Por Francisco Pereira Lima
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terça-feira, 4 de julho de 2023
LIVRO
LIVRO
Em Breve na Praça, o meu mais novo livro Luiz Gonzaga e a Bahia dentro em breve!!!
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LIVRO
Sobre a sua obra, vejamos o que diz o autor, em poucas palavras:
A história de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo.
Laranjeiras, a histórica e linda Laranjeiras dos amores e horrores, não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor.
Boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico. Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço.
LIVRO: VINGANÇA, NÃO....! ( A vida do cangaceiro Chico Pereira )
Por: Francisco Frassales. Compartilhado de Cangaceiros Cariri
Em crônica
anterior, falei do padre Francisco Pereira Nóbrega e hoje escrevo sobre o livro
“Vingança, não - Depoimento sobre Chico Pereira e cangaceiros do Nordeste”. Não
se trata de livro de história nem de memória. Tampouco é romance ou novela,
embora o autor tenha lançado mão de recursos ficcionais, a exemplo de recriação
de monólogos para imprimir lógica ao fluxo narrativo e torná-lo verossímil.
O foco do
livro é conhecido. Chico Pereira entra no crime para vingar a morte do pai,
João Pereira, comerciante, proprietário rural e político em Sousa, com atuação
no distrito de Nazaré e em São Gonçalo. O filho prendeu e entregou à polícia o
executor da morte do pai, mas com pouco tempo o viu impune, andando livre pelas
ruas, em feiras e festas. Um acinte. Depois de muita tocaia, “Zé Dias foi
achado morto no meio da estrada. Estendido no chão. Só ele e a morte. E ninguém
mais por testemunha”, escreve padre Pereira.
A partir daí,
desencadeia-se o processo de formação de bando de cangaceiros. Chico Pereira
planeja assaltar Sousa, ajudado por Lampião, que manda dois irmãos, Antonio e
Livino Ferreira, dividir o comando das operações. Em 27 de julho de 1924, à
frente de 84 homens, o grupo invade Sousa. Houve saques, cenas de humilhação do
juiz de direito e outros fatos narrados com sutileza para não reabrir feridas,
penso. O livro repassa, também, episódios que envolvem padre Cícero Romão
Batista, políticos paraibanos e o advogado Café Filho; fugas, esconderijos, a
morte vestida de cobra venenosa; o descumprimento de acordos com autoridades, a
prisão sem resistência em Cajazeiras, em plena Festa da Padroeira, e levado
para a cadeia de Pombal. A viagem para a morte na estrada de Currais Novos, nas
mãos da polícia, na madrugada de 28 de outubro de 1928. Tudo isso Francisco
Pereira Nóbrega narra em 20 capítulos, afora nota explicativa, uma foto e um
croquis das andanças do pai em terras da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio
Grande do Norte.
Quarenta e
cinco anos depois de publicada, a obra virou peça de teatro e já poderia ter-se
tornado filme. É livro perene, um depoimento original, nascido de dentro para
fora. Explico. Centenas de livros versam acerca do cangaço, escritos por
sociólogos, memorialistas, historiadores, jornalistas, enfim, estudiosos, mas
poucos existem como “Vingança, não”. O autor não vivenciou a maioria dos fatos
narrados. Ouviu-os da boca de parentes e amigos. Cresceu a escutar as versões
familiares. Não se contentou com isso, porém, e durante dois anos checou datas,
nomes, lugares e episódios em consultas a processos judiciais, testemunhas e
jornais da época.
O livro
encerra aspectos relevantes para as pesquisas históricas, sociológicas e
políticas da fase final da República Velha, auge do coronelismo, o intricado
sistema de relações de poder que nascia no interior dos municípios,
propagava-se pelas capitais dos estados e chegava ao centro das decisões
políticas e administrativas do País. Essa teia de relações de poder aparece
despida no livro, envolta em simplicidade narrativa de fazer inveja. Como se
forma um bando de facínoras? Lá está, passo a passo, sob o influxo das
injunções políticas interferindo nas atividades comerciais, envolvendo o
judiciário, o aparelho policial, as autoridades do executivo estadual, numa
promiscuidade que era a própria essência do poder na Primeira República.
Nem a religião
escapava dessa urdidura. O autor descreve a esperança que era ir a Juazeiro em
busca das benções do padre Cícero. Pereira Nóbrega produz uma síntese quase
perfeita do messianismo e a exploração política que o cerca, ao referir-se ao
mandachuva, deputado Floro Bartolomeu: “Sem ser beato nem cangaceiro, será o
ângulo onde se encontram ambos. Sobre essa dupla força se firmará para atingir
alturas que jamais suspeitou.” Para quem nada era e nada tinha, isso foi tudo.
Enfeite de ficcionista? Que nada, realidade pura.
Tudo isso está
escrito com singeleza, sem rebuscadas técnicas literárias, de permeio com o
desenrolar de laço amoroso nascido entre “manso e pacato contratante de cal” e
uma menina-moça de 12 anos, órfã de pai, assassinado, que casa por procuração
aos 14, e enviúva aos 17 anos, com a herança de três filhos e o estigma de
mulher de cangaceiro. “Vingança, não” transpira amor em meio à tragédia
sertaneja.
Esta crônica,
publicada no jornal Gazeta do Alto Piranhas, Cajazeiras, nº 325, de 04 a
10/03/2005,.
...................................
P S –
Francisco Pereira Nóbrega deixou a batina, casou-se, teve filhos. Fez-se
professor, escritor, cronista. Afastou-se do ministério, mas continuou a obra
de evangelização. Sua última missão foi dedicar-se ao Catecumenato. Morreu em
João Pessoa, em 22 de janeiro de 2007.
Francisco
Frassales.
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COMO NÃO TE AMAR!?
Por Hélio Xaxá
MOCAMBO
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.919
Emocionado
escuto o poema “Flor do Mocambo”, do poeta Apolônio Cardosos, falecido em 1914.
Daí resolvemos passar ao texto mais conhecimento aos nossos amigos e amigas. A
árvore mocambo rara pelo Nordeste, é frondosa e cresce entre 3 a 8 metros de
altura, porém pode chegar aos 25 metros conforme o lugar. Pertence à família
das Malvaceae e seu fruto é parente do cacau e parecido, um cacau
selvagem, encontrado na Amazônia. Sua flor é gigante e amarela de um tipo
amarelo mais fechado. Como o meu sogro, saudoso repentista Rafael Paraibano
gostava de cantar o poema acima, apontando autor, bate a emoção e ainda com um
rapaz postando que é filho do autor do poema. Mas o tiro hoje era para outro
alvo e pegou na árvore.
Mocambo também
é uma casinha miserável, sem nenhum conforto e chamada assim pelos da zona da
Mata alagoana, sendo denominada no sertão, de “Tapera”. Supõe-se que mocambo
era esse tipo de moradia feita pelos negros escravos. Tanto é que vários
mocambos juntos formam um “Quilombo”. Na zona rural de Santana do Ipanema,
encontramos o sítio Mocambo, no mesmo trecho de quem vai para o povoado Pedra
d’Água dos Alexandre. E como temos ali o riacho Mocambo, deduzimos que nos
primórdios havia um mocambo, isto é, uma casinha miserável situada à margem do
riacho que deu origem ao nome, tanto do riacho quanto do sítio. Cada região
denomina diferentemente esse tipo de casa, como, por exemplo: ranchinho
beira-chão, casa de sapé, casa de taipa... E assim por diante.
A escravidão negra é característica dos canaviais da zona da Mata alagoana onde estava concentrada a gente africana para o trabalho no engenho e nas suas terras. Porém, o Sertão, onde prevalecia o caldeamento do branco descendente de português com o indígena do semiárido, fez surgir o tipo caboclo ou curiboca, tão bem representado pelo vaqueiro das caatingas. Em número reduzido, havia escravos negros no sertão, tanto adquiridos pelos coronéis quanto por elementos fugidos dos engenhos. Todavia, à casinha pobre, miserável, de palha, de varas e barro, sempre esteve presente, não só da história do estado, mas de todo o Brasil das atuais Cinco Regiões Geográficas. Mocambos e mocambos...
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ESTUDO DE CASO: O CANGACEIRISMO
Por Honório de Medeiros
Um estudo de
Caso: o cangaceirismo
* Honório
de Medeiros
A hipótese do
“Outsider” que diz “Não!”, aplicada ao estudo da história. Um método.
Lampião, porém, era um rude guerrilheiro, um gênio em estratégia, inteligência e astúcia (...) um homem do seu tipo surge de cem em cem anos (Lampião Cangaço e Nordeste, Aglae Lima de Oliveira)[1].
Nesse sentido,
a mesma revisão feita sobre tantas das revoltas políticas, sociais e religiosas
brasileiras cabe no que toca ao chamado banditismo rural nordestino, de cuja
realidade ontológica também se pode dizer gilbertianamente tratar-se de
agressão à cultura primitiva, recalcada, porém não destruída (Estrelas de
Couro: A Estética do Cangaço, Frederico Pernambucano de Mello)[2].
Na terra seca,
o homem é castigado pela inclemência climatérica, mas tem a compensação da
liberdade individual imensa, formando-se uma humanidade altiva, de uma
independência quase selvagem, indisciplinada, sem submissões ao trabalho, sem
vida sistematizada. Cada homem é dono de suas ventas e, acostumado aos
horizontes largos, para ele o mundo é grande e Deus é maior. E Deus é a
aventura. É a possibilidade de fazer de suas apragatas verdadeiras botas de
sete léguas, que poderão ser utilizadas deserto adentro para os lados em que o
sol se põe, sem nunca chegar à serra por detrás da qual ele se deita. Nessa
direção, o sertanejo pode vagabundar num verdadeiro caminho para o infinito,
fugindo da coerção que lhe venha da polícia ou do trabalho organizado (Brejos e
Carracais do Nordeste, Limeira Tejo, citado em Guerreiros do Sol:
Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil, por Frederico Pernambucano de
Mello)[3].
Introdução
É
sob esse prisma, o dos inconformados (irresignados) que se revoltam e dizem
“Não!”, transgridem e, a partir de então, são considerados “Outsiders”, que
poderia ser estudado, por exemplo, o cangaceirismo...
CONTINUA...
[1] LIMA DE
OLIVEIRA, Aglae. Lampião Cangaço e Nordeste. Rio de Janeiro: O
Cruzeiro, 1970.
[2] PERNAMBUCANO DE MELLO, Frederico. Estrelas
de Couro. A Estética do Cangaço. São Paulo: Escrituras, 2010.
[3] PERNAMBUCANO DE MELLO, Frederico. Guerreiros
do Sol. São Paulo: A Girafa, 2004.
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ÁGUA BRANCA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.918
Água Branca,
município situado na zona montanhosa do Alto Sertão Alagoano, faz parte do
maciço de Mata Grande. É muito simpática na sua localização atípica e tem como
grandes atrações físicas a sua igreja principal de interior banhado a ouro, seu
sítio geográfico e o frio intenso de inverno. Sua história é bastante recheada
de ações de Lampião. Virgulino Ferreira antes da fama, conviveu bastante nessa
região serrana. Água Branca é uma cidade de pouco mais de 20.000 habitantes,
emancipada em 24 de abril de 1875, e tem como padroeira Nossa Senhora do
Rosário. Estar situada a 570 metros de altitude e encanta os seus visitantes
com vistas maravilhosas, inclusive, de terras da Bahia. Sua denominação vem de
uma fonte de água límpida que havia nos arredores.
ASPECTO PARCIAL DE ÁGUA BRANCA – AL. (FOTO: DIVULGAÇÃO/PREFEITURA)
A sua
vizinhança, como Mata Grande, Inhapi e Pariconha, fazem parte dessas montanhas
do Alto Sertão, chamadas de Maciço de Mata Grande, que se ergueu há milhões de
anos na mesma época do maciço de Santana do Ipanema. Em suas terras nasceu o
célebre cangaceiro Corisco, um lugar-tenente de Lampião e natural da serra da
Jurema. Seus festejos mais expressivos são a sua Emancipação política, as
festas juninas e a homenagem à padroeira nos dias 22 de novembro à 8 de
dezembro. Mas, a antiga arquitetura da sede, chama atenção de
estudiosos que se encantam com o diferencial de outras cidades sertanejas. O
lugar já foi chamado de Matinha de Água Branca, também pela sua aparência com a
vegetação da zona da Mata.
A história particular do município, é bastante rica e surpreendente para aqueles que pretendem levantar o véu do passado dessa região. Ultimamente turistas chegam à cidade visando festivais de inverno, onde procuram curtir o tempo de intensa frieza nessas aventuras surpreendentes. Para os da capital que pretendem conhecer o município, poderão vencer mais de 300 km, tanto pela dorsal BR-316, passando por Santana do Ipanema, quanto pela dorsal que está sendo totalmente duplicada via Arapiraca e Batalha até Delmiro Gouveia. E para turistas interessados, várias outras cidades poderão ser encontradas pelos trechos de ambos os roteiros. E por último, apresentamos a coleta de uma quadrinha da época cangaceira:
“Lampião
quando correu
Da cidade de
Matinha
Foi no trote
americano
No galope almofadinha”
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ENCONTRANDO POETAS E VIOLEIROS
Por José Mendes Pereira