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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

HOMENAGEM MENINO DE 10 ANOS CRIA O SEU PRÓPRIO MUSEU DO "LUIZ GONZAGA".


Encantado com o que viu no Museu do Gonzagão em Exu-PE, um menino de 10 anos resolveu criar o seu próprio “Museu do Luiz Gonzaga” na cidade do Crato. Pedro Lucas Feitosa conheceu o museu original em 2013 e buscou inspiração na música “Numa Sala de Reboco”, composta pelo Rei do Baião em parceria com José Marcolino. Localizado no distrito de Dom Quintino, há 25km do centro da cidade, o museu criado por Pedro Lucas conta a história do ídolo do forró e do homem sertanejo de maneira simples e didática. No local é possível encontrar instrumentos de trabalho usados pelo sertanejo como enxadas, enxadecos, foices, machados e utensílios domésticos como ferro à brasa, penteadeira, pilão e cabaças, a maioria doada por pessoas da localidade. Todo o acervo é dividido em alas, com destaque para o espaço onde é exposta uma sanfona de brinquedo em meio a mala, sandálias de couro e fotografias do cantor. Pedro explica que se trata de uma “representação do Rei do Baião e de todas as suas músicas”. Segundo ele, a sanfona simboliza a música “Sanfona do Povo”, a mala retrata a vida do viajante e a sandália de couro a força e resistência do povo. De uma família de agricultores, Pedro Lucas é criado pelos avós, seus grandes incentivadores. A casa onde foi erguido o museu pertencia a bisavó do menino, já falecida.

Com informações do site Sertão Alerta.


Fonte: facebook
Página: Adriano Pinheiro

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OUSADIA NO VELHO CHICO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 13/14 de janeiro de 2014 - Crônica N 1.495

Encontramos uma joia de documento detalhista sobre a construção da hidrelétrica de Paulo Afonso, na revista O Empreiteiro, Ano L – maio 2012 – N 508 – páginas 54-58. Com o título “Ousadia no Velho Chico”, o documento (sem autor) descreve tudo que se quer saber sobre os primeiros grandes passos da engenharia nacional, até então, dominada por estrangeiros.

Foto: (naturezabrasileira,com).

“Havia certa resistência em acreditar que a engenharia nacional seria capaz de levar a diante obra de tal envergadura. Mas isso começou a mudar como o projeto da hidrelétrica de Paulo Afonso, concebida pelo engenheiro Otávio Marcondes Ferraz. Paulo Afonso é considerada a primeira usina construída pela engenharia nacional, que enfrentou, logo de cara, um desafio: instalar uma usina com casa de força subterrânea, algo então inédito no País”.

Continua o texto detalhando tudo, tudo, como se fosse um diário das obras da hidrelétrica. Um papel digno de qualquer museu de grande envergadura sobre essas páginas, orgulho nacional que arrepia e emociona a nossa brasilidade. O melhor de tudo é que foi no Nordeste diante da caatinga bruta que protegia o “Velho Chico”.

A música de Luiz Gonzaga que exalta Paulo Afonso canta em uma das estrofes, mais ou menos assim:

“Delmiro deu a ideia
Apolônio aproveitou
Dutra fez o decreto
E Vargas realizou
O presidente Café
Agora inaugurou
Meu Paulo Afonso é sonho
Que se concretizou...”

Delmiro Gouveia, dono da fábrica de linhas da fazenda Pedra, atual cidade que leva o seu nome, em Alagoas; Apolônio, Apolônio Sales, ministro da Agricultura; Dutra, Vargas e Café Filho, três presidentes do Brasil.

Faltou Gonzaga incluir o grande engenheiro Otávio Ferraz.

Quem se dispuser a pesquisar esse texto, principalmente professores de História, motivará em muito os seus alunos.

É esse o verdadeiro Brasil.


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A ESPERA

Por Rangel Alves da Costa*

A espera atormenta o ser. Nada mais aflitivo que esperar, esperar e esperar. Mesmo o encontro marcado, a data confirmada, a certeza da chegada, ainda assim uma verdadeira aflição a cada instante. Quanto mais o tempo passa mais a expectativa aumenta, e também o tormento pelo relógio que corre e sem nada avistar.

Esperar é ato tão angustiante que envolve o tempo, a idade e a até mesmo a vida. A espera está no calendário, no relógio de pulso e de parede, no sino da igreja, na porta e na janela, no olhar e no coração. A espera está na estrada, na distância, na curva, no vento, no pensamento.

A espera faz o coração apertar, o tempo parar, o tempo correr, o olho secar de tanto olhar e nada avistar. E da janela se avista o horizonte, da porta se avista o mundo, da estrada se avista a curva, da curva se avista ao longe, mas nada avista o que tanto deseja que chegue. Instantes cruéis onde até o vento parece chegar trazendo recados.

Há gente que espera o carteiro, o leiteiro, o vendedor de picolés. Há gente que espera pelos corredores, que anda de lado a outro, desejoso que chegue logo o anúncio do nascimento do filho. Há gente que espera nas filas, nos corredores dos hospitais, nas salas de recepção. E é um tempo que nunca passa, um chamado que nunca chega, um tormento que não acaba.

Há gente que desiste de esperar, que simplesmente desacredita que qualquer coisa possa acontecer. Impossível que se mantenha hora após hora esperando a notícia, o encontro, a chegada. Ninguém merece enlouquecer esperando eternamente o que talvez nem se recorde mais de sua existência. Mas sofrimento terrível quando a saudade reacende a vontade de encontrar.

Dizem que somente na natureza são cumpridos os compromissos de espera. Mais cedo ou mais tarde tudo acontece. As estações têm tempo certo para chegar e partir, as árvores derrubadas têm tempo certo para renascer, os renascimentos sempre surgem após as devastações. As demoras são somente para desacreditar o homem, que com sua foice espera mais um tronco para destruir.


Mas nem todo mundo desiste de esperar, ainda que os anos passem e tudo pareça impossível de acontecer. Assim aconteceu com alguém que dia após dia esperava a chegada de outro alguém. Ou talvez de uma carta ou qualquer notícia já antiga de tanto esperar. Não se sabe ao certo se cinco anos ou mais, dez ou mais anos, apenas se sabe que esperou e esperou.

Todo dia, logo amanhecer, abria a porta e olhava adiante, ao longo da estrada, pelas suas curvas, procurando avistar algum vulto vindo naquela direção. Fazia a mesma coisa ao abrir a janela. Qualquer barulho que ouvisse lhe despertava a atenção, qualquer formação de poeira já lhe parecia a estrada sendo caminhada por alguém que vinha.

Ao sentar na calçada, debaixo do sol ou às sombras do entardecer, outra coisa não fazia senão lançar o olhar pelas distâncias. Era um olhar tão triste que parecia chorado, sofrido, angustiado. Era um olhar no brilho da esperança e na sequidão dos desesperançados. Mas o tempo passava e nada de vulto ou sombra, de passos ou acenos.

De vez em quando subia na pedra mais alta e lá do alto tentava avistar o que tanto esperava. Sua aflição era tamanha, sua angústia tão dilacerante, que até mesmo entre as nuvens procurava avistar algum sinal. Mas depois descia desconsolado, ainda mais entristecido, e novamente retornava à sua cadeira na calçada. E para esperar.

Mas um dia, antes que o sol espalhasse pelas nuvens suas tintas vermelhas de despedida, ele foi surpreendido com um vulto ao longe. Levantou quase num pulo, correu pela estrada naquela direção, e lhe pareceu avistar quem tanto esperava. Porém não suportou a emoção e caiu ao chão. Não pôde mais sentir a mão acariciando seu rosto e a voz dizendo: O mais triste dos reencontros. Vai com Deus, meu amor!

Poeta e cronista
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“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa:
30,00 reais, com frete incluso.

Como adquiri-lo:
Antonio Corrêa Sobrinho
Agência: 4775-9
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AS CANGACEIRAS

Por Ana Paula Saraiva de Freitas
Ilustração João Teófilo

No rastro de Maria Bonita, dezenas de mulheres mudaram de vida ao integrar os famosos bandos do sertão

Criminosas. Quando se fala da participação das mulheres no cangaço, geralmente elas são reduzidas a esta palavra. Uma imagem que perde de vista os medos, os desejos e as frustrações que rondaram as cangaceiras nas décadas de 1930 e 1940, e que ignora as razões que as levaram para essa vida. Enquanto algumas ingressaram nos bandos voluntariamente, outras foram coagidas e privadas do convívio com seus familiares.

Embora os motivos fossem variados, a maioria daquelas que aderiram ao cangaço carregava a ilusão de que viveria em festa e teria liberdade, sensação alimentada pela vida nômade e errante daqueles homens. A realidade revelou um cotidiano bem mais complicado: além dos embates violentos contra forças policiais, muitas vezes os cangaceiros ficavam mal alimentados, sem água nem lugar para repousar, caminhando quilômetros sob sol e chuva. 

A faixa etária das cangaceiras variava de 14 a 26 anos, e suas origens socioeconômicas eram diversas, incluindo mulheres de famílias abastadas. Elas viam no cangaço uma oportunidade para romper com os padrões sociais: naquele grupo poderiam conquistar outros espaços além da esfera privada do lar e tinham a oportunidade de escolher seus parceiros sem a interferência dos acordos familiares. 

Uma vez integradas aos bandos, as jovens tinham que se adaptar à nova vida, sem chance para arrependimento: tentar fugir implicava retaliações tanto por parte de cangaceiros quanto por parte das volantes, como eram chamados os grupos de policiais que perseguiam os “bandidos do sertão”. Nesse espaço permeado pela violência, eram submetidas aos desejos sexuais de seu raptor, sem contato com a família, sentenciadas à morte em caso de adultério e envolvidas nos confrontos com forças policiais. Capturadas pelas volantes, apanhavam, eram estupradas e sofriam diversas humilhações. 

No cangaço os papéis sociais eram bem definidos: ao homem cabia zelar pela segurança e o sustento dos bandos. À mulher, ser esposa e companheira. Durante a gestação, muitas ficavam escondidas. Depois do nascimento do bebê, eram obrigadas a retornar ao cangaço e entregar a criança a amigos. 

A convivência entre elas não era totalmente pacífica. Testemunhos dão conta de que uma queria ser melhor do que a outra. O status da cangaceira era medido pelos bens que possuía: joias, vestidos, animais. As qualidades bélicas também estabeleciam diferenças entre elas. Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida como Dadá, tornou-se emblemática por sua coragem e desempenho com armas nos embates com as volantes. Chegou a assumir o comando do grupo no momento em que o líder Corisco se encontrava ferido. Mas o prestígio feminino acabava sempre associado ao lugar ocupado pelo companheiro na hierarquia dos grupos.

Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira), famosa companheira de Lampião, foi a primeira figura feminina a ingressar no cangaço, em meados de 1930. A partir daí, mais de 30 mulheres participaram da vida nos bandos. A Bahia foi o estado que forneceu maior número de moças ao banditismo do sertão nordestino, seguida por Sergipe, Alagoas e Pernambuco. 

As andanças dos cangaceiros repercutiam na imprensa, e a presença feminina era mencionada de forma genérica e depreciativa. Nos jornais O Estado de São Paulo e Correio de Manhã, aquelas mulheres eram chamadas de bandoleiras, megeras e amantes. Eram estereotipadas como masculinizadas, belicosas e criminosas, além de serem tratadas como objetos de satisfação sexual. 

A imagem apresentada pelos jornais, porém, difere daquelas que o fotógrafo sírio-libanês Benjamin Abrahão Boto produziu na década de 1930. Suas fotografias mostram como as cangaceiras pretendiam ser lembradas: realçam sua feminilidade, evidenciam cuidados com o corpo, a aparência e a postura, destacam a beleza dos trajes e o apreço por joias. Algumas se faziam retratar com jornais e revistas da época, sinalizando o desejo de serem identificadas como mulheres letradas. Essas preocupações ficam explícitas nas fotos em que algumas – como Maria Bonita – reproduziram a postura e o gestual das mulheres da elite rural e urbana, como se estivessem posando em estúdios consagrados. 

A maioria dos folhetos de cordel reforça esse aspecto da participação feminina no cangaço. Os versos destacam a preocupação das cangaceiras com a beleza, o amor e a cumplicidade dedicados às relações afetivas, além da coragem nos embates. Nesse tipo de literatura o perfil feminino é recriado a partir de uma perspectiva mítica, envolvendo um misto de heroína e de bandida.

As práticas e as representações das mulheres naquele universo da caatinga foram variadas, e elas não tinham um perfil único. Quando o cangaço chegou ao fim, cada uma teve de reconstruir sua vida conforme os parâmetros sociais vigentes. Do cotidiano duro e arriscado das andanças pelo sertão, as ex-cangaceiras largaram as armas e a fama de criminosas para encarar outros papéis: mães, donas de casa e, em alguns casos, trabalhadoras fora do âmbito doméstico. 

Ana Paula Saraiva de Freitas é historiadora e autora da dissertação “A presença feminina no cangaço: práticas e representações (1930-1940)”, (Unesp, 2005).

Saiba Mais

ARAÚJO, Antonio A. C. de. Lampião, as Mulheres e o Cangaço. São Paulo: Traço, 1985. 
BARROS, Luitgarde O. C. A derradeira gesta: Lampião e Nazarenos guerreando no Sertão. Rio de Janeiro: Faperj/Mauad, 2000.
QUEIROZ, Maria Isaura P. de. História do Cangaço. 2. ed. São Paulo: Global, 1986.
MELLO, Frederico P. de. Guerreiros do Sol. Violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/as-cangaceiras

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LAMPIÃO NÃO DEU UM ÚNICO TIRO QUANDO FOI MORTO PELA VOLANTE POLICIAL


Mesmo sendo um dos homens mais perigosos e sanguinários de toda a história do nosso país, lampião não teve uma morte digna e que fizesse jus a toda sua história. Morrer sem dar um único tiro não condiz com seus feitos anteriores e com toda a sua trajetória no cangaço.

Infelizmente Lampião descuidou da sua segurança e de seus seguidores, enquanto a força volante policial cumpriu com seu dever.

Morreu sem dar um único tiro...

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza júnior (administrador)
Grupo: O Cangaço

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FILHOS DA EX-CANGACEIRA ADÍLIA

 Por Rangel Alves da Costa

Filhos de Adília, a ex-cangaceira, um dos orgulhos da história de Poço Redondo. A mulher é Nicinha, filha de seu segundo casamento. O homem é João, filho único de Canário e Adília, e atualmente residindo em Brasília. Nicinha mora na Av. Alcino Alves Costa, em Poço Redondo. 

No último fim de semana conversei com mais duas filhas de Adília: Valdice e Maria José, estas visitando o sertão depois de doze anos em São Paulo. Estavam entristecidas demais por terem de retornar. Vi no olhar aquelas águas tão conhecidas de quem ama e se despede do seu lugar.

Fonte: facebook

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ESCRITORA BAIANA LANÇA EM LAGARTO LIVRO SOBRE LAMPIÃO


Fruto de uma pesquisa de seis anos no chamado Polígono das Secas, no Norte da Bahia, e a partir da análise dos romances Pedra Bonita (1973) e Cangaceiros (1999), de José Lins do Rego, a escritora nordestina radicada em São Vicente Gelza Reis Cristo lança o livro Lampião é Filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e Misticismo.

Pode um homem matar e matar por diversas vezes; durante 21 anos como um fugitivo e ainda permanecer um líder imortal para o seu povo?
Com a leitura atenciosa de mais de 30 livros jornais e revistas encontramos no acervo sobre Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, mais de 170 obras sobre o cangaceirismo no Brasil. Os melhores documentos sobre o assunto não investigaram o fato da herança de Lampião ter vindo de um povo carente um século antes do cangaceirismo. E porque a mesma região do Nordeste do Brasil necessitava tanto de um líder? A maioria dos autores se preocupou na divulgação do enredo sobre a violência e em que localidade a atrocidade ocorria.

Porém encontramos o livro mais confiável sobre o General do Sertão: LAMPIÃO O REI DOS CANGACEIROS de Jaynes Billy Chandler com uma documentação vasta e preciosa.

No entanto o diferencial do livro dessa autora nordestina do "polígono das secas" se apresenta pelo fato de 76 anos depois da morte do ícone sertanejo, ela apresentar ineditismos e um movimento contado da realidade a ficção por meio de duas obras de ficção de um autor regionalista que viveu o movimento e era natural do Nordeste no centro do movimento. Pesquisas, fotos e depoimentos marcam o relato científico dessa autora que é fonte de Lampião e seu bando.

Em 2013 publicou pela APED, Rio de Janeiro, a sua antologia poética Maré da Lua com reconhecimento literário em jornais e programas televisivos.

Em 2011 concluiu o curso de pós-graduação, uma especialização em Língua Portuguesa pela UNICAMP de Campinas São Paulo. É formada em Letras pela UNISANTOS.

Participou ao longo de sua carreira de vários programas de televisão com o propósito de divulgar a sua literatura.

Tem trabalho publicado no AMAZON SAT: uma análise completa do poema em linha reta de Fernando Pessoa.

Em 2008 lançou um livro de culinária com uma novela ficcional. Esta obra é uma experiência profissional da autora contendo dezoito anos no mercado informal de quitutes e triviais.

Em 1999 editou independente seu primeiro livro "Meu Universo Interior I" Ed. Scortecci. No dia 11 de setembro de 1999 durante o lançamento do mesmo iniciou uma campanha individual contra a AIDS que percorreu litoral e também o Nordeste

Iniciou carreira literária em 1996, com a publicação de poemas e crônicas na antologia "A Lua e a Pena", a qual teve quatro edições. Outras produções e antologias, tais como: "Momento do Poeta" Secretaria de Cultura de São Vicente Coletânea Acalanto Ed. Taba Cultural - RJ Coletânea Almas Densas Barra Bonita/SP e Antologia de Poesias, Contos e Crônicas Ed. Scortecci.

Portanto, todo o currículo da autora é fruto dos seus esforços; com exceção de várias apresentações em tvs locais na época dos lançamentos assim como divulgações em jornais. Em todos os lançamentos a autora realiza performances para o seu público. Nas escolas públicas onde a professora escritora já realizou vários projetos e apresentações teatrais com os seus alunos. Divulga o seu trabalho também pela Academia Vicentina de Letras Artes e Ofícios "Frei Gaspar de Madre de Deus" onde é membro efetivo.

Com informações do Blog da autora

http://www.lagartense.com.br/40815/

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LAMPIÃO E O CASAMENTO DE "DOCA"


Contaremos hoje a história, não de um cangaceiro desconhecido, mas, uma que quem participa é o próprio Lampião, quando ajuda um amigo, amigo de infância, até de escola, em seu casamento, no povoado São José.

Os relatos abaixo citados são de Quitéria, filha de Manoel Bezerra de Macena, mais conhecido como Doca, e de dona Isabel Ferreira da Luz, conhecida por Isabel de Doca.

Vamos ao relato de Dona Quitéria...

"Entre as terras desses guardiões, no povoado de São José, a 6km de Alagoa Nova, morava Doca. Manoel Bezerra de Macena, mais conhecido como Doca, era pai de Quitéria, de China e de Zé de Doca. Casou-se com a manairense Isabel Ferreira da Luz, conhecida por Isabel de Doca e que era tia de Didi Pereira da Silva. Todos esses nomes são de pessoas bem conhecidas dos manairenses. Ambos são descendentes dos primeiros fundadores da Fazenda São José. Ele, descendente de José Bizerra Leite, ela de Ignacio ou de Felix Ferreira da Luz.

Na juventude, Doca teria estudado algumas aulas junto com Virgulino Ferreira, construindo certa amizade, mantendo-a mesmo depois que este enveredou pelas trilhas do cangaço.

Nos anos 20, junto com Marcolino, comunicaram um local, julgado seguro, que permitiu a Lampião apoiar-se por vários anos nas imediações do Pau Ferrado.

Doca teve um desentendimento com o chefe do povoado onde residia e isso passou a trazer-lhe certos desconfortos. Quando resolveu casar-se com a manairense Isabel Ferreira da Luz, queria que a celebração ocorresse no São José, onde morava. O chefe da localidade mandou um recado a Doca informando que não permitiria que houvesse festa no casamento. Seria muita gente e ia fazer muito barulho. Naquela época, casamento tinha que ter o baile, mas ninguém podia ir contra uma ordem de um mandatário local.

Lampião soube dessa notícia e mandou um recado para Doca: “Amigo, pode contratá o sanfoneiro e organizá o baile que ninguém vai atrapaiá.”

No dia 23 de novembro de 1923, depois do casamento, chegou uma tropa armada. Vieram “passar a guarda” no casamento (garantir a tranquilidade). “Lampião apitou num apito e mandou chamar Pai”. Pai foi e Lampião disse “pode botá o baile que eu quero vê quem num qué escutá”.

A festa aconteceu, o sanfoneiro tocou e nada interrompeu a alegria. Atrás da casa, sob as árvores, ficaram os cabras, aos quais foi servido um farto jantar. Há quem diga que eram 17, outros afirmam que eram 40 cangaceiros. Doca chamou Lampião para jantar dentro da casa e, ali pela madrugada, o convidado disse: “a festa tá boa, Doca, mas eu vou imbora.”

Lampião levou como presente de casamento, para Doca, uma garrafa de fino vinho francês, envasado em garrafa de cristal decorado (foto a direita). Para Isabel, levou uma “vorta (colar) de muito bom tamanho, vorta de ouro e mais um pá de dois brinco” (foto a esquerda). Quitéria conta que, muitos anos depois, Isabel trocou por um cavalo, somente os brincos. “Mas o cavalo morreu. O cavalo era de Filiciano, mas Filiciano morreu. Ele deu os brinco a Maria de Zé Grande, mas Maria de Zé Grande Morreu. Depois eu não sei mais não, acho que ninguém teve sorte com eles (os brincos)”.

Não somente na época do casamento, mas em outros momentos de lazer, na sala da casa de Doca tinha uma mesa onde Lampião fazia suas refeições e se distraía, jogando cartas de baralho. A mesa tinha uma grande gaveta, com fundo falso.

“Na revorta de 30 pai amarrou dois fuzi debaixo da gaveta (no compartimento do fundo falso). Os sordado vieram, quebraram tudo, inxero a casa de buraco de tiro, mas quando a guerra acabou nós chegô do Brejo (Triunfo) e nós chegô e tava lá os dois rife, a Puliça num achô.”

Uma bandeja em grosso alumínio era o prato utilizado pelo cangaceiro para sua alimentação. A casa ainda mantém-se de pé e é cuidada pela filha mais velha do casal que nos reconta essas histórias."

(Transcrito)
Fonte http://www.manaira.net
FUNAAD - Fundação Antônio Antas Diniz - Manaíra - PB
Foto Fundação Ct.

Fonte II: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Ofício das Espingardas

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