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sábado, 19 de dezembro de 2015

O TEMPERAMENTO DE LAMPIÃO

Por José João Souza

A maioria dos livros e reportagens sobre a vida de Virgolino Ferreira o descreve como um homem desconfiado, de poucas palavras e grosseiro.

Quem o conheceu de perto desmente quase tudo: “Desconfiado ele era, mas quando encontrava alguém conhecido se punha a conversar”, recorda o ex-coiteiro Manoel Félix da Cruz, vaqueiro aposentado em Poço Redondo, Sergipe. Seu bom humor chegava ao ponto de despejar perfume francês sobre os 30 passageiros de um caminhão que tinha acabado de assaltar no caminho de Paulo Afonso para Maravilha, em Alagoas, em janeiro de 1935. “Pra quê isso?”, perguntou o coletor federal Bráulio Rodrigues Limeira, uma das vítimas. “É o banho da sorte. Hoje vocês estão com um azar danado”, brincou o cangaceiro, morrendo de rir.

Publicado no Diário de Pernambuco em 7 de julho de 1997

Fonte: facebook

Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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