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sábado, 9 de dezembro de 2017

O BOOM DA LAGOA DO JUNCO

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.797

Nas irregularidades do relevo, surgiram na parte mais elevada, algumas casas que se foram emendando e formado uma rua. No fundo esquisito do terreno, a lagoa temporária repleta de juncos. Foi assim que surgiu o bairro ainda não reconhecido como tal, Lagoa do Junco. Os juncais que havia em Santana, surgiam também, naturalmente, no rio Ipanema. Na época o junco servia de matéria-prima para o fabrico de colchões, muito antes da chegada dos colchões de mola e de espuma. Havia na cidade três ou quatro fabriquetas de colchões de juncos, inclusive, a do Júlio Pezunho, à Rua Antônio Tavares.  Mas o interessante é que os humildes habitantes do início da Lagoa do Junco, não fabricavam colchões. Parte dos homens trabalhava fora em profissões subalternas. Das mulheres saíram muitas empregadas domésticas para as casas do pessoal do centro. O homem que não trabalhava fora virava quebrador de pedras para calçamento de ruas.  

LAGOA DO JUNCO/MORRO DO QUEBRA-PEDRAS. Foto: (Eduardo Gomes).

Assim, o lugar ficou conhecido pelos quebradores de pedra. A expansão do pequeno núcleo se deu para o lado esquerdo em direção ao açude do Bode e, outra parte, subiu o morro (único de Santana, habitado) à custa deles mesmo até chegar ao topo e prosseguir em linha reta pela lombada em direção leste.  Pouquíssimas pessoas do centro de Santana conhece a subida e as ruas que se formaram no cimo do morro do Quebra-Pedra. É um cenário muito bonito, mas como já falamos antes, nenhum mirante santanense é explorado ou divulgado. Em nosso livro, “O Boi, a Bota e a Batina, história completa de Santana do Ipanema”, falamos do riacho sem nome que sai da Lagoa do Junco, atravessa a BR-316, durante o inverno, e vai despejar no rio Ipanema, no lugar Maniçoba.
Atualmente, o lugar inteiro estar ganhando calçamento, coisa que assanha danadamente os caçadores de votos. Toda a região abaixo do Bairro São Vicente, chamamos Lagoa do Junco, muito embora a parte da UNEAL e Batalhão de Polícia seja chamada ainda por alguns antigos moradores de Bairro Bebedouro, que antes era completamente longe, ligado à BR-316, apenas por um corredor de aveloz. A parte antiga da Lagoa do Junco ganha calçamento e, a parte nova, loteada, vai se sofisticando com UNEAL, Escola Piloto, Batalhão de Polícia, Complexo da Justiça, fábricas e casas comerciais em estilos modernos, que ajudam no embelezamento do bairro e da saída da cidade com direção a Maceió. Esperamos que o nome Lagoa do Junco seja conservado com a tradição e não mudado em nome de qualquer um.
Enquanto isso o povoado AREIAS BRANCAS, recebe tremenda injustiça de ser chamado AREIA BRANCA, coisa fictícia de quem não teve o que fazer, pois. “O Boi, a Bota e a Batina,...” traz a história profunda e bem pesquisada de AREIAS BRANCAS e de Dois Riachos.  NADA DE AREIA BRANCA, NADA, NÃO EXISTE. Apelamos para o Departamento de Cultura para corrigir a ABERRAÇÃO. Você sabe como surgiu o nome do povoado Óleo? Temos o seu histórico.


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A REINVENÇÃO DO FOGÃO DE LENHA E DO CANDEEIRO

Por José Romero de Araújo Cardoso

Nem sempre as tecnologias avançam sem retorno aos seus primórdios. Exemplifica-se com o forçado retorno do uso do fogão de lenha em lugar do fogão a gás. O que surgiu para resolver um problema, pois trabalhoso demais ir à mata todo dia em busca de feixe de lenha para acender o fogão, agora se transformou num problema ainda maior: o custo elevado do botijão, tornando-o já inacessível a grande parte da população brasileira.
Somente este ano, seguidas foram as elevações no preço do famoso gás de cozinha. E cozinhar de manhã, perto do meio dia e ao anoitecer, ainda que não seja muita comida, tornou-se verdadeira preocupação para a população mais carente. Mesmo economizando o máximo, levando ao fogo apenas o necessário, a duração do gás permanece quase a mesma. O valor para aquisição de outro botijão, contudo, totalmente desnorteou a renda familiar. Não é todo dia que a família tem cerca de cem reais para a compra. E acaso compre, será a troca do gás pelo alimento. Então cozinhar o que?
Com o uso da energia elétrica está ocorrendo quase a mesma coisa, mas desta feita com um esforço incomum da população carente para manter em casa um dois bicos de luz acesos. Como ocorre com o preço do gás de cozinha, todo dia é noticiado mais um aumento na tarifa da energia elétrica. Muita chuva motiva aumento, pouca chuva também, escassez nem se fala. Logo colocam a culpa na natureza para sangrar ainda mais a já exaurida pobreza. Fato é que nem todo mundo pode mais utilizar um luxo simples como um ventilador.
Mesmo que o consumo seja mínimo, a conta sempre chega e tem que ser paga em dia, na data, sob pena de logo haver o corte no fornecimento. E quando a família faz as contas e percebe que todo o dinheiro juntado não dá para pagar a farmácia, a água, o gás e a energia, então tudo desanda de vez. Uma situação agravada ainda mais pelos sucessivos aumentos e a diminuição da renda da família. Fato é que não raro a fatura não é paga, o botijão seca e não um vintém para comprar outro botijão, a doença chega e não há como comprar sequer um comprimido.
Uma situação deveras preocupante. Observa-se um empobrecimento maior das classes menos favorecidas economicamente, e com a pobreza forçada o retorno às práticas costumeiras em tempos mais antigos. A única diferença existente é que naqueles idos sequer havia energia elétrica, bico de luz, geladeira ou televisão. Era tudo no candeeiro mesmo, na lamparina ou na placa. O luxo era ter um radinho e radiola, e estes utilizando pilhas para o seu funcionamento. Sim, havia o preço do querosene e do pavio para o candeeiro, também o custo da camisinha para a placa, mas um quase nada perto da dificuldade que se tem hoje para pagar uma fatura.
Quanto ao fogão, fosse de chão, de forno de barro, de cozinha, sempre a lenha do mato, o garrancho, o tronco cortado a machado para alimentar suas chamas. Mesmo retirando a madeira da natureza, ainda num tempo onde a retirada de algumas toras não produzia qualquer efeito danoso à vegetação. Ademais, ou se ia atrás da madeira, da tora ou do feixe de lenha, ou se tornava impossível botar no fogo a panela de barro. Mesmo comida pouca, era por cima da chama ou do braseiro que a carne da caça era cozida, que a tripa e o bucho eram passados na banha de porco, que o cuscuz perfumava todo o quintal, que o café batido em pilão espalhava seu gostoso aroma por todo o lugar.
O problema não é só esse retorno indesejado ao sacrifício de ir catar lenha e trazer o feixe na cabeça ou lombo do animal. Hoje já não existe madeira como antigamente, a lenha está tão escassa que nem mesmo aqueles moradores de casebres solitários conseguem mais encontrá-la pelos arredores. Se no passado juntavam-se feixes e mais feixes pelos cantos das cercas ou nos quartinhos de quintal, hoje seria um pesaroso trabalho a cata de apenas uma porção para um cozido bem feito. Toda a mata foi derrubada, todo pé de pau foi jogado abaixo pela serra ou pelo machado. E poucos teriam dinheiro suficiente para comprar um carvão encarecido exatamente pela falta de madeira.
Foi o costume com as facilidades do gás de cozinha e do bico de luz e da tomada que acabou renegando antigas práticas. Nem pensar em ficar sem minha água gelada, minha novela ou a música no meu som, logo diria uma. E outra certamente diria que prefere a escuridão a se submeter à chama do candeeiro. Nem pensar em acender o pavio ou derramar gás no pequeno bojo. Coisa de pobre, diriam por fim. Não seria diferente com relação ao fogão de lenha. Catar cavaco ou pedaço de pau ninguém vai mais. E sem ter como acender a boca do fogão, não há outra a fazer senão escolher o que vai ser descartado naquele mês de miséria.
E se de repente faltar o gás de cozinha, o bico aceso de luz e a água na torneira? Um desespero total que desde já muita gente tem que ir se acostumando. Ou se reinventa ou vai padecer ainda mais com os absurdos aumentos de todo dia.

Escritor
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GENTE DAS RUAS DE POMBAL: DÉCADAS DE 1960 E 1970 CÍCERO DE BEMBEM; UM MALANDRO QUE NÃO DEU CERTO

Por Jerdivan Nóbrega Araujo

Cícero de Bembem é um dos personagens mais folclórico de Pombal. Chego a sentir pena de quem não o conheceu, ou de quem não viveu a sua época. 

Ver Cícero de Bembem dançando com aquela espada de madeira nas mãos, com seu jeito todo particular de marcar os passos do grupo, parecia que estava em transe. Ouvi-lo assobiar, o que ele fazia como ninguém, ou tocando xaxado no sino da Igreja do Rosário, ele era um ritmista sem comparação, é algo impagável e que faz valer a nossa infância nas ruas de Pombal.

Cícero Morava no Beco da Cadeia, mas, na verdade ele passava mais tempo preso do que em sua própria casa. Qualquer desarrumação que acontecesse na cidade ele já era o primeiro suspeito a ser levado à velha cadeia para “averiguação”. Outras vezes era preso para curtir a cachaça, outras vezes por pequenos furtos, principalmente da sua especialidade, que era o furto de galinha.



A vez que Cícero passou mais tempo preso foi quando ele esfaqueou uma prostituta no Rói Couro: passou uns quinze dias detido e logo foi solto.

Eu estudava no João da Mata e passava horas conversando com os presos, entre estes Leônidas, Cícero de Bebem e “Chico das Casinhas”. (Para este ultimo, a gente catava palitos de picolé para ele confeccionar umas casinhas que vendíamos nas ruas para descolar o dinheiro do cinema. Ele namorava uma filha de Maria Antonieta).

Fiz esse registro para avivar a memória, mas, o assunto aqui é Cícero de Bembem, que na verdade era um malandro destes que nunca se dão bem. Um malandro que não deu certo. 

Não era chegado ao trabalho, mas, se virava vendendo os peixes que ele trazia de Coremas: andava nas ruas com uma enorme bacia na cabeça cheia de curimatãs ovadas. Quando a coisa apertava, ele roubava algumas galinhas para vender para a sua freguesia, que mesmo sabendo que eram roubadas as compravam.

Conta-se que ele cometeu a proeza de vender o mesmo peru por três vezes ao Dr. Nelson, promotor de justiça da cidade, que não pôde reclamar da compra, pois era do conhecimento geral a procedência das penosas vendidas por este nosso folclórico personagem. 

O fato aconteceu quando o ilustre promotor, que costumava receber presentes por seus serviços, o que é bastante comum nas cidades do interior, foi agraciado com um belo peru. 

Tendo conhecimento do fato, Cícero de Bembem, não contou conversa: pulou o muro do “dotô”, pegou o peru e foi vender exatamente ao seu dono. Este por sua vez sabia que o produto não era de boa procedência, dada a má fama do vendedor, no entanto, o preço era atraente demais para resistir.

— Cícero, onde você achou este peru? Perguntou.

— Trouxe do sítio, “dotô”. Pode confiar. O senhor acha que eu sou de vender peru roubado e ainda mais ao senhor? Este eu ganhei de uma senhora para quem prestei uns serviços.

— E o preço? Se for barato eu compro. Mas cuidado com que está fazendo. Inclusive eu já tenho outro lá dentro que é a cara desse aí.

— Todo peru é parecido, “Dotô” 

— Tá bem. Coloca no “garajau” lá em casa, e volte para pegar o dinheiro.

Cícero sabia que o doutor era muito distraído e não ia lembrar-se de avisar à esposa, sobre o peru. Não contou conversa: levou o animal para casa, voltou, pegou o dinheiro e efetuou a mesma operação por mais duas vezes. Alguns dias depois, pensando que tinha três perus na engorda, o doutor teve uma surpresa ao descobrir que havia mesmo era comprado o seu próprio peru, e por três vezes. 

Como eu falei, Cícero era um ritmista nato.

Era dele a função de badalar os bronzes das duas igrejas, portanto ele tinha passagem livre para subir aos campanários.

Os sinos badalavam em duas ocasiões: nos dias de missa, a cada meia hora que antecede a celebração, convidando os féis para rezar, ou quando morria alguém, num repicar melancólico, até que o cortejo chegasse ao Cemitério Nossa Senhora do Carmo, aonde Bico Doce e Zé Cabeção davam o veredicto final. São, portanto, sinais por demais conhecidos da população, pois era assim há mais de 200 anos. 

Mas, certa vez Cícero de bebem quebrou essa rotina. O malandro tomou umas canas, subiu no campanário da Igreja do Rosário e por mais de meia hora deu um show, tocando um gostoso maxixe, visto ouvido e aplaudido por todos os que aos poucos foram se aproximando para assistir mais uma presepada deste folclórico personagem pombalense.

Depois desse dia o Padre Sólon proibiu dele subir nos campanários.

No final de 1969 as "Lojas Paulistas" fez uma promoção de rádios, tendo em vista a Copa do Mundo de 1970. 

Os rádios a venda ficavam expostos na entrada da loja. Cícero de Bembem viu ali uma oportunidade de dinheiro fácil.

Entrou na loja, pegou um rádio colocou em baixo do braço e se encaminhou para o fundo, onde clientes e vendedores se acotovelavam na compra e venda dos rádios. 

Chegando ao fundo da loja ele procura uma vendedora e pergunta:

- moça, vocês tem pilhas para esse radio? 

A vendedora responde:

- não: o senhor vai encontrar na loja de seu Pio Caetano na rua o lado.

Ele agradece, pega a porta de saída a direita e vai embora com o rádio. 

Certamente todos que viveram em Pombal nas décadas de 1960 e 1970 têm uma presepada de Cícero de Bembem para contar: essas são as minhas.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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LAMPIÃO - ASSALTOS E MORTE EM SERGIPE

Por Archimedes Marques

O livro "Lampião – Assaltos e morte em Sergipe”, de autoria do grande pesquisador, jornalista e escritor Juarez Conrado (In memoriam), publicado pelos seus entes queridos (filhos, outros parentes e amigos): Frederico Carlos, Helder Ricardo Conrado, Guilherme Henrique, Juarez Conrado Neto, Mateus Vieira Conrado Dantas, Valfredo Avelino dos Santos, Vivian Farias, Walter Jose Neves da Rocha, Vitor Gabriel, Beatriz, Giovana, Carol e Moema Conrado, é o mais completo painel que até então tive o prazer de ler sobre o assunto relacionado às investidas e histórias de Lampião e seus comandados no Estado de Sergipe. 

O autor, que infelizmente faleceu antes de ver a sua grande obra lançada ao público, descreve com precisão as atrocidades dos bandos de cangaceiros que fervilhavam no Nordeste desde as últimas décadas do Século XIX até os anos 40 do Século XX, quando o último e temível cangaceiro, Corisco, morreu pelas mãos das volantes baianas, mais de perto, pelas mãos do tenente Zé Rufino em Brotas de Macaúba na Bahia.

Mostrando o ambiente sócio-econômico e político de Sergipe que permitiu o exercício dessa forma de banditismo ao longo de tantos anos e descendo a minúcias biográficas de cada um dos mais importantes atores dessa atividade tão desumana quanto trágica que era o cangaço e sua sanha criminosa e sanguinária, o autor passeia nos lugares mais ermos onde Lampião e seus bandoleiros pisaram.

Baseado em longas e minuciosas pesquisas, incluindo investigações nos locais dos fatos e entrevistas com importantes personagens, sem faltar o mergulho em incontáveis coleções de jornais e na melhor bibliografia pertinente possível, o autor transformou a sua obra em um trabalho sério e confiável, merecedor das melhores considerações e observações. 

Archimedes Marques

A sobrevivência do cangaço em Sergipe por longos anos, demonstram nas  explicitas ocorrências discorridas pelo autor e, principalmente no imaginário dos sergipanos, que havia intimidade de Lampião com Eronildes Ferreira de Carvalho, médico e capitão do Exército que na cidade de Gararu selou um acordo em que o cangaceiro, na quantidade desejada, seria abastecido de armas e munição e, em contrapartida, tudo que fizesse parte do patrimônio do Eronildes seria respeitado pelo bando, por óbvio, as pessoas suas amigas também não seriam molestadas por Lampião. Posteriormente, Eronildes, galgado ao cargo de governador e interventor do Estado, com certeza, Lampião sentia-se em casa, por outro lado, sua livre permanência nas terras sergipanas também encontra explicação na circunstância de que contava com o apoio, além dos coiteiros, das populações rurais das regiões onde se desenrolava as atrocidades ou mesmo nas passagens amistosas dos bandoleiros em diversas localidades, destarte para a cidade de Capelaem que Lampião chegou até a assistir um filme no cinema local, talvez, e bem provavelmente, o único filme em que ele assistiu na sua vida, ainda levando dessa sua “visita” ao município, grande soma em dinheiro arrecadada entre os mais abastados personagens da cidade para que não houvesse saques e mortes.

É fato também, que os cangaceiros mais atrozes, ferozes e sanguinários ficavam famosos e, em contra-senso, acabavam se tornando figuras admiradas principalmente pelo povo pobre, sertanejo sofrido pela seca e pela fome, a cujos olhos muitos deles apareciam como justiceiros que afrontavam um Estado injusto e incompetente, responsável pela miséria reinante e pelas gritantes desigualdades econômicas e sociais da época.

Inteligentemente Lampião, o comandante maior do cangaço, buscava com empenho, sabedoria e perspicácia criar vasta rede de relacionamento com pessoas poderosas, em cujo meio se encontravam os grandes coiteiros que sempre estavam ao seu dispor nas principais áreas sergipanas, destarte para a família de Antonio Brito em Propriá, seu principal ponto de apoio, ou mesmo em terras escondidas e de difícil acesso como era o esconderijo de Zé Baiano na Serra da Caipora, em Alagadiço, município de Frei Paulo. Zé Baiano, o Pantera Negra, da “Toca da Onça” saía e aterrorizava os municípios de Frei Paulo, Ribeirópolis, Pinhão e Carira, em Sergipe, além de Paripiranga, no vizinho e fronteiriço Estado da Bahia. 

Zé Baiano era um dos mais sanguinários e temido cangaceiro do bando de Lampião, famoso por ferrar em brasa com as inicias JB as suas vítimas, destarte para as mulheres que ele estuprava. Não se pode esquecer que do próprio povo da caatinga, de cujo seio também saía a maioria dos componentes dos grupos dos cangaceiros, sempre aqueles mais destemidos, destarte para os assassinos que eram os mais bem-vindos pelos chefes do cangaço e por isso, por óbvio, tinham a proteção e o segredo das suas famílias em localidades diversas.


Graças a tudo isso, os cangaceiros obtinham apoio nos momentos cruciais, bem como a indispensável ajuda na aquisição daquilo de que necessitavam. Muitos coiteiros, vivendo isolados num meio rude, não tinham como se negar à ajuda, sob pena de sofrerem fortes represálias, embora muitos deles recebiam em troca, além da recíproca proteção, favores diversos, destarte para a eliminação dos seus inimigos. 

Mesmo sendo Sergipe a “casa” de Lampião, jamais o cangaço conseguiria se manter sem a simpatia e o apoio popular, apesar de todas as atrocidades praticadas. Essa condição foi sempre ressaltada e,  o povo humilde das caatingas, de uma maneira geral, tinha Lampião como um homem honrado, respeitador e bom para os pobres. O povo era aliado de Lampião, tanto é que por onde passava o facínora, apesar do medo inicial das pessoas, havia multidões ao seu redor. Curiosas e prestativas as diversas pessoas advindas principalmente da classe pobre, dele se cercavam e esperavam por suas palavras, atos e decisões sem se incomodarem muito com o dinheiro ou jóias que seriam levados dos mais abastados das localidades, ou mesmo dos diversos crimes praticados pelo bando.

Entregue à própria sorte, o interior sergipano e nordestino em geral se transformou em território livre para as investidas dos bandoleiros de todos os tipos. Inteligente e estrategista como era,  Lampião não tardou a intuir da necessidade de se formar grupos organizados, com regras, chefias definidas, sub-grupos, estratégias e táticas próprias e, assim, passaram de simples arruaceiros criminosos a profissionais especializados. 


Nas batalhas dos grupos do cangaço, eram realizadas em perfeita investidas de guerrilhas, as emboscadas, os ataques pelos flancos e pela retaguarda, os truques para furar cercos e despistar os rastros, unidos ao perfeito conhecimento do palco de ação, deixando sempre atabalhoadas as forças policiais das volantes, muitas vezes despreparadas ou ineficientes para o combate. O medo que os cangaceiros  provocavam nas pessoas pacíficas facilitava suas tropelias. Ninguém, por mais corajoso que fosse, ignorava o pavor que causava por toda parte a presença de Lampião. Na sua presença, todos procuravam o melhor meio de bem tratá-lo. Daí a razão pela qual foram os bandoleiros tantas vezes recebidos com festas, banquetes e rapapés em inúmeros lugares, passeando com liberdade pelas cidades, organizando bailes e comilanças. 

O autor demonstra no seu livro que a admiração pelos cangaceiros famosos, seus trajes vistosos, sua postura exibicionista e arrogante de seres que estavam acima do bem e do mal influíam na decisão, em especial de jovens, muitos dos quais se iniciaram cedo, por vezes até menores de idade, nas lides do cangaço, como foi o caso de Antonio da Pinta, o Volta Seca, que se tornou um dos mais cruéis do bando de Lampião. Sedento de sangue, Volta Seca, ficava chateado quando em cidades sitiadas pelo bando era impedido por Lampião de sangrar alguém. 

A maioria dos cangaceiros recebia ou adotava uma alcunha, quase sempre relacionada com suas características pessoais, habilidades ou fatos biográficos e que serviam como luva. O apelido, apagando o verdadeiro nome, contribuía para despistar inimigos, ademais, o próprio Lampião, estrategicamente, para confundir ainda mais os seus perseguidores, por vezes, quando morria determinado cangaceiro adotava o mesmo apelido em novo componente do bando.


As mulheres que viviam no bando, cujos companheiros morriam em combate deveriam ser sacrificadas como "queima de arquivo", visto que, como conhecedoras das minúcias da vida do bando, elas o deixariam em permanente risco. Mediante tortura sempre praticada pela polícia com supostos protetores ou coiteiros de Lampião, com certeza as viúvas de volta às suas famílias tudo revelariam. Narra o autor em fls. 180 a 182 as mortes em combate com a tropa volante de Zé Rufino dos cangaceiros Mariano, Pai Véio e Pavão, ocorridas no município de Porto da Folha e, em decorrência da viuvez de Rosinha, companheira de Mariano, casal amigo de Lampião, que por sinal sentiu muito a morte desse seu comandado, apesar de ter aberto uma exceção deixando que a cangaceira Rosinha fosse visitar os seus pais, quando da sua volta, resolveu para o bem do bando, matá-la. 

Zé Sereno e Pó Corante foram os cangaceiros encarregados da execução da morte de Rosinha e, assim, sob o falso pretexto de realizarem uma viagem, seguiram os três com destino ignorado. Mais adiante, longe do bando, a cangaceira soube da verdade e, apesar dos seus apelos, pânico, choro e total desespero, Pó Corante desfechou um tiro de misericórdia no seu ouvido, para em seguida os dois executores cavarem a sua sepultura em cova rasa, terminando assim, a existência daquela que um dia fora uma brava guerreira, punida pelo infortúnio de ter ficado viúva, conforme bem explicita o autor no final desse capítulo: “Era a dura lei imposta por Lampião: cangaceira que tivesse o companheiro morto e não encontrasse outro como substituto seria de logo eliminada, para evitar deserção ou traição ao grupo, detalhando à polícia fatos considerados sigilosos pelo capitão Virgulino.”

Nota-se perfeitamente no decorrer da leitura do presente livro que foi Lampião o iniciador da fase do "cangaço sem ética". No seu reinado, dependendo da situação, valia tudo, inclusive o assassinato de mulheres, velhos e crianças, seqüestros, extorsões, torturas, castrações, estupros, saques e destruição de propriedades alheias. E de fato, os episódios relatados ao longo do livro, todos confirmados através da extensa pesquisa e relatos de pessoas, familiares ou amigos das vítimas, são de arrepiar os cabelos. Como primeiro exemplo cito o caso ocorrido no povoado Oiteiro Alto em Capela, quando Lampião espancou e estuprou uma mulher e em seguida mandou que todos os cangaceiros presentes fizessem o mesmo. A vítima por estar sofrendo grande hemorragia na sua vagina após a selvageria sexual do bando, ainda teve o seu órgão entupido de areia, socado com o cabo do punhal de um dos cangaceiros, por ordem do próprio Lampião, em desdém e pouco caso ao sofrimento alheio, com pretexto de estancar o sangramento. A indefesa vítima, com pouco tempo de casada, entrou em profunda depressão, não mais saindo de dentro do seu quarto, logo apresentando evidentes sinais de desequilíbrio mental e, enfim chegando a morte prematura por conta da maldade sofrida.

Caso não menos chocante é a comprovação do sadismo de Zé Baiano ocorrido no Sítio Maranduba em Canindé do São Francisco em 1932, quando duas mulheres por ele foram ferradas como se gado fossem. Olindina Marques, mulher de um sargento que pouco antes tinha sido sangrado por Lampião, assim como,  Antonia Marques, que além de sofrerem atroz e intensa dor, viveram o resto das suas vidas com as iniciais JB nos seus rostos.

Quem lê o presente livro jamais se esquece dos diversos crimes e demais atrocidades perpetradas pelo bando de Lampião na cidade de Nossa Senhora das Dores. Dentro da seqüência de crimes é de se destacar a castração de Pedro Jose dos Santos, o Pedro Batatinha, pessoa simples que nada tinha a ver com problema algum, apenas tinha vindo do Povoado Malhada dos Negros para a cidade sede do município no intuito de extrair um dente que lhe incomodava, entretanto, ao invés disso, um dos cangaceiros lhe arrancou seus testículos em comprovação de pura perversidade e sadismo. Pedro Batatinha viveu com sua triste sina até o ano de 1990, época em que faleceu em São Paulo onde passou a residir após o seu sinistro castigo e pecado de estar no lugar errado na hora errada.
Fazenda Jaramataia

Exemplo de maldade atroz também se deu em Aquidabâ quando o próprio Lampião em dia de ira decepou a orelha de Jose Custódio de Oliveira, o Zé do Papel. Zé do Papel, em virtude de ser uma pessoa aparentemente de classe privilegiada por ser um pecuarista e proprietário da Fazenda Pai Joaquim, fora abordado por Lampião e dentro da sua residência na cidade, além de certa quantidade de dinheiro, fora encontrado dez balas de fuzil, sendo daí interpelado para contar onde estava a arma, oportunidade em que afirmou que a mesma se achava em poder do juiz de Direito daquela Comarca, Dr. Juarez Figueiredo. Tal fato, provavelmente incutiu na mente de Lampião que o fuzil fora emprestado ao juiz, justamente para que ele se defendesse do seu bando, daí, enraivecido com o fato, o chefe do cangaço, arrastou Zé do Papel pela cidade e em frente a um armazém próximo da Praça principal da cidade, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental que se fez de corajoso, arrancou fora, provavelmente à faca, a orelha esquerda da sua indefesa vítima e ainda ordenou que o mesmo cortasse um pedaço da orelha do seu próprio irmão de nome Antonio, além de obrigá-lo a beber um litro de cachaça. Em meio a esse místico de humilhação, crueldade, sangue e cachaça o cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer, entretanto, o Eduardo Melo faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida.

A obra do Juarez Conrado é, sem sombras de duvidas, muito rica em detalhes e de excelente qualidade explicativa e exemplificativa a tal ponto que o meu comentário poderia se alongar e até virar um livro, entretanto, mesmo deixando ainda algumas lacunas a citar, quero finalizar com a história da inteligente artimanha usada pelo Padre Madeira para espantar, impedir ou não deixar o bando de Lampião entrar na cidade de Frei Paulo, onde provavelmente haveria derramamento de sangue, vez que alguns homens se prepararam para combater os cangaceiros.

Sabedor que Lampião iria naquele dia invadir a sua cidade, o Padre Madeira, inteligentemente bolou um arriscado plano que deu certo: colocou dentro da sua Igreja um caixão funerário vazio para ser velado pelos seus fiéis católicos que se fizeram presentes em grande número. O defunto invisível e imaginário seria uma pessoa influente e querida por todos da cidade. A população contribuiu se fazendo de consternada pela irreparável perda de um dos seus filhos mais ilustres. A farsa contou com a ajuda de todos, que amedrontados, temiam pelas suas próprias vidas. As senhoras pesarosas, vestidas de preto, véus cobrindo a cabeça, terços nas mãos, encenavam a peça teatral como se verdade fosse, rezando e chorando pelo defunto inexistente, ou mesmo, na verdade, rezando para que o plano desse certo. O Padre Madeira sabia que Lampião, apesar de cruel, bárbaro, sádico e assassino sanguinário, também era extremamente supersticioso e por temer um castigo Divino caso atacasse aquele povo em sofrimento, consternação e luto, certamente desistiria do seu intento. Para a felicidade de todos os atores e da cidade em geral, o plano deu certo. Assim, o Padre Madeira conseguiu ludibriar o grande Lampião, o rei do cangaço e das estratégias que enganavam os seus inimigos e perseguidores.

Por tudo isso e por muito mais, vez que, além de tudo, o livro em comentário é bem ilustrado com fotografias de personagens ligados ao tema proposto pelo autor, recortes de jornais e tudo mais relacionados com a passagem de Lampião no nosso Estado de Sergipe até o seu trágico fim em 28 de julho de 1938, na grota do Angico, a história é fechada com chave de ouro com a vingança e morte do diabo louro, Cristino Gomes da Silva, o temível e famoso cangaceiro, Corisco, em Brotas de Macaúbas na Bahia, além de outros detalhes e informes de tudo precedentes que finalizam a sua excitante leitura.

Recomendar a aquisição e leitura da grande obra do jornalista e escritor Juarez Conrado, para os amantes e seguidores das noticias do cangaço e o público em geral, é o mínimo que eu posso fazer, e em assim sendo, para aqueles que se interessarem pelo livro, é só entrar em contato com o seu filho Helder Dantas no endereço de e-mail:
heldidantas@bol.com.br

Archimedes Marques
Delegado de policia no Estado de Sergipe
Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS)

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QUEM FOI SABINO GOMES

Sabino Gomes

Sabino Gomes de Góis, alusivamente conhecido como “Sabino das Abóboras” nasceu na Fazenda Abóbora, localizada na zona rural do município de Serra Talhada/PE, próximo a fronteira com a Paraíba pertencente ao respeitado coronel Marçal Florentino Diniz pai de Marcolino Pereira Diniz. No local eram criadas grandes quantidades de cabeças de gado, havia vastas plantações de algodão, engenho de rapadura e se produziam muitas outras coisas que geravam recursos. Também existem dois riachos, denominados Abóbora e da Lage, que abastecem de forma positiva a gleba.

Sabino era filho da união não oficial entre o coronel Marçal Florentino Diniz e uma cozinheira da fazenda. Consta que ele trabalhou primeiramente como tangedor de gado, o que certamente lhe valeu um bom conhecimento geográfico da região. Valente, Sabino foi designado comissário (uma espécie de representante da lei) na circunvizinhança da fazenda Abóbora.

Para alguns estudiosos do cangaço teria sido Sabino que coordenou a vinda do debilitado Lampião para ser tratado pelos médicos José Lúcio Cordeiro de Lima e Severino Diniz de um ferimento no pé ocasionado pelo confronte do chefe do cangaço com a polícia na localidade de Serra do Catolé, pertencente ao antigo município de Vila Bela, hoje Serra Talhada/PE. E que a amizade entre “Lampião” e o filho bastardo de Maçal Diniz, teria nascida na Fazenda Abóbora e se consolidado a ponto de Sabino se juntar ao “Rei do Cangaço” e seu bando, em uma posição de destaque, no famoso ataque de cinco dias ao Rio Grande do Norte, ocorrido em junho de 1927.

Marcolino Diniz em foto de 1930

Asseguram também que a inserção de Sabino no cangaço se deu em razão do assassinato de um primo legitimo seu de nome Josino Paulo surdo-mudo, morto por Clementino Quelé - conhecido por tamanduá vermelho, nas pilhérias do cangaço. Por outro lado a corrente, que defende o ataque a cidade de Souza como porta de entrada de Sabino no bando de Lampião. Fato esse que veio a antecipar o afastamento do líder cangaceiro ao poderoso coronel  Zé Pereira, de Princesa, cunhado de Marcolino Diniz. Entre 1921 e 1922, acompanhou seu meio irmão Marcolino para Cajazeiras.

Marcolino Pereira Dinizdesfrutava de muito prestígio político. Era presidente de clube social, dono de uma casa comercial e do jornal “O Rebate”. Tinha franca convivência com a elite cajazeirense. Sabino por sua vez era guarda costas de Marcolino e andava ostensivamente armado. Nesta época Sabino passou a realizar nas horas vagas, com um pequeno grupo de homens, pilhagens nas propriedades da região.

Foi através do Cel. Marcolino, que Sabino trouxe para residir na cidade sua mãe Maria Paula - carinhosamente chamada pelas pessoas de Vó e suas quatros filhas: Maria, Geni, Alaíde - Nazinha e Maria de Lourdes - Delouza.

Casa sede da Fazenda Aboboras

Em 13 de março de 1928, já completando um ano da ousada investida a cidade de Mossoró/RN, Sabino se dirigiu com Lampião e seu bando para a região do cariri cearenses, entrando nas terras alencarinas pelos lados de Macapá, atual Jatí, indo em direção a Fazendo Batoque (Fazenda Piçarra) de propriedade do coiteiro Antonio Teixeira Leite (Seu Antônio da Pirraça como era conhecido). Arranchados nas terras da fazenda o bando de Lampião foi alcançado por uma volante comandado pelos tenentes: Arlindo e Eurico Rocha e o sargente Manoel Neto. Numa noite de chuva forte e muito relâmpagos no céu, Sabino e mais outros comparsas, se deslocaram até a sede da fazenda, para buscar munições e armas, e ao atravessar por um "passadiço" de uma cerca, foi iluminado por um relâmpago, sendo visto e alvejado rapidamente pelos policias da volante de Arlindo Rocha. Era a morte e o fim de Sabino das Abóboras. Poucos cangaceiros foram tão cultivados, fora o chefe Lampião, do que Sabino Gomes, cuja presença no cangaço a cultura popular se encarregou de perpetuar, a exemplo da trova divulgada pelas bandas do sertão, a qual dizia: "Lá vem Sabino mais Lampião, Chapéu quebrado,  fuzil na mão".

Francisco Cleudimar Lira

FONTE - http://cajazeirasdeamor.blogspot.com.br/2011/10/quem-era-o-homem-que-atacou-cajazeiras.html
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/06/quem-foi-sabino-gomes-porfrancisco.html

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LIVROS É COM O PROFESSOR PEREIRA


Bibliografia Cangaceira. Estes quatro livros são da lavra de Sérgio Augusto S. Dantas, pesquisador e escritor sério, competente e criterioso. Fundamentado em rigorosa pesquisa bibliográfica, em processos criminais, entrevistas, pesquisa de campo e outras fontes confiáveis, publicou os seguintes livros: "Lampião e o Rio Grande do Norte: A História da grande jornada", já segunda edição(2014); "Antônio Silvino: O Cangaceiro, O Homem, O Mito", já em segunda edição(2012); "Lampião: Entre a Espada e a Lei"(2008), obra esgotada; "Corisco: A Sombra de Lampião". São obras indispensáveis para quem estuda e pesquisa a História do Cangaço e temas afins.

Para adquiri-los entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

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O ÚLTIMO VOLANTE VIVO?!

Por Beto Rueda

Amigos, esse é o senhor Valdemar Bispo dos Santos, no vigor dos seus 102 anos, da cidade de Nossa Senhora da Glória - SE.

O ultimo à direita é o cangaceiro Canário marido da cangaceira  Adília | História vivida!

Nasceu em 1915 e, como contratado, integrou em 1936, com 21 anos, a volante do Comandante João Teixeira (Biú).

Trocou tiros com o grupo de Canário em Poça Redondo - SE.

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PROFETAS DA CHUVA SE REUNIRÃO EM CATOLÉ DO ROCHA


No próximo dia 14 de dezembro acontecerá em Catolé do Rocha o II Encontro dos Profetas da Chuva da Paraíba. O evento ocorrerá no auditório do Campus IV da Universidade Estadual da Paraíba, no sítio Cajueiro. O evento será promovido pelo IFPB – Instituto Federal da Paraíba – Campus Catolé do Rocha, em parceria com a UEPB, Sindicato dos Produtores Rurais de Catolé do Rocha, Escola Agrotécnica do Cajueiro e EMATER.

A primeira edição do evento aconteceu no dia 20 de dezembro de 2016, também no Campus IV da UEP no Cajueiro, e teve por objetivo resgatar a tradição do homem do campo em prever as estações de chuva através da observação das nuvens, dos animais e das plantas. Um tipo de conhecimento popular transmitido oralmente de geração a geração de sertanejos que, observando determinados fatos naturais como a presença de formigueiro dentro do rio ou a pouca floração do juazeiro, podiam mensurar o volume de chuva para os primeiros meses de cada ano.

De acordo com o professor Caetano José de Lima, Diretor Geral do IFPB Campus Catolé do Rocha, o Primeiro Encontro de Profetas da Chuva foi um sucesso, e se tornou imprescindível à continuidade desse tipo de evento como forma de garantir para as futuras gerações o patrimônio imaterial da cultura nordestina.

“Estamos resgatando a sabedoria popular. Trabalhei na roça e sei o quanto os agricultores se sentem felizes em serem protagonistas em um evento como esse”, completou o professor Caetano.

Liberdade PB com Catolé News


Enviado pelo professor , escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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HINO DE MOSSORÓ

C O N V I T E

                A Exma. Sra.Dra Rosalba Ciarlini Rosado, Prefeita  do Município de Mossoró e a Cal. Claudia Pedrosa Pinto Leite, Presidente do Lions Clube – Centro, CONVIDAM para a aposição do quadro contendo  o HINO DE MOSSORÓ, de autoria (letra e música)  do economista mossoroense José Fernandes Vidal, Presidente da referida entidade, no ano leonístico  1969/1970, a ter lugar no salão do Museu Municipal Lauro da Escóssia, no dia 12 de dezembro (terça-feira) de 2017, às 9 horas da manhã.
                 Mossoró, (RN) 3 de dezembro de 2017

Dra. Rosalba Ciarlini Rosado
Prefeita de Mossoró

Cal.Claudia Pedrosa Pinto Leite
Presidente do LC Mossoró - Centro

 Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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SUSAN "BOYLE" SURPREENDE COM UMA VOZ MARAVILHOSA BY DUDUDANSIERI

https://www.youtube.com/watch?v=EHuxh6WUGcU

Publicado em 23 de abr de 2009

Talento não se compra ..., essa mulher de 47 anos, não só surpreendeu um programa de talentos, aos jurados e a platéia, mas todos nós também...Cantou e Encantou .. Fez a plateia Gritar e os jurados o queixo segurar... As aparências enganam... Respeito de todos os brasileiros, que ouviram e também se emocionaram.
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