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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

O MANELÃO VALENTÃO

 Por José Mendes Pereira - (Crônica 04)

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O lugarejo todo já tinha sido informado que um  enorme homem, desajeitado  e valentíssimo estava para chegar. E todos os moradores se preparassem, pois o avantajado homem não tinha dó de ninguém. Cada indivíduo tomasse um lugar para se proteger dos absurdos que ele praticava.   Matava só com um soco e mais nada, só para ver a queda do infeliz. E todos tentaram se esconder para não serem vítimas do valentão. 
      
O dono de uma pequeninha lanchonete precisava se ausentar do seu comércio, e ao sair, disse ao seu empregado:       
      
- Eu tenho que resolver algumas coisas na feira, e talvez eu não volte mais hoje.  Se você ouvir falar que  o tal do Manelão está no lugarejo, dê por encerrado o movimento de fregueses. Cuida logo de baixar as portas, e não se demore, faça fiapo em busca de casa.       
      
Mas assim que o dono da lanchonete saiu, infelizmente, um homenzarrão chegou pelas laterais da quitanda. E Alguém que já corria pelas avenidas, gritou:
       
- Pelo amor de Deus! Corram que o maldito Manelão já se aproxima por aí!
    
O homenzarrão parecia o "king Kong", barbudo, braços grossos, de voz assustadora. Chegara montando num avantajado touro brabo. O animal parecia temer o homenzarrão. Ficou quietinho em seu lugar. Nem precisou ser amarrado.
   
E foi aquela correria. Mulheres perderam filhos no meio do movimento. Um velho sapateiro que cochilava em uma espreguiçadeira de frente à rua,  ao ver o homenzarrão, e ao se levantar, caiu lá embaixo da calçada. 

https://coisasdecajazeiras.com.br/refresco/pao-de-saora-pode-se-tornar-patrimonio-cultural/

Um comerciante ambulante que vendia pães em um balaio, ao correr, perdeu todos, restando-lhe apenas o balaio desajeitado em sua cabeça. Os homens não esperaram por nada, e não quiseram saber nem um pouco do Manelão.
          
No alvoroço, querendo se salvar das enormes mãos do homenzarrão, o empregado enrolou-se a uma cadeira ginga-ginga, e foi ao chão.  E enquanto tentava se levantar do chão, ao levantar a vista, viu o valentão entrando com seus passos longos e desajeitados.  
        
Quando ele entrou, foi logo de encontro ao empregado, e  sapecou um murro no forte balcão, mas mesmo assim, o desmontou de uma só vez, gritando com um assustador vozeirão:
              
- Me dá uma cachaça aí logo, sua peste!
         
- E lá veio o empregado correndo com a garrafa de cachaça às mãos.
         
O valentão não esperou que o empregado a abrisse. Arrebatou-a das mãos, quebrou o gargalho sobre o resto de balcão que ainda teimava ficar em pé,  e bebeu tudo de uma vez só, não ligando para pedaços de vidro.
        
O empregado já havia dito a Deus que iria devolver o seu espírito, pois diante daquele homenzarrão, já sabia qual seria o seu fim.
           
- O senhor quer outra! - perguntou o empregado procurando agradá-lo, já se desmanchando em mijo e outras coisas estranhas.
        
- Não, sua peste! Deus me livre! Num dá tempo não!
       
- Mas por que não dá tempo? - quis saber o empregado, mesmo trêmulo.
        
- Não dá tempo porque o Manelão vem aí!
       
O homenzarrão saiu do bar, cuspiu fortemente, pigarreou, pôs uma enorme marca de fumo na boca, montou-se no seu touro bravo e tome espora,  e se mandou com medo do Manelão que estava para chegar no lugarejo.
        
O homenzarrão não era o Manelão que o lugarejo esperava contra vontade. Só tinha tamanho. Medroso ao extremo.

Minhas simples histórias

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ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. Calma! Calma!

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SEU GALDINO CUTUCA ONÇA COM VARA EM TREMPE DE ÁRVORE E QUASE SE DEU MAL.

Por José Mendes Pereira

Mais uma fantástica história do seu Galdino Borba(gato) de Mend(onça) Filho, contada a seu amigo, compadre e vizinho de propriedade, seu Leodoro Gusmão.

Seu Galdino contou ao seu compadre que há dez dias, antes desta conversa, tinha saído para ver se tirava mel de uma abelha italiana, situada em um pé de umburana, e quando caminhava em direção à árvore, ainda um pouco distante dela, deparou-se com uma onça dormindo sobre um galho de uma aroeira. 

https://www.google.com/search?

Não resistindo àquela cena, procurou uma vara e foi cutucá-la, porque a sua intenção era, quando ela descesse da árvore, com medo dele, corresse, e era nesse momento que ele correria atrás dela, pelo menos para tangê-la pra bem mais longe de sua propriedade, só assim, ela não iria perseguir os seus animais em sua fazenda.

Feito isto, quando a cutucou com a vara, ela teve um susto tão grande, que saiu num esturro danado, e ele não deu chance, agarrou a calda do felino e se mandou voando com ela. Na carreira, cada pulo que ela dava, ele ali subia e descia segurado na sua calda. A onça teve tanto medo dele, que fez com que ela desaparecesse nos fundos das suas terras.

Imagem do google.

Mas seu Galdino não sabia que alguém viu o que se passou com ele. Assim contara o vaqueiro de Lili Duarte ao seu Leodoro, que nesse mesmo dia, que seu Galdino foi surpreendido pela onça, ele também estava nas matas, não no ofício de campear gado, segundo ele, com uma espingarda passarinhando, e como ele estava com um binóculo, viu quase de perto o que fizera a onça contra seu Galdino. A história verdadeira foi a seguinte: 

Luiz Duarte Costa - https://jotamaria-liliduarte.blogspot.com/2017/

Seu Galdino estava olhando para dentro de um oco de umburana, tentando ver se nele existia abelha situada para tirar o mel, já que uma porção delas estava voando ao redor da árvore. Foi quando uma onça negra, lentamente, foi se aproximando sem que seu Galdino a percebesse. 

https://www.shutterstock.com/pt/search/on%C3%A7a-preta

A onça ficou estruturando a melhor maneira de agarrar o seu Galdino. Depois de bem posicionada ela pulou e o agarrou pelo fundo das calças. Seu Galdino fez carreira e ela ali, agarrada em suas calças. Sabendo que a onça iria devorá-lo, o vaqueiro armou a espingarda bate bucha e disparou para cima, fazendo com que a onça abandonasse o seu plano de devorar seu Galdino e fizesse carreira. Assombrada, a onça entrou de mata adentro. Com medo, seu Galdino enfiou-se também no matagal contrário.

Foi assim que se passou e não da maneira como contou seu Galdino ao compadre Leodoro Gusmão.

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