Seguidores

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A SAGA DO CANGACEIRO ROMÂNTICO

Por Sálvio Siqueira
Sálvio Siqueira e Edinaldo Leite

Como sempre, a política faz as suas vezes e revezes na vida de muitos nordestinos. Quando uma família segue determinado partido político, e este ganha as eleições, tudo torna-se favorável para ela, a família. No entanto, quando os adversários ganham a coisa muda de figura. 


São trocados, mudados, juízes, delegados, representantes de todas as camadas sociais... e, para quem perdeu, a sina é viver sob o jugo dos vencedores. Eles que ditam as regras e, quem perdeu, que as cumpram...


O agricultor e criador de animais,  Jesuíno Alves de Melo Calado, contava com 25 anos de idade quando um fato, vindo de um clã, família, adversária, mudou totalmente sua vida.


Nasceu aos 2 dias de janeiro de 1844, num local denominado Tuiuiú. Propriedade rural do município de Patu, no Estado do Rio Grande do Norte. Filho do casal Sr. João Alves de Melo Calado e de dona Alexandrina Brilhante de Alencar. Tinha a pele clara, era robusto, de uma estatura de mediana para baixa, tinha os olhos azuis, tinha os cabelos ruivos, falava manso e, segundo o padre Antônio Brilhante, era tato e ambidestro. Possuidor de boa pontaria.

O 'Brilhante', inserido no sobrenome da mãe, vem de parentes cangaceiros, que viveram no sul do Estado cearense. Principalmente do seu tio materno, o cangaceiro Cabé Brilhante, José Brilhante de Alencar e Souza. Era  também parente do escritor José de Alencar.

Na mesma região em que morava, vivia e cuidava dos afazeres diários, residiam componentes de um outro clã, família, de sobrenome Limão. Pois bem, partiu daí, depois de uma surra que os Limões deram em um irmão de Jesuíno, a saga daquele que ficou conhecido na história do cangaço como "O Cangaceiro Romântico".

Por volta de 1866, tem início os problemas entre os dois clãs,  os Limão e os Alves de Melo Calado. Exatamente por razões políticas. A família de Jesuíno era seguidora do Partido Liberal e, em contra partida, os Limões seguiam o Partido Conservador.


Lucas, irmão de Jesuíno Brilhante, em uma discussão acalorada, no meio da  rua, com Honorato Limão, terminam por saírem na porrada. Honorato desce o cacete em Lucas. Esse fato deu-se por volta  do dia de natal de 1871 na cidade de Patu - RN. Ao saber do ocorrido, Jesuíno vai tomar satisfações e acaba por matar Honorato a facadas. Após esse acontecimento, o agricultor, criador, pacato cidadão, casado com a prima Maria Carolina C. de Mello, com quem teve cinco filhos, torna-se um proscrito, caçado pela polícia do local.

Junta-se, mais tarde, a dois irmãos, Lúcio e João, e ao cunhado Joaquim Monteiro. Apesar de ser procurado pela polícia, Jesuíno diferencia-se dos bandidos comuns. Não causa danos a inocentes sertanejos, não abusa de indefesas mulheres, pelo contrário, as defende e protege. Faz seu QG numa gruta de pedra. Fica denominada, desde então, como " A Gruta do Cangaceiro".
                                         

No ano de 1877, uma grande seca assola o Nordeste, sem dó nem piedade. O sol segue calcinando a vegetação e de vida, o que se escuta é o estridente cantar da cigarra na caatinga sertaneja. o Império manda para a população carente, em comboios, víveres alimentícios. Os coronéis, como sempre, seguram a mercadoria, estocam em seus depósitos e as vende as pessoas. Sabendo disso, Jesuíno e seu grupo, intercedem os tropeiros que levam as cargas de mercadorias para os armazéns dos coronéis, e as distribui para os necessitados.

Segundo o pesquisador Ângelo Osmiro, em matéria no blog Cariri Cangaço, Jesuíno Brilhante era: "Um verdadeiro “Robin Hood” do sertão, roubava dos ricos para distribuir aos pobres(...), aquele que protegia as donzelas ultrajadas, fazendo casamentos, principalmente de filhos de poderosos que abusavam das filhas dos sertanejos humildes, achando que não seriam punidos ou obrigados a casar."

No ano de 1874, em uma ação audaciosa, Jesuíno Brilhante, invade a Cadeia Pública da Cidade de Pombal, na Paraíba, e resgata seu irmão, Lucas Alves.


José Limão, conhecido como 'Preto Limão', fazia parte de uma força policial, a qual, emboscou e atirou em Jesuíno Brilhante em dezembro do ano de 1879. O destino quis que um dos maiores inimigos do 'Cangaceiro Romântico', não só estivesse presente, mas comandasse essa tropa. Ferido no braço e no tórax, é  socorrido e levado pelos companheiros para um sítio chamado Palha. Sem ter condições de um atendimento digno, vai a óbito e é enterrado ali mesmo, no meio do mato.


PS// Imagens da armas usadas pelo cangaceiro Jesuíno Brilhante/ imagem da antiga cadeia publica de Pombal - PB/Provável local onde ficaram os emboscadores para atirarem em Jesuíno Brilhante

Fotos produto.mercadolivre.com.br
tokdehistoria.com.br448 
Acervo do pesquisador Volta Seca
www.onordeste.com
aluisiodutra.zip.net397 
oestenews-heroismo.blogspot.com480 

http://oficiodasespingardas.blogspot.com.br/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS


A 2ª edição continua sendo vendida através dos endereços abaixo:

josebezerra@terra.com.br
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 
Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com 

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

NO TEMPO DE LAMPIÃO A COISA ERA DIFERENTE

Por José Manoel
Imagem de cinena

Vilas e cidades sitiadas!
Coronéis reunidos em segredo!
Policiais correndo com medo!
Igrejas de portas fechadas!
Bandoleiros pelas estradas,
atirando em bicho e gente...
Soldado, capitão e tenente,
tropas inteiras em rendição
No tempo de Lampião
a coisa era diferente.

Cangaceiros eram temidos
em todos os cantos do país!
Mesmo assim, o povo era feliz...
apesar das atrocidades e perigos.
Pobres, andarilhos e mendigos,
ricos, gente poderosa e influente...
eram todos tratados igualmente
desde que não fizessem traição
No tempo de Lampião
a coisa era diferente.

Ladrões de paletó e gravata
era na pistola e no punhal
e se fosse do governo federal,
aplicava-se, antes a chibata,
não havia toda essa mamata
de partido, amigo ou confidente...
Ladrão, salafrário e delinquente,
ganhava uma bala e um caixão
No tempo de Lampião
a coisa era diferente.

José Manoel dos Santos.
Juazeirinho - PB.

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Piranhas em uma Viagem Fotográfica pelo Cangaço

Por Manoel Severo

O IFAL , Instituto Federal de Alagoas, em sua sede de Piranhas, recebeu a Caravana Cariri Cangaço dentro da Semana do Cangaço de Piranhas 2015 realizando a apresentação da Conferência "Uma Viagem Fotográfica pelo Cangaço", sob a responsabilidade do pesquisador e colecionador do cangaço, Ivanildo Silveira com a colaboração dos também pesquisadores, Kiko Monteiro de Lagarto e Rostand Medeiros de Natal.

Ivanildo Silveira
 José Tavares, José Bezerra Lima Irmão, Ingrid Rebouças, Juliana Pereira e Ana Lúcia
família de Paulo Britto, Narciso Dias e Aderbal Nogueira
Dona Cláudia e José Cícero Silva

Durante mais de uma hora e meia o pesquisador Ivanildo Silveira, provocou e esclareceu um conjunto de polêmicas envolvendo algumas das mais célebres imagens do ciclo do cangaço de Virgulino Ferreira, desde as primeiras fotografias ainda como "cabra" de Sinhô Pereira, passando pelas imagens imortais de Juazeiro do Norte em 1926, pela chegada em Ribeira do Pombal em 1929, navegando pelo espetacular trabalho de Benjamim Abraão até as "cabeças cortadas" e a volante de João Bezerra em fotos de 1938.
 Imagens de 1922
 
Um recorte com o documentário de Louro Teles sobre Serra Grande
Caravana de São Paulo, Dr José Mario , Carlo Araujo e Antonio Amaury 
Patrícia Brasil, anfitriã do Cariri Cangaço em Piranhas

Para um auditório totalmente lotado, o pesquisador Ivanildo Silveira, a partir de um minucioso trabalho técnico de observação e comparação, e ainda técnicas de analise de fotografias; além de destacar os verdadeiros locais das referidas imagens e desvendar personagens até então anônimos e ou eventualmente identificados de forma equivocada , também ressaltou o trabalho desenvolvido por outros destacados pesquisadores, dentre esses, o trabalho do pesquisador sergipano de Itabaiana, Robério Santos.

 Trabalho do pesquisador Robério Santos
 Oleone Coelho Fontes, Sonia Jaqueline...
Leila, João de Sousa Lima, Reginaldo e Petrúcio Rodrigues
Ingrid Rebouças, Juliana Pereira, Ana Lúcia, Elane Marques e Cláudia Silva
Tomaz Cisne, Jorge Remigio, Ivanildo Silveira, Kiko Monteiro, Rostand Medeiros e Sousa Neto

Ao final, os participantes de forma unânime , destacaram a primorosa apresentação do pesquisador Ivanildo Silveira; para Afrânio Gomes de Fortaleza "sem dúvidas foi um dos momentos mais edificantes desta edição do Cariri Cangaço, o professor Ivanildo com muita maestria conseguiu nos esclarecer pontos nebulosos ha muito tempo discutidos, como o caso da clássica foto de Benjamim Abraão em que o cangaceiro Vinte e Cinco afirma ser ele um dos componentes da imagem e hoje estamos convencidos que ele cometeu um equivoco, ou seja, ele não estava naquela foto, e isso graças ao trabalho sério e dedicado do pesquisador Ivanildo Silveira". 

Cariri Cangaço Piranhas 2015
IFAL - 27 de Julho
Piranhas, Alagoas

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SERRA VERMELHA


A casa que podemos ver na imagem abaixo, pertenceu à Zé Nogueira, morto a traição por Antonio Ferreira, irmão de Lampião, pelo simples fato de ser cunhado de Zé Saturnino, inimigo dos Ferreiras. Depois pertenceu a seu Filho Luiz Nogueira. Zé Nogueira havia sido sequestrado pela Coluna Prestes na passagem da mesma pela região e tinha acabado de chegar em casa cansado da violência sofrida pelos revoltosos. Sua morte gerou grande ódio na família Nogueira.

Nesse local aconteceram diversas batalhas com o grupo de Lampião, e nesses terreiros ainda hoje são encontradas capsulas de balas e possíveis covas de cangaceiros.

Lembrando que Luiz Nogueira, Raimundo Nogueira e Dãozinho Nogueira, morreram em 1994, de velhice.

Fotos e informações: Robson Nogueira

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VEM AÍ EM SETEMBRO MAIS UM SEMINÁRIO


Seminário CARIRI CANGAÇO 2015 edição AURORA Aguarde!!! EM SETEMBRO.


Do acervo do pesquisador do cangaço José Cícero da Silva

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O PODER DAS ARMAS DO CAPITÃO LAMPIÃO, SÓ RESPEITAVA AUTORIDADES MILITARES, SE O RESPEITASSEM TAMBÉM

Por José Mendes Pereira
Fontes: jornal "a noite" - Geraldo Júnior‎ O Cangaço

Virgolino Ferreira da Silva apesar de ter sido um homem que apenas sabia ler e escrever era super inteligente. Existem várias frases do rei Lampião que se tornaram famosas no mundo dos estudiosos do cangaço. 

Vejam também como ele se vestiu com elegância para fazer esta foto. Lampião sempre foi vaidoso, e isso também muito contribuiu para sua fama de bandoleiro. Um marginal todo sujo, rasgado, sem nenhuma elegância, é tratado como marginal, ao contrário do rei Lampião, que só andava na pinta (elegante), até as autoridades (incluindo alguns patenteados das polícias estaduais), o respeitavam e o tratavam como se fosse um importantíssimo homem.

O REI LAMPIÃO E O CORONEL JOAQUIM RESENDE

 À esquerda, coronel Joaquim Resende - à direita, Melchiades da Rocha

Conta o escritor Alcino Alves Costa em seu livro: “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico”, que o rio São Francisco foi um grande agasalhador do povo sertanejo. E lá, o povoamento foi se formando nos alarmados declives de sua margem. 

Já no ano de 1611, um minúsculo povoado nascera lá, onde os sofridos sertanejos construíram as suas barracas, na intenção de sobreviveram através da pesca, uma vez que as dificuldades alimentares eram presentes. Como o rio era favorável à pesca, mesmo faltando-lhes outros alimentos necessários à sobrevivência, todos preferiam viver ali mesmo, no intuito de não morrerem de fome em outras regiões. E nessa época, o lugarejo pertencia ao município de Mata Grande, conhecido em todas as regiões adjacentes por Jaciobá. Os tempos foram se passando, e a cada ano eram construídas mais casinholas, fazendo com que o lugarejo fosse se expandindo gradativamente. E no ano de 1881, no dia 18 de junho, através da lei nº. 756, finalmente o lugarejo foi emancipado, tomando posse como primeiro intendente, ou seja, prefeito, um senhor chamado Serafim Soares Pinto. E assim que passou a ser cidade, começou a se desenvolver mais ainda, tornando-se um importante município nas terras alagoanas. Mas posteriormente, este valoroso município passou a ser chamado definitivamente de Pão de Açúcar. 

E já no século XX, o município passou a ser comandado pelo coronel Joaquim Resende, um senhor de grande força política que chegou a ser odiado por alguns e admirado por outros. Era um homem rancoroso ao extremo, uma vez que não temia a ninguém. Mas apesar de ter seus adversários, mesmo assim, era um homem muito respeitado por todos que moravam lá, e pelos povoados adjacentes. O coronel Joaquim Rezende tinha as suas intrigas, tendo como inimiga, a família Maia, uma das mais tradicionais que também não se rendia ao patenteado.
           
No ano de 1935, dois rancorosos e poderosos, pela primeira vez se encontraram, ambos patenteados. Por um lado, o poderoso e zeloso da sua patente militar, o coronel Joaquim Resende. E pelo outro, o afamado e considerado o governador dos sertões, o amante das armas, o capitão Lampião. No encontro marcado para os afamados, a única finalidade era discutirem os desejos de ambos, como donos da lei.  
         
Como Lampião queria na força e na raça ser governador do sertão, e Joaquim Resende achando que o rei não podia lhe dar ordem, o assecla se sentindo desprestigiado, organizou uma maneira de atormentar a administração de Joaquim Resende. E sempre que colocava os pés naquela região sertaneja, fazia invasões, com depredações e ainda praticava mortes. 

Sendo disposto e exigente com a sua soberania, o coronel Joaquim Resende dizia abertamente, que os arrufos de qualquer ser humano não lhe metiam medo. E nem tão pouco de cangaceiro, assim como Lampião.
                                                          
Como o rei ficou chateado com o que dissera o oficial contra a sua pessoa, resolveu fazer uma perseguição a alguns dos seus amigos. E assim que principiou o ataque aos amigos do coronel, este não querendo deixá-los sozinhos, isto é, entregues às vontades do perigoso Lampião, passou a apoiar as decisões que os seus aliados tomavam contra o assecla.
                                               
Com a decisão tomada por Joaquim Resende, tanto os amigos do patenteado, como os do outro, o rei Lampião, ficaram bastante preocupados, afirmando que se o oficial não medisse as palavras que soltava ferindo o rei, a vingança não tardaria acontecer. E a partir dessa desavença entre os poderosos, os protetores das duas autoridades deram início a uma forma de a quieta, a quieta, na finalidade de acabarem com a briga entre as suçuaranas humanas. O medo que eles tinham era se Joaquim Resende continuasse usando certos termos desrespeitando a majestade, uma vez que este não o perdoaria, e com certeza a sua vingança seria devastadora. 

Na verdade, quem não quisesse ser desmoralizado ou derrotado, não adiantava criar problemas com Lampião, pois além de ser destemido, era altamente perigoso e vingativo. E quando não conseguia dominar os seus inimigos e perseguidores, iniciava uma destruição em massa, sem reservar ninguém e nem a quem, tentando vencê-los na força, com combates e na coragem. Mas era do conhecimento de todos, que o rei Lampião sempre dizia: 

“-Tenho respeito por juízes e coronéis. E só brigo com estes patenteados, quando eles querem, pois se depender de mim, eu não brigo”. 

Mas como em todas as brigas tem sempre uma pessoa que faz o papel de sossega leão, um senhor chamado Zuza Tavares, foi um dos incumbidos pelos amigos para resolver a questão entre os dois indomáveis leões. 

Os amigos de ambas as partes marcaram uma reunião, e decidiram que o importante para os dois se entenderem, seria organizar um encontro entre as duas feras humanas. 

E quando seria este encontro? 

Logo no início do ano de 1936. 

E o local do encontro?  

Na Fazenda Floresta, lá nas terras sergipanas, no Maitá, já que o rei e sua respeitada saga estavam de redes armadas e cachimbos acesos naquele lugar. 

E quem ficaria encarregado de providenciar o transporte até a fazenda? 

O grande honrado para adquirir o transporte foi um senhor chamado Messias de Caduda. 

E qual seria a locomoção que o famoso rei iria até a casa do coronel Joaquim Resende? 

Lógico que seria em uma bela e zelada canoa, já que no lugar não tinha iates, barcos ou outra coisa parecida. 

E de quem seria esta canoa? 

A de um senhor de nome João de Barros. Apesar de ser pescador, era um homem de grande confiança. Este foi o confiado para levar o rei ao encontro do coronel. 

E sem muita demora, foi feito o contrato do aluguel da canoa para este fim;

João de Barros se sentindo importante, por ter sido escolhido para transportar a majestade, deu início a uma grande limpeza no honrado transporte, tirando o excesso de salmouras de peixes entre as tábuas. Afinal, nele iria entrar um dos homens mais importantes do Nordeste. Depois o higienizou com um cheiroso detergente. E em seguida partiu para o local combinado. Canoa pronta, sua majestade dentro dela. E sem mais tardar, João de Barros remou o belo transporte em direção a Pão de Açúcar, até a Fazenda Floresta.    

Mas, desconfiado, sagaz e cuidadoso com a sua vida e as dos seus comandados, o rei Lampião achando que poderia existir alguma armadilha na fazenda Floresta, antes de chegarem ao local combinado, mandou que o João de Barros encostasse a canoa à beira do rio. Este obedeceu a sua ordem. O assecla incumbiu que o Messias descesse e fosse até a fazenda Floresta, e lá fizesse uma rigorosa vistoria, olhando todos os cômodos da casa, revistasse tudo, tim, tim por tim, tim. Assim que terminasse a revista por dentro da mansão, fosse vistoriar as suas laterais, e não deixasse nada por revistar. E ainda o rei o advertiu que não queria nenhuma novidade inesperada, pois se isso acontecesse contra ele e os seus asseclas, Messias já sabia muito bem que ganharia uma penalidade horrorosa. Ou o rei o mataria com um tiro, ou o enfiaria o seu longo punhal na sua clavícula.
                                                            
Messias ao entrar na casa, deu início à revista.  E enquanto fazia a revista, olhou para um dos lados e viu um senhor que pelo seu jeito de se vestir, pareceu-lhe ser uma autoridade. E era mesmo. Sem dúvida, o coronel Joaquim Resende, o grande e respeitado oficial. O Messias que ainda não o conhecia, depois de algumas conversas, pediu que o perdoasse por ter entrado ali sem a sua generosa autorização, e alegou que era ordem do capitão Lampião para revistar o ambiente.   

O coronel Joaquim Resende não tendo nada a opor, disse-lhe que Lampião tinha razão, pois ele estava mais do que certo. É claro que o coronel não iria tirar a razão de Lampião, em mandar alguém para uma averiguação, pois a majestade precisava de proteção, tanto para ele como para os seus comandados.  E sem querer usar os seus poderes, apesar de ser uma autoridade, disse ao coiteiro que naquele momento aquela mansão estava entregue a ele. Autorizando lhe que percorresse todos os cômodos e dependências, inclusive revistasse as laterais da residência.  Terminada a revista, o Messias retornou ao local onde estava a majestade e os seus valiosos asseclas.                            

Mas o capitão Lampião podia ficar tranquilo, pois coronel Joaquim Resende e os seus comandados não eram covardes para prepararem uma armadilha contra ele. O que ali iria acontecer era simplesmente um acordo entre os dois arrogantes, e jamais seria feita uma traição. O rei quando dava uma palavra, cumpria. E por que Joaquim Resende não poderia cumprir a sua? Assim que o coiteiro retornou à presença do rei, ainda meio preocupado com a segurança, e não acreditando, Lampião exigiu que o coronel fosse até a beira do rio São Francisco onde ele se encontrava.                                             

Não temendo o chamado, mas o respeitando, Joaquim Resende dirigiu-se para o local sem se sentir inferiorizado e sem nenhum problema. Na hora do encontro, todos foram abraçados pelo assecla, principalmente o patenteado. Em seguida, tomaram rumo ao palacete do oficial. Lá, foi necessário que o Zuza Tavares se retirasse do local, pois Lampião precisava conversar com o coronel, um assunto a dois.  A reunião muito se demorou, e só terminou lá pela madrugada. E com certeza, o assunto foi de grande interesse entre os poderosos.                                               

Diz o escritor Alcino Alves Costa que quando terminou o encontro, os amigos de ambas as partes se sentiram realizados, uma vez que as queixas de Lampião contra o pessoal do coronel Joaquim Resende, principalmente uma que ele tinha com um fazendeiro de nome Juca Feitosa, as rixas antigas foram dispensadas e jogadas no assombroso rio São Francisco.  E as amizades, reconquistadas.
  

Amigo leitor:

Se você quer adquirir um livro com excelentes histórias sobre o cangaço, solicite este: 

"Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico". 

Você irá adquirir uma grande obra sobre as grandes invasões de Lampião. Adquira-o logo. Já está na 3ª. edição.

Valor: R$ 50,00 (Com frete incluso).

Contatos para aquisição:

franpelima@bol.com.br
tel. (83) 9911 - 8286 / 8706 2819.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

LANÇAMENTO DA 2ª EDIÇÃO DO LIVRO QUEM MATOU DELMIRO GOUVEIA?


No Cariri Cangaço 2015 em Juazeiro/Crato, a segunda edição do livro "Quem Matou Delmiro Gouveia?" revisado, ampliado e com as provas de quem realmente o matou. A verdade, doa a quem doer, aguardem!

Delmiro Gouveia - Imagens do acervo do Coronel Delmiro Gouveia no facebook

Esta obra escrita pelo escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira fala sobre os envolvidos (acusados), e principalmente os que assassinaram o coronel Delmiro Gouveia. 

Imagens do acervo do Coronel Delmiro Gouveia no facebook

Você pode adquiri-la através deste e-mail: gilmar.ts@hotmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com