Por Alcino Costa
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
AMIGO É UMA PALAVRA QUASE MORTA
QUE VENHA O ESPETACULAR ANO DE 2023!
O Cariri Cangaço volta a Princesa e Patos de Irerê, na Paraíba; marco espetacular do Território Livre de Princesa, as ligações perigosas do Coronel Zé Pereira, Marcolino e Lampião, o lendário Casarão de Patos; e chega pela primeira vez em Triunfo, uma das cidades mais bonitas de Pernambuco e do Brasil; cheia de história, tradição e cangaço, numa das mais aguardadas agendas do ano Cariri Cangaço, num consórcio inédito entre os estados da Paraíba e de Pernambuco. Será entre os dias 23 a 26 de março de 2023.
No mês de junho o Cariri Cangaço desembarca pela primeira vez no estado do Rio Grande do Norte e na emblemática Mossoró, no oeste potiguar; terra do Chuva de Bala e do ataque de Lampião em 13 de junho de 1927; a trama do ataque, o cerco, a resistência sob o comando de Rodolfo Fernandes, a morte de Jararaca - o santo cangaceiro. Aqui seremos recebidos pelo Fórum do Cangaço da SBEC e pelos Diálogos Paulo Gastão, numa iniciativa extraordinária entre a SBEC e o Cariri Cangaço. Será entre os dias 09 a 13 de junho de 2023.
Antônio Silvino, outro emblemático personagem da saga sertaneja do cangaço, com trajetória também marcante e longeva nas caatingas nordestinas, mas pouco estudado. Em novembro o Cariri Cangaço traz até você pela primeira vez; a partir da Serra da Borborema e das cidades de Campina Grande e Ingá; a extraordinária história do Rifle de Ouro - A Saga de Antônio Silvino, numa inciativa ousada e inédita. Será entre os dias 30 de novembro a 02 de dezembro.
Cariri Cangaço, Território de Grandes Encontros, sempre...
Agora é com você, vem com a gente; Avante!
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.
https://cariricangaco.blogspot.com/2023/02/que-venha-o-espetacular-ano-de-2023.html
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PROVANDO REQUEIJÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.842
O mundo está sempre evoluindo em
todas as áreas de atuações que conhecemos. É inevitável, porém, as comparações.
E entre as comparações do antigo e do presente, têm as melhoras e as pioras,
tudo exposto à mesa e ao gosto do freguês. Todos agem para a criação de coisas
mais práticas e capazes de abastecer o planeta. Deixando de lado todos os
complexos das tecnologias, vejamos algo simples com inspiração no campo e na
sabedoria da vovó. Trata-se do famoso requeijão, uma iguaria original
sertaneja, modificada por invenção mais recente. Existe no campo o queijo
normal como o conhecemos, tal o queijo de coalho e o de manteiga ou de fogo. È
que o queijo de coalho não vai ao fogo e até recomendado para a saúde como
queijo branco.
Segundo os mais velhos, o
requeijão era uma espécie de queijo de manteiga ou de fogo, geralmente feito
para ocasiões especiais e de durabilidade. Não era raro encontrá-lo nas bancas
de feiras das cidades sertanejas de Alagoas. Os nossos antepassados desenvolveram
um método no fabrico do produto em que o miolo continuava normal como o
conhecemos, todavia o seu envoltório ou sua casca era robusta, muito grossa
mesmo. Era bastante utilizado para as grandes viagens em que o nordestino
passava 15 dias em viagem a São Paulo, rodando em caminhão pau-de-arara. Também
utilizado nas viagens de romarias ao Juazeiro do Norte para visitas ao padre
Cícero Romão Batista. Quinze dias a pé cortando caminhos de pedras e areia. Nos
malotes, a paçoca e o requeijão de companhia.
E sobre a paçoca, também era diferente dessas coisas que vendem em mercadinhos com nome usurpado. Graças a um senhor, falecido recentemente, segundo a mídia, foi inventado o requeijão pastoso e que atualmente é vendido em potinhos nas redes varejistas. É prático sim, tira com uma faca e se passa no pão seco. É bonito? É. Mas não tem gosto de nada. Mesmo assim, dizem alguns especialistas que é o melhor para a saúde entre a manteiga e a margarina. Não sabemos informar, entretanto, se o requeijão à moda da vovó ainda é fabricado e vendido em nossos sertões. De qualquer modo, fica o aqui o registro de uma tradição nordestina que talvez já tenho morrido. Sobre a paçoca falaremos depois, como filha da mesma fonte do falado requeijão.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/02/provando-requeijao-clerisvaldo-b.html
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CASO PAÇOCA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de fevereiro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.845
Continuando a
palestra de ontem, vamos falar da paçoca que foi atrelada à matéria
apresentada. No geral, podemos dizer que a paçoca de hoje, comprada em
mercadinhos, é uma pasta básica de amendoim com farinha de milho, apresentada
em tablete tipo cocada. Pode ser uma pasta de amendoim moído ou de amendoim
inteiro grudado à massa. Isso já era costume do fabrico da paçoca caseira de
outras regiões, não da nossa, e que passou a ser industrializado. Assim leva um
susto danado, o sertanejo diante da surpresa diferente da roça
e também com nome análogo. Pois, ainda lembrando as explicações do mais velhos,
vamos novamente registrar essa curiosidade que na época seria uma verdadeira
delícia no Sertão das Alagoas.
A paçoca –
cuidado para não transformar o nome num palavrão – era feita com carne de sol,
farinha de mandioca e queijo, tudo misturado e batido num pilão de pau,
daqueles brutos feitos com madeira de lei e com, aproximadamente, 70
centímetros de altura. A batida se dava com a chamada mão de pilão, e que fazia
parte do conjunto do artefato. Essa comida delícia era mais usada nas longas
viagens a pé ou a cavalo que era o transporte da época. Quanto ao pilão era de
uso obrigatório na zona rural e com ele se fazia quase tudo, pilava café, arroz
com casca, milho e tudo mais que viesse à cabeça. O difícil era fazer o pilão
apenas com as ferramentas do período pelo artífice roceiro habilidoso. Já ouviu
falar em mulher da cintura de pilão? É coisa da época.
Assim já vimos
muitas iguarias nossas aproveitadas e transformadas pela indústria. Bem assim
são os brinquedos de pau, de mola e de pano que comprávamos nas feiras e nos
satisfaziam. As fábricas copiaram tudo e tivemos os brinquedos de volta com
novas roupagens. Quanto ao pilão de madeira bruta, também foi copiado para
miniaturas utilizadas nas cozinhas e nos enfeites de qualquer apartamento;
utilitário para pilar tempero. E mesmo assim, o tempero já vem pronto para o
uso. É por isso que existem os museus que retratam o presente para netos e
bisnetos do futuro.
Desculpe o jeito de provocar água na boca, mas lembrar o saboroso café de pilão ou café de caco, é coisa inevitável.
SANGUE NO SERTÃO E O FANATISMO DA PEDRA DO REINO
Por Narciso Dias
Durante três dias, os fiéis, embalados por gritos, danças hipnóticas, música e bebidas alcoólicas, mataram 30 crianças, 12 homens, 11 mulheres e 14 cães. Pais e mães traziam como oferendas partes do corpo dos filhos. Aos pés do rei, arrancavam orelhas, línguas, dedos dos pés, das mãos ou genitais, relata Antônio Attico, baseado em testemunhas. Os cadáveres amontoavam-se e eram colocados na base das duas pedras de maneira simétrica, separados por sexo, idade e “qualidade”, esta última determinada de acordo com o tipo de promessa e da entrega de entes queridos ao sacrifício que eles houvessem feito. Quem se recusava ao sacrifício era tido como infiel e desprezível. “Os mais fanáticos entendiam tal recusa como uma quebra na continuidade do ritual de desencanto”, afirma Honorio de Godoy.
Postagem por Narciso Dias - Conselheiro Cariri Cangaço
Fonte: Facebook