Em 1957.
Nasceu na
sexta-feira, dia 13 de dezembro de 1912, numa casa de barro batido na Fazenda
Caiçara povoado do Araripe, a 12 km da área urbana do município de Exu,
extremo noroeste do estado de Pernambuco,
cidade localizada a 610 km de Recife. Foi o
segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, conhecida na
região por ‘Mãe Santana’, e oitavo de Januário José dos Santos do Nascimento.
O padre José
Fernandes de Medeiros o batizou na matriz de Exu em 5 de janeiro de 1920.[6][7]
A cidade de
Exu fica no sopé da Serra
do Araripe, e inspiraria uma de suas primeiras composições, Pé de
Serra. Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava
acordeão; também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz aprendeu a
tocar o instrumento. Muito jovem ainda, já se apresentava em bailes, forrós e
feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura
nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical
no sudeste do Brasil.[4] O
gênero musical que o consagrou foi o baião.[2] A
canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca,
composta em 1947 em parceria com o advogado cearense Humberto
Teixeira.
Antes dos
dezoito anos, Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região.[8] Foi
rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para
genro, pois ele não tinha instrução, era muito jovem e sem maturidade para
assumir um compromisso. Revoltado com o rapaz, ameaçou-o de morte. Mesmo assim
Luiz e Nazarena namoraram às escondidas por meses e planejavam se casar.
Januário e Ana, pais de Luiz, lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se
envolveu com a moça sem a permissão da família dela, e ainda mais por Luiz
tê-la desonrado: os dois disseram isto propositalmente, com o intuito de serem
obrigados a se casar. Na época, a moça tinha que casar virgem e se houvesse
relação sexual antes do matrimônio o homem era obrigado a casar-se ou morreria.
Nazarena revelou ao pai o ocorrido e foi espancada por ele, no entanto Nazarena
não engravidou. O coronel Raimundo ficou enfurecido e tentou matar o rapaz, que
o enfrentou na luta. Raimundo revela que, mesmo desonrada, iria arrumar um
casamento para a filha com um amigo mais velho que já sabia da situação dela,
ou a internaria num convento, mas com Luiz ela não se casaria. Revoltado por
não poder casar-se com Nazarena, e por não querer morrer nas mãos do pai dela,
Luiz Gonzaga foi para Fortaleza e ingressou no exército em 5 de junho de
1930. Durante nove anos viajou por vários estados brasileiros, como soldado,
sem dar notícias à família. Em agosto de 1932 foi para Belo
Horizonte, onde ficou por quatro meses. Neste mesmo ano mudou-se para Juiz de
Fora, onde viveu por cinco anos e teve a oportunidade de aprimorar sua
habilidade com a sanfona. Em seguida, foi para Ouro Fino,
também em Minas Gerais, onde permaneceu por dois anos. Deu baixa
em 27 de março de 1939, no Rio
de Janeiro.[9][10]
Antes de ser o
rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região
pela sua habilidade como acordeonista.
A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Depois da
baixa do exército, estando decidido a se dedicar à música. No Rio de Janeiro,
então capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de
calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo(emboladas), Augusto
Calheiros (valsas e serestas)
e Antenógenes Silva (xotes e sambas).[6] Apresentava-se
com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em
1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe,
com sabor regional, de sua autoria.[11] O
sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor,
pela qual lançou mais de cinquenta músicas instrumentais. Vira e Mexe foi
a primeira música que gravou em disco.
Veio depois
sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o
acordeonista catarinense Pedro
Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu
a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro,
figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril
de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor:
a mazurca Dança
Mariquinha, em parceria com Miguel
Lima.
Entre 1951 e
1952 a marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato
de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país,
fato este registrado por Gilberto
Gil.[12]
Em 1970.
Em 1945
conheceu em uma casa de shows da área central do Rio, uma cantora de coro e
samba, chamada Odaléia Guedes dos Santos, conhecida por Léia. A moça estaria
supostamente grávida de um filho ao conhecer Luiz. Foram morar em uma casa
alugada, e Luiz assumiu a paternidade da criança, dando-lhe seu nome: Luiz
Gonzaga do Nascimento Júnior, que acabaria também seguindo a carreira
artística, tornando-se o cantor Gonzaguinha.
A relação entre o casal era boa no início, mas depois começou a se
desestabilizar e tornar-se conflituosa, levando Odaléia a sair de casa com o
filho, com menos de dois anos de convivência. Luiz a buscou na pensão onde ela
voltou a viver, e não aceitava que ela saísse de casa, mas depois decidiu
deixá-la lá com o filho. Léia, então, voltou a trabalhar como dançarina e
cantora, e criou o filho sozinha, mas Luiz a ajudava financeiramente e visitava
o menino.
Em 1946, Luiz
voltou pela primeira vez à sua cidade natal Exu, e reencontrou seus pais, que
havia anos não tinham notícias do filho. O reencontro com seu pai é narrado em
sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto
Teixeira. Ele ficou meses vivendo com os pais e irmãos, mas logo voltou ao
Rio de Janeiro.
Ao chegar ao
Rio, ainda em 1946, conheceu a professora pernambucana Helena Cavalcanti, em um
show que fez, e começaram a namorar. Ele precisava de uma secretária para
cuidar de sua agenda de shows e de seu patrimônio financeiro, e antes
de a pedir em namoro, a convidou para ser sua secretária. Helena precisava de
um salário extra para ajudar os pais, já idosos, com quem ainda morava, e
aceitou. Nos dias em que não dava aula para crianças do primário, cuidava das
finanças de Luiz em um escritório que ele montara. Eles noivaram em 1947 e
casaram-se em 1948, permanecendo juntos até o fim da vida de Luiz. Não tiveram
filhos. Helena não conseguia engravidar e o casal adotou uma criança, uma
menina recém nascida, a quem batizaram de Rosa Cavalcanti Gonzaga do
Nascimento.[13]
Ainda em 1947,
a sua primeira companheira Léia morreu de tuberculose,
quando seu filho Gonzaguinha tinha dois anos e meio. Luiz queria levar o menino
para morar com ele e pediu para Helena criá-lo como se fosse dela, mas ela não
aceitou, assim como sua mãe Marieta. O casal na época ainda não tinham adotado
Rosa, e Helena queria uma filha, não um filho, e também não queria nenhuma
ligação com o passado do marido, o mandando escolher entre ela ou a criança.
Luiz decidiu manter o casamento, e entregou Gonzaguinha para que fosse criado
por seus compadres, os padrinhos de batismo da criança, Leopoldina, apelidada
de Dina, e Henrique Xavier Pinheiro. Este casal, apesar de muito pobre, criou o
menino com seus outros filhos no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava
Gonzaguinha e o sustentava financeiramente. Xavier o considerava como a um
filho e lhe ensinava a tocar viola. O menino também os considerava como seus
pais.[13]
Os anos se
passaram e Gonzaguinha jamais aceitou que Luiz não o tivesse criado. Luiz
passou a visitar cada vez menos o rapaz, e sempre que se encontravam,
discutiam. Dina e Xavier tentavam aproximar os dois, mas Helena revelou que
Luiz era estéril e não era o pai do rapaz. Isso acarretava brigas entre ele e
Helena, que usava a filha Rosa, dizendo que se ele não parasse de visitar o
filho, Luiz não veria mais a menina. Luiz Gonzaga ficava furioso com os ataques
de ciúme e chantagem de Helena, e sempre desmentia para todos a história da
paternidade de Luizinho, já que não queria que ninguém soubesse que o menino
era seu filho somente no registro civil. Amava o menino de fato, independente
de não ser seu filho de sangue.[13]
Gonzaguinha
tornou-se rebelde e não aceitava o pedido do pai para ir morar com ele, mesmo
que para isso tivesse que se separar da esposa. Tudo piorou quando chegaram até
ele os boatos sobre a paternidade, e acabou por ouvir a confissão de Luiz de
este não era seu pai verdadeiro. Gonzaguinha revoltou-se e parou de falar com o
Luiz. Apesar da infância pobre, cresceu feliz ao lado dos irmãos de criação e
dos pais de acolhimento. Nesta época Gonzaguinha contraiu tuberculose aos
catorze anos, e quase morreu. O tempo passou e aos dezesseis anos, Luiz o levou
à força para morar com ele na Ilha do Governador. Havia muitas brigas entre o
rapaz e Helena, e Luiz o mandou para um internato. Entre idas e vindas,
Gonzaguinha só deixou definitivamente o internato aos dezoito anos. Depois de
vencer o vício do álcool, Gonzaguinha conseguiu concluir a universidade (nessa
época ele morava na Tijuca, zona norte da cidade do Rio de Janeiro), tornando
músico como Luiz Gonzaga. Os dois passaram a se entender e ficaram mais unidos,
chegando a viajar pelo Brasil em 1979 e a compor juntos.
Mural do
artista visual Eduardo Kobra em homenagem a Luiz Gonzaga no
edifício da prefeitura do município onde o músico faleceu, Recife.
Em 2012 Luiz
Gonzaga foi tema do carnaval da GRES Unidos
da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o enredo "O Dia em Que Toda a
Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão", fazendo
com que a escola ganhasse o carnaval carioca daquele ano.[16]
Ana Krepp,
da Revista da Cultura escreveu: "O rei do baião pode ser também
considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu
sentido original, de popular. De 1946 a 1955 foi o artista que mais vendeu
discos no Brasil, somando quase 200 gravados e mais de 80 milhões de cópias
vendidas. 'Comparo Gonzagão a Michael
Jackson. Ele desenhava as próprias roupas e inventava os passos que fazia
no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno [Silveira, diretor
de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico e também o primeiro
a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não saíam do eixo
Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbiz: viajar, fazer shows e tocar
para plateias do interior."[17]
Em 13 de
dezembro de 2012 o Correio Brasileiro,
seguindo uma tradição filatélica, emitiu um selo postal em homenagem ao
centenário de nascimento de Luiz Gonzaga.[19]
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