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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

BANDO DE LAMPIÃO EM 1936.

 Por Helton Araújo

Bando de Lampião em 1936, fotografia de Benjamin Abrahão.
Da esquerda para direita : Marreca, Português, Catingueira, desconhecido, Cacheado, Ponto Fino lll, Sabonete, Juriti, Vila Nova e Lampião.
Não esqueçam do like cabroeira !
Sugestão de vídeo: Terríveis crimes cometidos pelas volantes. Segue o link abaixo
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Edição : Helton Araújo

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MERCADO CENTRAL DE MOSSORÓ É HISTÓRICO.

Por José Mendes Pereira

Foto: Wilson Moreno/PMM

Esperamos que a Prefeitura Municipal de Mossoró reforme a Praça do Mercado Central, depois ponha cada comerciante no seu eterno lugar, restaure o Mercado Central, faça o que for necessário, mas não mexa nas suas estruturas, porque, com exceção das igrejas, ele é a única obra pública que ainda existe para a população admirar. O Mercado Central de Mossoró é uma obra histórica que Mossoró ainda tem, e não se deve mudar as suas estruturas...

Veja o que o juiz de Ouro Preto fez contra a Prefeitura que tentou asfaltar as ruas da cidade, porque ela é histórica. Clique no link:

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/06/16/justica-de-minas-proibe-asfaltamento-de-ruas-historicas-de-ouro-preto.htm

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EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA DUAS VIDAS, DUAS MORTES. (FARSA).

   Por José Mendes Pereira

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Todos aqueles que me conhecem nesse mundo de pesquisas sobre o cangaço sabem muito bem que eu não sou nenhuma autoridade no assunto, e tenho a dizer aos amigos, as minhas inquietações são somente sobre depoentes e mais ninguém. Se caso eu discordar de um escritor, pesquisador ou mesmo sobre os trabalhos de cineastas do cangaço, estou querendo aparecer, vez que eu não tenho profundos conhecimentos sobre o tema para guerrear contra qualquer um desses que organiza a literatura lampiônica. Sou um estudante que conheço o meu lugar no estudo cangaceiro, e o meu pouco conhecimento que tenho adquirido, vem dos pesquisadores, escritores e cineastas. E para que eu ir contra eles?

Antiga Villa Bella - Pernambuco terra de Lampião

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984 chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para pesquisadores que são famosos, nada verdadeira, tudo mentira.

Capitão Lampião e seu irmão mais novo Ezequiel Ferreira da Silva

Alguns que conheceram o Ezequiel  irmão de Lampião em Serra Talhada acharam que o homem tinha muito a ver com o Ezequiel verdadeiro, principalmente amigos de infância e outros mais, como por exemplo, o Genésio Ferreira primo de Lampião, que o acoitou por mais de 20 dias em sua residência, acreditando nas palavras do velho.

Mas você leitor, poderá até me perguntar o porquê da minha discórdia, quando ele detalhou tim por tim a alguns antigos amigos e familiares de Serra Talhada.

Primeiro, quando o Ezequiel verdadeiro saiu de Villa Bella ainda era muito pequeno, com aproximadamente 9 anos de idade, porque ele nasceu em 1908, e toda encrenca de Zé Saturnino com os Ferreiras ou os Ferreiras com Zé Saturnino foi mais ou menos a partir 1916. Então nenhum de seu tempo de criança que viu ele nascer tinha condições de reconhecer o menino de ontem que hoje já era velho e muito velho.

Outra, segundo informações, quando perguntado os nomes dos seus pais ele não soube responder, principalmente de alguns irmãos. Ora, é muito difícil esquecer os nomes dos seus pais e irmãos.

E há quem diga que, isso de não saber os seus nomes foi simplesmente devido a avançada idade que já tinha o feito esquecer os nomes dos pais e de alguns irmãos. Mas mesmo sendo bem velho, ele soube muito bem procurar o seu direito de se aposentar.

Pais e irmãos de Lampião, inclusive ele está na foto. As duas irmãs que morreram ainda pequeninas não estão na fotografia. (Desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos)

Disse que tivera 6 irmãos. Mas nós sabemos que a prole do casal era um total de 11 filhos, incluindo ele, caso fosse o Ezequiel verdadeiro. Ele foi irmão de 09 filhos de José Ferreira com dona Maria Sulena, e 10 contando com Antonio Ferreira da Silva que era só filho de dona Maria, com um senhor chamado Venâncio, porque quando seu José casou-se com dona Maria, segundo pesquisadores, ela já o levava no seu ventre. 

Mas, de acordo com documentos nas mãos do escritor José Bezerra Lima Irmão, pela contagem do dia do casamento dos seus pais, o Antonio Ferreira  também era filho legítimo do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva ou dos Santos.

Escritor José Bezerra Lima Irmão

Sem ordem de nascimento todos seus irmãos eram: Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, Virgulino Ferreira da Silva, Virtuosa Ferreira da Silva, João Ferreira dos Santos (este era dos Santos, Angélica Ferreira da Silva, Ezequiel Ferreira da Silva, Maria Ferreira da Silva (dona Mocinha), e Anália Ferreira da Silva.

Escritor José Sabino Bassetti

Além dos seus irmãos que nós todos já os conhecemos através dos nossos estudos cangaceiros o casal teve mais duas filhas, as quais nasceram mais ou menos nos anos de 1913 e 1914 do século XX e, segundo o pesquisador do cangaço e escritor José Sabino Bassetti, as crianças faleceram ainda pequeninas, e uma delas foi tristemente queimada numa língua de fogo de uma lamparina, ao clarear de certo dia. 

A criancinha levantou-se da sua redinha e caminhou para uma mesa onde estava a lamparina acesa, e acredita-se que ela tenha puxado a toalha da mesa, fazendo com que o querosene derramasse sobre a sua camisolinha, e a partir daí, o fogo tomou de conta das suas vestes. Ela teria durado alguns dias vivas, mas não resistiu às queimadura e veio a óbito. O escritor não revela o ano de seu falecimento.

Ainda segundo José Bezerra Lima Irmão o suposto Ezequiel Ferreira foi entrevistado pelos escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, os quais são autores do livro “Lampião e o Estado-Maior do Cangaço” e fizeram várias perguntas ao forasteiro homem sem rédeas, mas ficaram abismados com tantas contrariedades ditas pelo depoente.

Escritor e pesquisador do cangaço Hilário Lucetti

Mas o homem  impostor descaradamente estava querendo adivinhar o que lhe era solicitado pelos mestres da cultura, e, escorregava constantemente, porque não  tinha  firmeza do passado da família "Ferreira", a qual ele se dizia fazer parte. O certo é que aquelas alturas ele queria apoio de alguém para permanecer por alguns dias na cidade de Serra Talhada enquanto resolvia o que tinha ido fazer lá.

Escritor e pesquisador do cangaço Magérbio de Lucena

Com tudo em mãos, caneta, papel e outros materiais necessários para os seus trabalhos, os pesquisador Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena resolveram iniciar as suas perguntam ao suposto Ezequiel:

- O senhor é mesmo irmão do Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião?

E ele desavergonhadamente, mas talvez um pouco nervoso que nessa hora aparece a quem está mentindo, assegurou dizendo:

- Sou sim, o irmão mais novo de Lampião.

- E como são os nomes dos seus pais...?

O dono da farsa literalmente não soube responder.

Os autores perguntaram-lhe:

- Por que é que todo mundo diz que o senhor foi assassinado e testemunhado por pessoas que lá estavam, no Estado da Bahia, no ano de 1931, no mais ferrenho combate feito pelo capitão Lampião e a polícia, que aconteceu nas terras da cidade de Paulo Afonso, no povoado chamado Baixa do Boi, e agora o senhor aparece vivo em Serra Talhada?

Cova do cangaceiro Ezequiel Ferreira irmão de Lampião

E ele:

- Tudo era mentira, senhores.  O meu irmão Lampião inventou a história para eu sair do cangaço.

- Quantos irmãos o senhor teve?

E ele respondeu:

- Tive 3 irmãos e 3 irmãs.

O que não é verdade.

Mas veja leitor, que ele não tinha segurança no que dizia. Fantasiava a descrição dos combates e citava cangaceiros que não foram do seu tempo.

Depois de tantas mentiras os escritores perderam o gosto e desistiram de continuar a entrevista com o suporto Ezequiel Ferreira da Silva.

Apesar de admitirem que o homem tinha mais ou menos a mesma idade e aparentando fisicamente, que teria Ezequiel se fosse vivo, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena consideraram que na verdade era um verdadeiro embusteiro. Os estudiosos do cangaço ficaram sem saber a finalidade de tanta mentira, porque, na história não havia valores e nem promessas.  

Dr. Antonio Amaury, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Dr. Leandro Cardoso

Mas aí não termina a farsa. O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro, residente na capital  de Fortaleza-CE, em um dos seus trabalhos com o título: “A MORTE DE EZEQUIEL FERREIRA (PONTO FINO) IRMÃO DE LAMPIÃO”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  

O cangaceiro Luiz Pedro

E fugiram disfarçados: o próprio Ezequiel; o capitão Lampião, Luiz Pedro e mais Félix da Mata Redonda, tendo ele permanecido no Estado do Piauí, enquanto Luiz Pedro e Lampião tomaram o destino de Goiás, onde esse teria morrido no ano de 1981. Mais uma vez o homem mentiu. Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938 indiscutivelmente.

O cangaceiro Félix da Mata

Veja leitor, fugiu do bando de Lampião em 1931, quando, segundo ele, Lampião teria forjado a sua morte, e 7 anos depois, ele aparece na empresa do irmão, em 1938, na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente, antes da chacina.

O JUIZ DE DIREITO DEIXOU DE SER DIREITO, MANDOU REGISTRAR HOMEM QUE SE DIZIA SER IRMÃO DE LAMPIÃO. QUAL ERA A PROVA? SOMENTE A SUA PALAVRA?

Não dá para entender por ter  sido lavrado o registro de Ezequiel novamente, porque se era ele ou não, no período que ele nasceu, seu pai José Ferreira dos Santos estava gozando a liberdade e vivendo a paz, e tenho quase certeza que ele não deixou nenhum dos seus filhos sem registrá-lo. Todos nasceram em Villa Bella, hoje Serra Talhada. Agora se ver, talvez Ezequiel Ferreira registrado duas vezes.

Mas quem foi o culpado? 

Foi o juiz de nome Clodoaldo Bezerra de Souza e Silva, juiz de direito da comarca de Serra Talhada, que segundo informações, admirado (ficou de queixo caído, coisa que um juiz de direito tem que ir pela lei e a razão, e não pelo o coração); com o que afirmava o suposto Ezequiel. Mandou chamar alguns antigos moradores da cidade, e a eles fez perguntas se confirmavam ou não, que aquele sujeito era Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião. Os entrevistados afirmaram que sim.

Mas as pessoas não podiam testemunhar nada, vez que o rapaz estava longe dali, e já haviam se passados muitos anos se fosse ele mesmo, e assim, a garantia daquele sujeito ser Ezequiel irmão do rei do cangaço capitão Lampião, era uma verdadeira incógnita.

Como juiz de direito da cidade de Serra Talhada ele tinha que mandar fazer uma busca nos cartórios da cidade, e até mesmo em outros municípios adjacentes, para saber se existia ou não, registro em algum livro oficial do Ezequiel Ferreira da Silva, tendo como pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. Mas é quase certo que não mandou fazer este levantamento nos cartórios, pois o procedimento legalmente seria este, e não ir em conversas de pessoas que queriam que o homem fosse reconhecido e registrado como irmão de Lampião, e sendo assim, desnecessariamente autorizou que o homem fosse registrado no cartório que ele procurou como sendo irmão dos Ferreiras, e sem outra providência.

Sobre Ezequiel ter relembrado muitas coisas quando morava em Villa Bella, isso não é difícil para ninguém, e muito menos para quem quer se passar por outra pessoa. Eu moro na região Leste de Mossoró e sei quase tudo dos tempos passados em bairros que já morei, que se eu andar em alguns deles, mesmo sem conhecer quase mais ninguém, porque muitos já se foram, contarei com perfeitos detalhes o passado dali, como se eu tivesse ainda vivendo por lá. 

O suposto Ezequiel Ferreira com certeza era um antigo morador da região, e como tinha uma certa semelhança com o Ezequiel verdadeiro, fez muita gente de besta em Serra Talhada, cidade localizada nas terras do Estado de Pernambuco.

https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/photos/o-canga%C3%A7oa-morte-de-ezequiel-ferreira-ponto-fino-irm%C3%A3o-de-lampi%C3%A3opor-%C3%A2ngelo-osmi/650487585087340/

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GRUPO DE LAMPIÃO EM SÍTIO DOS NUNES EM 1927: O CASO DA COVA ABERTA DE NIL.

 

Sítio dos Nunes , Flores - Pernambuco

Um fato que ficou marcado na nascente povoação de Sítio dos Nunes foi  o memorável assassinato de Nilvásio Simplício Nunes da Silva filho de  Simplício Nunes e esposo de Maria Nunes da Silva Pereira (Maria Salviano), esta  filha de Salviano Nunes. Portanto, Maria e Nil eram primos legítimos, filhos de  dois irmãos (Simplício e Salviano) e netos do Capitão João Nunes. Nil foi  assassinado por José Leite de Santana - Jararaca, famoso cangaceiro de  Lampião que teve seu fim trágico em Mossoró. Jararaca matou Nil de forma  mórbida com golpes de machado e tiros de fuzil sem nenhum motivo aparente  no momento em que o mesmo estava extraindo mel na caatinga, próximo a sua  casa para fazer cachimbo visando comemorar o nascimento de sua filha Terezinha Nunes.  


Maria Nunes da Silva Pereira (Maria Salviano),esposa de Nil – Neta João Nunes, filho  de Aniceto Nunes  

Este episódio de Nil Nunes logrou uma estória carregada de misticismo e  superstições, mas que na crença dos habitantes do lugar tudo fora levado  muito a sério. Quando os cangaceiros mataram Nil Nunes, os próprios  assassinos o sepultaram em uma cova rasa nas proximidades do delito,  próximo a uma grota, embaixo de um angico. Durante três dias a família se  dividira em grupos para procurá-lo sem obtenção de êxito em suas caçadas.  No terceiro dia ainda, o mesmo grupo de cangaceiros que ainda se encontrava  pelas imediações de Sitio dos Nunes atacaram a casa de Juvenal Nunes  Duarte e lá estava João Simplício, irmão de Nil Nunes, que fora fortemente  agredido. Nesta ocasião os cangaceiros informaram que se não  providenciassem dinheiro fariam a mesma coisa que fizeram com um homem  que tinham enterrado embaixo de uma baraúna nas imediações da estrada das  Piabas a três dias. Com esta informação João Simplício imediatamente levou  ao conhecimento da esposa de Nil Nunes, Maria Salviano que providenciou a  busca do corpo. Acharam a cova onde o corpo de Nil estava enterrado com as  mãos expostas. Assim, a mãe de Nil, senhora de profunda fé religiosa, dona  Joaquina Vieira de Matos mandou desenterrar o filho sob fervorosas preces e  rezas e o enterrou novamente em outra cova, deixando a primeira aberta, pelo  que ordenou que a primeira não fosse soterrada.

Coincidência ou não, o fato é  que cerca de dois meses depois deste ocorrido das covas chegou a notícia que  o cangaceiro Jararaca fora assassinado em Mossoró no Estado do Rio Grande  do Norte. De fato, como Nil Nunes fora encontrado morto no dia 17 de abril de 1927, um domingo e o cangaceiro Jararaca que era natural de Buíque (PE) foi morto no  fracassado ataque a cidade de Mossoró, em 18 de junho de 1927, foi preso e  justiçado (morto sumariamente sem julgamento, após 4 dias de prisão) pelo  soldado João Arcanjo. Segundo Luiz Góes a mãe de Nil Dona Joaquina em sua  mística e fervorosa crença mandou que tirasse Nil de uma cova e o colocasse  em outra devendo deixar a originária aberta para que em pouco tempo o crime  fosse justiçado. E então assim procederam. Tanto foi que quando chegou a  notícia da morte de Jararaca Dona Joaquina mandou imediatamente fechar a primeira cova de Nil que fora aberta pelos cangaceiros. Este fato foi também confirmado por Didi Simplício, sobrinho de Nil Nunes e por Irene Duarte.  


Jararaca preso em Mossoró algumas 
semanas 
após o assassinato de Nil Nunes.  

O FATO DA COVA DE NIL NARRADO POR QUEM VIVEU O SEU TEMPO  

Luiz Nunes de Góes, eterno historiador de Sítio dos Nunes e primo em 2º grau de NIl Nunes e também de sua  esposa Maria Nunes (Maria Salvi) narrou tal fato a Revista Visão Municipal, cuja versão já foi por diversas vezes  publicada em vários sites. O fato foi narrado e gravado em 18 de dezembro de 2015 nos termos seguintes: Uma das vezes que Virgulino Ferreira - Passou na " Propriedade Sítio ", e Deixou rasto ou a marca do vandalismo, foi em 1927, no dia 30 de abril. Nesse dia chegou inesperadamente e pernoitou nas imediações da região conhecida por "Piabas", nas terras de Antônio  Ferreira Venâncio-"Antônio Suiba" e Joventina Nunes da  Silva-"Jovita”. ( Irmã de Mariinha, cunhada de Juvenal).  

Neste mesmo dia o bando saqueou também as casas de Juvenal Nunes Duarte e Joaquim Nunes da Silva, foi uma devassa.  Chegaram pacificamente, por volta das 17 hs., com o sol  começando a se por. Formavam um grupo de vinte cangaceiros. 'A frente do casal "anfitrião", se aproxima e diz  Lampião:

_ só queremos uma boa comida e local para  passar a noite. Procuraram um local estratégico, com boa  visibilidade e se arrancharam. "Jovita"e " Antônio Suiba ", preocupados e nervosos com  aqueles " benditos hóspedes " conversaram entre si, e  decidiram fazer um fogo nas imediações da cozinha para  colocar um panelão de barro com feijão; outro com galinha gurizada e disponibilizar toda carne ( de bode e de boi ) que  se encontrava na despensa para assar na brasa. "Jovita" se  pegou com todos os santos; rezava mais do que trabalhava,  Historiador Luiz Nunes de Góes  no sentido de que no final tudo corresse bem e desse certo.  A comida ainda não estava pronta e os " cabras " começaram a chegar, mexendo nas panelas e desorganizando a lenha que nutria o fogo. casal ficou em polvorosa, de uma maneira tal, que não sabia o que fizesse. Finalmente apareceu "Lampião" que  com sua experiência de sentiu o descontrole dos " anfitriões e os acalmou. O rei do cangaço simplesmente pediu  aos seus comandados que se retirassem dali e ficassem observando de longe ( atentos a possibilidade de  envenenamento), que quando a comida estivesse pronta, seria servida. Quando a comida focou pronta, "Jovita" e "Antônio Suiba" anunciaram que iam servir a comida. Puro engano ! Eles  não tiveram condições de chegar nem perto. Os cangaceiros avançaram nas panelas, e animalescamente se  serviram (se é que aquilo é considerado " se servir ") e se saciaram.  Os donos da casa não dormiram; não conseguiram pregar os olhos. Sabiam que, logo mais na madrugada, " seus  hóspedes " estariam partindo; no entanto, não sabiam se continuariam com vida. O tormento tomou conta do casal  até quando o dia finalmente amanheceu. Por ironia do destino, Lampião se aproximou de "Antônio Suiba" e "Jovita", não se despede e só diz:- na família  ninguém mexe. (Não sabia Lampião que logo mais, há poucas horas dali, o seu cangaceiro "Jararaca" ia assassinar  o irmão de " Jovita "). Lampião era um estrategista. O plano para aquele dia e os dias seguintes, já estavam traçados na sua cabeça antes  de dormir. Sempre preferiu andar com o grupo dividido. Arquitetou e dividiu os cangaceiros ali presentes em dois bandos. Um ficaria sob seu comando; o outro seria conduzido e chefiado pelo cangaceiro "Jararaca”, um dos  maiores malfeitores de todo bando. Avançariam em sentido diferente, mas com o propósito de se encontrarem em um lugar comum. Dessa forma, madrugada, depois da conversa que Lampião teve com o casal "anfitrião", os dois  bandos seguiram o traçado. 
 
Enviado por Joaquim Pereira
Conselheiro Cariri Cangaço
LNG 28.12.2015

https://cariricangaco.blogspot.com/2024/01/grupo-de-lampiao-em-sitio-dos-nunes-em.html

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