Escrito por: LUENY TAVARES DE OLIVEIRA
Filha do maior mito da história nordestina, Expedita Ferreira Nunes, 74, é a única herdeira do capitão do Cangaço que ainda está viva. O único irmão que tinha, João Ferreira da Silva, o João Peitudo, morreu no ano 2000 vítima de um ataque cardíaco. Aos 21 dias de nascida, ela foi entregue a um casal amigo de Lampião e Maria Bonita e hoje Expedita é muito preservada pela filha, Vera Ferreira, funcionária pública no estado de Sergipe.
A senhora chegou a ver seus pais pessoalmente?
Sim, três vezes. Em uma delas, meus pais adotivos me levaram para encontrá-los no mato. Só me lembro mesmo de uma vez que eu corri e me escondi. Meu pai, Lampião, foi atrás de mim. Na época eu estava com quatro anos. Não me lembro se eles foram me ver outras vezes.
Sim, três vezes. Em uma delas, meus pais adotivos me levaram para encontrá-los no mato. Só me lembro mesmo de uma vez que eu corri e me escondi. Meu pai, Lampião, foi atrás de mim. Na época eu estava com quatro anos. Não me lembro se eles foram me ver outras vezes.
Recorda-se da época em que mataram seus pais?
Meus pais adotivos me chamaram para dizer. Eles estavam muito tristes. Eu, como criança, não entendia nada e colocaram uma roupa preta em mim.
Meus pais adotivos me chamaram para dizer. Eles estavam muito tristes. Eu, como criança, não entendia nada e colocaram uma roupa preta em mim.
A senhora foi discriminada por ser filha de Lampião?
Sim. Os meus primeiros anos de vida, morei com o casal Mamede Severo e Aurora. O casal tinha 11 filhos e fui criada com muito carinho por todos eles. Nunca esconderam que eu não era filha deles e falavam que eram meus pais. Após a morte dos meus pais em 1938 fui morar com o meu tio João em Própria, sempre escondendo a minha origem, pois era discriminada. Com aproximadamente 15 anos vim estudar em Aracaju. Hoje, as pessoas me entendem e não me discriminam mais.
Sim. Os meus primeiros anos de vida, morei com o casal Mamede Severo e Aurora. O casal tinha 11 filhos e fui criada com muito carinho por todos eles. Nunca esconderam que eu não era filha deles e falavam que eram meus pais. Após a morte dos meus pais em 1938 fui morar com o meu tio João em Própria, sempre escondendo a minha origem, pois era discriminada. Com aproximadamente 15 anos vim estudar em Aracaju. Hoje, as pessoas me entendem e não me discriminam mais.
Como a senhora tomou conhecimento da história do Cangaço?
Minha filha Vera sempre procurou estudar para eu entender direitinho. Antes nunca queria falar sobre Cangaço. As pessoas tinham preconceito e me discriminavam, e eu também não sabia muito. Hoje, tenho muito orgulho pelos pais que tive e por eles terem feito o que fizeram.
Minha filha Vera sempre procurou estudar para eu entender direitinho. Antes nunca queria falar sobre Cangaço. As pessoas tinham preconceito e me discriminavam, e eu também não sabia muito. Hoje, tenho muito orgulho pelos pais que tive e por eles terem feito o que fizeram.
E o que a senhora diz sobre Maria Bonita, a sua mãe?
Tenho muita admiração pelo exemplo de coragem e determinação.