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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.
franpelima@bol.com.br

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SINCERAMENTE, É UMA PENA A IMAGEM ABAIXO ESTAR EM PÉSSIMA QUALIDADE.

Por Geraldo Júnior

Na fotografia/imagem abaixo que foi publicada no Jornal "Diário da Noite" (1952) aparece Antônio dos Santos "Volta Seca" (Direita) ex-cangaceiro do bando de Lampião, sua companheira (Centro) e uma de suas filhas chamada Rosemary.

Apesar dos pesares fica o registro para o conhecimento geral.


Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)

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VOVÓ NO QUINTAL

*Rangel Alves da Costa

Depois da porta do fundo, um mundo. E o mundo mais verdadeiro que podia existir. Cheio de presente e passado, de pensamentos e relembranças, de tempo e seus varais. Por isso mesmo que vovó gostava tanto do seu quintal. Quase ainda na ferrugem da madrugada, após o galo se empertigar e abrir suas asas para anunciar o alvorecer, a velha porta lentamente começava a ranger. Era vovó forçando o ferrolho e arrastando a madeira para depois colocar o primeiro pé no seu chão tão sagrado.

Um quintal de verdade, de feição antiga, como os que raramente são encontrados hoje em dia nas lonjuras interioranas. Com pouco cercado ao redor, tendo o fundo já adentrando na mataria que se alonga adiante, mas delimitado na sua existência própria: ali o cercadinho de planta medicinal, o velho pilão tão usado noutros idos, o poleiro, o tronco grosso deitado e que servia de assento, o varal fazendo curva de lado a lado, uma goiabeira, uma mangueira, um mamoeiro bonito. E muito mais.

E muito mais por que quintal habitado pelo que a mente, já um tanto caduca da vovó, queria trazer à realidade. Daí que qualquer um estranharia quando ela, após ultrapassar a soleira, dava um bom dia como se estivesse falando com alguém. Não falava com o galo, a galinha ou os calangos, nem com que as plantas ou as frutas acaso penduradas nos galhos, mas com pessoas. E não só falava como, durante quase o dia inteiro, presenciava fatos e situações somente possíveis na boca do povo ou nos livros de história.

“Bom dia, meu santo Padim Pade Ciço. Desculpe não poder me ajoelhar pra beijar sua mão, é que ando cheia de dor por todo lugar. Foi bom que tivesse vindo hoje mesmo, atendendo meu pedido no oratório. Meu Padim sabe que o povo do sertão confia muito no senhor, que tudo faz pela sua proteção, então chegou a hora de perguntar a esse mesmo povo o porquê de agora viver tão distanciado da igreja, da missa, da reza, da novena, da procissão. Aquele sertanejo de fé parece ter amiudado de devoção. Até mesmo ao seu pedestal no Juazeiro, a maioria que vai é pra passear e fazer comércio, e depois não traz sequer uma fitinha santa ou uma rapadura abençoada. Depois reclama que a vida tá ruim, que tá tudo difícil. E não podia ser diferente, meu santo Padim. Um povo sem fé é povo que não acredita sequer na força que tem”.


Dizia isso enquanto enchia cuia de água para molhar a cidreira, a hortelã, o boldo. Todo santo dia no mesmo ofício, no cuidado de sua farmácia de canto de quintal, na recolha dos ovos de umas poucas galinhas, na sorte de encontrar fruta caída sem estar imprestável ao uso. Sorte quando a meninada não se adiantava e levava tudo, ainda de cima do pé. Não se importava não, pois sabia do sabor sem igual daquelas goiabas, mangas e mamões. Só ficava em tempo de endoidar quando dava por falta de galinha. E mais ainda quando mais tarde sentia o cheiro da penosa nas panelas da vizinhança. Mais de vez dormiu do lado de fora, à espreita de quem chegasse para jogar milho e depois afaná-la, mas logo sentia falta da presença do falecido ao lado do colchão da cama. Altas horas da noite ele aparecia e ali se deitava.

Também conversava com Lampião, e muito, num proseado que mais parecia uma ex-cangaceira retomando as lidas nas caatingas e carrascais. “Pois é Capitão, bem sei que não são poucos os que sentem sua falta nos dias de agora. Outro dia, compadre Clemente disse que não podia haver um presidente melhor que o senhor. Homem de coragem, de palavra, que botava pra correr no mosquetão essa bandidagem da política. Já Torquato diz e repete que sente sua falta como prefeito, como delegado, como autoridade de tudo. E tem razão, pois tudo aqui seria diferente tendo de frente o nome de Lampião. Bastava o nome Virgulino Lampião e tudo mudava de jeito. O que era torto se ajeitava, o que era ladroeira virava carniça. Eu mesma ia ser sua defensora, como ainda sou. Não de arma na mão, mas de rosário de conta no dedo, dia e noite rezando pra que não lhe acontecesse qualquer mal”.

Conversava e mais conversava enquanto ajeitava uma coisa e outra. Levantava um pau caído num canto de cerca, passava a vassoura debaixo do poleiro, entupia de terra o formigueiro. De vez em quanto dizia: “Eu sei que tá aí Conselheiro, com seu cajado, seu chinelo de pé e sua barba de fim de mundo. O purrão tá cheio e é pra tomar banho. Quem já se viu um homem santo não gostar de tomar banho? Desse jeito, parecendo um bicho, não vai ter ninguém que se anime a ir até Canudos”. Ou ainda: “Leocádio, meu defunto esposo, agora não. Não adianta me chamar que não vou pra onde você tá. Só vou quando Deus quiser”.

O dia passava assim, com vovô ali no quintal, com seus devaneios e suas conversas sem pé nem cabeça. Mas quando já perto da noite era diferente. Somente as saudades nos olhos apertados, molhados de lágrimas. E quando a lua descia, então chorava, chorava.
  
Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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LAMPIÃO: A RAPOSA DAS CAATINGAS – UMA OBRA IMPRESCINDÍVEL E INDISPENSÁVEL PARA QUEM ESTUDA O NORDESTE BRASILEIRO

Por José Romero Araújo Cardoso


Finalmente atrevi-me terminar de ler o extraordinário livro de autoria do renomado escritor e pesquisador José Bezerra Lima Irmão, intitulado Lampião: A Raposa das Caatingas, pois denso, riquíssimo em informações e bem estruturado em suas abordagens sobre o personagem principal e sobre o nordeste de uma época, perfazendo mais de setecentas páginas bem escritas,  setecentas e trinta e seis, para ser mais preciso, consiste-se em verdadeiro desafio concluir sua leitura, tendo em vista a forma envolvente como prende o leitor às minúcias de uma pesquisa séria e compenetrada que levou onze anos para ser concluída, a qual, utilizando metodologia eclética e bem selecionada, tem garantido lugar de destaque entre os grandes clássicos escritos sobre o Lampião, o cangaço e o Nordeste em todos os tempos.
          
Concordo, em parte, com o autor quando este defende que a história do nordeste brasileiro resume-se basicamente às figuras de Lampião, Padre Cícero e Antônio Conselheiro. Na minha humilde opinião, creio que faltou inserir o nome do grande evangelizador dos sertões nordestinos – “Coronel” Delmiro Augusto Gouveia Farias da Cruz, para quem trabalharam, exercendo o ofício de almocreve, Lampião e familiares, transportando, assim como diversos anônimos, algodão e outros produtos regionais a fim de contribuir para movimentar a produção da sofisticada fábrica de linhas Estrela da Villa da Pedra, em Alagoas.

          
Esses personagens destacaram-se, no espaço e no tempo, fomentando expressivos momentos da história nacional nos quais suas atuações notabilizaram-se pela atenção despertada além divisas regionais e fronteiras pátrias.
          
A objetividade que embasa o trabalho de fôlego de José Bezerra Lima Irmão é um dos pontos altos da imensa contribuição efetivada pelo responsável escritor e pesquisador, pois conclama que os leitores tirem suas conclusões sobre os assuntos abordados, tornando-os figuras de destaque na leitura da obra.
          
A estrutura didática sobre a qual ergue-se Lampião: A Raposa das Caatingas, em segunda edição, publicada em Salvador (Estado da Bahia) pela JM Gráfica & Editora, no ano de 2014, destaca duzentos e quarenta capítulos, iniciando com A figura de Lampião emoldurada no contexto histórico e no ambiente em que viveu, sendo concluída com importante abordagem sobre a sombra de Lampião, por título Corisco, o último cangaceiro.
          
O autor faz questão de frisar que o Lampião enfocado em sua obra não seja visualizado nem como herói e nem como bandido e sim como produto de sua época, um cangaceiro, pois “O Nordeste até quase o meado do século XX era uma terra de cangaceiro. Ser cangaceiro era moda” (LIMA IRMÃO, 2014, p. 17).
          
Um dos grandes momentos da obra, conforme constatei, é a própria valorização do nordeste em seus fundamentos humanos, pois o autor conseguiu compreender a região em seus aspectos mais incisivos, a exemplo da defesa referente à ortopéia popular, ou seja, o linguajar rude do matuto, o qual assinala a forma de falar do povo do sertão, tendo em vista que Lampião e seus cangaceiros falavam e se expressavam como a gente simples da qual faziam parte.
          
Mesmo tendo se passado mais de setenta anos de sua possível morte na grota de Angico, ao lado de dez cangaceiros e um praça volante, Lampião suscita polêmicas, dúvidas e incertezas, as quais são analisadas de forma inteligente e bem articuladas por José Bezerra Lima Irmão.
           
Virgulino Ferrreira da Silva integrou um nordeste marcado pela violência, pelo desejo de vingança, tornando-se arquétipo de uma raça altiva e forte, vem sendo estudado há décadas por autores nacionais e por brasilianistas, mas a forma ímpar como foi inserido como personagem principal na pesquisa metódica e compenetrada de José Bezerra Lima Irmão destaca sua importância incontestável na história regional.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

Peça logo o seu atrantés deste e-mail: franpelima@bol.com.br

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SEMANA SANTA SANGRENTA - O Combate dos Sete Dias


O cangaço seguia sua ‘estrada’ pelo Sertão nordestino, quando, em certa ocasião ocasiona-se um grande combate entre grupos cangaceiros. No Pajeú pernambucano.

Na região do Navio, existia um chefe cangaceiro, Cassimiro Honório, que, segundo os pesquisadores/escritores, agiu de maneira ‘diferente’ daquela que os cangaceiros fizeram, principalmente, na época tida como ‘segunda fase do cangaço’, pós o ataque à cidade de Mossoró, RN.

Naquele tempo, não só Honório, como muitos outros catingueiros não viviam exclusivamente da ‘espingarda’, apesar de serem cangaceiros. Eram homens rudes, valentes e corajosos, mas, acima de tudo, tinham palavra.

Alguns cangaceiros que viveram antes do período lampiônico tinham alcunhas, apelidos, diferente daquelas que estamos acostumados a ver como “Bigode de Arame”, “Canela Suja”, “Zé Boi”, "Rajado" e etc.. No entanto, também já usavam algumas que foram ‘herdadas’ por diversos outros, como exemplo “Criança”.


Cassimiro Honório tinha uma filha, Melânia, e um catingueiro de sangue no olho, José de Souza, por quem tinha se apaixonado, e vice-versa, resolveu “roubá-la”, já que seu pai não permitira o namoro. Marcaram a data e fugiram. José de Souza era um desses cidadãos que se envergonham de certos atos. Mesmo tendo fugido com a moça, a deixa em casa de um amigo a não tem relação sexual com ela. Isso ficaria para depois que casassem. Mostrando respeito com ela e família.

Esse tipo de atitudes, roubar uma moça, quando ocorrida nas quebradas do Sertão, não foram raras, davam uma encrenca da peste. O pai da moça, fugida com José de Souza, chama seus ‘cabras’ e partem em busca de resgatar sua filha. Entre o ‘ladrão’ e ele deram-se brigadas, tiroteadas, que ficaram na história. Honório consegue eliminar familiares de José de Souza, mas, não conseguiu abate-lo. Pelo contrário, segundo alguns autores, ele referiu que se soubesse que José de Souza era um homem sem medo e de uma valentia tão grande, o tinha aceitado como genro. Porém, termina por encontrar sua filha e a leva de volta para casa.

O cangaceiro “Bigode de Arame”, que, na verdade era Antônio Matilde, irmão bastardo de José Ferreira, pai de Virgolino, e seu companheiro “Canela Suja”, Antônio Pedro, certa ocasião, sendo o primeiro a ser nomeado Inspetor de Quarteirão, e o segundo subdelegado, nomeados pelo Juiz que trabalhava, exercia sua função, na Comarca de Floresta, PE, tem a missão de irem prender três cangaceiros perigosos de nomes Generino, “Zé Boi” e Joaquim Gabriel.

Esses três ‘cabras’ prestavam seus serviços para José de Souza. O mesmo não achou nada engraçado essa ordem das autoridades, e o ‘clima’ escurece para aquelas bandas. O mundo se fecha e as espingardas 'falam' no lugar dos homens.Tirotearam por diversas ocasiões ficando uma intriga muito grande. Mais tarde, tanto Matilde quanto Pedro, largam aquele ‘serviço’, formam seus bandos e, como chefes independentes, vão assolando o sertão. Após isso, os homens dos bandos, de Matilde, de Pedro e de José de Souza, começam uma disputa entre eles. A partir daí, orientado por um tio, José de Souza parte para agressão contra seus rivais... e seus rivais tramam contra ele uma emboscada na sede da sua fazenda.

Bigode de Arame e Canela Suja sabedores do que ocorreu entre José de Souza e Cassimiro Honório, vão tentar a adesão desse na briga contra Souza. O que conseguem. Então, em pouco tempo, tem-se um embate que durou uma semana inteira. Sete dias de cercadores e cercados lutando, trocando tiros, sem arredarem o pé.

“(...) Essa associação de combatentes atuou nos anos de 1909 e 1910 e quase acabou com José de Souza no combate mais famoso da região (...).’ (“O CANTO DO ACAUÃ – Das memórias do cel. Manoel de Souza Ferraz (coronel Manoel Flor)” – FERRAZ, Marilourdes. 4ª Edição Revisada e Atualizada. Edições Bagaço. Recife. 2012).

Essa ‘brigada’ realizou-se na fazenda São Gonçalo, de propriedade de José de Souza. Ela perdurou por uma semana inteira. Sete dias ininterruptos de sitiados e sitiantes com únicos objetivos, acabar uns com os outros.

Em toda batalha, combate, conflito e luta entre os seres humanos, por mais banais que sejam, ocorre, quase sempre, algum fato que retira a razão, a crueldade e serve como exemplo por estarem praticando atos desnecessários. Principalmente ferindo-se mutuamente...


Havia, dentre os sitiantes, um cangaceiro que prestava seus ‘serviços’ para Cassimiro Honório, alcunhado de “Rajado”, que na verdade era José Davi, que, não sabe-se o porque, pratica um ato que, acreditamos, seja esse o motivo da famosidade desse embate ser perpetua.

A palavra Cangaceiro, ainda hoje, para muitos, ou em muitos, já causa revolta, raiva, menosprezo e outros adjetivos. Naquele tempo, além destes, havia o pior de todos, o medo. Porém, já no amanhecer do terceiro dia de luta, onde, tanto aqueles que estavam dentro da casa, quanto aqueles que a cercavam, não mostravam nenhuma intenção de desistirem, Rajado escuta um choro vindo de dentro da casa. Uma criança se despedaçava em gritos sem parar. O cangaceiro sentiu necessidade de fazer uma coisa a mais para calar aquela inocente. Ergue os braços, começa a falar para pararem de atirarem todos. A atitude do cangaceiro Rajado causa espanto em todos, tanto em seus companheiros como em seus inimigos. Todos cessam o fogo, dão uma trégua para escutarem o que teria a dizer aquele homem rude, valente e bruto...

Fora feito ali próximo do local da luta um curral, e nesse, algumas criações. Aos gritos, o cangaceiro Rajado pede garantia aos de dentro da casa para ir ordenhar algumas cabras a fim de retirar e trazer o alimento para a criança. Os de dentro da casa aceitam, José de Souza dá a garantia pedida. Rajado encontra uma vasilha, entra no cercado retira o leite das cabras, volta e coloca no pé da porta, no batente da casa, o recipiente com o leite para o bebê. Todos, cercados e cercadores, assistem aquela ação, aquele ato sem entenderem direito o que ocorre para fazer o cangaceiro tomar aquela atitude. E após alguém recolher a vasilha com o leite, em pouco instante ninguém escuta mais a criança chorar. Então o tiroteio recomeça tão intenso como estava antes do “intervalo”.

José de Souza a tudo assistiu através da ‘torneira’ em que se encontrava. Rajado ao passar pelo terreiro da casa com a vasilha com o leite, Souza o observava detalhadamente, nota que suas vestes estão em farrapos, e quando chega o momento de retirar-se, após sete dias de batalha, deixa, em agradecimento, no buraco da torneira em que se encontrava seu paletó, novo e inteiro, em um gesto de agradecimento ao cangaceiro “Rajado”.

“(...) Na ocasião, José de Souza constatou que o paletó de “Rajado” estava surrado e rasgado em muitos pontos... (...).” (Ob. Ct.).

Após muitas tentativas de ajudar, dos vizinhos socorrem, a fim de furarem o cerco colocado na residência de José de Souza, chega à ocasião em que se consegue uma “brecha”, entram e salvam o pessoal sitiado. Esse cerco ocorreu durante a Semana Santa e ficou conhecido na História como: “O Combate dos Sete Dias”... Nas quebradas do Sertão do Pajeú das Flores.

PS// FOTO DE UM CANGACEIRO COM AS VESTE QUE USAVAM ANTES DA ERA LAMPIÔNICA - "Um típico cangaceiro nordestino na década de 1920" (Bog Ct.)

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?fref=ts

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UMA VERSÃO MODERNA EM CORES DE RUBENS ANTONIO!


Chamativas, sim. Exóticas  também. Despertavam curiosidades por onde elas passavam e às vezes amedrontavam as mulheres em virtude da fama de valentonas. Elas, as cangaceiras, usavam vestidos de mescla azul-cinza de mangas compridas e a saia vinha até os joelhos. Galões e sianinhas coloridos davam os detalhes dando aquele charme.


Sandálias de couro e meias longas e algodão para livrar-se dos espinhos pelo caminhar nas caatingas, assim como as luvas de tecidos e bordadas  no capricho com flor de lis. Este, era o traje do dia a dia, mas existiam outros, os de festas, geralmente em seda ou outro tecido fino.

Como não tinham casa, levavam todos os pertences no corpo, inclusive as roupas vestidas uma por cima da outra. Nos bornais de pano resistente e criativos idealizados pela cangaceira Dadá, levavam remédios caseiros, perfumes (Dorli e Serenata), batons (indispensáveis), pentes, orações etc.

No pescoço, além dos lenços de seda, trancelins, correntes, cordões de ouro. Muito ouro. Quanto mais, demonstrava o poder aquisitivo do companheiro. E muitos anéis nos dedos.

Na cabeça, o chapéu de feltro e nunca o de couro usados pelos homens. Estavam prontas para enfrentar os perigos elegantes. Como eram vaidosas…

http://www.mulheresdocangaco.com.br/moda-cangaceira/

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PARABENIZANDO O PESQUISADOR GEZIEL MOURA

Por Kydelmir Dantas

Parabenizamos Geziel Moura pela Série A INVASÃO DE LAMPIÃO A MOSSORÓ... 


Acrescentamos que quem quiser aprofundar-se neste capítulo da História do Cangaço deve pesquisar os seguintes livros: 

Bibliografia Cangaceira – indicada para pesquisas pela Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC

ALMEIDA, Fenelon. Jararaca: o cangaceiro que virou “santo”. Recife: Editora Guararapes Ltda. 1981.

BRITO, Raimundo Soares de e GURGEL, Antônio. Nas Garras
de Lampião – Diário do Coronel Gurgel. Coleção Mossoroense. Mossoró/RN. 2ª edição, 2006.

DANTAS, Sérgio Augusto de Souza. Lampião e o Rio Grade do Norte: A História da Grande Jornada. Natal: Editora Cartgraf, 2005.

FERNANDES, Raul. A Marcha de Lampião: Assalto a Mossoró. Coleção Mossoroense, série C, 7 ed. Mossoró - RN, 2009.

LIMA, José Octávio Pereira de. Terra Nordestina. Coleção Mossoroense.
Mossoró/RN, 1981.

MEDEIROS, Honorio de Medeiros de. Massilon. Mossoró: Sarau das Letras. 2010.

_________, Histórias de Cangaceiros e Coronéis. Natal: Sebo Vermelho Edições, 2015.

MELO, Frederico Pernambucano. Guerreiros do Sol: O Banditismo no Nordeste do Brasil. Recife: Editora Massangana, 1985. 

NETO, Cicinato Ferreira. A Misteriosa Vida de Lampião. Premius Editora. Fortaleza, 2008.

NONATO, Raimundo. Lampião em Mossoró. Editora Pongetti. Rio de
Janeiro/RJ, 1955.

OLIVEIRA, Gilbamar de. Recordações de Um Ataque Frustrado. Mossoró: Coleção Mossoroense. 1977.

SOUZA, Antonio Vilela de. O Incrível Mundo do Cangaço. Vol. 1. Editora Bagaço. Recife/PE, 2006. 4ª edição 2010.

SOUZA, Antonio Vilela de. O Incrível Mundo do Cangaço. Vol. 2. Editora Bagaço. Recife

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SOUZA MACHADO E SUA RUA - 01 DE JANEIRO DE 2017

Por Geraldo Maia do Nascimento

A Rua Sousa Machado, no Centro da Cidade, é uma paralela as Ruas Meira e Sá e Almino Afonso. Mas quem foi o homenageado e o que o mesmo fez para merecer a homenagem? Basta dizer que a ele é atribuída a fundação de Mossoró.

Antônio de Souza Machado nasceu no arcebispado de Braga, Portugal, sendo filho legítimo de João Vieira de Souza Menezes e de dona Violante Maria Machado, ambos naturais daquele arcebispado. Veio para o Brasil ainda jovem, instalando-se na Ribeira do Jaguaribe do Ceará-Grande. Casou-se com dona Rosa Fernandes, da Freguesia de Russas, filha legítima do português Domingos Fernandes, também de Braga, e de dona Jerônima da Silva, norte-rio-grandense.

Da união de Souza Machado e de dona Rosa Fernandes, nasceram: Felix Antônio de Souza; Antônia de Souza, casada com o Tem. Cel. Francisco Ferreira Souto; Manoel de Souza; Domingos de Souza Machado e outros. O casal deixou grande descendência nos municípios de Mossoró, Areia Branca, Assu e Aracati, segundo levantamento feito pelo Cônego Antônio de Sales Cavalcanti.

Residia no Vale de Mata Fresca quando foi agraciado com o título de Sargento-mor, comandante dessas paragens, pelo Governo da Capitania do Ceará Grande.

Era um empreendedor nato. Estendeu os seus negócios pela Ribeira do Apodi, da Capitania do Rio Grande, criando fazendas de gado em Grossos, Santa Luzia, Panela do Amaro, etc. Em 1760 fixou residência em Grossos, onde construiu uma casa de taipa, coberta de telhas, compradas diretamente da Bahia Souza Machado passava o inverno na Fazenda Santa Luzia, de onde arrebanhava o gado para Grossos, a fim de fazer charqueada na Ilha das Oficinas, onde abundava o sal, exportando a carne para as Capitanias de Pernambuco e Bahia. 
               
Consta que por volta de 1772 a sua mulher, dona Rosa Fernandes, teria sofrido um problema ocular e como católica praticante teria feito uma promessa a Santa Luzia, a “Virgem da Eterna Claridade Visual”, protetora dos olhos, que se ficasse curada daquele mau ergueria, no pátio da sua fazenda, uma capela como forma de agradecimento. Deve ter sido atendida em sua promessa, pois no mesmo ano o seu marido, Souza Machado, requereu licença ao Visitador dos Sertões do Norte, Padre Inácio de Araújo Gondim, para edificar uma capela em sua fazenda, na margem do Mossoró, dedicada a Santa Luzia. Concedida a licença requerida, edificou este a dita Capela. 

Só para ilustração - Não é imagem antiga
               
Construída a Capela, foi-se formando um aglomerado de pequenas edificações ao redor da mesma, que se transformou em arraial, pois não só o proprietário e seus filhos tinham residências naquele local como outros que foram chegando e construindo suas casas, umas cobertas de telhas, outras de palha de carnaúba, dependendo das condições de cada um. As evidências para o que afirmamos estão na “Cronografia Brasílica”, de Ayres do Casal, publicada em 1817 e também no “Dicionário Geographico do Brasil”, publicado em 1845, de Millet de Saint Adolphe, que andou por essas paragens em princípios do Século XIX, onde Santa Luzia do Mossoró aparece já como Arraial. 
               
Souza Machado, por ser grande proprietário de terra, escravos, gados, etc., era considerado na época um homem importante. Segundo o historiador Francisco Fausto de Souza, que pesquisou documentos nos arquivos públicos e ouviu a tradição oral da época, “a ele se deve não só a edificação da Capela primitiva de Santa Luzia, como também a fundação da Povoação do mesmo nome, onde hoje se encontra a Cidade de Mossoró”. 
               
Souza Machado faleceu em idade avançada, no seu Sítio Grossos, no ano de 1779. Ignoramos onde foi sepultado o seu cadáver, ne as Capela de Mata Fresca ou na Santa Luzia, por ele edificada. 
               
Em 1801 a viúva do Sargento-mor Antônio de Souza Machado, dona Rosa Fernandes, doou a Santa Luzia um pedaço de terra dentro do perímetro da Povoação, tendo por limite os seguintes pontos: à nascente o Córrego da Calheira e a poente as terras do defunto José da Costa de Oliveira Barca, que em Mossoró usava o nome de Manoel Ferreira, como consta na escritura de doação registrada no Livro de Tombo da Catedral de Santa Luzia. 
               
Mossoró é ingrata com o seu fundador, que nunca mereceu um monumento em praça pública, nem uma simples placa onde os moradores pudessem conhecer a história daquele que com recursos próprios edificou a primitiva Capela e doou terras para que a cidade se erguesse. Além do pequeno trecho de rua a que nos referimos no início do texto, o Estado do Rio Grande do Norte emprestou o seu nome a uma escola pública no Conjunto Nova Vida, no Bairro Dom Jaime Câmara. Muito pouco para quem tanto fez por Mossoró


Todos os direitos reservados
É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.
Fonte: http://www.blogdogemaia.com/#
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

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ABRINDO ESPAÇO PARA BARACK OBAMA E SUA FAMÍLIA!

Por José Mendes Pereira

UM EXEMPLO DE HONESTIDADE!

Quem se atreve em dizer algo contra este ex-presidente que administrou a mais importante potência do mundo sem nenhum escândalo? Imagina se o Brasil fosse governado por esta família!


Por que esta família está de cabisbaixa?

Para a maioria dos políticos do Brasil esta família tem vergonha de ser honesta. Mas ela nunca teve e nem terá vergonha de ter conservado a honestidade como primeiro plano para administrar os Estados Unidos, um país que pertence a uma nação. 

Esta família não tem vergonha de ter mantido relações diplomáticas com o nosso querido Brasil, mas tem vergonha quando alguém fala nos políticos do nosso Brasil. 


Só em você olhar bem para esta família imagina como seria se os políticos brasileiros copiassem esta honestidade!

Família Obama se despede dos funcionários da Casa Branca.

Barack Obama, esposa e filhas servem os seus funcionários que os serviram durante 8 anos de governo.


O escritor e editor do Brasil José Renato Monteiro Lobato (Monteiro Lobato) disse que: "Um país se faz com homens e livros". Mas, eu, observando bem, vi que o escritor Monteiro Lobato se esqueceu de completar o que desejaria falar sobre os homens aliados ao país criado: "...mas que os homens têm que ser honestos". 

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EM TEMPOS DE PAZ.

Por Geraldo Júnior

Antônio dos Santos o famoso Volta Seca, antigo integrante do bando de Lampião, com sua filha Rosemary em fotografia do Jornal "Diário da Noite" (1952).

Após a liberdade, a busca incessante por um trabalho e uma vida digna e decente ao lado de sua família.

Faleceu no ano de 1997 na cidade mineira de Leopoldina, aos 79 anos de idade.

Embora a qualidade da imagem (acima) não esteja em boa resolução é possível observar perfeitamente o ex-cangaceiro com sua pequena filha nos braços.

Fonte: facebook
Página: O Cangaço
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)
https://www.facebook.com/HistoriasdoCangaco/photos/a.435268929895318.1073741828.435240783231466/1207043419384528/?type=3&theater

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1977, NA ESTRADA

Por Arievaldo Viana Lima
Seu Januário e o filho Luiz Gonzaga

EM 1977, Luiz Gonzaga estava divulgando seu excelente LP "CAPIM NOVO" por todo o Nordeste, sem apoio de gravadora nem nada.

 https://www.youtube.com/watch?v=3sGHnzB24JA

Passou num lugarejo, no interior de Canindé no Estado do Ceará, chamado VILA CAMPOS, no entroncamento que vai para Quixadá.

Sem chapéu, sem gibão, não foi reconhecido de imediato. Até que um curioso, meio tímido, aproximou-se e perguntou:

- O Senhor é Luiz Gonzaga???

- Seu criado...

Era um botequim desses de beira de estrada, que vende bolo, café e paçoca. Luiz Gonzaga passou a tarde todinha conversando com os matutos, e ainda deu uns LP's para alguns fãs. 


Ô Cabra arretado, o Seu Luiz!!!

Contribuição Arievaldo Viana Lima

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