Por: José Ozildo dos Santos
Político, industrial e historiador, nasceu a 19 de maio de 1861, na Fazenda ‘Pintos’, nos arredores da atual cidade de Mossoró, sendo filho do casal Silvério Ciriáco de Sousa e Joaquina Maria de Góis. Em sua terra natal, inicialmente, dedicou-se ao comércio.
Francisco Faustino de Sousa
Posteriormente, ingressando no serviço público, tornou-se Escrivão e depois Agente de Rendas Gerais (1883), Procurador de Rendas do Mercado Público, Secretário da Câmara Municipal, Coletor de Rendas Estaduais, Secretário da Intendência Municipal e Delegado de Polícia (1894).
Funcionário público de carreira e comandante da 22ª Briga da Guarda Nacional, serviu ao Rio Grande do Norte e do Amazonas. Exonerando-se de suas funções, instalou-se em Areia Branca, no litoral norte-riograndense, fazendo-se industrial salineiro. E, ingressando na política, elegeu-se deputado estadual para a legislatura de 1898-1900.
Amigo e correligionário do Coronel Francisco Gurgel de Oliveira, acompanhou aquele líder mossoroense em seu ostracismo, após seu rompimento com o senador Pedro Velho, recusando todos os convite feito pelo Governador Ferreira Chaves, para retornar à vida pública.
Autodidata, no ostracismo, dedicou-se às pesquisas históricas, salvando do esquecimento e das traças, valiosos documentos e fatos da história do Oeste potiguar. Pesquisador abnegado e consciente, revelou-se o maior conhecedor da história mossoroense.
Quando da famosa ‘Questão de Grossos’, colaborou com o Conselheiro Rui Barbosa, fornecendo-lhe importantes documentos, que serviram para instruir o processo que deu ganho de causa ao Rio Grande do Norte.
Em 1910, no Governo Alberto Maranhão, retornou ao cenário político potiguar, eleito deputado para a legislatura de 1910-1912, pelo Partido Republicando Federal. Reeleito, ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa Estadual durante os triênios de 1916-1917, 1921-1923, 1924-1926 e de 1927-1929.
Na Assembleia Legislativa, Francisco Fausto teve uma atuação destacada. De sua ação parlamentar, resultou a elevação da vila de Areia Branca, à categoria de cidade, por força da Lei Estadual nº 656, de 22 de outubro de 1927.
Presidente do Conselho da Intendência de Areia Branca, administrou aquela vila de 1914 a 1927, quando tornou seu primeiro prefeito, após a criação do referido cargo, pela Constituição Estadual promulgada no ano anterior. E, estava-se à frente da administração do referido município, quando eclodiu o movimento revolucionário de 1930, sendo substituído a 9 de outubro pelo Coronel Francisco Solon Sobrinho, nomeado pela Junta Governativa, instalado no Governo do Estado.
Cidadão de larga folha de serviços prestados à Areia Branca ali faleceu a 14 de janeiro de 1931, aos 69 anos de idade. Historiador renomado e grande autoridade no campo da genealogia, Francisco Fausto de Sousa é patrono da cadeira nº 32 da Academia Norte-Riograndense de Letras.
Publicou valiosos estudos, dentre eles, uma ‘História de Mossoró’, bastante documentada, que ainda hoje, constituiu o melhor livro histórico sobre a capital do Oeste norte-riograndense. Um neto seu, de igual nome, magistrado de reconhecida cultura, ascendeu à Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, em 2002.
Extraído do blog:
"Construindo a História"
do pesquisador
José Ozildo dos Santos