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domingo, 10 de setembro de 2017

O PRAZER É NOSSO!

Por João Junior 
João Júnior e Pedro Motta Popoff

Esse mês eu tive a alegria de receber em minha cidade e na minha casa, meu grande camarada e também parceiro de composições agora, Pedro Motta, o cabra do cordel e do baião. Esse menino está conquistando as pessoas do Brasil inteiro, conscientizando sobre a riqueza que é a cultura nordestina.


A "missão" que ele carrega, apesar de tão pouca idade é um exemplo vivo e imensurável de resgate cultural brasileiro. Por vários momentos, tive a oportunidade de ver e ouvir incontáveis histórias do cangaço, Lampião e seu bando, com uma riqueza absurda de detalhes, de Luiz Gonzaga, xaxado, baião e vários outros tesouros do nordeste, tudo vindo da fala desse pequeno mestre, tão apaixonado pelo que faz.


Fora toda essa sapiência precoce, fiquei também feliz em ver a humildade e educação que esse pequeno tem com todo mundo, no aperto de mão firme, no olho no olho e na espontaneidade e jeito de ser.


Um velho mestre que se esconde em corpo de menino e um menino que manifesta com sabedoria e "propriedade" de velho mestre! Grande satisfação conhecer sua família, 


Marcelo Popoff e Carla Motta, dois guardiões muito preparados e iluminados que estão no seu caminho para guiar e amparar com o mais precioso dos carinhos. 


Parabéns pelo legado que você carrega e pode contar sempre comigo,cabra bom... tmj nas voltas desse mundo velho!!!


Tua casa aqui na Mantiqueira vai tá sempre aberta pra te receber com muita festa e batucada.

Forte abração. Axé!!!


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ÁGUA MOLE

*Rangel Alves da Costa


Diz o ditado popular que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Ou dizendo de outra forma: não há o que persista que não consiga vencer a resistência. Ou ainda a tenacidade e a perseverança rompendo o impossível.
Ante a pedra, aparentemente a água que respinga não surte efeito algum. Cada pingo vai batendo e escorrendo, vai caindo para depois sumir se derramando. E a pedra continuando firme, intacta, dura.
Mas a cada pingo caindo, bastando apenas uma gotinha de nada, e já provocando imensa e profunda transformação. Imperceptível, ocultamente, mas cada gotícula vai deixando sua marca em cima da dureza da pedra. Lava. Bate. Novamente bate. Novamente vai caindo. Vai afastando um grão. Vai abrindo um sulco. Vai furando a pedra.
Assim em tudo. A água do mar respingando nas muretas, nos costados, nas paredes grossas, e tudo parecendo apenas molhado. Mas molhação salgada, ácida, algo como punhal afiado que vai rompendo o que aparentemente é indestrutível ante tão inusitada ameaça.
Ou como a ferrugem que vai se formando como nódoa amarelada por cima do ferro e de repente já está carcomendo tudo, penetrando nas entranhas mais duras e dizimando toda a força que há. A ferrugem devorando o ferro como se este fosse o mais frágil dos minerais.
Ou ainda a lágrima. Haverá algo mais poderoso que a tão frágil lágrima? Haverá fio mais cortante ou lâmina mais afiada que o filete de uma lágrima? Haverá ácido mais potente e corrosivo que o brilho de uma lágrima escorrendo pela face entristecida? Haverá poder de destruição maior que o da lágrima de dor derramada?
Mas uma lágrima é quase nada. Apenas uma água mole, uma água frágil, uma água que lentamente cai pelas bordas do olhar. Rio que transborda leve, lento suave. Córrego que vai se despejando em silenciosa mansidão. Pergunta-se, ainda: o que se esconde na lágrima que desmente tudo o que se tenha como paz e tranquilidade?
A devastação, o sofrimento, a dor, a angústia, a aflição. Assim por que a lágrima é uma água mole, um líquido que desce suave, mas que provoca uma enxurrada de ventanias e vendavais, de furacões e turbilhões, de tempestades e devastações. O que vem na lágrima é espantosamente fúria.
Tudo água mole que tanto bate até fura. Quantas lágrimas um ser haverá de suportar até definhar a alma, assim como a ferrugem destrói o ferro? Quantos respingos inocentes de chuva cairão sobre o ser humano até que a alma se encharque completamente. Ora, respingos de saudade, de solidão, de nostalgias e relembranças.
Não se pode brincar com água, muito menos com a água mole. Tudo pode parecer apenas um grão, um pingo, uma nódoa, um quase nada, mas que de repente se transforma em algo destrutivamente estarrecedor. É do nada surge o tudo, do inexistente exsurge o acontecimento, do descreditado é que surge a verdade.
Sim, por isso mesmo que água mole tanto bate até que fura. Seja na pedra dura, seja no ferro, seja no diamante, seja no ser mais insensível que possa existir. É tudo uma questão tempo, de constância, de continuidade. Assim como os segundos, as horas, os dias, os meses, os anos, a idade em si.
Tudo vai acontecendo lenta e imperceptivelmente. Tudo uma água mole em pedra dura. A saúde inabalável que não existe, a força interminável que não existe, o poder absoluto que não existe, a indestrutibilidade que não existe. O que existe é apenas a certeza de corrosão, de esvaimento, de perecimento. Então a pedra dura já estará transformada em restos.
Acaso não acredite, então deixe que a lágrima escorra sempre sobre sua face. Acaso imagine que suportar tantos e contínuos sofrimentos, então deixe que as lágrimas vão simplesmente escorrendo sobre a face. E de repente já não se avistará no espelho da existência.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O OUSADO ATAQUE CANGACEIRO DE 27 DE JULHO DE 1924 À CIDADE DE SOUSA/PB.

Por José Romero Araújo Cardoso

Quando dos festejos do reveillon do ano de 1923, em Triunfo (PE), acalorada discussão envolvendo Marcolino Pereira Diniz e o magistrado local, de nome Dr. Ulisses Wanderley, resultou em tragédia, pois o primeiro, filho do poderoso "Coronel" Marçal Florentino Diniz, também sobrinho e cunhado do "Coronel" José Pereira Lima, chefe político de Princesa, alvejou o juiz, seguindo-se ainda disparo efetuado por homem da confiança do caboclo Marcolino, conhecido por "Tocha". O magistrado ainda conseguiu reagir, atirando em Marcolino.

Raciocinando sobre a dimensão do fato, não restou outra alternativa ao guarda-costa de Marcolino a não ser escapar da grande enrascada em que se meteram. Marcolino foi preso, sendo constantemente ameaçado pelos familiares e amigos do magistrado assassinado.

Pressentindo o imenso perigo que o filho corria, o "Coronel" Marçal Florentino Diniz recorreu aos préstimos de Virgulino Ferreira Lampião para retirar Marcolino da cadeia em Triunfo. Lampião e seu séqüito composto de oitenta homens cercaram Triunfo e exigiram a imediata libertação do prisioneiro, o que foi prontamente atendido pelas autoridades locais.

Levado à Princesa, Marcolino recuperou-se do tiro que sofreu. Recrudescia a antiga amizade entre Lampião e Marcolino. Fotos históricas retrataram Lampião e seus "cabras", no ano de 1922, na Fazenda da Pedra, propriedade de Laurindo Diniz, irmão do "Coronel" Marçal Florentino Diniz. Portanto, era bem firmada a relação de coiterismo que foi estabelecida na região serrana, fronteira do Estado da Paraíba com o Estado de Pernambuco.

Nos meses seguintes, já no ano de 1924, houve combates intensos entre cangaceiros e volantes pernambucanas. Entre Conceição do Piancó (PB) e São José do Belmonte (PE) Lampião foi ferido no tornozelo, passando péssimos momentos em razão da gravidade do estrago que o projétil provocou.

Dias se passaram até que chegou ao conhecimento de Marcolino a situação que o importante aliado estava passando. Foi enviado grupo de resgate, comandado por Sabino Gório, para resgatar o cangaceiro.

Lampião foi levado para o reduto de Marcolino, o lugarejo de Patos de Irerê, localizado a cerca de 18 km de Princesa (PB), no sopé da serra do Pau Ferrado. Duas propriedades de Marcolino - a Manga e o Saco dos Caçulas - eram antigos valhacoutos de Lampião e seu bando, há tempos imemoriais.

O cangaceiro-mor, substituto de Sinhô Pereira no comando do grupo que liderava antes da retirada para o Estado do Goiás, foi tratado por dois médicos contratados por Marcolino. Chamavam-se Dr. José Cordeiro e Dr. Severiano Diniz, sendo este último parente próximo do homem que foi imortalizado com a esposa por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira em belíssimo baião por título "Xanduzinha".

Distante de princesa, a cidade de Sousa vivia clima de ebulição. Disputas políticas resultaram em tragédias, como a que envolveu o embate no barracão do "Coronel" João Pereira, em Nazarezinho (PB), então distrito sousense.


Filho do "Coronel" João Pereira, de nome Francisco Pereira Dantas, sentiu o peso da moral sertaneja, desprezando conselhos do pai, o qual faleceu exigindo que não se vingassem. Assassinou o único sobrevivente dos que atacaram o velho patriarca em seu estabelecimento comercial.

Conversas a boca miúda diziam que os mandantes da morte do "Coronel" João Pereira eram pessoas importantes da sociedade sousense, como o destacado e influente cidadão de nome Otávio Mariz.

Em um dia de feira em Sousa, Otávio Mariz notou animada conversa entre um bodegueiro de Nazarezinho (PB), de nome Chico Lopes, e "cabra" da inteira confiança de Chico Pereira, de nome Chico Américo. A duração da conversa despertou a desconfiança de Otávio Mariz.

Nas bancas da feira procurou uma chibata para comprar, indo ao encontro dos dois palestrantes. Encontrou apenas Chico Lopes. Aplicou-lhe surra magistral e pediu-lhe para ir à fazenda Jacu, reduto dos Pereira Dantas, em Nazarezinho (PB), avisar a Chico Pereira que tinha outra prometida para ele.

No Jacu, Chico Lopes detalhou todo acontecido. A família do "Coronel" assassinado perguntou-lhe o que ia fazer, tendo Chico Lopes respondido estar decidido ir até Princesa, conversar com Lampião sobre o melindroso e humilhante assunto. Havia um irmão de Chico Lopes que integrava o bando de Lampião há alguns anos. Isso facilitou a decisão do chefe supremo do cangaço em enviar dezessete homens de sua confiança para Nazarezinho. Antônio e Levino Ferreira, bem como Meia-Noite e Sabino Gório, também integravam o grupo que iria se responsabilizar pela mais aviltante ação cangaceira no Estado da Paraíba.

Notícias corriam céleres, dando conta da aproximação do grupo cangaceiro. Em Sousa alguns aventavam a hipótese de organizar defesa, mas como não acreditaram na possibilidade de tamanha ousadia, relaxaram completamente.

Ao chegar ao Jacu, os dezessete homens foram recepcionados efusivamente. O número final de bandidos prontos a atacar Sousa, aumentado com muitos da região, somava oitenta e quatro quadrilheiros dispostos.

Antes do amanhecer do dia 27 de julho de 1924, os bandidos cortaram a linha do telégrafo e invadiram Sousa, cuja maioria da população foi pega totalmente desprevenida. Pequena resistência partiu da residência de Otávio Mariz, principal alvo dos atacantes. Experiente e tarimbado sertanejo, Otávio Mariz escapuliu quando viu que não poderia resistir ao implacável ataque.

Tudo em Sousa virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio, residências, tudo, prejuízo incalculável que marcou indelevelmente a história sousense.Feras endiabradas davam vazão a todos os instintos selvagens possíveis e imagináveis. O destacamento local, comandado pelo então Tenente Salgado, não conseguiu realizar qualquer ação de defesa em Sousa, verdadeiro suicídio se tivesse havido consumação.

Grupo composto de quase duas dezenas de bandidos, liderados por cangaceiro conhecido por "Paizinho", teve como alvo principal a residência do juiz local, de nome Dr. Archimedes Soutto Mayor. "Paizinho" tinha queixas pessoais contra o magistrado, a quem acusava de tê-lo condenando injustamente. Retirado ainda com roupas de dormir, o Juiz foi submetido a todo tipo de suplicia e humilhação, sendo forçado a andar de cangalha e em posição vexatória pelas ruas de Sousa. O ato final seria o assassinato do magistrado, mas Chico Pereira interveio e evitou a consumação do ato extremo.

O magistrado, depois de tudo, no ensejo dos desdobramentos do audacioso ataque cangaceiro à cidade de Sousa, assumiu a responsabilidade de fazer merecida justiça contra àquelas feras que o atacaram.

A rede de informações montada por Lampião era impecável e precisa. Logo ele ficou sabendo dos estragos em Sousa e, principalmente, do que fizeram com o juiz. Rodopiava nos calcanhares, ainda sentindo dores terríveis, empunhando Parabellum e raciocinando sobre o futuro dali para frente. Homem de raciocínio rápido, Lampião sabia que em breve enfrentariam duras batalhas contra as forças volantes paraibanas, extremamente tolerantes devido ao respeito ao "Coronel" José Pereira Lima e a Marcolino Pereira Diniz.

Lampião estava certo. A providência inicial do recém instalado governo de João Suassuna foi a instalação do segundo batalhão da Polícia Militar Paraibana na cidade de Patos das Espinharas, com absoluto aval para dar caça ininterrupta aos cangaceiros. A responsabilidade pela iniciativa maior de efetivar a campanha paraibana contra o cangaço liderado por Lampião coube, naturalmente, ao "Coronel" José Pereira Lima.

Não obstante a proteção que Lampião desfrutou em Princesa, seria inadmissível que o chefe político das terras da lagoa da perdição tolerasse tamanha afronta, principalmente em razão da forma como o magistrado sousense foi humilhado pelos cangaceiros.

No ensejo da caçada movida contra os bandoleiros, há fato digno de registro, referente à resistência efetivada pelo cangaceiro Meia-Noite em uma casa de farinha no sítio Tataíra, fronteira entre os estados da Paraíba e de Pernambuco. Na companhia da esposa, Meia-Noite, embora a mulher não tenha participado do combate, enfrentou combinado de volantes, comandados pelo então Tenente Manuel Benício, e tropa de cachimbos (civis em armas) contratada pelo "Coronel" José Pereira. Meia-Noite lutou contra oitenta e dois homens, ferindo dezoito. Escapuliu do tiroteio, mas a esposa ficou no local em que se entrincheirara, sendo depois conduzida à cadeia de Princesa. No local, conforme Érico de Almeida, primeiro biógrafo de Lampião, autor do livro "Lampeão, sua história" (1926(1ª ed.), 1996( 2ª ed.), 1998(3ª ed) ), foram encontradas quatrocentas e noventa e duas balas de fuzil mauser DWN, modelo 1912.

Em seguida, devido às volantes paraibanas estarem assanhadas com a ordem capital de darem combates violentos aos cangaceiros, inúmeros enfrentamentos foram registrados, como a batalha do Tenório, no ano de 1925, quando Levino Ferreira foi assassinado pelo volante Belarmino Morais, comandado pelo então cabo José Guedes. Como forma de se vingar do "Coronel" José Pereira, a quem culpava pela morte do irmão, Lampião e seu bando invadiram humildes propriedades em princesa, como a do Caboré, assassinando diversas pessoas, incluindo entre essas um ancião de provecta idade de noventa e dois anos e um garoto de apenas doze anos.

O governo paraibano invocou o convênio anti-banditismo, firmado no ano de 1922 em Recife (PE), obtendo permissão para que suas forças de segurança pública em perseguição aos bandoleiros adentrassem os territórios de outros estados nordestinos.

O grupo cangaceiro, em certa ocasião no ano de 1925, foi localizado na região de Serrote Preto. Desprezando as mais elementares táticas militares, os volantes paraibanos atacaram irresponsavelmente o valhacouto de Lampião. As estratégias guerrilheiras foram implementadas impecavelmente pelos cangaceiros, resultando em horrível carnificina, na qual pereceram os comandantes Tenentes Joaquim Adauto e Francisco de Oliveira, além de mais de uma dezena de soldados.

Abalado com a perseguição tenaz que as volantes paraibanas realizavam, Lampião evitou a Paraíba, pois seus antigos protetores não estavam mais propensos a desafiar as ordens do governo paraibano, bem como a decisão irredutível do "Coronel" José Pereira Lima em buscar erradicar o cangaço liderado por Lampião, pelo menos em terras paraibanas.

Para Chico Pereira não houve outra saída, em razão da gravidade dos fatos ocorridos em Sousa, a não ser acompanhar o grupo de Lampião pelas adustas plagas sertanejas. Travou combate em Areias do Pelo Sinal, entre Princesa e o distrito de Alagoa Nova (Hoje Manaíra), depois, vítima de picada de cascavel, em território pernambucano, amargou provações inenarráveis.

O extenso processo elaborado pelo Dr. Archimedes Soutto Mayor mostrou-se simpático a Chico Pereira, eximindo-o de algumas culpas e louvando diversas interferências realizadas quando do ataque cangaceiro do dia 27 de julho de 1924 à cidade de Sousa.

Perseguido, embora tolerado discretamente, Chico Pereira era, no entanto, alvo de olhares vingativos, sobretudo em razão de suas práticas donjuanescas. Sedutor, Chico Pereira desafiava importante elemento da moral sertaneja. Ao que tudo indica, houve a sedução de uma sobrinha do governador norte-riograndense Juvenal Lamartine, em Serra Negra (RN).

Provavelmente houve um conluio entre Juvenal Lamartine e seu colega João Suassuna para eliminar Chico Pereira. João Suassuna, através de irmão de nome Antônio, empenhou a palavra sobre a total liberdade do homem que foi obrigado a se tornar cangaceiro devido à morte do pai, motivada pela política acirrada dos turbulentos anos da década de vinte do século passado.

Na festa da padroeira de Cajazeiras, no ano de 1928, Chico Pereira foi detido por oficiais da polícia militar paraibana. Manuel Arruda de Assis foi o responsável pela prisão. Conduzido a Pombal, onde tinha praticado crime, quando do cerco ao velho casarão de Antônio Mamede no sítio Pau Ferrado, Chico Pereira ia ser transferido para Princesa, onde havia assassinado soldado de nome Pierre.

A escolta que o conduzia rumou em direção a Santa Luzia. Havia um crime atribuído a ele em Acari (RN), referente a um roubo praticado contra o velho "Coronel" Quincó da Ramada.

Era parte do esquema estruturado por Juvenal Lamartine para liquidá-lo. Joaquim de Moura, famanaz executor de bandoleiros, foi o responsável pela morte de Chico Pereira.

O ataque do bando de Lampião à cidade de Sousa foi um dos mais ousado ato praticado pelos bandoleiros das caatingas, cuja marca indelével permaneceu por tempos e ainda resiste na memória de poucos que tiveram a infelicidade de presenciar a verdadeira baderna que os cangaceiros fizeram na simpática cidade sorriso no longínquo dia 27 de julho de 1924.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA - UERN).

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)
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MARIA BONITA NA LITERATURA DE CORDEL.

Por Kydelmir Dantas

A Literatura de Cordel apresenta mais de 1000 títulos com o tema Cangaço e destes apenas cerca de 10% falam da presença feminina. Logicamente, a maior quantidade de títulos dedicado ao principal nome de Maria Bonita (Maria Déa de Oliveira) deste movimento social que abrangeu o Nordeste até meados do Século XX. As outras que mereceram um título foram DADÁ, SILA, INACINHA, ELEONORA e ARISTÉIA. 



As demais foram inseridas em folhetos com títulos abrangentes AS MULHERES CANGACEIRAS. No acervo pessoal temos 55 exemplares que 'homenageiam' a Rainha do Cangaço. 

(Kydelmir Dantas).

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100 VEZES NAZARÉ ! POR:MANOEL SEVERO

Caravana Cariri Cangaço em Nazaré 

São pouco mais de 700 metros. Do começo da rua, bem ali na ponta do cemitério até o final da pracinha e da igreja... Talvez os 700 metros mais emblemáticos de todos os cenários do cangaço nordestino. Casinhas de um lado e do outro, bem no meio da vila a capela e ali ao lado a testemunha viva do centenário: Sua excelência o Tamarindo!

“Nazaré... O teu nome tá gravado na história” diz o refrão do hino deste Distrito de Floresta no alto sertão pernambucano, mas na verdade quem conhece sabe que mais do que guardado na história, Nazaré fica guardado no coração. Assim mais uma vez, neste ultimo dia 07 de setembro a Caravana Cariri Cangaço pisava o solo sagrado dos destemidos e “encardidos” nazarenos, desta vez para fechar a programação do Cariri Cangaço Centenário de Nazaré.

 A Vila Centenária de Nazaré 
Ljuiz Ferrraz Filho, Manoel Severo, Ivanildo Silveira, Zinho Flor e Rubelvan Lira

Ao lado de Ingrid Rebouças, dos Conselheiros Cariri Cangaço; Manoel Serafim, Ivanildo Silveira e Aderbal Nogueira e ainda Maristela Mafuz , Camilo Lemos e Evanilson Sousa, fomos recebidos pela tradicional gentileza nazarena, é incrível como diante de tanta cordialidade e amabilidade de um povo, possamos presumir que dali saíram os mais ferozes perseguidores de Virgulino Ferreira.

Tendo a frente o patriarca Ulisses Flor; Rubelvan Lira, Mabel e Maelbe Nogueira, Nancy Flor, Zinho Flor e Luiz Ferraz Filho, a família nazarena acolhia o Cariri Cangaço para mais um dia de visitas e muito trabalho. “Ficamos realmente muito felizes em poder nos unir as celebrações pelo espetacular Centenário de Nazaré que aconteceu agora neste último mês de agosto, o Cariri Cangaço Centenário vem a vila mais famosa do cangaço para realizar mais um grande encontro, será um momento muito marcante no próximo mês de Outubro” fala o Conselheiro Ivanildo Silveira.

 Conselheiro Ivanildo Silveira e a homenagem a João Gomes de Lira 
 Rubelvan Lira recebe em nome da família Gomes de Lira a homenagem

Dentro da programação da visita constava uma homenagem do Cariri Cangaço, através de seu Conselheiro, pesquisador e colecionador, Ivanildo Silveira, a um dos mais emblemáticos personagens da vila, tenente João Gomes de Lira, homenagem recebida por seu filho, Rubelvan Lira.

Para Mabel Nogueira uma das coordenadoras do evento “O ano inteiro estamos comemorando o centenário de Nazaré, mas no Cariri Cangaço teremos muitas novidades e uma surpresa que realmente será um verdadeiro presente digno de um centenário, estamos nos preparando da melhor forma para receber a todos para esse grande Cariri Cangaço em Outubro”. Já Rubelvan Lira, também organizador do Cariri Cangaço Centenário de Nazaré, “será uma festa muito, mas muito emocionante para todos, um grande momento”.

 Nancy, Mabel, Manoel Serafim, Aderbal Nogueira, Maristela Mafuz, 
Manoel Severo e Ivanildo Silveira
 Ulisses Flor e Manoel Severo
 João Lucas e Nancy Flor
Manoel Severo e pequeno volante João Lucas 
 Manoel Severo e Ivanildo Silveira
 Zinho Flor, Manoel Severo e Mabel Nogueira

Luiz Ferraz Filho, um dos mais brilhantes genealogista do Pajeú, e pesquisador da nova geração, “O Cariri Cangaço está proporcionando que possamos contar o outro lado da história, a literatura do cangaço naturalmente se volta quase que totalmente para Lampião, temos pouca literatura voltada para as volantes, dessa forma o Cariri Cangaço cumpre um papel fundamental nesta nova etapa do estudo do fenômeno”.

 Aderbal Nogueira, João Lucas e Manoel Severo: Dois anos depois...
Ivanildo Silveira e Ulisses Flor
 Nazaré: Centenário de muita história e tradição

Ainda em 2015 por ocasião do Cariri Cangaço Princesa, tivemos uma programação especial em Nazaré do Pico, naquela época um dos homenageados representando as novas gerações de nazarenos foi o pequeno João Lucas; filho de Nancy e Netinho Flor; nesta visita os mesmos que entregaram o Diploma ao pequeno Nazareno, Aderbal Nogueira e Manoel Severo, registraram o resgate do momento especial com o mesmo homenageado com o Diploma que estava fixado na sala de sua casa, dois anos depois...

Para Nancy Flor, uma das organizadoras do Cariri Cangaço Centenário de Nazaré “estamos nos preparando para uma grande festa, todos unidos para mais um momento importante de reverenciar nossos antepassados neste centenário, só temos a agradecer ao Cariri Cangaço por esta ao nosso lado mais uma vez”.

 Cariri Cangaço visita o campo santo de Nazaré
 Manoel Severo, Aderbal Nogueira e Ivanildo Silveira ao lado do túmulo de Manoel Neto
  Nancy Flor , Manoel Severo, Zinho e Manoel Serafim
 Luiz Ferraz Filho, Manoel Severo e Ingrid Rebouças

Manoel Severo
Curador Cariri Cangaço
Nazaré do Pico, 07 de Setembro de 2017

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POMBAL: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO REALIZA DESFILE CÍVICO E HOMENAGEIA POMBALENSES ILUSTRES


A Prefeitura de Pombal, através da Secretaria Municipal de Educação, realizou nessa quinta-feira, o Desfile Cívico de 07 de Setembro.

O evento abordou o tema “O Bom do Brasil é o Brasileiro”, como forma de homenagear personalidades, que contribuíram e contribuem para o bem coletivo e o desenvolvimento social do país.

Nesse contexto o Estado da Paraíba e Pombal foram destacados nas pessoas das ilustres personalidades: Celso Monteiro Furtado, Leandro Gomes de Barros, Margarida Pereira, Verneck Abrantes, Antônio Elias de Queiroga, Rosilene Maria Lima Araújo, José Willames, Onélia Rocha, Arlindo Ugulino, Solon Dantas de França, Azuil Arruda, além de Antonieta Pereira.

A rede municipal de ensino esteve representada pelos alunos das Escolas “Decisão”, “Nossa Senhora do Rosário” e “Newton Seixas”.

Durante a solenidade outras escolas, a exemplo do “João da Mata”, “Arruda Câmara” e “Monsenhor Vicente Freitas”  da rede estadual, além de diversas instituições tiveram destacadas participações.

O evento contou com a presença de grande público e no palanque oficial estiveram o prefeito Abmael Lacerda (Dr. Verissinho) e seu vice Claudenildo Alencar Nóbrega (Galego da Gavel), vereadores, secretários de governo e outras autoridades civis e militares.

A concentração se deu na Rua Domingos de Medeiros, proximidades da entrada da Rua Capitão Lindolfo (Rua do Fogo).

O trajeto seguiu até a prefeitura, depois por toda a extensão da Rua Coronel Cândido de Assis, culminando em frente à Escola João da Mata.

Marcelino Neto 


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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