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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Canudos - "Guerra de Deus e do Diabo"

Extraido do Blog do amigo Kiko Monteiro: "Lampião Aceso".
            
             Este é um vídeo didático elaborado pela "Fundação Joaquim Nabuco" e Pelo "Ministério da Cultura", com o apoio da "TV Cultura".
 
              É um dos episódios da Série "Brasil - 500 Anos" (disponível no site: www.dominiopublico.gov.br), falando sobre o Conflito armado entre sertanejos sem-terras e as forças da República (1893 a 1897).
 
             Os sertanejos esperavam a vinda do Reino do Rei Dom Sebastião: um reino onde todos seriam iguais socialmente - de glória e justiça para todos.

 
 
 
 

O COLIBRI

Por: José Mendes Pereira


O COLIBRI

             Todas as tardezinhas eu me deslocava para o quintal da minha casinhola, na intenção de usufruir um pouco dos ventos que vinha do Norte e posteriormente direcionava-se para o Sul. E lá eu me aconchegava a uma touceira de babosa viçosa, que em anos longínquos eu tinha plantado uma muda que adquiri no meu amado berço, BARRINHA, e com o passar dos anos ela foi se expandindo, até que formou uma ramagem bastante esverdinhada e de forma arredondada.  

               E Todas as tardezinhas um colibri chegava e entre as folhas espessas da babosa, enfiava o bico fino e alongado nas flores em desenvolvimentos, e ficava sugando as gotículas fertilizantes. E em um pequeno espaço de tempo, ele se apoderava de um voo entre o pomar frutífero verdejante em direção a um outro lugar. O colibri desaparecia e minuto depois retornava, e com a sua lentidão, repetia tudo o que tinha feito antes. Eu ali, apenas acompanhava os pequenos movimentos das suas asas e corpo. O colibri tinha diversas cores, mas a que mais predominava era a azul celeste.   

               E com o passar dos dias, ele foi permitindo que eu me aproximasse cada vez mais dele. O colibri ficava como se estivesse paralisado, e apenas com uma tremura nas asas e no seu pequeno corpo, eu notava que ele estava em movimentos. Mas quando ele percebia que no horizonte, um lençol amarelado formado por nuvens encarneiradas, dando sinal aos viventes do planeta que o pai da natureza já estava se preparando para se deitar, o colibri tomava o último voo daquele dia e desaparecia no gigantesco espaço do universo. Depois disso, só no dia seguinte era que ele retornava para repetir tudo de novo, colhendo as novas gotículas fertilizantes que a natureza tinha autorizada a sua reprodução. 

               Certo dia, eu me apoderei de uma maldade de humano devastador, e tentei capturá-lo, mas o colibri não permitiu a minha ignorância, e apossou-se de um voo, e foi-se embora para nunca mais voltar. Nunca mais o vi!                 

            Será que o colibri já tinha completado o seu ciclo vital aqui na terra, e foi recolhido pela natureza, paralisando os seus movimentos para sempre?

           Será que o colibri foi alvejado por uma carabina de caçadores?

          Ou será que o colibri descobriu que eu pertenço a uma espécie de animais que rouba, mente, devasta, difama, odeia, desfaz do seu próprio criador, explode, implode, mata os rios, polui a natureza, extingue os pássaros e faz cilada para matar o seu semelhante?   
   


Literatura - D. João da Câmara

Por José Mendes Pereira


 João Gonçalves Zarco da Câmara

                 D. João da Câmara, nome que ficou conhecido mundialmente na literatura portuguesa. O dramaturgo, poeta e ficcionista João Gonçalves Zarco da Câmara, nasceu em Lisboa em 27 de Dezembro de 1852.

                 Descendia de nobres, pois seu pai, D. Francisco de Sales Gonçalves Zarco da Câmara era marquês da Ribeira Grande , e sua mãe,  D. Ana da Piedade de Brígida Senhorinha Francisca Máxima Mascarenhas da Silva. Tornou-se um importante dramaturgo no final do século XIX. Era casado com d. Eugênia de Mello Breyner.

            Estudou em princípio em Lisboa, no Colégio de Campolide, e em Louvâna, na Bélgica, regressando a Portugal com a morte do pai, em 1872. Posteriormente, estudou na Escola Politécnica e no Instituto Industrial.

            Regressou a Portugal e matriculou-se na escola Politécnica, a fim de dar prosseguimento ao curso iniciado no estrangeiro. A partir daí, D. João Câmara inicia intensamente a atividade literária. 

            Em 1873, escreveu para uma festa do Colégio de Campolide, o drama em 1 ato "Nobreza". No mesmo ano escreveu “O Monólogo” em prosa e verso “Charada e Charadistas”.                    

            Seria, contudo, o drama histórico D. Afonso VI que lhe traria o êxito, estreado a 13 de Março de 1890 no Teatro Nacional D. Maria II, com dos melhores atores portugueses do tempo.

            A obra-prima de D. João da Câmara é sem dúvida a comédia "Os Velhos", estreada a 11 de Março de 1893, no mesmo teatro. Não foi bem recebida pelo público e pela crítica de então e só mais tarde teve o reconhecido merecimento.

           Trata-se um texto de recorte realista, cuja ação decorre no Alto Alentejo, quando se aproximam as obras do caminho-de-ferro. Os Velhos "põem em cena uma animada galeria de criaturas reais, captadas na diversidade dos seus temperamentos, obsessões e afectos" (Rebello).
            "O Pântano", estreado a 10 de Novembro de 1894, já adapto outra corrente literária: o simbolismo, por influência de Maeterlinck.
    
            Depois escreveu duas comédias, “A Toutinegra Real e "O Ganha-Perde”, seguindo-se “A Triste Viuvinha” (1897), também de ambiente alentejano.

            No ano seguinte estreia um folhetim populista, A Rosa Enjeitada, oportunidade para uma grande criação da actriz Adelina Abranches. Mais tarde (1929) seria adaptada a opereta por Silva Tavares e Vasco de Macedo.

            D. João da Câmara escreveria ainda outras obras de menor valor e ainda várias operetas em colaboração com Gervásio Lobato e Ciríaco Cardoso.

             Lisboa, 2 de Janeiro de 1908) foi um dramaturgo português.

Obras:

                  1873 – Nobreza (drama), “Charada e Charadistas”.
              1876 – “Ao pé do Fogão (comédia). 
              1890 – “D. Afonso VI” (drama). 
              1891 – “Zé Pelonso” (farsa). “O Burro do Sr. Alcaide” (farsa) lírica). “Alcácer-Quibir” (drama). 
              1892 – “O Burro em Pancas” (farsa). “O Solar dos Barrigas”, (farsa). “O valete de Copas” v(mágica). “ Os anos da Menina” (opereta). 
              1893 –“Os Velhos” (comédia). “Cocó Reinete e Facada (opereta). 
                  1894 – “O Testamento da Velha” (opereta). “ Pântano” (drama). 
              1895 – “Toudinegra Real” (comédia). “El-Rei” (romance). 
              1896 – “ Ganha Perda” (comédia). “ Oito” (ópera cômica). 
              1897 – “Triste Viuvinha”. 
              1898 – “ O Beijo do Infante” (drama). 
              1900 – “Meia Noite” (contos).  
              1901 – “Aldeia na Corte” (drama). “João das Velhas” (ópera cómica). 
                 1903 – Teatro em Verso – (Alto do Menino Jesus. Os Dois Barcos. O Poeta e a Saudade). O Conde de Castel-Melhor (romance). 
                 1904 – “Casamento e Mortalha”. 
              1905 – “A Mordaça” (Drama, tradicional).  

              1908 – Falece em Lisboa, a 02 de Janeiro.  


                  Fonte de Pesquisa:

                  Obras imortais da nossa literatura
               Editora Três - São Paulo - Brasil.                                                      




Literatura - Machado de Assis

Por: José Mendes Pereira


              Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839. Era filho de Francisco José de Assis, de cor mulata, pintor, e da açoriana (Ilha de São Miguel) Maria Leopoldina Machado de Assis. Era casado com Carolina Xavier de Novais, mas para isso teve que enfrentar a oposição de dois futuros cunhados.

            Sua família era humilde, mas ele teve padrinhos bastante importantes. Maria José de Bragança Barroso, viúva do oficial Bento Pereira Barroso que antes tinha sido ministro e senador do império, e Joaquim Alberto de Sousa Silveira, dignitário do Paço, oficial da ordem imperial do Cruzeiro e comendador da Ordem de Cristo. Dos padrinhos herdou o nome.

             Logo cedo perdeu a mãe. As primeiras letras aprendeu com a madrasta, a lavadeira Maria Inês. Depois à morte do pai, mudou-se com a madrasta para São Cristóvão, onde Maria Inês se empregou como cozinheira do Colégio São Cristóvão. Nesse tempo, Machado ajudava em casa, vendendo na rua as balas que a madrasta fazia. 

                 Em São Cristóvão ele se dedicou ao estudo Francês, língua que mais tarde chegou a dominar com facilidade. Quem o ensinou foi a senhora Gallot, dona de uma padaria Ao trabalhar como sacristão na igreja de Lampadosa, Machado de Assis aprendeu latim com o vigário da igreja. Quando ainda rapazinho ficou alucinado por livraria e tipografia. Pouco depois estava empregado na tipografia de um senhor chamado Paulo Brito. 
                                                 
              Com 16 anos estreou na imprensa, publicando o poema “Ela”, no jornal de Paulo Brito, chamado “Marmota Fluminense”. Em 1856, Machado de Assis deixou Paulo Brito, e foi trabalhar na Imprensa Nacional, dirigida pelo romancista Manoel Antonio de Almeida. 
              
             Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época. 

              Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que nota-se traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos românticos. Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as da Trilogia Realista. Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde nota-se características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
                                      
              Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público.Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros.Em seu tempo de vida, alcançou relativa fama e prestígio pelo Brasil, contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, por sua inovação e audácia em temas precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões.

            Embora tenha cultivado quase todos os gêneros, mas foi no romance que Machado de Assis se distinguiu.

             Machado de Assis faleceu no dia 29 de setembro de 1908.

Obras:

            1864 – “As Crisálidas”
            1870 –  Publicou “Contos Fluminenses” e “Falenas”.
            1872 -  Publica“Ressurreição”. 
            1874 – “A Mão e a Luva”.
            1875 – Publica “Americanas” (poesia).
            1876 – “Helena”.
            1878 – “Iaiá Garcia”.
            1881 – “Memórias Póstimas de Braz Cuba”.
            1882 – “Papéis Avulsos” (contos).
            1891 – “Quincas Borbas”.
            1893 – “Páginas Recolhidas”.
            1900 – “Dom Casmurro”.
            1901 – “Poesias Completas”.
            1904 – “Esaú e Jacó”.
            1906 – “Relíquias de Casa Velha”

            Machado de Assis escreveu para o teatro várias peças.
           

             Fonte de Pesquisa:

            Obras imortais da nossa literatura – Editora Três.
            Professor Carlos Alberto Iannone.
            Da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília.