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domingo, 9 de outubro de 2022

EZEQUIEL FERREIRA

 Por Helton Araújo

https://www.youtube.com/watch?v=r-IoojURPfw&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Você acha que Ezequiel Ferreira, vulgo Ponto Fino, irmão mais novo de Lampião morreu no ano de 1931, na Fazenda Tanque do Touro, ou ele era aquele senhor que apareceu em 1984, em Serra Talhada, dizendo ser o cangaceiro EZEQUIEL FERREIRA?

Neste vídeo faço uma biografia do cangaceiro e vocês tirem suas conclusões.

Para assistir basta clicar no link que está ABAIXO:

https://www.youtube.com/watch?v=r-IoojURPfw&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

ADENDO - MINHAS INQUIETAÇÕES:

   Por José Mendes Pereira

EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA -  DUAS VIDAS, DUAS MORTES. (FARSA).

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Todos aqueles que me conhecem nesse mundo de pesquisas sobre o cangaço sabem muito bem que eu não sou nenhuma autoridade no assunto, e tenho a dizer aos amigos, as minhas inquietações são somente sobre depoentes e mais ninguém. Se caso eu discordar de um escritor, pesquisador ou mesmo sobre os trabalhos de cineastas do cangaço, estou querendo aparecer, vez que eu não tenho profundos conhecimentos sobre o tema para guerrear contra qualquer um desses que organiza a literatura lampiônica. Sou um estudante que conheço o meu lugar no estudo cangaceiro, e o meu pouco conhecimento que tenho adquirido, vem dos pesquisadores, escritores e cineastas. E para que eu ir contra eles?

Antiga Villa Bella - Pernambuco terra de Lampião

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984 chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para pesquisadores que são famosos, nada verdadeira, tudo mentira.

Capitão Lampião e seu irmão mais novo Ezequiel Ferreira da Silva

Alguns que conheceram o Ezequiel  irmão de Lampião em Serra Talhada, acharam que o homem tinha muito a ver com o Ezequiel verdadeiro, principalmente amigos de infância e outros mais, como por exemplo, o Genésio Ferreira, primo de Lampião, que o acoitou por mais de 20 dias em sua residência, acreditando nas palavras do velho.

Mas você leitor, poderá até me perguntar o porquê da minha discórdia, quando ele detalhou tim por tim a alguns antigos amigos e familiares de Serra Talhada.

Primeiro, quando o Ezequiel verdadeiro saiu de Villa Bella ainda era muito pequeno, com aproximadamente 9 anos de idade, porque ele nasceu em 1908, e toda encrenca de Zé Saturnino com os Ferreiras ou os Ferreiras com Zé Saturnino, foi mais ou menos a partir 1916. Então nenhum de seu tempo de criança que viu ele nascer tinha condições de reconhecer o menino de ontem que hoje já era velho e muito velho.

Outra, segundo informações, quando perguntado os nomes dos seus pais ele não soube responder, principalmente de alguns irmãos. Ora, é muito difícil esquecer os nomes dos seus pais e irmãos.

E há quem diga que, isso de não saber os seus nomes foi simplesmente devido a avançada idade que já tinha o feito esquecer os nomes dos pais e de alguns irmãos. Mas mesmo sendo bem velho, ele soube muito bem procurar o seu direito de se aposentar.

Pais e irmãos de Lampião, inclusive ele está na foto. As duas irmãs que morreram ainda pequeninas não estão na fotografia. (Desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos)

Disse que tivera 6 irmãos. Mas nós sabemos que a prole do casal era um total de 11 filhos, incluindo ele, caso fosse o Ezequiel verdadeiro. Ele foi irmão de 09 filhos de José Ferreira com dona Maria Sulena, e 10 contando com Antonio Ferreira da Silva que era só filho de dona Maria, com um senhor chamado Venâncio, porque quando seu José casou-se com dona Maria, segundo pesquisadores, ela já o levava no seu ventre. 

Mas, de acordo com documentos nas mãos do escritor José Bezerra Lima Irmão, pela contagem do dia do casamento dos seus pais, o Antonio Ferreira  também era filho legítimo do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva ou dos Santos.

Escritor José Bezerra Lima Irmão

Sem ordem de nascimento todos seus irmãos eram: Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, Virgulino Ferreira da Silva, Virtuosa Ferreira da Silva, João Ferreira dos Santos (este era dos Santos, Angélica Ferreira da Silva, Ezequiel Ferreira da Silva, Maria Ferreira da Silva (dona Mocinha), e Anália Ferreira da Silva.

Escritor José Sabino Bassetti

Além dos seus irmãos que nós todos já os conhecemos através dos nossos estudos cangaceiros o casal teve mais duas filhas, as quais nasceram mais ou menos nos anos de 1913 e 1914 do século XX e, segundo o pesquisador do cangaço e escritor José Sabino Bassetti, as crianças faleceram ainda pequeninas, e uma delas foi tristemente queimada numa língua de fogo de uma lamparina, ao clarear de certo dia. 

A criancinha levantou-se da sua redinha e caminhou para uma mesa onde estava a lamparina acesa, e acredita-se que ela tenha puxado a toalha da mesa, fazendo com que o querosene derramasse sobre a sua camisolinha, e a partir daí, o fogo tomou de conta das suas vestes. Ela teria durado alguns dias vivas, mas não resistiu às queimadura e veio a óbito. O escritor não revela o ano de seu falecimento.

Ainda segundo José Bezerra Lima Irmão o suposto Ezequiel Ferreira foi entrevistado pelos escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, os quais são autores do livro “Lampião e o Estado-Maior do Cangaço” e fizeram várias perguntas ao forasteiro homem sem rédeas, mas ficaram abismados com tantas contrariedades ditas pelo depoente.

Escritor e pesquisador do cangaço Hilário Lucetti

Mas o homem  impostor descaradamente estava querendo adivinhar o que lhe era solicitado pelos mestres da cultura, e, escorregava constantemente, porque não  tinha  firmeza do passado da família "Ferreira", a qual ele se dizia fazer parte. O certo é que aquelas alturas ele queria apoio de alguém para permanecer por alguns dias na cidade de Serra Talhada enquanto resolvia o que tinha ido fazer lá.

Escritor e pesquisador do cangaço Magérbio de Lucena

Com tudo em mãos, caneta, papel e outros materiais necessários para os seus trabalhos, os pesquisador Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena resolveram iniciar as suas perguntam ao suposto Ezequiel:

- O senhor é mesmo irmão do Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião?

E ele desavergonhadamente, mas talvez um pouco nervoso que nessa hora aparece a quem está mentindo, assegurou dizendo:

- Sou sim, o irmão mais novo de Lampião.

- E como são os nomes dos seus pais...?

O dono da farsa literalmente não soube responder.

Os autores perguntaram-lhe:

- Por que é que todo mundo diz que o senhor foi assassinado e testemunhado por pessoas que lá estavam, no Estado da Bahia, no ano de 1931, no mais ferrenho combate feito pelo capitão Lampião e a polícia, que aconteceu nas terras da cidade de Paulo Afonso, no povoado chamado Baixa do Boi, e agora o senhor aparece vivo em Serra Talhada?

Cova do cangaceiro Ezequiel Ferreira irmão de Lampião

E ele:

- Tudo era mentira, senhores.  O meu irmão Lampião inventou a história para eu sair do cangaço.

- Quantos irmãos o senhor teve?

E ele respondeu:

- Tive 3 irmãos e 3 irmãs.

O que não é verdade.

Mas veja leitor, que ele não tinha segurança no que dizia. Fantasiava a descrição dos combates e citava cangaceiros que não foram do seu tempo.

Depois de tantas mentiras os escritores perderam o gosto e desistiram de continuar a entrevista com o suporto Ezequiel Ferreira da Silva.

Apesar de admitirem que o homem tinha mais ou menos a mesma idade e aparentando fisicamente, que teria Ezequiel se fosse vivo, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena consideraram que na verdade era um verdadeiro embusteiro. Os estudiosos do cangaço ficaram sem saber a finalidade de tanta mentira, porque, na história não havia valores e nem promessas.  

Dr. Antonio Amaury, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Dr. Leandro Cardoso

Mas aí não termina a farsa. O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro residente na capital  de Fortaleza-CE, em um dos seus trabalhos com o título “A morte de Ezequiel Ferreira (Ponto Fino) irmão de Lampião”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  

O cangaceiro Luiz Pedro

E fugiram disfarçados: o próprio Ezequiel; o capitão Lampião, Luiz Pedro e mais Félix da Mata Redonda, tendo ele permanecido no Estado do Piauí, enquanto Luiz Pedro e Lampião tomaram o destino de Goiás, onde esse teria morrido no ano de 1981. Mais uma vez o homem mentiu. Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938 indiscutivelmente.

O cangaceiro Félix da Mata

Veja leitor, fugiu do bando de Lampião em 1931, quando, segundo ele, Lampião teria forjado a sua morte, e 7 anos depois, ele aparece na empresa do irmão, em 1938, aparece na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente antes da chacina.

O JUIZ DE DIREITO DEIXOU DE SER DIREITO, MANDOU REGISTRAR HOMEM QUE SE DIZIA SER IRMÃO DE LAMPIÃO. QUAL ERA A PROVA? SOMENTE A SUA PALAVRA?

Não dá para entender por ter  sido lavrado o registro de Ezequiel novamente, porque se era ele ou não, no período que ele nasceu, seu pai José Ferreira dos Santos estava gozando a liberdade e vivendo a paz, e tenho quase certeza que ele não deixou nenhum dos seus filhos sem registrá-lo. Todos nasceram em Villa Bella, hoje Serra Talhada. Agora se ver, talvez Ezequiel Ferreira registrado duas vezes.

Mas quem foi o culpado? 

Foi o juiz de nome Clodoaldo Bezerra de Souza e Silva, juiz de direito da comarca de Serra Talhada, que segundo informações, admirado (ficou de queixo caído, coisa que um juiz de direito tem que ir pela lei e a razão, e não pelo o coração); com o que afirmava o suposto Ezequiel. Mandou chamar alguns antigos moradores da cidade, e a eles fez perguntas se confirmavam ou não, que aquele sujeito era Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião. Os entrevistados afirmaram que sim.

Mas as pessoas não podiam testemunhar nada, vez que o rapaz estava longe dali, e já haviam se passados muitos anos se fosse ele mesmo, e assim, a garantia daquele sujeito ser Ezequiel irmão do rei do cangaço capitão Lampião, era uma verdadeira incógnita.

Como juiz de direito da cidade de Serra Talhada ele tinha que mandar fazer uma busca nos cartórios da cidade, e até mesmo em outros municípios adjacentes, para saber se existia ou não, registro em algum livro oficial do Ezequiel Ferreira da Silva, tendo como pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. Mas é quase certo que não mandou fazer este levantamento nos cartórios, pois o procedimento legalmente seria este, e não ir em conversas de pessoas que queriam que o homem fosse reconhecido e registrado como irmão de Lampião, e sendo assim, desnecessariamente autorizou que o homem fosse registrado no cartório que ele procurou como sendo irmão dos Ferreiras, e sem outra providência.

Sobre Ezequiel ter relembrado muitas coisas quando morava em Villa Bella, isso não é difícil para ninguém, e muito menos para quem quer se passar por outra pessoa. Eu moro na região Leste de Mossoró e sei quase tudo dos tempos passados em bairros que já morei, que se eu andar em alguns deles, mesmo sem conhecer quase mais ninguém, porque muitos já se foram, contarei com perfeitos detalhes o passado dali, como se eu tivesse ainda vivendo por lá. 

O suposto Ezequiel Ferreira com certeza era um antigo morador da região, e como tinha uma certa semelhança com o Ezequiel verdadeiro, fez muita gente de besta em Serra Talhada.

https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/photos/o-canga%C3%A7oa-morte-de-ezequiel-ferreira-ponto-fino-irm%C3%A3o-de-lampi%C3%A3opor-%C3%A2ngelo-osmi/650487585087340/

Veja o que escreveu Ângelo Osmiro

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2021_12_29_archive.html

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CHICO ANÍSIO, PELÉ E ROBERTO CARLOS

 


https://www.facebook.com/discografiamundialderobertocarlos/photos/a.832090124887421/836761707753596/

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LAMPIÃO E ZÉ RUFINO – BATALHA DE DOIS ESTRATEGISTAS EM LADOS OPOSTOS

 Por No Rastro do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=h6XRllGoMyM&ab_channel=NoRastroDoCanga%C3%A7o

Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o Rei do Cangaço, conheceu José Osório de Farias, ou Zé Rufino, como ficou conhecido posteriormente, muito tempo antes deste ingressar nas fileiras da Briosa Polícia Militar Bahiana. Tendo chamado atenção do cangaceiro, o sanfoneiro Zé de Rufina foi convidado por duas vezes para se juntar ao bando de Cangaceiros, porém recusou. Em outra ocasião, Lampião mandou um coiteiro negociar um acordo com o já afamado comandante, no que o mesmo sentenciou: Acordo comigo? Só se for na bala!

Temas relacionados: Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota do Angico, Contos do cangaço no sertão, cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco.
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O QUE DEUS-TE-GUIE E BALÃO DISSERAM SOBRE AS MULHERES NO CANGAÇO

 Por Fatos na História

https://www.youtube.com/watch?v=whwA9fAZnfs&ab_channel=FatosnaHist%C3%B3ria-Canga%C3%A7oeNordeste

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MARIA GOMES DE OLIVEIRA A MARIA BONITA, ANTES DE SER CANGACEIRA

 Por José Mendes Pereira

Esta foto de Maria Gomes de Oliveira, que posteriormente passou a ser Maria Bonita, ou Maria do capitão,  pertence ao acervo do escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima. 

Conheci virtualmente o Gabriel Ferreira lá da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, através do pesquisador do cangaço, também de lá, Antônio José de Oliveira. E por e-mails, perguntei se ele tinha condições de restaurar esta foto, e a resposta foi que iria tentar. Aqui ao lado da foto de Maria Bonita, pertencente ao escritor já citado, temos o resultado dela restaurada com maior perfeição. Como ele fez, eu não sei.

Dias depois, eu recebi esta foto, a qual, está  à direita da original. Além da foto trabalhada, o Gabriel Ferreira  fez uma logomarca para um dos meus blogs. 

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MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=Z4HdJoDZplw&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Um espaço organizado para guardar e preservar objetos e artefatos que pertenceram ao saudoso escritor e pesquisador do cangaço, Alcino Alves Costa, assim como peças relacionadas ao cangaço e ao Nordeste. 

O Memorial Alcino Alves Costa fica no município sergipano de Poço Redondo e atualmente é um ponto obrigatório de visita a todos aqueles que se interessa pelos temas supracitados, assim como conhecer a obra desse que foi, sem dúvida alguma, um dos maiores pesquisadores do cangaço naquela região. Vale a pena conhecer. 

Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões.

 Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todas as nossas postagens e demais atualizações. 

Forte abraço... Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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ARCHIMEDES MARQUES DEDICOU ESTA MENSAGEM AO SAUDOSO ESCRITOR ALCINO ALVES COSTA

Alcino Alves ladeado pelo casal de escritores Dr. Archimedes Marques e Elane Marques.

Você deixou tudo a tua cara.
Só pra deixar tudo
Com cara de saudade. (Alice Ruiz)

O que chamamos de morte e que na verdade é apenas o desencarne, o fim da vida terrena, é um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, hoje ou amanhã, próximo ou mais demorado, de uma forma ou de outra, que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida desde que a nossa vida se faz vida. Mas o que sempre esperamos, torcemos e pedimos ao Criador é que os bons, aquelas pessoas ILUMINADAS que só fazem o bem ao seu semelhante durem mais tempo, sobrevivendo aos maus.

Assim cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar, embora saibamos muito bem que dessas perdas ficam os seus exemplos, positivos ou negativos.

E mesmo quando o tempo consegue aplacar essa dor, estancar esse dissabor, sempre fica dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio junto com a saudade, sensações que perduram até chegar a nossa hora, então passando tais sentimentos para os nossos amigos que também chorarão por nós, caso mereçamos, e assim sucessivamente. É a vida daqueles que sobrevivem a vida dos seus amigos, dos seus entes queridos.

Dr. Archimedes Marques, Alcino Alves e Elane Marques.

Absoluta certeza tenho que não somente eu sinto essas sensações com a perda do amigo ALCINO ALVES COSTA, mas também centenas de outras pessoas, pois o CAIPIRA DE POÇO REDONDO (como ele próprio carinhosamente gostava de ser chamado) sem dúvida alguma foi um homem ILUMINADO que bem soube iluminar a todos que o cercavam, uma pessoa abençoada por Deus que irradiava e continuará na saudade irradiando luz, irradiando alegria, irradiando paz, irradiando harmonia, também irradiando determinação, irradiando a coragem do bravo sertanejo. Alcino é desses abençoados amigos que para sempre ficam guardados “debaixo de sete chaves”, pois além de tudo ele abençoava os seus amigos com a sua áurea desprovida de qualquer maldade. As diversas homenagens e eloquentes mensagens de despedidas desprendidas por seus amigos no cortejo funeral ocorrido no seu querido Poço Redondo são inequívocas provas de tudo isso que falei. Um amigo que bem soube plantar, regar e colher uma grande legião de amigos.

Poço Redondo, encravado nesse nosso sertão sergipano, na escaldante tarde desse dia 02/11/2012 (coincidentemente o dia dedicado aos mortos) chorou as suas lágrimas de pesar desde a sua residência nas primeiras horas, a Câmara de Vereadores, a missa de corpo presente na Igreja da Matriz, a Prefeitura até chegar ao Cemitério local da cidade em verdadeira romaria de amigos, provando e comprovando o quão querido era e continuará sendo o poeta, compositor, escritor, pesquisador e historiador ALCINO ALVES COSTA, para mim e com certeza para a grande maioria daquele povo, até então, A MAIOR PERSONALIDADE NASCIDA NAQUELAS TERRAS.

Da missa de corpo presente, além das eloquentes falas dos seus amigos, uma passagem ficará para sempre guardada na minha memória: uma rosa amarela brilhante e ensolarada retirada do nosso singelo buquê e repassada às minhas mãos pela minha companheira Elane Marques, cuja cor específica evoca sentimentos de calor, respeito, alegria, felicidade e amizade, depositada por mim sobre o caixão então fechado onde jazia o corpo do CAIPIRA DE POÇO REDONDO, rosa essa que também continha nas suas pétalas gotas das minhas lágrimas, notei como bom observador, que colocaram-na para dentro dessa urna funerária assim que fora aberta na própria igreja quando da bênção final com os Asperges sagrados de água benta realizados pelo Pároco local. Dessa minha simples homenagem e das suas conseqüências senti-me agraciado pelas circunstâncias em ver aquela rosa amarela a seguir junto com o corpo do amigo Alcino em direção ao seu descanso final.

Não só os seus parentes e amigos, mas também a cultura sergipana, nordestina e brasileira perde um grande ícone. O sertão perde uma imensa parte da sua identidade. O movimento CARIRI CANGAÇO jamais será o mesmo sem a presença do grande amigo de todos os seus componentes. A história do cangaço que sem dúvidas é das mais legitimas expressão da nossa cultura, da cultura do nosso querido Nordeste, deixa de ter em “vida matéria” dos seus maiores historiadores, embora as suas obras, os seus legados, os seus escritos, os seus pensamentos, os seus entendimentos, os seus ensinamentos vivam para sempre. Com toda certeza daqui a centenas de anos ainda estarão citando ALCINO ALVES COSTA como fonte de informação, pois as águas bebidas das suas fontes e também oferecidas ao público foram águas de fontes saudáveis e não envenenadas, águas de fontes puras e cristalinas, águas das fontes de um verdadeiro CABRA-MACHO SERTANEJO que de tudo deixou a sua cara e com isso deixou tudo com cara de saudade como bem diz a escritora e poeta Alice Ruiz no preâmbulo acima citado.

Ser um desses amigos de Alcino, para mim foi um dos maiores privilégios, uma verdadeira honra. De Alcino só me resta eterna gratidão por também fazer parte da sua legião de amigos.

Que você seja bem sucedido também na sua nova morada amigo ALCINO ALVES COSTA, e que o seu exemplo de vida ensine os bons a ser melhores!

https://gibanet.com/a-saudade-que-fica-do-caipira-de-poco-redondo/

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SIM, SEU ALCINO, AS ANDORINHAS VOLTARAM

Por Rangel Alves da Costa

 

Alcino Alves Costa, Patrono do Conselho do Cariri Cangaço

Ao longe e por todo lugar, como em revoada, as avoantes despontam altaneiras, tão belas quanto o senhor, meu pai, tanto gostava de descrever em versos, em prosas, em composições musicais.

Sim, Seu Alcino, as andorinhas voltaram...As andorinhas voltaram aos céus do seu sertão amado, nos horizontes do seu tão sagrado chão. Aves que agora se fazem presentes não somente no bater de asas, mas principalmente noutros voos que certamente muito alegraria seu coração.
Sim, meu pai, as andorinhas voltaram...Como é bom rever as andorinhas voando, em arribação, em revoada, para depois pousar nas galhagens da história do seu sertão. Não apenas em catingueiras, em craibeiras, em baraúnas, mas nas ribeiras dos rios, nas ruas da cidade, na boca do povo e por todos os sertões adentro.

Juliana Pereira e Ustane Alves: Alcino, "Personalidade Eterna do Sertão"

Sim, Seu Alcino, as andorinhas voltaram...Sei o quanto gostava não só de andorinhas como de garças brancas. A beleza das andorinhas, com sua elegância e agilidade no voo, certamente significava um olhar do alto para a sua terra. E as garças brancas, igualmente majestosas, como se fossem lenços brancos de amor e paz. Mas agora significando muito mais.
Sim, meu pai, as andorinhas voltaram...Veja Seu Alcino, quanta andorinha em voo agora sobre seu sertão! Os céus de Poço Redondo parecem tomados de andorinhas e todas trazendo no bico aquilo que mais lhe encantava: a cultura, a história, a saga sertaneja, as lides matutas, o ser e o viver de um povo. A saga lampiônica!
Sim, Seu Alcino, as andorinhas voltaram...Quando se imaginou que com sua partida o sertão e seu Poço Redondo ficariam órfãos de sua sabedoria e suas lições, eis que as andorinhas chegam em bandos para tudo reviver, para tudo fazer renascer. Andorinhas no voo de pessoas que reencontram seu Poço Redondo para a mais justa das homenagens.

Rangel Alves da Costa, Manoel Severo e Vera : Comenda Alcino Alves Costa da SBEC 
em Exu, Pernambuco
Sim, meu pai, as andorinhas voltaram...Andorinhas que chegam e trazem a esperança de tornar Poço Redondo, enfim, num imensurável cenário de valorização histórica, cultural e geográfica. Andorinhas que voarão sobre o Angico, sobre a Maranduba, sobre as ribeiras do Velho Chico, sobre a Estrada de Curralinho, sobre os alicerces mais antigos e de infinitas riquezas.
Sim, Seu Alcino, as andorinhas voltaram...E são andorinhas que abnegadas chegam para cultuar sua memória, para abraçar o seu chão, para sentir saudade e prazer no solo sagrado de Alcino. E aves arribando de todo lugar, de todos os recantos nordestinos, para então pousar no mais alto da árvore que tem seu nome: eternidade!
Sim, meu pai, as andorinhas voltaram...Aves saídas de um ninho formidável, portentoso, grandioso demais para ser descrito, chamado Cariri Cangaço. E avoantes com nomes tão conhecidos ao seu coração: Manoel Severo, Paulo Gastão, Lili, Juliana, Ivanildo Silveira, Professor Pereira, Aderbal Nogueira, Kydelmir, Archimedes, Elane, João de Sousa Lima e tantos outros.


Sim, Seu Alcino, as andorinhas voltaram...Junto à cumeeira do sertão pousarão velhos e saudosos amigos, deitarão suas asas aqueles que no passado ouviram suas lições e no presente cultivam seus ensinamentos. Todos estarão aqui no próximo mês de junho. E todos feito andorinhas pelos caminhos, caatingas e ribeiras do seu sertão.
Por isso, Seu Alcino, por isso meu pai, as andorinhas voltaram. Em teu nome, como um céu sertanejo, as andorinhas voltaram!

Rangel Alves da Costa
Poeta e Escritor, Conselheiro Cariri Cangaço
Poço Redondo, Sergipe 

https://cariricangaco.blogspot.com/2018/03/sim-seu-alcino-as-andorinhas-voltaram.html?fbclid=IwAR29UKyG8JA28NVzJxnewPJ_KD_vEBAsIm3mG2MPGCJqmGp_BurJbxNqmN4

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