sempre, uma “carta de ABC” (cartilha) e um
“ponteiro” (lápis). Aos oito anos, já ajudava seu pai na agricultura e na
criação de animais.
Ironicamente, teria aprendido a atirar com Manoel Batista de Morais, popularmente conhecido como Antônio Silvino, “O Rifle de Ouro”, também de Afogados da Ingazeira/PE, que era primo de João Bezerra em segundo grau, tornando-se em um exímio atirador.
Antonio
Silvino foi conhecido no sertão como um dos homens mais valentes do Nordeste
antes de Lampião, tendo sido ainda testemunha do assassinato do jornalista João
Dantas na penitenciária de Recife, que era o assassino do ilustre paraibano
João Pessoa, contrariando a versão oficial da época de que dizia ter sido
suicídio.
Aos quatorze
anos, Bezerra fugiu de casa após ter sido surrado pelo pai, por ter
desobedecido à proibição de namorar uma moça, fugindo para o Recife/PE. Já
demonstrava uma personalidade marcante, corajosa e propensa à aventura. Um
menino sertanejo, desbravando a Capital. A partir daí, foi carregador de carvão
de pedra no cais do porto; ajudante de soldado; assentador de dormentes em
linha férrea; trabalhador de pedreira e de lavoura. Após um ano, voltou para
casa e montou um comércio (uma pequena bodega), onde vendia de tudo.
No tempo em
que passou com a família na sua cidade natal, realizou o incrível feito de
matar uma onça, que de tão grande assustava a todos do lugar e dizimava as
criações das fazendas, o que o tornou já famoso nas imediações onde morava,
fazendo-o receber muitos presentes dos proprietários de terra da região.
Tempos depois,
foi forçado a sair do seio familiar; indo trabalhar com um dos maiores inimigos
de Lampião, o famoso Coronel José Pereira, em Princesa/PB, de onde partiu para
Maceió, no Estado das Alagoas para “sentar praça”. Iniciou sua carreira em
1919, na Policia Militar de Alagoas, como policial contratado para integrar as
“volantes”, sendo incorporando definitivamente, em 29 de março de 1922, onde
permaneceu por 35 anos e 07 meses.
Prestou
serviço no 2º Batalhão de Infantaria, deslocado para Santana do Ipanema/AL,
para combater o banditismo que assolava a região sertaneja, de onde saiu para o
combate de angicos, hoje 3º Batalhão de Polícia Militar, sediado em
Arapiraca/AL.
Foi 2º Sargento
em 29 de março de 1922, e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936.
Teve vários encontros com os bandidos, tendo de uma feita, morto três dos
comparsas de Lampião. Sendo considerado oficial valoroso da Polícia Alagoana e
de imediata confiança do governo.
Casou-se com
Cyra Gomes de Britto, em Piranhas/AL, no ano de 1935, que em entrevista ao
Jornal do Bandepe em 1985, confirma a natureza valente e perspicaz de seu
marido, que chegava a passar meses no encalço dos cangaceiros, vindo inclusive
a ignorar o nascimento de sua primeira filha, por estar em missão na caatinga,
tendo em vista ter empenhado sua palavra de capturar Lampião.
Foi Maçom,
alcançando o 18° grau na instituição em que participava.
Assentamentos
Militares
Foram 19
Nomeações de comando, incluindo o de Comandante da Corporação (Apesar de não
estar incluído no histórico de comandantes da Polícia Militar de Alagoas,
devendo ter assumido o Comando Geral em algum espaço entre nomeações deixados
por algum comandante entre 1950 e 1954);
12 Nomeações para delegado em diversas cidades de Alagoas, designações concedidas após o combate em angicos.
Participação
como “Chefe de Volante” por um período de 12 anos, travando 11 combates com os
grupos de cangaceiros, entre eles, os chefiados por Luiz Pedro do Retiro,
Corisco, Gato, Zé Baiano, Português, Manoel Moreno, Moita Brava e por último
com o famoso Lampião, o mais importante desses combates, que foi travado na
Grota de Angicos, atual Município de Poço Redondo, estado de Sergipe, no qual
ocorreu a morte de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), sua companheira Maria
Gomes de Oliveira (Maria Bonita), e dos cangaceiros: Luiz Pedro, Quinta-feira,
Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.
Participação
em diversas missões fora do Estado, com os contingentes alagoanos, entre elas:
Combate à Coluna Prestes, em 1925; Deposição do governo Washington Luís, em
1930 e Revolução Constitucionalista em 1932.
Nomeação como
Prefeito Interventor da cidade de Piranhas/AL, no ano de 1933.
Durante a sua
vida militar, recebeu diversos elogios por seu desempenho nas missões em que
participou, conforme foram publicados nos boletins da Policia Militar de
Alagoas. Entre eles:
Elogio do
Comandante do 2º Batalhão;
– Louvor do Coronel Lucena comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl., de 17 de dezembro de 1938.
“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontaneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra a horda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinham sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo. Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal“.
Elogio do
Comandante da Corporação;
“Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou. O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele granjeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.
Coronel EB Carlos Eugênio Pires de Azevedo – Comandante da Polícia Militar de Alagoas em 6/12/1970, quando da ocasião de seu sepultamento em Maceió.
Elogio do
Interventor Federal;
Elogio do Governador do Estado;
Elogio do General de Exército;
Elogio do Presidente da República.
Elogio do Governador do Estado;
Elogio do General de Exército;
Elogio do Presidente da República.
Tendo sido inclusive recebido no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, no ano de 1938, pelo então Presidente Getúlio Dorneles Vargas, que nutria grande interesse pela campanha contra o cangaço, em virtude do sucesso da missão em Angicos.
Elogio da
população de Piranhas/AL
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, a espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Oferece o povo de Piranhas. ”
Foi para a
reserva da Polícia Militar de Alagoas em 04 de novembro de 1955, quando passou
a dedicar-se à agricultura e à pecuária.
Faleceu na
cidade de Garanhuns/PE, no dia 04 de dezembro de 1970, vitimado por um acidente
vascular cerebral, recebendo alusões honrosas pela Câmara Municipal daquela
cidade.
Seu corpo foi
velado no quartel do Comando Geral da Polícia Militar de Alagoas, e em seguida
sepultado com honras militares no mausoléu da maçonaria em Maceió, como última
homenagem da Corporação em satisfazer o pedido do próprio João Bezerra de ser
sepultado em solo alagoano. Anos mais tarde seu corpo foi transladado para o
Estado de Pernambuco, a pedido de sua família.
João Bezerra
foi um perseguidor empenhado em não dar trégua aos cangaceiros, reconhecido
pelos seus pares e superiores, ao ponto de ganhar de Lampião o apelido de “Cão
Coxo”, coxo em decorrência da redução de 04 centímetros em uma das pernas,
causada por um ferimento em combate, e cão, pela valentia e destemor que
apresentava nos combates. Em entrevista dada pelo então Capitão Manuel Neto,
outro grande oficial das volantes, após a morte de Lampião, referia-se a
Bezerra dizendo: – “O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um
official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia Alagoana
e dos Estados vizinhos”.
Era homem
obstinado, desbravador e estrategista. Cidadão honrado, decidido, extremamente
observador, perspicaz e de muita fé. Seus passos foram cuidadosamente
planejados, prevalecendo sempre a sensatez e a dignidade. Incansável na luta
contra o banditismo. Seus contemporâneos sabiam do seu empenho, da sua
responsabilidade e do seu valor: Nada em sua vida parecia ter sido por acaso.
Frases de João
Bezerra
“Soldado não
briga deitado. O que eu encontrar deitado, ou outro qualquer encontrar deitado,
atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim
também.” (Frase proferida antes do confronto em Angicos).
“Para vencer
os ímprobos que nos impunha um vaivém penoso, só Deus sabe o quanto tivemos que
lutar! Descrever esses sofrimentos seria dedicar centenas de páginas ao nosso
grande martírio que jaz no anonimato, morto nos segredos das caatingas!” (Livro
Como dei cabo de Lampião, de 1940).
“Soldados do
Brasil! Eu vos admiro! Permiti que eu seja sangue do vosso sangue guerreiro,
para felicidade da minha vida toda voltada à Pátria na honrosa carreira das
armas”. (Livro Como dei cabo de Lampião, de 1940).
O portal MN
parabeniza a todos os militares integrantes do 3º BPM pelos serviços prestados
a cidade de Arapiraca e região. Que os bravos e honrosos militares sejam vistos
pela sociedade não apenas pelas fardas e patentes, mas como seres humanos que
ariscam suas vidas para proteger a cada cidadão, e junto a população, construir
uma sociedade mais harmônica.”.
Por Genival
Silva. Fonte: Ascom/3º BPM e http://3batalhao.blogspot.com.br/
Cap. João
Bezerra era maçom – Grau 18° do R.E.A.A.
Segundo
preliminares informações na internet, provas documentais e depoimento do Irmão
Paulo Britto, filho de João Bezerra, o Capitão João Bezerra da Silva foi maçom,
sendo Grau 18 do R.E.A.A., iniciado em 25 de junho 1949, com 51 anos de idade,
na Loja Maçônica Virtude e Bondade N° 0146 – GOB-AL e, inclusive, enterrado no
Mausoléu Maçônico Segredo 33, como seu último pedido, posteriormente, a pedido
da família, seu corpo foi trasladado para Pernambuco. Este detalhe acena para o
crivo legalista do homem militar, que deu cabo a Lampião e seu bando, em 28 de
julho de 1938, e do homem maçom, 11 anos após o Combate de Angicos, na luta
porfiada nessa história de combates quase “intermináveis”, bárbaros e cruéis,
entre volantes e cangaceiros na caatinga nordestina pela ordem e legalidade.
Loja
Virtude e Bondade N° 0146 – GOB-AL
REGISTROS
FORNECIDOS, FRATERNALMENTE, PELO GRANDE ORIENTE DO BRASIL DE ALAGOAS – GOB-AL
O Marco do Fim
do Cangaço – A Morte de Lampião
O cangaço,
segundo Moacir Assunção, é um fenômeno social característico da sociedade rural
brasileira. No nordeste, existiu desde o século XVIII, quando José Gomes, o
Cabeleira aterrorizava populações rurais de Pernambuco. O movimento atravessou
o século XIX, só terminando em 25 de maio 1940, com a morte de Corisco (1907 –
1940), sucessor de Lampião e seu principal lugar-tenente, pela volante de Zé
Rufino (Diário de Pernambuco, 1º de junho de 1940, na sexta coluna).
‘Os homens do
cangaço espalhavam fama, violência e aplicavam um conceito muito particular de
justiça em sete estados do Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia sofriam não apenas nas mãos desses grupos
nômades, mas também com a seca, com a fome e com uma sociedade desigual e
injusta, que perpetuava um modelo pérfido de exploração do trabalho.’ (Ângelo
Osmiro Barreto in Iconografia do Cangaço, 2012)
Em 28 de julho
de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, perto da divisa com o estado de
Alagoas, o bando de Lampião foi cercado por uma força volante comandada pelo
tenente João Bezerra da Silva (1898 – 1970), pelo aspirante Ferreira Mello e
pelo sargento Aniceto da Silva. Além de Lampião, foram mortos sua mulher, Maria
Gomes de Oliveira (c. 1911 – 1938), conhecida como Maria Bonita, e os
cangaceiros Alecrim, Colchete, Elétrico, Enedina, Luiz Pedro, Macela,
Mergulhão, Moeda e Quinta-feira. Estes foram todos decapitados. No combate, foi
morto o soldado Adrião Pedro de Souza. João Bezerra e outro militar ficaram feridos
(Jornal do Brasil, 30 de julho de 1938, na primeira coluna, Diário de
Pernambuco, 30 de julho de 1938). Eram 49 homens da volante e 36 cangaceiros.
Os outros 25 cangaceiros presentes naquele dia, no local Grota de Angicos,
saíram vivos e conseguiram fugir, mais tarde alguns sendo mortos e outros
entregando-se à polícia. Foi o fim do cangaço no sertão, muito embora alguns
pesquisadores ainda considerem o fim do cangaço com a captura do cangaceiros
Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto, (Água Branca, 10 de agosto de 1907 –
Barra do Mendes, 25 de maio de 1940).
“Os
onze do Angico”
Foto
do Soldado Adrião Pedro de Souza, componente da volante do Aspirante Francisco
Ferreira de Melo e croqui do mapa do combate de Angicos, feito pelo Ten. João
Bezerra, e que se encontra ás fls. 102, do seu livro “Como dei cabo de
Lampeão”. Vê-se, no mapa, que os grupos de Lampião, Zé Sereno e Luís Pedro, foram
cercados pelas volantes comandadas por: Ten. João Bezerra, Aspirante Ferreira
de Melo, Sgt. Aniceto e por homens comandados por Juvêncio e o Cabo Bertoldo. O
cerco, bem planejado, foi quase perfeito e quase não foi dado chance aos
cangaceiros. Foram utilizadas 04 metralhadoras, além de um bem planejado cerco
e o elemento surpresa que foi decisivo, a topografia do local (serras
íngremes), também, foi altamente desfavorável aos cangaceiros, tanto na defesa,
como nas correrias da fuga.
]
Lampião
e Maria Bonita, mulher de Lampião, com seu bando.
Zona
de atividade dos cangaceiros – anos 1920 a 1930
“Os onze do Angico” Foto do Soldado Adrião
Pedro de Souza, componente da volante do Aspirante Francisco Ferreira de Melo e
croqui do mapa do combate de Angicos, feito pelo Ten. João Bezerra, e que se
encontra ás fls. 102, do seu livro “Como dei cabo de Lampeão”. Vê-se, no mapa,
que os grupos de Lampião, Zé Sereno e Luís Pedro, foram cercados pelas volantes
comandadas por: Ten. João Bezerra, Aspirante Ferreira de Melo, Sgt. Aniceto e
por homens comandados por Juvêncio e o Cabo Bertoldo. O cerco, bem planejado,
foi quase perfeito e quase não foi dado chance aos cangaceiros. Foram
utilizadas 04 metralhadoras, além de um bem planejado cerco e o elemento
surpresa que foi decisivo, a topografia do local (serras íngremes), também, foi
altamente desfavorável aos cangaceiros, tanto na defesa, como nas correrias da
fuga. Lampião e Maria Bonita, mulher de Lampião, com seu bando. Zona de
atividade dos cangaceiros – anos 1920 a 1930
Considerações
finais
Correspondências
enviadas ao Ir. Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra, extraídas de Citações
sobre João Bezerra Parte II, por Paulo Britto.
Antonio Amaury
Correa de Araújo
Correspondência
enviada ao Irmão Paulo Britto, em 06.07.2002 pelo escritor e pesquisador
Antônio Amaury Correa de Araújo:
“… Não é
novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e
que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo
fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando
cangaceiro, … Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais
baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.
… Pelo que
pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas
qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar
Lampião, … … seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em
dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação
humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados
sob suspeita…. Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e
Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a
criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com
a história…
PS. Faça o uso
que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive
de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de
Angico. ”.
Gazeta de
Alagoas – 06.12.1970 – 1º Caderno, página 3:
“Matador de Lampião
sepultado em Maceió com honras militares…O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio
Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar, conheceu pessoalmente o
Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última
homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João
Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.
Pelos bons
serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o Nordeste, não há
tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante
da Polícia Militar de Alagoas.”
… “O Coronel
Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os
seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante
das tropas, que comandava no Quartel é que ele granjeou a simpatia de todos e
consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes
serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.
Ir∴
Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra
Ir∴
Paulo Britto, filho do Cel. João Bezerra, em
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2011/11/citacoes-sobre-joao-bezerra-por-paulo.html:
“Espero que
estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial
militar, o maçom grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez
enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o
privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e
subordinados…”.
Coronel Lucena
Louvor do
Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão,
transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia
original):
“Tendo o Sr.
Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir
a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube
espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste
batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz
sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do
banditismo.
Coronel Lucena
Este oficial,
demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que
nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento
máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre
“Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os
supersticiosos já era tido como imortal.”
Fontes:
http://etalasquera.ueuo.com/cangaco/cangtb.htm
http://sociedadeolhodehorus.blogspot.com/2013/03/lampiao-o-fora-da-lei.html
http://3batalhao.blogspot.com/p/historico.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Bezerra_da_Silva
Como dei cabo
de Lampião, do Ten. João Bezerra da Silva. 1940
https://canoadetolda.org.br/wp-content/uploads/2018/11/Brasil-Canga%C3%A7o-2011
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/10/citacoes-sobre-joao-bezerra-parte-ii.html
http://3batalhao.blogspot.com/p/ten-joao-bezerra.html
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/joao-bezerra-falou-ao-o-globo-em-26-de.html
http://www.minutonordeste.com.br/noticia/34-aniversario-do-3-bpm-de-arapiraca-encerra-com-homenagens/2930/imprimir
http://brasilianafotografica.bn.br/?p=9527
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/06/angicos-aspectos-geograficos-e.html?m=1
http://cariricangaco.blogspot.com/2012/07/um-olhar-mais-apurado-porpaulo-britto.html
Sobre o autor
Alexandre
Lopes Fortes é M∴ I∴, membro da ARLS Irmão Cícero
Veloso n°4543 (GOB-PI). Grau 33 do REAA, grau 33 do Rito Adonhiramita, grau 9
do Rito Moderno e companheiro do Sagrado Arco Real.
http://blgodomendesemendes.blogspot.com
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