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terça-feira, 5 de novembro de 2013

LANÇAMENTO DOS LIVROS DE JOÃO DE SOUSA LIMA E GALDINO EM FOTOS.

Por: João de Sousa Lima
Zuca e Zé Carlos entrevistando João de Sousa Lima para a TV São Francisco
Eduardo, Raílda, João e Galdino.
 
Lançamento do livro Angiquinho, 100 anos de História e Lampião em Paulo Afonso através das fotografias do evento...

João, Gorete Guedes e Mônica
UNIASSELVI prestigia o evento com a presença de Hugo, Sergio e Cristiane
Nildinah, João, Galdino e Luiz Alberto
Guaxinin e Oscar Silva
Poeta Jurivaldo e Oscar Silva
Artesão Lourinaldo, João Lima e Jurivaldo

Sargento Lira, Letícia de Sousa Lima, João Lima e Stéfany de Sousa Lima
Valdira sempre apoiando os eventos culturais com sua presença
 
Val, Macário, Sávio, Fernando, João Lima, Galdino, Flávio Motta, cacau e Luis de Deus.
 
Hugo, João Lima, Sérgio e Cristiane.
Adicionar legenda

Admilson com sua esposa, Bernadete Lima, João Lima, Galdino, Fernando Iêdo Ferraz e Dom.
 
Osvaldo, Fernando, Dom, Bernadete, Manuel Lima, Otília, Marquinhos, João Lima e Galdino.
  
 Djalma, Luiz José, Marquinhos Patriota, João e Gal

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/
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LAMPIÃO Cangaceiro: 1898 – 1938 - Museu do Cangaço - Parte XII

Por: Hélio Pólvora


Focos de banditismo espocavam à farta na América Latina. O fenômeno do cangaço somente é brasileiro nas peculiaridades, guarda- roupa e cenografia. A neta de Lampião, Vera Ferreira, empenha-se em preservar a memória do avô e, alheia ao fato de ter sido ele malfeitor cruel ou justiceiro, cria o Museu do Cangaço com depoimentos, objetos e imagens — algo capaz de montar e sugerir um roteiro mais fiel do que a miscelânea de verdade e lenda.

Teria Lampião cometido todas as barbaridades que lhe imputam?, ela pergunta, e com razão. Histórias cruéis se sucedem. Exemplos: a esposa de um proprietário rural, de resguardo de um parto, em Simão Dias, foi estuprada e veio a falecer. A fazenda Aurora, invadida em ato de vingança, virou pó: casa-grande, curral e cercas queimadas, 40 vacas abatidas. A um potentado, trancou-lhe os testículos numa gaveta e foi-se com a chave, às risadas, deixando-lhe uma quicé afiada ao alcance da mão. Acusam-no de queimar o rosto de mulheres com ferro em brasa; de decepar orelhas e línguas; de arrancar olhos.

Há outras facetas do rei do cangaço: o que ia ao cinema em Capela, Pernambuco, com Maria Bonita, para um seriado americano de que gostava, e filmes de amor. Viram uns dez. Saíam antes do fim, se este não fosse feliz, amoroso. O que tinha o hábito de ler as revistas Fon-Fon, Noite Ilustrada e O Cruzeiro, e inspirar-se em poses fotográficas de Greta Garbo e Rodolfo Valentino, além de figurinos, que discutia com Maria Bonita. O letrista de canções regionalistas. O sanfoneiro. Aquele que trescalava perfume Fleur d´Amour, arriscando- se a que o farejassem mais rápido na caatinga. O apreciador do uísque White Horse. O que não se desfazia de máquina de costura Singer. O que se adornava de ouro roubado às madames e coronéis.

Esses pormenores levam certos intérpretes a vislumbrar e até mesmo ressaltar um vez o feminino no cangaço, porventura incitados pela moda atual de inclusão ampla de homossexuais, de quase pregação do homossexualismo e suas variantes.

É fato — o acervo fotográfico atesta-o em parte — que os vaidosos cangaceiros usavam brincos e colares, enchiam os dedos de anéis, tinham lenços de seda importados. Os de Lampião traziam bordadas as iniciais CVFL (Capitão Virgulino Ferreira Lampião). O capitão do cangaço tolerava a mancebia, os afrescalhados, consentia de bom grado que um cabra lhe fizesse cafuné. Assim diz Daniel Lins, autor de tese de doutorado sobre Lampião, na Sorbonne. Nega- lhe, paradoxalmente, a condição de gay. Não seria de estranhar se afirmasse. Até Jesus Cristo já foi recrutado. O historiador Frederico Pernambuco de Melo ameniza sugestões de tal ordem. A seu ver, o cangaço antecipou no Brasil a onda feminista: pela primeira vez, acentua ele, homens dividiam com mulheres os serviços caseiros; pela vez primeira as saias subiam acima dos joelhos e o machismo cedia terreno.

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Um dia inesquecível

Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa 

A dor e a tristeza de um ano atrás fizeram, pelos caminhos da superação e do reconhecimento, que este 1º de novembro se transformasse num dia muito, muitíssimo especial. Eis que os eventos alusivos a um ano de despedida terrena de Alcino Alves Costa, O Caipira de Poço Redondo, acertadamente abdicaram de toda relembrança dolorosa e melancólica para se transformar numa grandiosa comemoração pelos seus grandes feitos. 

A ideia surgiu do Padre Mário, um grande amigo de Alcino, que mesmo não estando mais prestando os serviços sacerdotais na Paróquia de Poço Redondo, decidiu que deixaria as distâncias e retornaria à cidade especialmente para tornar a data num evento sem igual em todo o sertão sergipano. Entrou em contato com familiares e disse o que desejava ter nesse dia: uma celebração da vida daquele que foi um verdadeiro guardião da história e da cultura do sertão.
 
 
 Padre Mário

No dia anterior e o Padre Mário já se fazia presente na cidade, sempre alegre e acolhedor, cheio de luz e encantamento, adorado indistintamente por todos, um jovem pregando os ensinamentos divinos a partir de uma cadeira de rodas, pois acometido de deficiência física que o impede de normalmente caminhar. E para sua imensa satisfação, eis que tudo saiu conforme o combinado. 

A partir das cinco da manhã fogos de artifício anunciaram que as comemorações estavam sendo iniciadas. As portas começaram a se abrir e as pessoas foram saindo de suas casas e seguindo em direção à Praça da Matriz. Nesta, uma banda marcial já estava em formação para dar início à alvorada festiva. E daí em diante as caixas, trompetes, tambores, clarinetes e outros instrumentos, começaram a espalhar pelos quadrantes da manhã aquelas músicas sertanejas tão apreciadas por Alcino. 

Em seguida, após passar defronte à residência de tantos anos do Caipira de Poço Redondo, todos seguiram rumo ao cemitério local. No campo santo, a visita ao túmulo e outras homenagens emocionantes. Após as dez foram iniciadas as visitas ao memorial provisório, cujo acervo é composto de originais de obras escritas por Alcino, manuscritos, correspondências, fotografias, além de objetos pessoais e placas recebidas como homenagens. 

Neste acervo, exposto exclusivamente para as comemorações, destacam-se os discos em vinil de música caipira, os livros publicados, as obras sobre o cangaço que serviam de leitura e pesquisa, e até “bonecas” de livros que ainda não foram publicados. Banners e fotografias enfeitavam as paredes e objetos típicos do sertão, além de plantas cactáceas, deram ao ambiente a rusticidade sertaneja tão admirada por Alcino. Os visitantes foram muitos, mas principalmente uma imensa leva de estudantes que chegavam para conhecer relíquias daquela pessoa tão importante no seu lugar. 

Às quatro da tarde a cavalaria sertaneja se reuniu defronte a Igreja Matriz. Cavaleiros enfeitados, com lanças e imponência sem igual, estavam prontos para a cavalhada. Cada aproximação da dupla de cavaleiros à entrada da matriz, com homem e animal se curvando em devoção, formava uma cena de indescritível beleza. E em seguida o aboio entoado do cavaleiro escolhido para cantar os feitos do grande homenageado.





Pelas ruas e em todo lugar, o ecoar das canções sertanejas compostas por Alcino. E todos aguardando ansiosamente a hora da missa. E que momento mágico a celebração comandada pelo Padre Mário, acompanhado do igualmente iluminado Padre Murilo. Com a igreja completamente tomada, pessoas em lágrimas e até desmaiando e outras absorvidas pela grandiosidade do momento, eis que surgem as vozes caipiras acompanhadas de violas, eis que surgem as velhas beatas entoando as rezas antigas escolhidas ao gosto do homenageado.

A igreja, ornamentado com banners e motivos sertanejos, proporcionava uma sensação da presença do próprio Alcino. E então Padre Mário se pôs a fazer com que os corações apertassem, as bocas silenciassem trêmulas e os olhos lacrimejassem. Um sermão para ficar eternamente guardado no coração de cada sertanejo, pois o sacerdote parecia mais iluminado do que tudo naquele momento. E depois as palavras de familiares e amigos e outras apresentações tipicamente sertanejas. 

Após a missa, já passando das nove da noite, dois eventos defronte a matriz: a apresentação de um grupo de xaxado e o lançamento da biografia do grande mestre sertanejo, além de farta comida típica para os presentes. Uma noite realmente inesquecível. Um dia que foi a verdadeira feição de Alcino. E certamente ele estava por ali todo contente, de sorriso largo e havaiana nos pés.



Poeta e cronista

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LAMPIÃO Cangaceiro: 1898 – 1938 - Misticismo - Parte XI

Por: Hélio Pólvora

A credulidade do sertanejo — e, de resto, de outros segmentos incultos — é (ou era) espessa e opaca. Anda sempre com o nome de Deus na boca, a propósito de tudo e de nada. Engrossa uma agenda de penúrias e expectativas de salvação que lhe endurece a alma, que o transforma em estoico extremado, sobretudo nas estiagens longas e advento da seca.

Pelo menos até um passado recente, o sertanejo fazia-se alto credor do Reino dos Céus, sem dar prioridade ao reino na terra pregado pela Teologia da Libertação — uma dissidência pragmática no apostolado católico submisso ao instalado poder de mando, a cuja sombra viceja. Promessas repetidas de satisfatória vida eterna cansam; melhor antecipar a participação na mesa do consumo.

É de lamentar-se, apenas, que tal mudança de rumo propicie a subida de notórios malfeitores sanguinários aos altares, para culto idolatra de setores de pensamento ideologicamente fanatizados. Seria este o caso do argentino-cubano Ernesto Guevara, em quem alguns exegetas ancoram o “guerrilheiro” Lampião, na qualidade de antecipador.

Mas o Rei Vesgo, vale repetir, não tinha programa revolucionário em mente. Era protagonista de uma revolta inconsciente, indefinida, mais de natureza pessoal, familiar e comunitária. Agia instigado por injustiças econômicas e sociais flagrantes, mas, crédulo que era do perdão divino (e da história, convém frisar), absolvido que se sentia pela bênção de padres, comungou com gosto e fervor espiritual de missas paroquianas.

Padre Cícero e Benjamim Abraão - o único homem que filmou Lampião nas caatingas do Nordeste Brasileiro

Além da devoção ao Padre Cícero, o taumaturgo de Juazeiro do Norte, até hoje cultuado pelas populações nordestinas como milagreiro, e em processo de santificação, Lampião desfrutou da amizade — e por que não dizer favores? — de alguns padres. O “Padim Ciço”, por exemplo, entregou-lhe a patente de capitão dos Exércitos Patrióticos, para que enfrentasse a Coluna Prestes – fato que só teria ocorrido uma vez, e antes. Nesse lance, Lampião julgara-se rastreado pela polícia.

O padre Artur Passos chegava ao povoado sergipano de Nossa Senhora da Conceição do Poço Redondo em lombo de burro, meados de agosto, para celebrar missas em louvor da padroeira. Hospedava-o Teotônio Alves Lima, o China, pessoa influente, de convidados à mesa, sabedor de sua amizade secreta com Lampião, sustentada pelo coiteiro Mané Félix.

O coiteiro de Lampião Mané Félix - O último coiteiro que esteve com Lampião antes da sua morte, na madrugada de 28 de Julho de 1938 ´na Grota de Angico - SE

Lá pelas tantas, avisado e fingidor, porque no púlpito combatia o cangaço, o padre sumia-se a cavalo, com o recadeiro e uma provisão de aguardentes e alimentos. No acampamento confessava os cangaceiros, absolvia-os e não desdenhava um baralho, durante horas, enquanto bebiam vinho de jurubeba e cachaça apurada. Segundo narra o cronista Rangel Alves da Costa, quando o fogo lhe subia às ventas Padre Artur danava-se a dedilhar uma sanfona.

Rangel Alves da Costa

Do exposto até aqui transparece que o cangaço, mais que banditismo foi um meio de vida. O próprio Rei Vesgo teria dito ao padre Emílio Ferreira, em 1929: “Hoje em dia a vida só é boa para o soldado e para o bandido”. O Brasil penava uma fase dura de insegurança institucional, estava longe da industrialização ensaiada por Getúlio Vargas. A crise do café, maior bem de exportação, deve ser pesada na Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo.

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Melhores Momentos do Cariri Cangaço 2013

  
Os Melhores Momentos do Cariri Cangaço 2013, você vai ver na
noite desta terça-feira; dia 05 de novembro,
às 19 horas na Reunião GECC - Cariri Cangaço.
Você não pode perder !

Lançamento do Clip Cariri Cangaço 2013

Teremos também a entrega do Certificado de Amigo do Cariri Cangaço ao Presidente da OAB Ceará, Dr. Valdetário Monteiro.

NOITE CARIRI CANGAÇO - GECC
Nesta terça-feira, dia 05 de novembro
19 horas

AUDITÓRIO DA ABO
Rua Gonçalves Ledo, 1630, próximo a Av. Heraclito Graça
Aldeota, Fortaleza -CE

Manoel Severo
Ângelo Osmiro

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Justa Homenagem

Antonio José de Oliveira

O blog do Mendes e Mendes acabou tornando-se ponto de encontro dos muitos amigos que pesquisam, estudam, discutem e são verdadeiros apaixonados pela temática do cangaço em nosso Brasil. Uns famosos, outros com certeza no mesmo caminho; uns curiosos, participativos, outros ensaiando comentários, enfim.

Hoje o nosso blog  resolveu prestar uma justa homenagem a um dos mais assíduos leitores de nosso http://blogdomendesemendes.blogspot.com, o amigo Antonio José de Oliveira, lá de Serrinha, no Estado da Bahia, aposentado como Agente de Tributos da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, natural do Município de Riachão do Jacuípe, mas reside no Povoado de Bela Vista.

Ficheiro:Rio da Roda (Povoado de Bela Vista.JPG
 pt.m.wikipedia.org 
 
Formado em Teologia, Pedagogia e fez pós-Graduação em Psicopedagogia e Psicanálise Clínica. O seu TCC em Psicopedagogia foi escrito sobre o cangaço. Assim, ficou apaixonado pela história do cangaço.

Mexeu com cangaço, foto de cangaceiro

O Antonio José de Oliveira muito tem enriquecido mais ainda o  nosso blog, com seus oportunos comentários, dúvidas, reflexões, provocando a interação que só é possível através deste maravilhoso mundo virtual, e já é o campeão de postagem de comentários nas muitas matérias de nosso blog.

A você nosso grande Antonio José de Oliveira, o  abraço de todos nós: organizadores, escritores, pesquisadores e leitores deste blog.