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sábado, 6 de julho de 2024

BACURAU

 Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.072

ALUNOS EXIBEM UM DOS NOSSOS LIVRO.

A região do Bairro são Pedro, em Santana do Ipanema deve ter sido iniciada desde os tempos da Rua, hoje Antônio Tavares, a primeira de Santana do Ipanema, após o quadro comercial. Um prolongamento da rua já consolidada.  Somente em 1935 ou 37 foi inaugurada a Igreja de São Pedro. “O Bacurau”, ou Escola Batista Accióly, foi erguida na mesma década da Igreja em tempo revolucionário no Brasil. Foi ali criada essa escola para os adultos que trabalhavam pelo dia e não podiam estudar nos dois primeiros turnos. Como essa escola funcionava à noite, ganhou o apelido popular de “Bacurau”.  Os próprios revolucionários diziam que aquilo fora benefício da revolução. Continua com a mesma estrutura: um vão apenas (um salão grande) rodeado de janelas de madeira bruta.

Ainda alcancei o “Bacurau”, como adolescente e nela estudei particularmente com o professor Agilson que trabalhava no DNER, se não me engano e, foi assassinado num acidente de trânsito em Maribondo. O prédio já estava ocioso e a turma grande que ali estudava pelo dia, pagava ao professor e tentava passar no exame de Admissão à quinta série do Ginásio Santana. Pior do que um vestibular. Lembro quando o professor, muito competente, mas um pouco pernóstico, saiu apontando alguns alunos dizendo os que seriam aprovados no Exame de Admissão. Coisa ridícula que não poderia dizer, uma humilhação para o restante. Entre os que seriam aprovados, segundo ele, fui apontado. E de fato fui aprovado.

O “Bacurau” transformou-se em biblioteca de bairro. Na última vez que andei ali foi para ministrar palestra a uns pequenos de escola particular, quando falei completo do Bairro São Pedro, onde estava situada a escola. Porém, fiquei triste com a tão pouca quantidade de livros nas prateleiras da Biblioteca. E olhe que o salão, quando abertas todas as janelas, entra uma claridade natural tão agradável que dá gosto se estudar naquele ambiente. Quanto ao nome Batista accióly, foi como ficou conhecido um dos governadores de Alagoas e que era filho do Litoral Norte de Alagoas. Ouvi uma pessoa intelectual (já falecida) dizer que o Accióly seria um médico. Descobri por acaso que fora governador com esse sobrenome usado na política.

De qualquer maneira o “Bacurau foi também um dos fatores de impulso do Bairro São Pedro.



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O CRISTO DOS ATEUS

 Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 071

CRISTO DESPREZADO POR TRÁS DA IGREJA DO CRUZEIRO (FOTO: B. CHAGAS).

Quando o, então, prefeito Genival Tenório colocou três imagens no Morro do Pelado, Cristo Crucificado, Frei Damião e padre Cícero, atualizou a denominação do Monte para “Alto da Fé”. O cimo do serrote recebeu um bar ao lado das imagens que virou lugar suspeito e houve profanações das três imagens ali colocadas. Frei Damião de verdade morrera no governo do prefeito Paulo Ferreira que o homenageou com uma pracinha no Bairro Camoxinga, no centro dispersor de três ruas. No governo do prefeito, Isnaldo Bulhões, das três imagens profanadas no Serrote do Pelado, foram retiradas duas. Padre Cícero foi parar em pedestal diante da sua igrejinha no Bairro Lajeiro Grande. Sábia decisão. A imagem de Frei Damião, foi removida para a praça construída por Paulo Ferreira em homenagem. Sábia decisão.

Assim, das três imagens profanadas, somente o Cristo Crucificado permanecia no serrote (pequena serra). Não sabemos dizer porque o prefeito Isnaldo Bulhões deixou de remover a imagem principal. Mas, no apagar das luzes do governo Marcos Davi, alguém da prefeitura consultou-me onde deixar a imagem do Cristo. Apontei o Alto do Cruzeiro, o maior ponto turístico de Santana do Ipanema e tradicionalmente o monte sagrado de visitas em multidões de épocas de Semana Santa, o mirante da cidade mais completo e natural. Lá estavam desde o primeiro dia do Século XX um cruzeiro de madeira marcando seu início e uma igrejinha construída em 1915. Cristo foi jogado como um lixo, escondido por trás da igrejinha, Onde as intempéries que já destruíra duas igrejinhas ali implantadas, destruíam impiedosamente o Cristo desprezado.

Não quero culpar o prefeito Davi, mas pelo menos ele deveria ter inspecionado o local. E se a imagem do Cristo ainda estiver no mesmo canto, apelamos para o Departamento de Cultura da atual gestão municipal, que seja restaurada a imagem e feita as devidas correções (O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) como sugere o texto. Basta um Pôncio Pilatos e um Herodes na história.

Quanto ao Frei Damião, está precisando de mais atenção para melhorar a sua imagem em uma pracinha que quase foi acabada com tanta coisa negativa que houve por ali. Também está precisando alguns ajustes para embelezá-la tornando o trecho mais belo, mais atraente.

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ESCRAVO REPRODUTOR' TEVE MAIS DE 200 FILHOS E VIVEU 130 ANOS, AFIRMA FAMÍLIA

Do acervo da Patrícia F. Gibim

Como era alto - tinha 2,18 m - e, na época, acreditava-se que homens com canelas finas gerariam filhos do sexo masculino, foi escolhido para se deitar com as escravas e gerar mais mão de obra.

Também cuidava dos cavalos e era responsável pelo transporte de correspondência entre a fazenda e a cidade.

Segundo a neta, foi como 'correio' que ele conheceu a esposa. "Ele ia buscar as cartas em São Carlos e, quando passava, via uma moça magrinha, barrendo, barrendo", contou Madalena.

Um dia, ele pediu a mão da moça e, com o "sim", colocou a jovem na garupa e rumou para a fazenda. Foi celebrado o casamento e Roque ganhou dos patrões 20 alqueires de terra. Depois de gerar mais de 200 filhos na senzala, era hora de formar a própria família com Palmira, com quem teve mais nove crianças.

Multitarefa

Sem arame para cercar todo o terreno, Pata Seca acabou perdendo grande parte da propriedade. Para sustentar a família, fazia canecas e assadeiras com lata, criava galinhas, plantava abobrinha e mandioca e preparava rapaduras. Depois, saía para vender os ovos, utensílios e doces por fazendas da região.

"Ele tinha um cavalinho e, como era muito grande, arrastava os pés no chão. Falavam que ele ia acabar matando o animal e ele dizia que não, que era o ganha pão dele", afirmou Madalena.

Amigo de Roque, Marcílio Corrêa Bueno, de 88 anos, se lembra dessa época. "Eu morava na fazenda Grande e, nesse tempo em que eu morei lá, ele ia vender ovo, frango, rapadura. Fazia uma rapadura! De coco, abóbora, mamão, leite, cidra...".

"Se dava com todo mundo, meu pai se dava muito com ele", lembrou o aposentado, recordando ainda que Pata Seca era religioso e costumava realizar festas no sítio em homenagem a São João, sempre recebendo bem os convidados.

Memórias

Madalena também guarda memórias do convívio com o avô e não esconde o orgulho ao falar dele.De pequena, lembra-se de Roque sempre de camisa branca e postura ereta.

Conta que Pata Seca fazia questão de varrer todos os dias a parte ao redor da casa do sítio, cercada por mangueiras, e que o café era preparado por tio Zé. Roque sempre comia fubá mexido na panela com banha de porco e café preto, e levava o café para Palmira, que ficou cega depois de complicações em um dos partos. Já no almoço, costumava comer arroz e feijão com torresmo ou frango.

Para dormir, deitava-se em uma cama de tarimba com colchão de palha de milho. Para os netos, foi dessa cama que caiu o prego que feriu o pé do avô. "Pegou bicheira. Usaram o remédio da senzala - fumo, urina e álcool - e uma moça cuidava, mas ela viajou para Rio Preto e ele piorou", disse Madalena.

Internado na Santa Casa de São Carlos, Roque morreu em fevereiro de 1958, apenas três meses depois de participar do desfile de aniversário da cidade como o homem mais velho do município.

Fatos curiosos

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LÚCIA ROCHA - RESENHA DO CANGAÇO - EPISÓDIO 9

 Por Lemuel Rodrigues

https://www.youtube.com/watch?v=l_jjYAiIXA8&ab_channel=ResenhadoCanga%C3%A7o-LemuelRodrigues

No Episódio 9 do Resenha do Cangaço estamos recebendo a jornalista e escritora Lúcia Rocha, autora da obra Rodolfo Fernandes - o menino que enfrentou Lampião. Um papo sobre infância, adolescência, vida empresarial e política do herói da resistência. Apoie o Resenha do Cangaço ! Telefone para contato (84) 988793893

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LAMPIÃO EM DATAS

 Por Anildomá Willans

Próximo domingo, se vivo fosse, Virgolino Ferreira da Silva, estaria completando 127 anos. Conforme sua certidão de nascimento, ele veio ao mundo no dia 07 de julho de 1897, no Sítio Passagem das Pedras, em Vila Bela, atual Serra Talhada.

Filho de José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação, tiveram os seguintes filhos:

Antônio Ferreira

Livino Ferreira

Virgolino Ferreira

Virtuosa Ferreira

João Ferreira

Angélica Ferreira

Ezequiel Ferreira

Maria Ferreira

Anália Ferreira.

O primeiro da Lista – Antônio – era meio irmão dos demais.

Dona Maria, antes de contrair matrimônio com José, morava nas proximidades da vila São Francisco e namorava um rapaz da família Nogueira, do qual engravidou. Mas o mesmo, metido a valentão e filho de gente rica, não quis casar-se, deixando a jovem em desolação.

Certo rapaz, das bandas de Triunfo, Pernambuco, trabalhava como tropeiro e tinha a vila como ponto de parada para descanso e recompor as forças da tropa de burros como seu roteiro quando se dirigia em suas andanças para o Ceará, Alagoas e Bahia, e há muito tempo flertava a mesma moça, mas nunca quis se chegar, pelo fato de vê-la comprometida.

Porém, quando soube do acontecido, procurou-a e propôs casamento, assumindo a paternidade da gravidez.

Recebeu de presente do sogro uma faixa de terra – o Sítio Passagem das Pedras – e tiveram o restante dos filhos e filhas.

O terceiro filho – Virgolino – de acordo com sua certidão de nascimento, que se encontra no cartório de registro civil de Tauapiranga (São João do Barro Vermelho, distrito rural de Serra Talhada), no livro nº 21, Folha 8, nasceu no dia 07 de julho de 1897, uma terça-feira. E, segundo seu batistério, que se encontra na Diocese de Floresta, no livro 13, página 145, nº 463, consta que ele nasceu em 04 de junho de 1898.

Mais duas filhas tiveram o casal: Maria do Socorro e Maria da Glória. Ambas tiveram morte prematura.

Era costume, naquele tempo, quando as mulheres estavam nos dias de darem à luz, ficarem nas casas dos pais.

Por isso, todos os rebentos nasceram na casa da avó materna, Dona Jacosa, que morava a umas trezentas braças de distância.

Somente com alguns dias, após o resguardo, que durava em torno de trinta dias, era que voltava para casa.

Virgolino, ao nascer, a avó, que a estas alturas tornara-se viúva, agradou-se tanto do neto, que ficou com ele para lhe fazer companhia. Portanto, nasceu e se criou na casa da avó.

Segundo os moradores mais antigos daquelas bandas, a parteira que segurou Virgolino ao nascer e, ao que tudo indica, de todos os rebentos da casa, foi uma senhora chamada Antônia Tonico, moradora da Fazenda Situação.

Como naquela época não havia escolas na região e Virgolino era o mais interessado dos irmãos para aprender a ler e escrever, estudou alguns meses com os professores Domingos Soriano Lopes e Justino Neneu. O primeiro era parente da família pelo lado materno.

A família vivia da agricultura, do criatório de bode e da almocrevia.

Já com dezesseis anos de idade, saía com a burrama do Sítio Passagem das Pedras para Rio Branco, onde comprava, vindos do Recife ou do Sul do estado, caixas de gás, caixas de bebidas Gato Preto, Old Tom, açúcar refinado, arroz branco, roupas e tecido, bolachas marca “Sertaneja” de Pesqueira – PE. Outras novidades em bugigangas.

Tinha as pessoas certas para entregar esses produtos. No caso de Vila Bella, um deles era Cornélio Soares quem recebia para comercializar. Entregava também para outras cidades, como Belmonte, Ouricuri, Triunfo, Cabrobó, Petrolina e até outros estados, como Alagoas, Paraíba e Ceará. Foi nestas viagens que começou a conhecer palmo a palmo, ponto a ponto do Nordeste, que lhe viria ser útil na futura vida do cangaço.

Ao mesmo tempo, nos dias de feira das cidades, ele vendia produtos fabricados por ele mesmo. Em Vila Bella era muito conhecido quando vinha com seus artefatos de couros confeccionados por suas próprias mãos, com perfeito acabamento e detalhes artísticos: alforge, chibata, colete, gibão, luvas, arreios, cartucheiras, selas, etc. Instalava sua banca ou forrava o chão com esteira ao lado da Igreja do Rosário, onde funcionava a feira livre nos tempos idos.

Virgolino tocava sanfona nas festas da redondeza, escrevia poesias e no repente desafiava os melhores repentistas da ribeira, confeccionava artefatos em couro e madeira, corria vaquejada e pega de boi no mato.

Quando se tratava de trabalhar, era um verdadeiro furacão em tudo que fazia: na roça, na compra e venda de mercadorias que transportava em lombo de burro.

SEGUE ABAIXO CRONOLOGIA DE LAMPIÃO

7 de julho de 1897 nasce Virgolino Ferreira da Silva, em Vila Bella, atual Serra Talhada - PE. Filho de José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação, ou Maria Lopes.

Em 1905, faz a primeira Comunhão, na vila São Francisco.

Em 1912, foi crismado, também na vila São Francisco. Já trabalhava na agricultura, vindo a ser almocreve, feirante, artesão e vaqueiro.

Em 1916, começa a rixa com Zé Saturnino.

Primeiro confronto armado entre os Ferreira e Zé Saturnino com sua gente.

1917 – Na tentativa de evitar mais conflitos, Zé Ferreira, homem calmo e sensato, vende suas terras e vai morar na fazenda Poço do Negro, próximo ao povoado de Nazaré do Pico, em Floresta - PE.

10 de fevereiro de 1918 – Zé Saturnino vai buscar um dinheiro em Nazaré do Pico, quebrando um acordo de não ir à cidade onde a família Ferreira morava. Ele então é emboscado por Virgolino e seu primo Domingos Paulo. No dia seguinte Zé Saturnino, acompanhado por 15 homens, cerca a fazenda Poço do Negro, residência dos Ferreira. No conflito, um dos homens de Saturnino é baleado, o cabra Zé Guedes.

1919 – Nazaré do Pico é invadida por Jacinto Alves de Carvalho. Virgolino defende o povoado.

José Alves Nogueira, tio de Zé Saturnino, é emboscado por Virgolino Lampião. João Flor, padrinho de Virgolino, vai até o local do embate, pensando que era Jacinto novamente atacando o povoado. Contudo, ele descobre que o ato fora cometido por seu próprio afilhado, iniciando um atrito entre ele e os Ferreira.

Maio de 1920 – A família Ferreira resolve largar tudo em Nazaré e vão para terras distantes. Mudam-se para o Estado de Alagoas. Mesmo estando em Alagoas, Saturnino continua as provocações contra os Ferreiras, através de cartas enviadas ao delegado Amarílio. Certo dia Zé Ferreira manda o filho João Ferreira comprar remédio para um sobrinho doente. O delegado Amarílio prende João Ferreira, como provocação. Maria Jacosa, mãe de Lampião, fica preocupada e resolve ir embora da região. Ela adoece e morre na fazenda Engenho de Luiz Fragoso. Dezoito dias após sua morte, Zé Ferreira, pai de Lampião, é morto pelo tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão e os irmãos Ferreira resolvem entrar de vez na vida do cangaço.

Virgolino assume a condição de cangaceiro para vingar seu pai. Entra no bando de Sinhô Pereira e Luís Padre, onde se revela um líder nato.

1920 - Lampião junta-se ao cangaceiro Antônio Matilde e ataca por diversas vezes a fazenda Pedreira, pertencente a Zé Saturnino. Dos cabras que acompanhavam Lampião, podemos destacar os cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira (Vassoura), Antônio Rosa, Baião, Manoel Tubiba, Cajazeira, Baliza, Zé Benedito, Olímpio Benedito e Manoel Benedito.

Ze Saturnino vendo prejuízos a seu gado e à sua fazenda, procurou seu tio, o famoso cangaceiro Cassimiro Honório, que trouxe vários cabras para defesa da fazenda do sobrinho. Lá, alguns combates com o bando de Lampião foram travados. Entres os cabras de Ze Saturnino podemos citar Nego Tibúrcio, Zé Guedes, Zé Caboclo, Vicente Moreira, Batoque e o famoso Marcula.

Em 1921, Lampião e o bando cerca a casa de Zé Saturnino - seu primeiro inimigo - na fazenda Pedreira, quando a mãe do mesmo intercede em favor do filho, pedindo que o cangaceiro poupe sua vida.

8 de agosto de 1921 – Combate na centenária fazenda Carnaúba, em Serra Talhada (PE), entre Sinhô Pereira e capitão Zé Caetano sendo morto o cangaceiro Luiz Macário, e vitória da força volante.

Setembro de 1921 – Combate na fazenda Feijão entre Sinhô Pereira e tenente João Marques de Sá. Vitória dos cangaceiros sem morte nenhuma.

Outubro de 1921 – O bando de Sinhô Pereira e Lampião vai para o Ceará, onde travam combate na fazenda Mandaçaia, não sofrendo nenhuma baixa em ambas as partes. Quatro dias depois travam combate na vila de Coité morrendo um soldado e saindo dois bandidos feridos. Depois houve outro combate onde foi morto o cangaceiro Pitombeira e saíram feridos o cangaceiro Lavandeira e dois soldados.

18 de julho de 1922 – Combate em Poço da Areia (AL) contra a força de 120 soldados do tenente Medeiros, além de parte da família Quirino. Baixas após assalto: O sargento Agapito e dois soldados, contra 20 cangaceiros de Lampião. Neste combate saiu gravemente ferido o cangaceiro Fiapo I, sendo morto por Lampião depois.

Agosto de 1922 – Devido aos pedidos da família, o cangaceiro Sinhô Pereira vai embora da fazenda Preá, no Ceará, com destino a Goiás, para juntar-se ao primo e ex-cangaceiro Luiz Padre.

Em1922 Lampião recebe de Sinhô Pereira a chefia do grupo.

20 de outubro de 1922 – Invasão de São José do Belmonte (PE) onde é morto o rico comerciante e chefe político, coronel Luiz Gonzaga Lopes Ferraz. Lampião não tinha nenhuma inimizade com o coronel mas atacou a cidade e matou o comerciante a pedido de Yoyô Maroto, parente de Sinhô Pereira e inimigo político de Gonzaga. Depois disso a viúva vai embora do estado.

Lampião assalta a residência da Baronesa de Água Branca, na cidade de Água Branca (AL), roubando aí grande quantia em dinheiro, sendo pela primeira vez comandante de um grupo próprio.

31 de julho de 1923 – De surpresa, Lampião entra em Nazaré do Pico e vai ao casamento de sua prima e ex-amor de infância Maria Licor Ferreira com Enoque Menezes com o intuito de acabar o casamento sendo repelido pelo padre Kerlhe que pede para ir embora e deixar o casamento acontecer. Ele decide ir embora, mas deixa a ordem para ninguém no povoado dançar.

1 de agosto de 1923 – Combate na praça de Nazaré entre Lampião e a força do sargento Sinhorzinho Alencar com a ajuda dos civis nazarenos João Flor, Euclides Flor, Manoel Flor, Davi Gomes Jurubeba, Pedro Gomes de Lira e Zé Saturnino e mais seis homens. Lampião vai embora. Depois desse ocorrido João Flor consegue alistar sua família na Força Volante de Combate ao Banditismo de Pernambuco por influência dos irmãos Pessoa de Queiroz. Tem início a Força de Nazaré, a mais ferrenha perseguidora de Lampião.

12 de agosto de 1923– Combate na fazenda Enforcado, na Serra do Pico, em Floresta (PE) entre o grupo de Lampião e os nazarenos. Saíram feridos o bandido Miguel Piloto e os nazarenos Pedro Gomes de Lira, Olímpio Jurubeba e Adão Thomaz Nogueira.

5 de janeiro de 1924 - Lampião invade a cidade de Santa Cruz da Baixa Verde - PE em busca de matar o seu ex-amigo Clementino Quelé. Nesse combate Lampião incendiou 3 casas e foi repelido pela força policial comandada pelo tenente Pedro Malta. Nesse combate morreram Pedro Quelé e Alexandre Cruz, ficando ferido Deposiano Alves Feitosa.

11 de janeiro de 1924 - Lampião ataca novamente Santa Cruz da Baixa Verde - PE. Foi repelido por Clementino Quelé, que depois entrou na polícia.

Janeiro de 1924 - Lampião ataca o povoado de Tupanaci (Santa Maria), em Mirandiba - PE onde na ocasião encontrava-se um pequeno grupo de cangaceiros comandados por Tibúrcio Severino dos Santos, vulgo Nego Tibúrcio, ex-cabra de Zé Saturnino e odiado por Lampião. Lampião então entra em combate e mata Tibúrcio e seus cabras.

Março de 1924 - Combate de Lampião na Serra do Catolé, em São José do Belmonte - PE. Lampião é gravemente ferido no pé, sendo cuidado pelo Dr. José Cordeiro e pelo Dr. Severino Diniz, da cidade de Triunfo - PE. A pedido do padre Kerlhe, pensou em se entregar para a polícia, mas depois voltou atrás e continuou no cangaço.

27 de julho de 1924 - Lampião manda um subgrupo com 84 cangaceiros, tendo o comando dos cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira, Sabino Gomes, Paizinho, Meia-Noite e o fazendeiro Chico Pereira atacar e saquear a cidade de Sousa - PB. Tudo na cidade virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio, residências, tendo a cidade um prejuízo incalculável. O principal alvo era o coronel Otávio Mariz, desafeto de Chico Pereira, que fugiu. O juiz Dr. Archimedes Soutto Mayor foi humilhado em praça pública pelo bando. O destacamento local era comandado pelo tenente Salgado, que nada pôde fazer. Depois desse ataque, o coronel Zé Pereira, de Princesa Isabel - PB, nunca mais deu proteção ao cangaceiro.

14 de novembro de 1924 – Lampião ateia fogo na casa da fazenda Lagoa do Mato, de Pedro Thomaz Nogueira, sendo perseguido pelos nazarenos Manoel Jurubeba, Manoel Flor, Inocêncio Nogueira e Levino Caboclo até chegar na fazenda Baixas de Antônio Feitosa, em Floresta - PE. Lá houve novo combate entre Lampião, com quinze a vinte homens, contra os nazarenos Euclides Flor, Olímpio Jurubeba, Elói Jurubeba, Pedro Lira, Abel Thomaz, Manoel Thomaz e Davi Jurubeba, que saiu ferido no tornozelo. Foram mortos o Manoel de Margarida e os nazarenos Olímpio Jurubeba e Inocêncio Nogueira.

11 de fevereiro de 1925 - Lampião entra pacificamente na cidade de Custódia - PE.

20 de fevereiro de 1925 - Lampião tenta entrar pacificamente na vila de Espírito Santo, município de Tabira - PE nos dias de hoje, para visitar seu primo Herculano Ferreira, porém é surpreendido por um ataque da Família Gomes dos Santos, importante família do Pajeú daquela época com vários fazendeiros em Serra Talhada, Floresta e na Vila de Espírito Santo, Tabira. O ataque foi comandado pelo Tenente Anselmo Saraiva de Moura, vindo de Serra Talhada, que havia comprado uma grande fazenda no Sitio Cajá, tendo trazido a sua família para morar e defender aquela vila.

4 de julho de 1925 - Lampião ataca a fazenda Melancia, em Flores - PE. O proprietário Zé Calu é violentado pelo grupo. Em seu socorro vieram os sargentos Imbrain e Zé Guedes, que com trinta soldados vão atrás do grupo, que se aloja na fazenda Barra do Juá, onde são mortos dois cangaceiros. Dali, os cangaceiros vão para o sitio Tenório, em Flores - PE, onde o soldado Berlamino Morais em pleno combate viu um vulto de cangaceiro em cima de uma pedra gritando e atirando. Belarmino então atira e mata. Era o cangaceiro Levino Ferreira da Silva, irmão de Lampião. No outro dia, ao saber disso, o capitão Zé Caetano e o cabo Pedro Monteiro vão até a fazenda Tenório e encontram os três corpos sem as cabeças, prática esta utilizada pelos cangaceiros para dificultar o reconhecimento pela polícia.

14 de novembro de 1925 – Combate na fazenda Xique-Xique, em Serra Talhada - PE entre Lampião e a força volante composta de Euclides Flor, Manoel Flor, João Jurubeba, Aurelino Francisco, Hercílio Nogueira, Ildefonso Flor e o rastejador Batoque. Neste combate é morto o soldado Ildefonso Flor. Dois cangaceiros são capturados, Mão Foveira e Cancão.

4 de fevereiro de 1926 – Combate na fazenda Caraíbas, em Floresta - PE entre Lampião com sessenta cangaceiros e a força volante do tenente Optato Gueiros com trinta e cinco soldados. O tenente Higino Belarmino, o cabo Manoel de Souza Neto e o rastejador Batoque saíram feridos. Foi morto os soldados Aristides Panta, Benedito Bezerra de Vasconcelos e Antônio Benedito Mendes e também seis cangaceiros de Lampião.

18 de fevereiro de 1926 – Ataque de Lampião a Nazaré do Pico com cinquenta cangaceiros. No povoado estavam apenas Lúcio Nogueira, Abel Thomaz, Aureliano Nogueira, Manoel Jurubeba, Gomes Jurubeba e João Jurubeba. Depois chegou Odilon Flor com Euclides Flor, Vicente Grande, Manoel Lira, Antônio Capistrano e Quinca Chico. Lampião recuou que com raiva tocou fogo nas fazendas de Euclides, João Flor, Afonso Nogueira e Praxedes Capistrano.

20 de fevereiro de 1926 – A Coluna Prestes passa próximo ao povoado de Nazaré com seiscentos homens sendo perseguida pela força legalista comandada pelo major Otacílio Fernandes, que ao entrar no povoado trocou tiros por engano com os habitantes.

23 de fevereiro de 1926 - Lampião ataca a fazenda Serra Vermelha, em Serra Talhada - PE e Antônio Ferreira mata Zé Alves Nogueira, tio de seu inimigo Zé Saturnino. Zé Nogueira havia sido sequestrado pela Coluna Prestes na passagem da mesma pela região e tinha acabado de chegar em casa cansado da violência sofrida pelos revoltosos. Sua morte gerou grande ódio na família Nogueira.

12 de março de 1926 – Lampião recebe a patente de capitão do Exército Patriótico de Padre Cícero em Juazeiro do Norte - CE. Lampião tinha bastante respeito e devoção ao padre e sua chegada na cidade foi com festa, sendo até entrevistado. Foi a última vez em que reuniu toda a família para tirar uma foto. Recebeu muita munição e ordens para combater a Coluna Prestes.

20 de abril de 1926 - Lampião ataca o povoado de Algodões, que se encontrava com os soldados doentes de malária.

3 de julho de 1926 – Lampião ataca as cidades de Cabrobó - PE, Ouricuri - PE e Parnamirim - PE.

7 de julho de 1926 - Lampião manda o cangaceiro Sabino Gomes atacar a cidade de Triunfo - PE, saqueando o comércio local. Houve troca de tiros com a polícia, saindo mortos dois soldados e o comandante da polícia local.

1 de agosto de 1926 – Lampião, com oitenta cangaceiros, ataca a fazenda Serra Vermelha, em Serra Talhada - PE. A família Nogueira, composta do major João Alves Nogueira, do seu filho Neneco e dos seus netos Luiz, Dãozinho, Raimundo e Gentil Nogueira, combate, saindo mortos os cabras Zé Paixão e Antônio, ambos moradores de João Nogueira, este tio-sogro de Zé Saturnino.

26 de agosto de 1926 – O cangaceiro Horácio Novaes pede a Lampião para atacar a família Gilo, na fazenda Tapera, em Floresta - PE, por conta de uma mentira que Horácio contou a Lampião sobre o patriarca da família. Lampião então mata doze pessoas da família e na hora de mostrar uma carta ao patriarca o mesmo responde que não sabe ler e escrever, sendo morto na mesma hora por Horácio Novaes. Lampião percebe a mentira de Horácio e ele sai do grupo indo embora para o sul do país.

2 de setembro de 1926 - Lampião ataca novamente a cidade de Cabrobó - PE.

16 de setembro de 1926 – Combate na fazenda Tigre, em Itacuruba - PE entre Lampião e o cabo Francisco Liberato. Lampião foi ferido na omoplata e o cangaceiro Moreno no pé. Lampião foi para a Serra da Cunha, em Tacaratu - PE tratar do ferimento. Lá ficou escondido sobre a proteção do rico fazendeiro Ângelo Gomes de Lima, o Anjo da Gia.

11 de novembro de 1926 – Combate na fazenda Favela, em Floresta - PE entre Lampião e a força volante comandada pelo cabo Manoel de Souza Neto e o sargento Zé Saturnino. A força recuou, morrendo cinco soldados, sendo um deles João Gregório Ferraz Neto, da família nazarena. Do lado dos cangaceiros morreram cinco homens. Após o combate o capitão Muniz de Farias chegou à fazenda e mandou tocar fogo em tudo por ter raiva do dono da fazenda.

25 de novembro de 1926 – Lampião sequestra o viajante Mineiro Dias e vai até a Serra Grande, em Serra Talhada - PE. Nessa serra acontece o maior combate entre cangaceiros e a polícia. Participam do combate o major Theófanes Ferraz Torres, tenente Higino Belarmino, tenente Sólon Jardim, sargento Arlindo Rocha, cabo Manoel Neto, despedaçam Euclides Flor e mais quatrocentos homens. Lampião, do alto da serra, comandava toda operação. Nenhum cangaceiro ferido. Dezenas de soldados foram mortos.

25 de dezembro de 1926 - Por conta da falta de munição, gasta no combate da Serra Grande, os cangaceiros Antônio Ferreira, Luiz Pedro, Jurema e Biu vão até a fazenda Poço do Ferro, em Tacaratu - PE, pertencente ao coiteiro Ângelo Gomes de Lima. O cangaceiro Luiz Pedro estava limpando uma arma e acabou dormindo. Antônio Ferreira, em ato de brincadeira, balança a rede para acordá-lo e a arma dispara acidentalmente, atingindo Antônio Ferreira. Lampião é chamado até a fazenda. Chegando lá encontra Antônio ainda vivo e isenta Luiz Pedro de culpa. Logo depois, morre o cangaceiro Antônio Ferreira, seu irmão.

Em 1927, o cangaceiro Jararaca à frente de um grupo, invade Carnaíba, em Pernambuco. Zabelê é preso em Vila Bella. Com vários outros grupos de cangaceiros, Lampião ataca a cidade potiguar Mossoró, no Rio Grande do Norte. O cangaceiro Colchete foi morto em plena avenida, e Jararaca foi baleado e capturado. Dias depois foi executado.

Em 1928, Morre Sabino das Abóboras. Devido a violenta perseguição, Lampião atravessa o Rio São Francisco e o cangaço lampiônico é introduzido na Bahia e Sergipe.

01 de março de 1929, Lampião entra pela primeira vez em Carira.

25 de novembro de 1929, visita Capela.

No dia 22 de dezembro de 1929, Lampião e seu bando promovem uma chacina em Queimadas (Bahia) e fazem presepadas em outras cidades e fazendas arredores.

Em 1930, ano da Revolução. Tem-se uma certa trégua entre cangaceiros e volantes. Entra a primeira mulher no cangaço, Maria Bonita.

Em 1932, morre Ezequiel Ferreira, irmão do rei do cangaço, Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

Em 28 de julho de 1938, Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros foram massacrados na fazenda Angico, no sertão do Estado de Sergipe.

28 de julho de 1994 Serra Talhada realiza a primeira edição do TRIBUTO A VIRGOLINO – A CELEBRAÇÃO DO CANGAÇO, com vários grupos da cultura popular, cangaceiros e volantes, historiadores e a família de Lampião.

Julho de 2012 a cidade de Serra Talhada estreia o maior espetáculo ao ar livre dos sertões – O MASSACRE DE ANGICO – A MORTE DE LAMPIÃO, com 120 atores e figurantes.

Julho de 2019, a cidade de Serra Talhada finalmente recebe as estátuas de Lampião, Maria Bonita e Zabelê, colocada na frente do Museu do Cangaço, pela Fundação Cultural Cabras de Lampião.

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UM POLICIAL DE MARCA.

 Por Robério Santos

Que arma é esta? Cabo Antônio Izidoro treinando tiro na fazenda de Zé Rufino na década de 60.

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