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domingo, 14 de agosto de 2016

UMA BRINCADEIRA QUE SE TORNOU ARTE, QUE SE TORNOU SUCESSO, QUE SE TRANSFORMOU EM EXPOSIÇÃO.


Esse foi o ciclo do trabalho de colorização do Historiador/Pesquisador do cangaço, Rubens Antônio (Salvador/BA).

Confiram através das fotografias alguns momentos da exposição PEPITAS DE FOGO – O CANGAÇO E SEU TEMPO COLORIZADOS que acontece entre os dias 11 de agosto e 14 de setembro de 2016 na GALERIA MANSARDA DO PALACETE DAS ARTES EM SALVADOR/BA (Rua da Graça, 284).








PRESTIGIEM. 
TODOS (AS) ESTÃO CONVIDADOS (AS).

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaço)

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LAMPIÃO DOS FERREIRA


Aqui se conta a história de Lampião, o famoso capitão Virgolino Ferreira, também conhecido como o "Rei do Cangaço". Não toda ela, pois não é fácil abranger de forma completa a saga de um brasileiro que pode ser equiparado, em fama e feitos, aos famosos personagens do velho oeste americano. Para facilitar o entendimento, ainda que parcial, é necessário situar a história e seu personagem principal no meio físico em que nasceu, viveu e morreu.

Descrever o Nordeste, por onde andou Lampião, sem entrar na costumeira lista de nomes de vegetais, tipos de solo e outros detalhes semelhantes, é uma tarefa ingrata. Resultaria desnecessária para quem já conhece a região e incompleta para quem nunca esteve lá.

Embora aparentemente agreste o Nordeste é de natureza rica e variada. Ou talvez seja melhor dizer que é um misto de riqueza e pobreza, com imensa quantidade de espécies em sua fauna e flora, embora de clima seco durante a maior parte do ano. Chove muito pouco, o chão é seco e poeirento. A vegetação é rasa e, na maior parte do ano, de cor cinza. De vez em quando surgem árvores cheias de galhos, também secos, frequentemente cobertos de espinhos que, se tocarem a pele, ferem. Raramente se encontra um local onde haja água, mas onde ela se apresenta a vegetação é muito mais verde, apesar de não radicalmente diferente de no restante da região. Saindo da planície e subindo para as partes mais altas, atingindo as serras e os serrotes, o ar tornar-se mais frio e as pedras desenham a paisagem.

Não há estradas, só caminhos, abertos e mantidos como trilhas identificáveis pela passagem dos que por ali circulam, geralmente a pé.
Em breves palavras, esse era o ambiente em que Virgolino Ferreira passou toda sua vida. Pode-se dizer que muito pouco mudou desde então.

LAMPIÃO E SUA HISTÓRIA

Versos de Gonçalo Ferreira da Silva, do cordel "Lampião - O Capitão do Cangaço":

O século passado estava
dando sinais de cansaço,
José e Maria presos
por matrimonial laço
em breve seriam pais
do grande rei do cangaço.
No dia quatro de junho
de noventa e oito, a pino
estava o Sol, e Maria
dava à luz um menino
que receberia o nome
singular de Virgulino.

A família

Virgolino Ferreira da Silva era o terceiro dos muitos filhos de José Ferreira da Silva e de Maria Lopes. Nasceu em 1898, como consta em sua certidão de batismo, e não em 1897, como citado de várias obras.
A família Ferreira formou-se na seguinte sequência, por datas de nascimento:


1895 - Antonio Ferreira dos Santos
1896 - Livino Ferreira da Silva
1898 - Virgolino Ferreira da Silva
???? - Virtuosa Ferreira
1902 - João Ferreira dos Santos
???? - Angélica Ferreira
1908 - Ezequiel Ferreira
1910 - Maria Ferreira (conhecida como Mocinha)
1912 - Anália Ferreira

Todos os filhos do casal nasceram no sítio Passagem das Pedras, pedaço de terras desmembrado da fazenda Ingazeira, às margens do Riacho São Domingos, no município de Vila Bela, atualmente Serra Talhada, no Estado de Pernambuco.

Esse sítio ficava a uns 200 metros da casa de dona Jacosa Vieira do Nascimento e Manoel Pedro Lopes, avós maternos de Virgolino. Por causa dessa proximidade Virgolino residiu com eles durante grande parte de sua infância. Seus avós paternos eram Antonio Ferreira dos Santos Barros e Maria Francisca da Chaga, que residiam no sítio Baixa Verde, na região de Triunfo, em Pernambuco.

A infância de Virgolino transcorreu normalmente, em nada diferente das outras crianças que com ele conviviam. Todas as informações disponíveis levam a crer que as brincadeiras de Virgolino com seus irmãos e amigos de infância eram nadar no Riacho São Domingos e atirar com o bodoque, um arco para bolas de barro. Também brincavam de cangaceiros e volantes, como todos os outros meninos da época, imitando, na fantasia, a realidade do que viam à sua volta, "enfrentando-se" na caatinga. Em outras palavras, brincavam de "mocinho e bandido", como faziam as crianças nas outras regiões mais desenvolvidas do país.

Foi alfabetizado por Domingos Soriano e Justino de Nenéu, juntamente com outros meninos. Frequentou as aulas por apenas três meses, tempo suficiente para que aprendesse as primeiras letras e pudesse, pelo menos, escrever e responder cartas, o que já era mais instrução do que muitos conseguiam durante toda sua vida, naquelas circunstâncias.

O sustento da família vinha do criatório e da roça em que trabalhavam seu pai e os irmãos mais velhos, e da almocrevaria. O trabalho de almocreve estava mais a cargo de Livino e de Virgolino, e consistia em transportar mercadorias de terceiros no lombo de uma tropa de burros de propriedade da família.

Os trajetos variavam bastante, mas de forma geral iniciavam-se no ponto final da Great Western, estrada de ferro que ligava Recife a Rio Branco, hoje chamada Arcoverde, em Pernambuco. Ali recolhiam as mercadorias a serem distribuídas pelos locais designados por seus contratantes, em diversas vilas e lugarejos do sertão. Esse conhecimento precoce dos caminhos do sertão foi, sem dúvida, muito valioso para o cangaceiro Lampião, alguns anos mais tarde.

Por duas vezes Virgolino acompanhou a tropa até o sertão da Bahia, mais exatamente até as cidades de Uauá e Monte Santo. Nesta última havia um depósito de peles de caprinos que eram, de tempos em tempos, enviadas pelo responsável, Salustiano de Andrade, para a Pedra de Delmiro, em Alagoas, para processamento e exportação para a Europa.

Esta informação nos foi prestada por dona Maria Corrêa, residente em Monte Santo, Bahia. Dona Maria Corrêa, mais conhecida como Maria do Lúcio, exercia a profissão de parteira e declarou-nos que, quando jovem, conheceu Virgolino Ferreira durante uma de suas visitas ao depósito de peles.

Como curiosidade e melhor identificação, dona Maria Corrêa é a parteira que foi condecorada pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira ao completar mil partos realizados com sucesso.

É bom frisar que as peles caprinas não eram compradas pelos Ferreira, apenas transportadas por eles, num serviço semelhante ao do frete rodoviário dos dias atuais.

Em quase todas suas viagens os irmãos tinham a companhia de Zé Dandão, indivíduo que conviveu durante muito tempo com a família Ferreira.

Nossas pesquisas na região comprovaram, através de diversos depoimentos pessoais, que José Ferreira, o patriarca da família, era pessoa pacata, trabalhadora, ordeira e de ótima índole, do tipo que evita ao máximo qualquer desentendimento.

Pai de Virgolino Ferreira da Silva - Acervo José Mendes Pereira
Foto redesenhada por Diin Laden

Esses depoimentos positivos merecem especial atenção e ainda maior credibilidade por terem sido prestados por pessoas inimigas da família. Apesar da inimizade preferiram contar a verdade a denegrir gratuitamente o nome de José Ferreira.

Mãe de Virgolino Ferreira da Silva dona Maria Sulena da Purificação ou Maria Lopes -
Acervo José Mendes Pereira -  Foto redesenhada por Diin Laden

A mãe de Virgolino já era um pouco diferente, mais realista em relação ao ambiente em que viviam. De maneira geral todos os entrevistados declararam que José Ferreira desarmava os filhos na porta da frente e dona Maria os armava na porta de trás dizendo:

- Filho meu não é para ser guardado no caritó. Não criei filho para ser desmoralizado.

http://usuarioweb.infonet.com.br/~LAMPIAO/cont_lamp.htm

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A VISITA DO VELHO SENHOR

Por Raul Meneleu Mascarenhas
Francisco Meneleu dos Santos

Há algum tempo recebi a inesperada visita de um elegante senhor de 93 anos que veio deixar-me exemplares de seu livro “Coisa Julgada e Cartas de Amigos” [Editora Queima-Bucha, Mossoró, 2006], para enriquecimento das bibliotecas comunitárias que fundei ou ajudo a manter em alguns municípios do Rio Grande do Norte. Seu nome, Francisco Meneleu dos Santos, um dos outros nomes da elegância e da distinção.

Apoiava-se, o meu visitante, numa elegante bengala de castão de ouro, por sua raridade, um objeto de colecionador. Gráfico aposentado e anistiado político, chegou na companhia de Misherlany Gouthier, organizador do seu livro, aliás, muito bem editado, ressalte-se. Conversamos durante um bom quarto de hora sem desconfiarmos que essa seria sua última visita a Mossoró, terra a que se ligava por um sentimento profundo.

Em meio à paz do Boa Vista, bairro que me recebeu de braços abertos, Meneleu discorreu com bom humor e desenvoltura sobre a história política do Rio Grande do Norte, evocou com simpatia velhas figuras de Mossoró que lhe ficaram gravadas na memória alerta e hospitaleira. Surpreendeu-se com o fato de termos alguns amigos em comum, como a grande memorialista Zenaide Almeida Costa, entre outros, e concordou em conceder-me depoimento para o livro que estou escrevendo sobre a cidade de sua juventude laboriosa.

Francisco Meneleu dos Santos

Bem vestido, os sapatos engraxados com esmero, fazia-se acompanhar por seu motorista, que permaneceu calado e atento, ao seu lado, enquanto saboreávamos reminiscências e cafezinhos, num fim de tarde, em minha casa, sob a vigilância de Daiane, com quem, parece-me, simpatizou, pois em um dado momento pousou sua mão comprida e bem cuidada sobre a seda do seu pelo, fazendo-a ronronar de satisfação – logo ela que se mostra sempre tão inamistosa ou desconfiada com desconhecidos.

Sua confiante recepção logo me fez ver que o meu visitante era um cavalheiro de boa índole. Não me pareceu em nenhum momento esfalfado pela velhice, mas jovial e em boas relações com a vida. Não se mostrou mesquinho nem ranzinza, como habitualmente se mostram os velhos que odeiam nos outros a mocidade e as benesses que proporciona. 

Sua morte inesperada, pelo menos para mim que lhe gabei a boa disposição, empobrece o gênero humano, especialmente porque homens como Meneleu – dói-me admiti-lo! – são cada vez mais raros. Tão mais raros do que cisnes negros.

A raridade que os faz, no entanto, tão especiais e dignos da nossa memória.

Franklin Jorge, escritor e jornalista, nasceu em Ceará-Mirim - Rio Grande do Norte, em 1952

MEMÓRIAS DE UM SOBREVIVENTE

http://meneleu.blogspot.com.br/2014/11/memorias-de-um-sobrevivente-da.html

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A POETA ASTRID CABRAL TE CONVIDA PARA O XVI Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2016..

Por Jean Carlos Gomes

Olá amigo escritor/poeta!

Pedimos sua atenção, possível participação e divulgação para sua lista de amigos escritores e poetas de mais um concurso da PoeArt editora de Volta Redonda RJ que completa 10 anos já com quase 40 livros editados...

NOSSA PRÓXIMA HOMENAGEADA SERÁ A POETA ASTRID CABRAL..

segue esse link


E também em anexo. 

Com apreços, carinho e respeito de XVI Concurso Nacional PoeArt de Literatura – 2016

HOMENAGEM A UM RENOME DE NOSSA LITERATURA

Para a edição do livro Vozes de Aço volume XVIII que será nosso 38º livro editado

(Prazo: ATÉ 20 de AGOSTO de 2016)

(Preferencialmente pela INTERNET ou pelos Correios)

A PoeArt Editora de Volta Redonda RJ, institui o livro Vozes de Aço XVIII (depois das bem sucedidas

Antologias Poéticas de Diversos Autores, Vozes de Aço da I a XVII, depois do sucesso da I a VI Coletânea Século XXI, do livro Cardápio Poético, 1ª e 2ª edição, I e II Coletânea Viagem pela Escrita. Dentre os já homenageados por suas contribuições literário-culturais em nossos livros, estão: Adahir Gonçalves Barbosa, Alan Carlos Rocha, Álvaro

Alves de Faria, Clevane Pessoa, Flávia Savary, Flora Figueiredo, Gilberto Mendonça Teles, Maria Braga Horta (in memoriam), Maria José Bulhões Maldonado, Mauro Mota, Olga Savary, Oscar Niemeyer, Pedro Albeirice da Rocha e Pedro Viana.

Para premiar autores de ambos os sexos, maiores de dezoito anos, amadores ou profissionais, somente residentes no país, na categoria: Poesia, em língua portuguesa, tendo como objetivo principal à descoberta de novos autores e o intercâmbio cultural entre os participantes.

SEM TAXA DE INSCRIÇÃO: (ATÉ 3 POESIAS)

Ao efetuar a sua inscrição, o autor estará concordando com as regras do Concurso, e, se selecionado, autorizando a publicação dos trabalhos no livro Vozes de Aço XVIII – 2016. Em caso de cópia indevida e demais crimes previstos na Lei do Direito Autoral, será responsabilizado judicialmente.

Tema e Apresentação:

- Cada autor poderá inscrever de uma a 3 poesias (versos livres ou poema com forma fixa), cada uma em uma página, inéditas ou não, máximo de até 30 versos cada, fonte Times New Roman, corpo 12, digitadas somente em um dos lados da folha, onde deverá constar o título de cada poesia. Não é necessário pseudônimo.

- Nome completo, nº do RG, nome do concurso, títulos dos trabalhos, endereço completo, dados biográficos (no máximo dez linhas), telefone e e-mail.

- As obras que chegarem sem esses dados não serão consideradas inscritas.

- Todos os trabalhos enviados (selecionados ou não) serão incinerados, após a divulgação do resultado.

Forma de Inscrição:

As obras deverão ser enviadas somente pela INTERNET para: poearteditora@gmail.com

Premiação:

Os cinco melhores poemas serão publicados sem qualquer ônus no livro Vozes de Aço XVIII – 2016 –, cada um dos cinco autores premiados receberá 3 exemplares da obra pelos direitos autorais, diploma e a sua foto colorida no livro.

OBS: A partir do 6º trabalho selecionado, os autores serão convidados a participar do livro pelo sistema de cooperativismo, pois serão escolhidos trabalhos de até cinqüenta autores.

Jean Carlos Gomes / Organizador e Editor / Contatos: 24 - 999793205 | 33457352 e-mail: poearteditora@gmail.com.br/ site: olhovivoca.com.br

Organização e Realização: PoeArt Editora de Volta Redonda – RJ

Apoiadores: Colégio Garra Vestibular, Lex Print – Suprimentos de Informática, Teatro GACEMSS 70 Anos de

Cultura, GREBAL – Grêmio Barramansense de Letras, Academias: Volta-Redondense e Barramansenses de

Letras e de História, Academia Evangelica de Letras do Brasil, Val Lourenço – Cabelo e Corpo, Jornais: Volta

Cultural, Jornal MaioIrdade, A Voz da Cidade e Diário do Vale, Clube Foto Filatélico e Numismático de VR –

Ponto de Cultura, dentre outros.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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MENSAGEM!


"Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos e costumo observar suas ações com dedicada atenção. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria, busco onde está o mistério, tento ler seus gestos e aprendo muito com eles.

De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar.

Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas continuam discretamente felizes.

O primeiro hábito que eles tem em comum é a generosidade. Mais que isso: eles tem prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca.

Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que tem, mesmo quando é muito pouco.

Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas.  Negam qualquer pequeno favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar, quase cobram medalhas e passam o recibo. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes. Cada vez mais. Doentes. Nas atitudes, manias e comportamentos. No firme propósito de contaminar a todos, ao seu redor...

O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo. Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes.

O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras.

Escrevo essa crônica, grata e emocionada, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o verdadeiro caminho".

Socorro Acioli, Jornal O Povo.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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LAMPIÃO EM ARACAJU


Na quinta edição, página 276, do best-seller do renomado e respeitado escritor Frederico Pernambucano de Mello – “Guerreiros do Sol”, lê-se o seguinte: “Do coronel Hercílio, prefeito e chefe político de Propriá nos ano 30, amigo fraterno de Lampião e de sua família desde quando, por volta de 1918, os irmãos Ferreira almocrevavam na região, consta que teve por mais de uma vez o topete de levar o grande cangaceiro e sua companheira a Laranjeiras e mesmo a Aracaju, onde, disfarçados, eram recebidos para confortáveis permanências de descanso e consultas médicas, tratados fidalgamente a queijo holandês e conhaque Macieira, tipo ‘cinco estrelas’." 

A respeito desta informação, diz Frederico Pernambucano na mesma obra, na página 290, o seguinte: “A revelação nos foi feita, em quebra de velho segredo de família, por dona Cyra de Brito Bezerra, prima do coronel Hercílio. Ainda que não possa atestar o fato de forma direta, diz ter ouvido inúmeras vezes os seus pais e avós comentarem a audácia do parente, fruto da amizade verdadeiramente íntima que mantinha com o bandido, tornado seu mais eficiente ‘cabo eleitoral’ a partir de 1933, à base de empiquetamento de estradas, de surras, de incêndios em propriedades e, quando necessário, de assassinatos.”

Ora, diante de tal notícia, eu um aracajuano de quatro costados, vi-me obrigado a refletir com mais vagar e profundidade sobre a provável presença de Lampião em Aracaju (digo ‘provável’ no sentido de poder ser apresentado provas, ainda que contestáveis), e conclui que tal aconteceu, da mesma forma que penso ter acontecido centenas de histórias do cangaço, nem sempre bem alicerçada.

Meu argumento em defesa de que Lampião esteve em Aracaju, está na lógica de que as pessoas comprovadamente de bem, não cultuam coisas que não edificam, não são dado a mentira, por exemplo, e é nesta certeza de que dona Cyra Brito Bezerra, uma mulher considerada por todos digna e respeitada, esposa do tenente João Bezerra, e que muita informação prestou relativa ao cangaço, e que é tido como fatos integrantes desta história, disse a Frederico Pernambucano o que realmente ouviu dos seus parentes, sobre Lampião. De outro lado, não tenho absolutamente nenhum motivo para sequer desconfiar da palavra deste famoso escritor, homem também digno, sério e respeitável, de achar que ele revelou ao público o que dona Cyra não lhe dissera. Não, não vejo como. Como não vejo lógica também a família Brito, que, sabemos, mantinha vínculo amistoso com Lampião, inventar esta história para enganar a si próprios, não enxergo motivos para tal. Por isso, dou como concluído na minha cabeça, que, pelo menos, um dia, na década de 1930, Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, esteve, ainda que disfarçado, na minha querida Aracaju.


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DOCUMENTÁRIO LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO

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Publicado em 26 de mai de 2014
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CANGAÇO, DISPUTAS POLÍTICAS E LUTAS INTERFAMILIARES NO SUL DO CEARÁ

Por José Romero Araújo Cardoso

O sul do Ceará é considerado um verdadeiro oásis no sertão, convergência de migrantes fugidos das secas há tempos imemoriais e palco de lutas sangrentas entre facções políticas e disputas interfamiliares no século passado.


As intermináveis lutas interpartidárias que explodiram nesta região sertaneja firmaram a repulsa entre os clãs Arruda e Paulino, nucleados, respectivamente, nos municípios de Aurora e Missão Velha, ambos localizados no Estado do Ceará. O cenário das contendas não se diferenciava dos anos que antecederam a restituição da oligarquia Accyoli, o qual firmou a arraigada disputa pelo poder entre os “coronéis” do cariri cearense.

Um pacto firmado entre os mandatários caririenses na então vila de Joazeiro, elevada à categoria de cidade no ensejo desse bizarro acordo, tentava selar a paz entre os estamentos superiores da sociedade sertaneja agro-pastoril da área de exceção correspondente ao cariri cearense.

Discórdias políticas denotaram a instabilidade entre os dois clãs, resultando em desarmonias envolvendo o “coronel” Isaías Arruda, famoso coiteiro de Lampião, inclusive responsável pela trama que redundou na tentativa de ataque a Mossoró, e o “coronel” Manuel Ribeiro Dantas, a quem os Paulino eram ligados.


A beligerância teve seu ápice no ano de 1925, quando “em meio a uma áspera disputa política que já durava meses, ferem-se vários tiroteios em Missão Velha entre os “coronéis” Isaías Arruda (dos mais fortes coiteiros que Lampião possuía no Ceará) e Manoel Ribeiro Dantas, o Sinhô Dantas, este último, chefe político municipal” (MELLO, 1985, p.100).

Durantes meses a questão política se desenrolou de forma mais ou menos inconstante, resultando em violento tiroteio nas ruas de Missão Velha, ocasionando ferimento à bala em um dos filhos do “coronel” Manoel Ribeiro Dantas.

No entanto, o mais encarniçado ataque desferido pelo “coronel” Isaías Arruda se concentrou ao sítio Barreiro, reduto de seu desafeto. Entre os defensores encontrava-se um sertanejo valente e destemido de nome João Paulino, membro de uma família guerreira, tarimbada na luta armada sertaneja dos séculos XIX e XX.

Prestigiado pelos governos Federal e Estadual, o resultado lógico para a política de época foi a ascensão do “coronel” Isaías Arruda à política regional. O encaminhamento “natural” dos fatos redundou na sua dominação efetiva, chegando a ocupar o cargo máximo do poder executivo em sua área de influência.

Os dissabores, contudo evidenciariam a essência da complexa relação inter-social existente no sertão. Em maio de 1926, João Paulino investiu contra um correligionário de Isaías Arruda, de nome João Gonçalves. Novamente Missão Velha estava em pé-de-guerra, denotando o insustentável grau de ebulição entre os clãs em luta armada, agora concentrado entre Arruda e Paulino. O desfio custaria caro, principalmente ao mais exaltado de todos.

A revanche aconteceu a 11 de junho de 1926. João Gonçalves e inúmeros jagunços fornecidos por Isaías Arruda desalojaram os inimigos entrincheirados na povoação conhecida por Ingazeira. Os vencidos buscaram refúgio em Aurora, recebendo a proteção do “coronel” Cândido Ribeiro Campos, parente dos Paulino.

Formou-se um contingente considerável de capangas, visto que a ameaça de um ataque era iminente. Este não se concretizou graças à oportuna intervenção do “coronel” Antônio Luís Alves Pequeno, chefe político do município do Crato, definindo normas para amainar os ânimos exaltados. 

Dentro do acordo firmado, houve a transferência dos Paulino para o extremo oeste do Estado da Paraíba. Estacionam na cidade de Cajazeiras do Padre Rolim, em um sítio conhecido por Lagoa do Arroz, propriedade de um sertanejo de nome João de Brito.

Cerca de quarenta e oito camaradas de armas, incluindo familiares, acompanharam João Paulino neste êxodo forçado pela violência da política caririense.

Durante várias oportunidades, forças volantes cearenses adentraram o território paraibano à caça dos desafetos do todo poderoso “coronel” Isaías Arruda. O alvo principal era João Paulino. Violência extrema era a característica maior dessas tropas formadas por policiais e jagunços, ambos pouco diferenciados no modus operandi.

Novamente é firmado um acordo de convivência salutar, embora fosse parte da trama arquitetada pelo imperdoável Arruda.

Achando que tudo havia se normalizado em sua região de origem, resolveu João Paulino seguir viagem à localidade das Antas, município de Aurora, intuindo recuperar algumas cabeças de gado de sua propriedade que haviam ficado por lá quando da retirada forçada.

A esposa de João Paulino, que atendia pelo nome de Tapuia, verificou quando da partida do esposo que o patuá de rezas fortes, ostentado por cangaceiros e homens que se envolviam em questões, havia sido esquecido, como prenúncio da tragédia que estava preparada por Arruda. João Paulino, conforme nos contou a Sra. Ângela de Brito Lira, filha do proprietário do sítio Lagoa do Arroz, fazia uso de um rosário de quinze mistérios e cento e cinqüenta Ave-Marias com um saquinho repleto de orações fortes e mandingas. Segundo se propalava, o objetivo era “fechar” o corpo contra balas e armas brancas.

Corria o mês de setembro de 1926. O regresso ao Ceará foi feito na companhia de um irmão, de nome José Paulino, e um cunhado conhecido por Bidoza. A tocaia armada pelo “coronel” Isaías Arruda fora preparada no lugar Serrota. João Paulino foi alvejado por mortífera descarga, atingindo em cheio a veia femural. O requinte de crueldade da traição foi completado quando seus algozes obrigaram seu cunhado a terminar de matá-lo.

Após o martírio de João Paulino, Isaias Arruda ainda figurou destacadamente nas crônicas da violência regional. Exercendo influência sobre o cangaceiro Massilon “Benevides” Leite, instigou e organizou o ataque do bando de Lampião a Mossoró, em 13 de junho de 1927. O resultado foi o fracasso vergonhoso diante da decisão da população mossoroense em cerrar fileiras com o prefeito Rodolfo Fernandes na defesa da cidade ameaçada.

Quando da retirada vexatória dos cangaceiros em direção ao cariri cearense, confiantes na “neutralidade” do Estado onde se localizava a “Meca sagrada” dos sertanejos, apressa-se em por em prática suas táticas de traição, tentando envenenar o “rei dos cangaceiros”.

Em 1928, embora desfrutando prestígio efetivo em dois municípios – Missão Velha e Aurora – Arruda tombou morto no trem, quando transitava pelo município de Aurora (MELLO, 1985, p. 101). Os autores, Francisco e Antônio Paulino, agiam movidos pelo desejo de vingança.

Cangaço e política se articulavam em uma só expressão da realidade forjada conforme os parâmetros definidos pela inflexível moral sertaneja que marcou o tempo das contendas entre os chefes políticos de outrora.

BIBLIOGRAFIA CITADA/CONSULTADA:

CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião, o “rei dos cangaceiros”. Trad. de Sarita L. Barsted. Rio de Janeiro/RJ: Paz e Terra, 1980.
MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol: O banditismo no Nordeste do Brasil. Recife/PE: FUNDAJ: Ed. Massangana, 1985.
PINHEIRO, Irineu. O Joazeiro do Padre Cícero e a Revolução de 1914. Rio de Janeiro/RJ: Irmãos Pongetti Editores, 1938.

Entrevista:

LIRA, Ângela de Brito. João Pessoa/PB, 15 de outubro de 1990.
  
José Romero Araújo Cardoso:

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).

Endereço residencial:
Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail: romero.cardoso@gmail.com

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UMA DAS ÚLTIMAS RARIDADES DO CANGAÇO. ESTE REVÓLVER BELGA, MODELO GIRARD.

Por Guilherme Machado

Uma das últimas raridades do Cangaço. Este Revólver Belga, modelo Girard. Fabricante Julius Krawfman na Cidade de Liggie Bélgica. Em 1897, este Revólver veio para o Brasil por mãos do exército Brasileiro, veio para a campanha da Guerra de Canudos, onde caiu nas mãos dos Cangaceiros. 


Este pertenceu a Santílio Barros (Gato) que lutou na Guerra de Canudos... 


O revólver foi uma doação de um militar aposentado da cidade de Macururé o revólver tem 130 anos. Calibre 380, 6 tiros e pesa 800 gramas... E hoje, faz parte do acervo do Portal do Cangaço de Serrinha Bahia.

Fonte: facebook
Grupo: O Cangaço
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