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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A PRIMEIRA CANGACEIRA DO NORDESTE BRASILEIRO FOI ANÉSIA CAUAÇU DO SERTÃO DE JEQUIÉ

A cangaceira Anésia Cauaçu - www.jequienoticias.com.br

Anésia Adelaide Cauaçu, foi uma cangaceira brasileira que viveu na região de Jequié, interior da Bahia, no início do séc. XX.[1]
Inicialmente, Anésia era uma dona de casa dedicada ao marido e a filha, mas abandonou essa vida para ingressar no cangaço, juntando-se aos seus tios e e irmãos que formavam o temido e afamado bando dos Cauaçus.
https://www.youtube.com/watch?v=6nwsAXveeLQ

Carismática e extremamente bonita, Anésia era o membro mais célebre desse bando pois, além de ter conhecimento de táticas de guerrilha e ter uma mira infalível, ela também jogava capoeira. Um de seus grandes feitos foi de arrancar, com um tiro certeiro, o dedo de um delegado que indicava aos policiais onde deveriam se posicionar, durante um tiroteio no centro de Jequié, a uma distância considerável.

Em 1916, Anésia abandonou o cangaço e foi viver com sua família sob proteção de um fazendeiro que devia favores aos Cauaçus, mas, traída pelo mesmo, foi entregue à polícia e nunca mais se teve notícias dela.
https://www.youtube.com/watch?v=b6G1Qnr4r4Q
O escritor Ivan Estevam Ferreira, no seu livro "A Pedra do Curral Novo", sugere que Anésia pode ter falecido em Jequié e a identifica com uma anciã que morreu no ano de 1987 com 93 anos, que vivia sob os cuidados de pessoas caridosas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A9sia_Caua%C3%A7u
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QUATRO LIVROS DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DE SOUZA DANTAS





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E-mail: franpelima@bol.com.br

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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE II

Por Mariana Gadelha
Sebastião Fernandes Gurgel  - 1946 - www.azougue.org

Os anos de funcionamento foram prósperos, tanto que em 1970 abriram uma filial em Natal, na Avenida Princesa Isabel, Cidade Alta. O ato foi considerado pioneiro, pois antes mesmo de algum banco, da capital chegar ao interior, o S. Gurgel instalou-se no centro capital potiguar. Na mesma década, a empresa foi vendida para o Banco Econômico S/A, natural da Bahia, que desejava expandir os negócios para o Rio Grande do Norte. 

Casa Bancária S. Gurgel - 1946 - www.azougue.org

Após a venda do negócio familiar, Raimundo Gurgel manteve o trabalho de banqueiro na cearense Cremus S/A. Ele foi o único a seguir a carreira do pai, enquanto os outros irmãos rumaram para outras profissões. Sebastião Gurgel Filho, por exemplo, formou-se em Direito e ocupou o cargo de procurador do Estado do Rio Grande do Norte, enquanto Francisco Mauro tornou-se médico. 

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - Parte III


Zé do Telhado, titular da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, permanece no imaginário popular como um assaltante que roubava aos ricos para dar aos pobres. O mito e as lendas têm servido para ocultar um processo judicial feito de mentiras e provas forjadas.

Na campa, onde jaz, consta uma data de nascimento igualmente falsa. As quadrilhas integravam padres, morgados, administradores, empresários e alfaiates. Nunca foram julgados. A História reconduz-nos a julgamentos recentes, alguns dos quais da actualidade...

Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes. Tinha renovado a quadrilha, agora constituída por Zé do Telhado e o irmão Joaquim, António da Cunha, o Silva mestre pedreiro, a senhora Tomásia, Joaquim Pinto e a mulher, donos de uma estalagem , o Morgado António Faria, o padre Torquato José Coelho Magalhães, o alfaiate Miguel Exposto, o Morgado da Magantinha(António Ribeiro de Faria) e o administrador Albino Leite.
 
Zé do Telhado resolve pernoitar em Amarante, cujo administrador, José Guedes Cardoso da Mota, fora avisado que o fugitivo passaria a noite na casa de Manuel Teixeira, do Sardoal.
 
Cabos de ordens, tropas de caçadores e regedores das freguesias são mobilizados em peso para a captura, cujo comando fora confiado ao regedor Alves, de São Gonçalo.
 
Cercaram a casa durante a noite. Mal irrompessem os primeiros raios de sol, por imposição legal, o assalto e as prisões consumar-se-iam. A mulher do dono da casa, quase de madrugada, apercebeu-se do cerco e tentou alertar Zé do Telhado, entretanto ocupado a cuidar do visual. 

Nas situações mais dramáticas, o homem cofiava a barba hirsuta, ajeitava o paletó, empertigava a peitaça frente ao espelho.

Dirigiu-se a uma janela e interpelou um dos cabos. ”Quem anda aí? – as palavras de Zé do Telhado rasgaram a noite gelada. A resposta chegou e trazia mau augúrio: ”É o regedor da freguesia. Por ora não queremos nada, o que queremos será mais logo”. O foragido dirige-se para o lado oposto da casa e abre outra janela. ”Tu, que estás detrás do carvalho, sai!.. senão morres!”

Ao grito da última palavra, colou-se um tiro que aterrorizou a patroa. “Entregue-se, senhor, que eles não lhe fazem mal” – ajoelhou-se a mulher. Zé do Telhado nem ouviu. Ao nascer do dia, para surpresa geral, abre a porta de casa e aparece de peito feito. Desce os degraus e simula que se vai entregar. Em tropel, a tropa lança-se sobre a criatura. O gesto é fulgurante - recua, entra de novo em casa, bate com a porta, foge pelas traseiras, galgando um monte.
 
Os sitiantes seguiram-lhe no encalço. Sentindo-se perseguido, desfechou um tiro. Depois, outro. Estava morto o regedor Alves, comandante do pelotão destroçado. 

A verdade histórica confronta-se, hoje, com as versões oficiais e a lenda de José Teixeira da Silva, nascido em 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel.
 
Aos 14 anos, o garoto muda de ares e vai residir para casa do tio João Diogo, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada. Castrador e tratador de animais, acolhe o sobrinho, interessado em aprender o ofício. Diogo tinha vida abastada e deu abrigo a José Teixeira da Silva durante cinco anos.
 
Agosto quente, festa da Senhora da Aparecida, 13 de Agosto, dia de folguedo geral no lugar. José Teixeira descobre o aceno de um lenço branco por detrás de uma janela, na casa onde morava.
 
Ana Lentina, a prima, faltara ao festim. Afogueado, o moço galga o portão e corre para os braços da prima. Um beijo subtil e cinco palavras de amor selaram uma paixão que acabaria em casamento e tragédia. Tinha 19 anos.
 
Pouco depois, assenta praça no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha”. Corria o mês de Julho de 1837. Rebenta a “Revolta dos Marechais”, contra o partido dos setembristas e pela restauração da “Carta Constitucional”. Os lanceiros alinham com os revoltosos, desbaratados a 18 de Setembro.
 
O general Schwalback, líder da insurreição, foge para Espanha e leva José Teixeira, que se distinguira em combate. A caminho do exílio, o intrépido recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana.
 
Regressado com um perdão a Portugal, troca alianças a 3 de Fevereiro de 1845. A 7 de Novembro, nasce a primeira filha do casal – Maria Josefa.
 
Grassava no país uma revolta larvar contra o governo de Costa Cabral. O povo, ajoujado a impostos e arbítrios, aproveita a publicação da “Lei de Saúde Pública”- que proíbe os funerais nas igrejas e impõe aos cadáveres um exame por mandatários do governo, em detrimento dos cirurgiões locais – e amotina-se por todo o Minho contra as “papeletas da ladroeira”.
 
Estala a 23 de Março a “Revolução da Maria da Fonte”, liderada por mulheres. As quatro cabecilhas da revolta são presas dois dias depois, mas o rastilho espalha-se a Trás-os-Montes.

Há soldados que desertam para o lado dos insurretos. Chaves adere, depois Póvoa de Lanhoso, Vila Real, Guimarães. Centenas de revoltosas são presas pelos soldados e libertadas por companheiras.
 
José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, às ordens de quem fica o sargento Silva. Logo se distingue na expedição a Valpaços.
 
Os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ” Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”.
 
O pior viria depois.
 
Derrotado, aconchega a condecoração, tira as divisas de sargento e voa como um pássaro para os braços da mulher e dos cinco filhos. Os vencedores atacaram a canalha. José Teixeira é perseguido, atola-se em dívidas por impostos que não consegue pagar e é expulso das Forças Armadas.
 
Não há quem lhe dê ofício, a todas as portas bateu – todas se lhe fecharam.
Assim nasce o Zé do Telhado que faria lenda.
 
Nesse tempo, Custódio, o “Boca Negra”, capitaneava a maior quadrilha de bandoleiros que aterrorizou as duas beiras em 1842. Conhecia, de gingeira,as façanhas militares de José Teixeira.

Ferido num dos assaltos, “Boca Negra” leva Teixeira a um casario meio abandonado onde se acoitava o bando. Apresentam-se à luz da vela - o “Tira-Vidas”, “O Girafa”, o “Sancho Pacato” o “Veterano” e o “Zé Pequeno”. Para o assalto do dia seguinte, “Boca Negra”, o líder ferido, informa a quadrilha que José Teixeira o substituiria no comando.

A bola de neve cresceu, imparável.
 
Zé do Telhado faz e reorganiza quadrilhas, ganha fama de generoso e audaz pelas vítimas que escolhe para os assaltos e o destino do dinheiro ou das jóias – os desgraçados com que se cruzava e, antes de tudo, a “ minha rica mulher e os queridos filhinhos”,como os viria a chamar, mais tarde, ao companheiro de prisão Camilo Castelo Branco.
 
A fama do bandoleiro atravessa o país. O temido Zé do Telhado emite, aos que estimava, um salvo conduto com a sua assinatura e esta informação:

” O portador deste salvo-conduto pode passar livremente e mando que o ajudem quando for preciso”.
 
Com as autoridades no seu encalço por todo o país, mil vezes o cercaram, mil vezes se escapuliu o tenebroso. Vendo-se perdido, decide fugir para o Brasil. Escondeu-se na barca “Oliveira”, acostada no Porto, onde lhe dera guarida nos últimos três dias Ana Vitória, uma das suas vítimas que passou a idolatrá-lo e sobre quem disse haver pessoas “de bem que nunca deram às classes humildes um centésimo do que lhes deu Zé do Telhado.” Desarmado e a horas de zarpar, Zé do Telhado é preso no esconderijo, a 5 de Abril de 1861.
 
Às dez da manhã do dia 25 de Abril, começa no tribunal de Marco de Canaveses o julgamento de José Teixeira da Silva.
 
No dia 27, às duas da madrugada, o júri, presidido pelo juíz António Pereira Ferraz, considerou Zé do Telhado culpado da prática de doze crimes. Roubos, um homicídio, organização de quadrilha de assaltantes e a tentativa de evasão sem passaporte.
 
“Condeno o réu José Teixeira da Silva da freguesia de Caíde de Rei, comarca de Lousada, na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas” – assim determinou o tribunal.
 
O julgamento, sabe-se hoje, foi uma farsa. Uma consulta, ainda que superficial, a todos os documentos oficiais que constam no Tribunal da Relação do Porto e no Arquivo Distrital do Porto não deixam qualquer margem para dúvidas.
 
Alguns dos membros das quadrilhas chefiadas por Zé do Telhado foram arroladas pela acusação e safaram-se. Morgados, padres, administradores e regedores que tinham cometido os mesmos crimes do réu nunca seriam acusados ou perseguidos.

Várias testemunhas de acusação nada viram, de tudo souberam por terem ouvido.
 
Consta do processo que António Ribeiro, pedreiro, ”ouviu dizer que fora o querelado José do Telhado a roubar”. Alexandre Nogueira, comerciante, “não sabe que armas feriram o regedor se as do querelado se as dos sitiantes”. António da Silva, lavrador, “soube pelo ouvir dizer do padre roubado que o Zé do Telhado fora um dos que penetrara dentro da casa armado e isto tem ouvido ao povo”. Manuel de Sousa, lavrador, disse que “ sabe por ser bem público que tivera lugar o roubo de que se trata no dia pela forma que nos autos se declara”. Timóteo José de Magalhães, lavrador, “ disse que sabe pelo ter ouvido ao povo que tivera lugar o roubo de que se fala nos autos”. Francisco Moreira da Cunha, lavrador, “ouviu dizer e ser público e notório que o réu José Teixeira e o irmão estavam para embarcar para o Brasil”.

Só um tiro sairia pela culatra à acusação. Francisco António de Carvalho, lavrador, afirmou que “ o Zé do Telhado pagava crimes que não tinha cometido e ouviu dizer que se havia combinado com o administrador do concelho para imputar os dois crimes de roubo ao Zé do Telhado”.
 
Os quadrilheiros nobres evadiram-se para o Brasil, como sucedeu com o padre Torcato, ou colaboraram com a acusação, a troco da ilibação. O historiador Campos Monteiro analisou os autos e emitiu um parecer a este respeito:

“ É de crer que nesta altura se movimentassem altas influências tendentes a ilibar estas parelhas de bandidos engravatados. O facto é que saíram em liberdade. E é natural que o administrador, ao mesmo tempo que os inocentava, procurasse aproveitá-los ”.
 
O caso da ilibação do Morgado da Magantinha está igualmente documentado nos autos. Após a fuga do padre Torcato, a acusação subornou a testemunha António Eliziário que, perante o juíz, afirmou saber que “Margantinha foi um dia convidado pelo padre Torcato a ir ter à capela de Santa Águeda e, indo ali, o encontrou com alguns membros da quadrilha e quatro bois roubados”, pedindo-lhe “ o padre que tomasse conta dos bois para os vender, mas o Margantinha recusou-se”.
A verdadeira história do mito Zé do Telhado está mal contada, a começar pela data de nascimento que lhe é atribuída – na campa aparece 1815, em vez de 1818 – e culminando no julgamento relâmpago que durou menos de dois dias úteis.
 
Foram subtraídas testemunhas indispensáveis, promovidas declarações falsas e adulterados os critérios de escolha dos jurados. Em vez do sorteio, foram escolhidos a dedo conhecidos inimigos de Zé do Telhado. Condenado ao degredo, José Teixeira da Silva desembarcou em Luanda, seguindo para Malange, onde viveu cerca de um ano.

Palmilhou cada légua das terras da Lunda.

Fez-se negociante de borracha, cera e marfim.
 
Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos. Cresceu-lhe a barba, até ao umbigo.
 
Era, para os angolanos, o “quimuêzo” – homem de barbas grandes.
 
Viveu desafogado, financeiramente. As saudades da mulher e dos cinco filhos levaram-no mais cedo.
 
Morreu, moído de remorsos, aos 57 anos.
 
Sepultado na aldeia de Xissa, a meia centena de quilómetros de Malange, os negros ergueram-lhe um mausoléu.
Hoje, fazem-se romagens à campa do mito.

Os anciãos de Malange dizem que, embora fosse um homem austero, tinha um grande coração e nunca deixava cair um pobre.


Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


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LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA

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Vai Começar ! Cariri Cangaço - Ano V Edição de Luxo


Crato, recebe na noite desta quarta-feira, 23 de setembro, a Abertura Oficial do Cariri Cangaço - Edição de Luxo - Ano V; festejando o quinto ano de nossa edição em terras cearenses. A partir das 19 horas, no Largo da RFFSA estaremos exibindo o festejado filme "Os Últimos Cangaceiros",que mostra a extraordinária saga do casal de cangaceiros do bando de Lampião, Moreno e Durvinha. Depois da exibição teremos um debate com a presença do diretor do filme, Wolney Oliveira, com os pesquisadores João de Sousa Lima e Manoel Severo, além da presença da filha do casal de ex-cangaceiros, Neli Conceição. Nesta noite o escritor João de Sousa Lima estará lançando seu mais novo livro: Lampião e os Coronéis da Bahia, como também teremos o lançamento da segunda edição da Revista do GECC, por Ângelo Osmiro.

Moreno e Durvinha protagonistas do "Últimos Cangaceiros"
Lançamento de João de Sousa Lima

Na manha do segundo dia, 24 de setembro, a Caravana Cariri Cangaço parte para o solo sagrado de Juazeiro do Norte e de Padre Cícero. Com uma programação dinâmica o grupo estará visitando o Memorial Padre Cícero, a capela e o Cemitério do Socorro, a Casa dos Milagres, a Casa do Padre Cícero, a Colina do Horto e o Museu Vivo ,além do Valado da Mãe de Deus. para em seguida subindo a serra a Caririaçu, chegar a emblemática Lavras da Mangabeira do Clã Augusto e de Dona Fideralina.

Em Lavras o primeiro momento Cariri Cangaço será na Casa da Cultura, as 14 horas com espetacular Painel sobre um dos episódios mais marcantes do coronelismo do nordeste, o Pacto dos Coronéis de 1911, tendo como painelistas os pesquisadores Sousa Neto, Manoel Severo, Heitor Feitosa Macedo e Urbano Silva, nesta  tarde teremos ainda os relançamentos das obras do pesquisador e escritor Geraldo Ferraz: "Pernambuco no Tempo do Cangaço - Volumes I e II"; "Theophanes Ferraz Torres - Um Herói Militar", "Dé Araujo" e ainda "O Centenário da Prisão do Cangaceiro Antonio Silvino - O Julgamento do Século".

Relançamentos de Geraldo Ferraz

Em seguida a Caravana segue, sob a orientação de Cristina Couto para o cenário da invasão de Lavras por Quinco Vasques em 1910, tendo como anfitrião e conferencista o pesquisador e escritor João Tavares Calixto Junior que também estará lançando seu livro "Considerações sobre a Invasão de Lavras em 1910" na mesma tarde, na Câmara Municipal a partir das 17:30h onde também teremos o relançamento da obra "Cangaceiros" de Gentil Augusto. A noite seremos recepcionados em uma autentica Ceia Sertaneja na Casa de Dona Fideralina, no centro de Lavras da Mangabeira.

Fideralina Augusto Lima
Lançamento de Calixto Júnior

A manha do terceiro dia, 25 de setembro,  marca nossa chegada ao Portal do Cariri. Missão Velha recebe em dia de luxo o Cariri Cangaço. A partir das 9 da manha na Câmara Municipal, o pesquisador Bosco André e as mais tradicionais famílias do Cariri protagonizarão a Conferencia: "A Força dos Coronéis do Cariri". Logo em seguida a Caravana do Cariri Cangaço parte para as terras tradicionais do Sítio de Santa Tereza, ali tudo começou com os Terésios, onde seremos presenteados com a esperada "Moagem Cariri Cangaço" no engenho de Cícero Landim da Cruz e em seguida o tradicional almoço na fazenda Olegário Santana, tendo como anfitrião Antônio Edson Sobreira Olegário.

A beleza e tradição da terra dos Terésios...
Padre Cícero, personagem principal em noite no Memorial
Lançamentos de Gilmar Teixeira e Luiz Ruben

Ainda na noite do dia 25 de setembro teremos um momento mais que especial. Em Juazeiro do Norte, no memorial Padre Cícero as 19 horas o Painel "As Faces de Cícero, o Santo do Juazeiro" reúne os pesquisadores, Ângelo Osmiro,  Emerson Monteiro, Junior de Freitas e Lailton Feitosa numa espetacular viagem sobre a personalidade,a religiosidade, as origens e a força de Padre Cícero, oportunidade para o debate e aprofundamento desse que sem dúvidas é o cearense do século. Nesta mesma noite o Cariri Cangaço promove mais três lançamentos de luxo: Gilmar Teixeira nos traz a segunda edição revisada e ampliada de sua obra: "Quem Matou Delmiro Gouveia ?"; o pesquisador e escritor Luiz Ruben apresenta "Charges com Lampião" e Voldi Ribeiro lança "Lampião e o Nascimento de Maria Bonita", fechando com chave de ouro o terceiro dia do Cariri Cangaço.


Na manha do último dia, sábado 26 de setembro; os pesquisadores e convidados estarão participando do I Encontro Nacional do Cariri Cangaço onde os principais grupos de estudos da temática, tendo a frente a SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço; o GECC, Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e o GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, estarão reunidos para mostrar seus trabalhos e agendas e ainda em momento solene participar da posse no Novo Conselho Consultivo do Cariri Cangaço, com mandato de mais três anos.

Seja bem vindo ao Cariri Cangaço - Edição de Luxo - Ano V
Cariri do Ceará - Nordeste do Brasil

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/09/vai-comecar-cariri-cangaco-ano-v-edicao.html

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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
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O FAMOSO NAZARENO "Cel. MANOEL NETO" ( Série grandes artigos) SINOPSE DA VIDA DESSE BRAVO POLICIAL NAZARENO - PARTE III


LAMPIÃO DEIXA PERNAMBUCO:
Foi no quadriênio 1922-1926 que se verificou a recrudescência assustadora do banditismo no Sertão pernambucano. O governador Sérgio Loreto, já em 1924, cancelou uma viagem que faria ao Sertão “por não poder garanti-lo a Força Pública”, diz Frederico Pernambucano de Mello (A Tragédia dos Blindados, p. 69).
O grupo de Lampião se multiplicou notadamente nesse período de Loreto: subiu dos habituais 30 homens para cerca de 120, “em clara indicação de ter estado à vontade o banditismo no período”. E é nesse clima que Estácio Coimbra, eleito em 1926, assume no ano seguinte o governo do Estado. Convida o Dr. Eurico de Souza Leão para a chefia da Polícia e este assume “com carta branca, fidelidade apenas ao compromisso de resultados”.
No Comando Geral das Forças Volantes, o major Theóphanes Ferraz Torres. “No Sertão, o esforço por vezes arbitrário se volta sabiamente contra os protetores dos bandidos, contra os coiteiros do cangaço”, esclarece Pernambucano de Mello (obra citada, p. 75). A perseguição aos cangaceiros começava a se tornar mais efetiva.
Em 1927, um dos redutos de difícil acesso dos bandidos - a serra Umã - foi invadida por Manuel de Souza Neto, já no posto de sargento. Antes dele, somente Theóphanes, em 1917, ousara incursionar na região. A partir de então os bandidos reforçaram a vigilância, evitando novos ataques da polícia.
Conhecedor da situação, Manuel Neto, à noite, deixou uma parte dos companheiros na base de elevação e, acompanhado de nove homens, penetrou nas casas suspeitas, aprisionando e amarrando alguns facínoras. Prendeu, nessa ocasião, Bispo dos Anjos, filho de Miguel dos Anjos, este célebre bandido e que era o seu principal alvo, mas que não foi encontrado.
Diz Marilourdes Ferraz que, mais tarde, “Manuel Neto, aproveitando a escuridão, efetuou outro ataque ao reduto, acompanhado por seu irmão Afonso e os soldados João Pedro, Benedito Severo e João Roque, conseguindo repelir a resistência e ocasionando várias mortes na facção dos bandidos”. Esclarece João Gomes de Lira (obra cit., p. 397) que aí foram eliminados os cangaceiros Barra Nova e João Marreca.
A perseguição a Lampião continuava. Vendo o bando se reduzir a cada dia, o cangaceiro viu-se obrigado a evitar qualquer confronto com as volantes. E no dia 21 de agosto de 1928 deixou Pernambuco, atravessando o rio São Francisco. Ao seu lado, apenas o irmão Ezequiel, o cunhado Virgínio (Moderno), Luís Pedro, Mariano e Mergulhão.
Billy Chandler (obra cit., p. 127) diz que “a polícia de Pernambuco não tencionava deixar Lampião descansar, e Manuel Neto e seus nazarenos descobriram sua pista logo depois que atravessou o São Francisco e o seguiram...”
Chegando à fazenda do “coronel” Petronilo Reis, Manuel Neto exigiu do vaqueiro que lhe mostrasse onde estava Lampião. O vaqueiro se recusou e foi surrado. “Depois da surra, entretanto, concordou em levá-los até Bonfim, onde chegaram no dia 26 de agosto”. Houve pequeno tiroteio e os cangaceiros fugiram.
Chegando à Bahia, Lampião mudou sua tática. Passou a distribuir dinheiro, era bondoso e pacato, procurando mostrar-se um indivíduo injustiçado. Dizia que fora à Bahia apenas para descansar e não tinha intenção de fazer mal a ninguém. Essa sua inatividade, aliada a incidentes como a surra dada no vaqueiro de Petronilo, levaram as autoridades baianas a pedirem ao governo pernambucano a retirada de suas volantes. E Manuel Neto teve de voltar a sua terra, continuando ali sua carreira militar.
Outubro de 1930: o testemunho de Gilberto Freyre:
Vamos encontrar Manuel Neto, em 1930, como ajudante de ordens do Governador Estácio Coimbra e no posto de 2º tenente.
Seu empenho e seu valor no combate ao banditismo, sua extrema coragem, sua lealdade ao governo o credenciaram àquela posição.
Nos conturbados dias de outubro daquele ano, portou-se como verdadeiro herói, resistindo até o último momento contra as forças que procuravam depor, em Pernambuco, o Governador Estácio Coimbra. Manuel Neto não pôde ficar indiferente ao governo que dera aos nazarenos o amparo necessário à defesa do seu povoado, que tanto fora ameaçado pelo facinoroso Virgulino Ferreira. Postou sua força da ponte Santa Isabel à ponte da Boa Vista, fazendo fogo para a rua da Aurora, onde se encontravam os revoltosos.
Gilberto Freyre, em depoimento de 1972, por ocasião do centenário de Estácio Coimbra (v. Frederico Pernambucano de Mello, obra cit., p. 32), diz que tentava-se, na Revolução de 1930, ridicularizar a resistência, que foi entretanto brava. “O Palácio do governo, onde permaneceram, desde as primeiras violências nas ruas do Recife, o Governador e vários dos seus auxiliares, tinha uma defesa constituída por um grupo de bravos, que respondiam aos tiros vindos das ruas da Aurora e Santo Amaro, da própria ponte de Santa Isabel, a peito descoberto. Vários pereceram aí e no ataque ao depósito de munições da Soledade...”
E acrescentou: - “Vi o que é ter gente simples a mística coragem de enfrentar a morte como um toureiro espanhol ao touro numa arena de Madri: sorrindo e até bailando. Lembro-me, sobretudo, do então tenente Manuel Neto. Não creio que um homem possa ser mais bravo do que foi, nesses momentos que se prolongaram da noite por todo um dia, até a noite seguinte, esse admirável Manuel Neto. Vi-o em ação. Manuel Neto saltava, dançava, bailava, gritava ao dar seus tiros.
Era o bravo do tipo dionísico.”
Enquanto a força lutava deitada, ao abrigo dos tiros, Manuel Neto causava admiração a quem o via de pé, “fazendo dos seus movimentos um “balet” de bravura. Dançava repelindo os tiros e atirando”, testemunhou Gilberto Freyre.
Estácio Coimbra, atendendo a um pedido do Comandante do Exército - que desejava se instalar no Palácio para, dali, repelir o ataque que vinha da Paraíba -, deixou o Palácio acompanhado de Gilberto Freyre e de outros auxiliares imediatos. Dirigiu-se ao edifício das Docas e, dali, seguiu para Tamandaré, “onde pretendia instalar o governo e esperar o prometido reforço federal, que deveria chegar do Sul.”
Sentindo alguma coisa no ar, Manuel Neto foi ao Palácio, sendo informado que Estácio Coimbra deixara o local e que se dirigira a Tamandaré. “Sem demora” - conta João Lira (obra citada, p. 450) -, “o tenente Manuel Neto pegou um carro e seguiu ao encontro do governador. Por ser o carro do Palácio muito conhecido, em todas as ruas que passava, era fortemente alvejado pelos inimigos do governo”. Alcançou o governador em Tamandaré.
O reforço esperado não chegou e Estácio Coimbra decidiu seguir para a Bahia, sendo acompanhado pelo ajudante de ordens que deixava, talvez sem o saber, o irmão, sargento Afonso de Sá Nogueira, morto em combate contra os revoltosos que desciam da Paraíba. Da Bahia o governador seguiu para o exílio. Neto decidiu ficar no Brasil. Pediu a Estácio algumas cartas, recomendando-o a amigos e parentes no Rio de Janeiro, para onde seguiu. Ali chegando, foi preso.
“Os estudantes davam viva à Revolução e pediam, exigiam das autoridades que lhes entregassem Manuel Neto para matá-lo em praça pública”, conta João Lira.
Ainda em outubro de 1930, grande contingente policial foi deslocado do Sertão para a capital. Aproveitando a oportunidade, Lampião resolveu visitar Pernambuco, depois de uma longa ausência. Atravessou o São Francisco e entrou no município de Floresta. Matou o ex-cabo Aureliano e, a 26 de novembro, capturou Macário Gomes de Sá (v. GS, Tn 224), libertando-o depois de receber a importância exigida e que fora cedida por Sérgio Gomes Correia (Yoyô), da fazenda Tigre. A permanência do cangaceiro no território pernambucano, entretanto, foi rápida.
Logo voltou ao eixo Bahia-Sergipe.
Àquela altura, as forças do Nordeste levantaram-se contra a prisão de Manuel Neto. Saíram em defesa do homem de tantas e encarniçadas batalhas contra o banditismo no Sertão. Libertado, Manuel Neto voltou a Pernambuco, tomando conhecimento de sua exclusão da Polícia Militar. Também eram afastados diversos parentes, inclusive Euclides de Souza Ferraz, Hercílio de Souza Nogueira e Aureliano de Souza Nogueira.
Resolveu voltar a Nazaré, onde a situação não era das melhores. Muniz de Farias, não se sabendo onde, achara alguma coragem e, tomando parte ativa na Revolução, tornara-se um dos seus festejados heróis; dono da situação, assumiu o Comando da Força Pública e resolveu insurgir-se contra os nazarenos, tramando-lhes o desarmamento.
“Higino, Arlindo Rocha e outros oficiais negaram-se a desarmar Nazaré, solidários com os nazarenos.”
Manuel Neto tomou nas mãos a reação do povoado e de sua gente. Buscou ajuda e esta lhe chegou sem demora. De “toda parte chegava solidariedade para os nazarenos”, conta, em detalhes, João Lira (obra citada, p. 472). Nazaré “era inimiga de Lampião e não podia ficar desarmada: preferiam brigar armados contra o governo, mas não ficariam desarmados contra Lampião”. Essa a posição de Manuel Neto e de seus parentes.
Na noite de 20 de março de 1931, Manuel Neto traçou os planos: não entregariam as armas e enfrentariam o governo até o último homem. Ficaria “com cem homens em Pernambuco” e Euclides, Odilon Flor, Hercílio, Lero, Arconso e Antônio Capistrano, “cada um assumiria o comando de cem homens. Rumariam para os Estados da Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe.”
Com a intermediação do padre Urbano Carvalho, chegou-se, entretanto, a um acordo. Continuou o povoado armado, pronto a rebater qualquer ataque de Virgulino Ferreira.
O capitão José Émerson Benjamim, que representava o governo, resolveu inclusive pedir a reinclusão de Manuel Neto e de outros nazarenos na Polícia do Estado.
A 27 de abril de 1931, Neto voltou às fileiras da Polícia Militar, no posto de 2º sargento. Relutara em aceitar, pois fora afastado como 2º tenente. O capitão, entretanto, garantira-lhe que, se assumisse, dentro de um mês conseguiria sua promoção ao antigo posto.

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Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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