Por Tâmis Parron
Depois de 18
anos de cangaço, Virgulino Ferreira da Silva já tinha levado balaços no ombro e
na virilha e perdido o olho direito. Mas ninguém acreditava que Lampião
morreria. Nem Joca Bernandes, que mostrou à polícia o esconderijo dele e de seu
bando: a fazenda Angico, em Sergipe.
Após a denúncia, uma equipe partiu da
cidade de Piranhas (AL), para cortar a cabeça do cangaceiro.
Depois de
saques, estupros, sequestros e mortes em sete Estados nordestinos, parecia que
tudo conspirava para que o Rei do Cangaço morresse entre 5h e 5h30 de 28 de
julho de 1938. Lampião e seu grupo dormiram no leito seco de um rio, cercados
por xiquexiques e aroeiras ao fundo e encostas aos lados. Naquela madrugada,
sinos amarrados em arames ao redor da toca não foram instalados. E até os cães,
que costumavam latir diante de intrusos, permaneceram misteriosamente quietos.
A última
batalha - Quinze minutos
que silenciaram o cangaço
1. Corpo
fechado
Às 5 horas, os
48 policiais se dividem em quatro grupos. O que avança pelo leito seco do rio
chega antes ao esconderijo. Os soldados dão de cara com o cangaceiro Amoroso,
que buscava água para o café, e começam a atirar. A 2 metros dos policiais, ele
não é atingido.
2. Queixo de
vidro
Acordado pelos
tiros, o grupo reage a bala. Em 15 minutos, 11 dos 30 homens e seis mulheres
são mortos. Lampião, em frente a sua barraca, é um dos primeiros a cair,
atingido por tiros no tórax e na cabeça. Todos os capturados são decapitados.
3. Duelo.
O policial
Adrião de Souza espanca o cangaceiro Mergulhão, dizendo “Morre, bandido da
peste!”. A humilhação provoca o cangaceiro Balão, que parte para um
corpo-a-corpo com o policial. Na confusão, cada um encosta o fuzil no outro.
Mergulhão leva um tiro na perna; Adrião, um tiro fatal. Foi o único policial a
morrer no cerco.
4. Cara-de-pau.
Como as roupas
dos cangaceiros são pouco diferentes da indumentária policial, que já adotara o
chapéu de couro e as perneiras, o cangaceiro Zé Sereno tem uma ideia marota.
Corre em direção aos policiais dizendo “não atirem, sou companheiro”. Consegue
passar entre eles e fugir.
5. Degolada
viva.
Maria Bonita é
ferida no ventre e nas costas logo no início do ataque, mas se mantém
consciente. A mulher de Lampião agonizou até o último estampido de fuzil. Foi
degolada pelos policiais ainda viva, gritando e esbracejando.
6. Palavra de
macho;
Fugindo dos
tiros, Luiz Pedro, braço direito de Lampião, teria ouvido de Maria Bonita:
“Luiz, você não prometeu morrer quando Lampião morresse?”. O jagunço lembra da
promessa ao chefe e marcha rumo aos policiais. “Um pernambucano morre, mas não
quebra a palavra”, teria dito antes de morrer
7. O melhor
amigo do homem.
Quando o
tiroteio acaba, os homens do governo avançam sobre o corpo de Lampião para
cortar-lhe a cabeça. É quando os cães do bando se põem de guarda, latindo ao
lado do cadáver. Os policiais decidem descarregar chumbo nos animais para poder
decapitar o rei destronado.
8. Tesouro
pirata.
Duas máquinas
de costura e algumas moedas de ouro antigas (uma de 1776) são retiradas do
esconderijo. A polícia consegue encher duas bacias com joias e 5 quilos de
ouro. Com Lampião, são achados 1000 contos de réis, o que, segundo o
historiador Antônio Amaury de Araújo, valem hoje cerca de 4 milhões de reais.
http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/161/artigo242481-2.asp
Um pouco sobre o cangaceiro
Luiz Pedro
Por José Mendes Pereira
Luiz
Pedro e sua companheira Neném
Luiz Pedro
Cordeiro era o seu nome verdadeiro; Luiz Pedro da Canabrava ou ainda Luiz Pedro
do Retiro. Era Pernambucano da gema, lá da cidade Triunfo. Foi um dos amigos de Lampião que o acompanhou até a morte, na madrugada de 28
de julho de 1938, lá na Grota de Angico, no Estado de Sergipe. Era um dos
maiores astros da Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia. Assim como Mariano, preservou o seu verdadeiro nome no cangaço. Aos 14 anos
decidiu fugir da companhia dos pais, e sem muita demora, foi contratado por
Lampião para participar do seu respeitado bando.
Essa sua decisão deixou seus familiares em choques. Dizia ele que era
semelhante a urubu, e tinha o mesmo valor de um palito de fósforo riscado.
Participou da invasão de Mossoró no dia 13 de junho de 1927, tendo a glória de
chegar à Serra da Baixa Verde, em Triunfo, que de lá tomaram rumo às terras
baianas, apenas oito cangaceiros, inclusive Lampião.
Aos vinte e três anos de vida, fez visita à cidade de Princesa, na Paraíba, e
lá, juntamente com os seus companheiros, exterminaram a vida de sete pessoas,
inclusive um menino de doze anos, de nome Pedro Valdivino.
Luiz Pedro
participava do comando maior do cangaço. Apesar de ser calmo, mas era valente
ao extremo. O rei tinha o maior respeito a Luiz Pedro, e foi o seu comandado
mais fiel. Compadre do rei e da rainha do cangaço. Apesar de ter assassinado por acidente o Antonio Ferreira da Silva, o irmão de
Lampião, e muito prosar com Maria Bonita, tinha um respeito pessoal e consideração ao casal. A amizade de Luiz Pedro com
o casal era mútua. Pelo seu comportamento calmo, ganhara carinhosamente dos companheiros, o apelido de príncipe do cangaço.
A sua companheira era a Neném, lá da Bahia, mas ela faleceu ainda muito
jovem em combate, no ano de 1936, lá no município de Mocambo, nas adjacências
do Rio São Francisco. Com a sua morte, Luiz Pedro caiu em profunda tristeza,
pois muito a amava.
Era um dos cangaceiros mais rico do bando, tão rico que quando o policial Mané
Véio o assassinou lá na Grota de Angico saqueou toda sua riqueza,
levando consigo: joias, prata, ouro, dinheiro etc. E com o saque do cangaceiro,
Mané Véio tornou-se o policial mais rico de Santa Brígida, lá no Estado da
Bahia, na terra de Maria Bonita).
Fonte de pesquisa:
Lampião Além
da Versão – Mentiras e Mistérios de Angico - Alcino
Alves Costa
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpmonhasimpleshistorias.blogspot.com