Por José João Souza
A maioria dos
livros e reportagens sobre a vida de Virgolino Ferreira o descreve como um
homem desconfiado, de poucas palavras e grosseiro.
Quem o conheceu de perto desmente quase tudo: “Desconfiado ele era, mas quando
encontrava alguém conhecido se punha a conversar”, recorda o ex-coiteiro Manoel
Félix da Cruz, vaqueiro aposentado em Poço Redondo, Sergipe. Seu bom humor
chegava ao ponto de despejar perfume francês sobre os 30 passageiros de um
caminhão que tinha acabado de assaltar no caminho de Paulo Afonso para
Maravilha, em Alagoas, em janeiro de 1935. “Pra quê isso?”, perguntou o coletor
federal Bráulio Rodrigues Limeira, uma das vítimas. “É o banho da sorte. Hoje
vocês estão com um azar danado”, brincou o cangaceiro, morrendo de rir.
Publicado no
Diário de Pernambuco em 7 de julho de 1997
Fonte: facebook
Página: José João Souza
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
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