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domingo, 24 de março de 2019

O OUTRO LADO DE MARIA BONITA - TVGAMAFILHO.BLOGSPOT.COM


Publicado em 13 de abr de 2011
A história de uma rádio que nos dias atuais ainda produz muita informação e não perde o brilho dos anos dourados.
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O ABRAÇO DO PROFESSOR PEREIRA

Diana Lopes, Dr. Napoleão Tavares Neves e Professor Pereira

Amigo e Confrade Severo

Você é uma pessoa iluminada, muito querido por todos nós. 

A sua simpatia e dedicação é exemplar e cativa a todos que o rodeiam. Que neste Natal e Ano Novo seja de saúde, paz e amor para você e toda família. 

Um abraço forte do amigo.

Professor Francisco Pereira - Cajazeiras - PB 


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ACHAMOS QUE A MISSÃO FOI CUMPRIDA

Por Paulo Medeiros Gastão
Paulo Gastão entre Ingrid e Mabel, no Cariri Cangaço

Saudações Cangaceiras 

O Cariri Cangaço já nasceu forte, robusto e com credenciais endossadas por 4 forças representativas da região do Cariri;são elas formadas pelos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha. Achamos que todos os espaços foram preenchidos e a missão considerada cumprida.E o futuro que se aproxima como teremos que trabalhar? Com a participação de outros municípios caracteriza-se o sucesso empreendido, a confiança de quem vai investir num projeto consagrado, principalmente, pela população visitante que já levou aos quatro cantos do Brasil o que aqui se passou neste ano 1º de 2009.

Necessário se faz nova leitura dos Estados que participaram diretamente do Evento, são eles:Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, além do Distrito Federal. Excelente comparecimento.Companheiros vamos a luta, ela é boa para ser lutada. 
  

Severo, Gastão e Gabriel, em noite do Cariri Cangaço

A SBEC ocupou lugar de destaque dentro do universo caririense. Saiu-se por demais vitoriosa. Apta para novas conquistas no seio da cultura nordestina. Disposta a trabalhar para com o sucesso do II Cariri Cangaço em 2010.

Sendo do conhecimento de todos, a forma de trabalho existente, principalmente, entre o Juazeiro e o Crato, verificamos que o Cariri Cangaço trouxe novos conceitos de boa convivência e respeito mutuo. Muitas arestas devem ter desaparecido e outras que ainda permanecem deverão ser abolidas em definitivo, é só uma questão de tempo. 

Os locais escolhidos para realização da programação sempre foram representativos e acolhedores, onde com assiduidade recebe a comunidade caririense. Os temas abordados sempre estiveram à altura do Evento. As visitas sempre estiveram à altura da Organização. Principalmente na manutenção dos horários; transporte confortável; oportunidade de novos conhecimentos. Apenas foi unânime o conceito de cansaço e pouco tempo para banho e troca de roupa para se chegar ao recinto das palestras. Um corre-corre que poderá ser evitado,com habilidade a Coordenação do Cariri Cangaço 2010 haverá de superar esse momento.

O setor de hotelaria nota 10, no conforto, higiene, café farto e variado.Os condutores dos veículos sempre educados e solícitos. Nota alta a todos. Queremos repetir a dose. A equipe coadjuvante sempre esteve a postos no sentido de dar solução aos problemas que por acaso aparecessem. As meninas foram excepcionais (duas delas: Ingrid e Mabel ilustram a foto da matéria). Cumpriram as tarefas com carinho em todos os momentos. Nota 10 com direito a repetir. 

O kit distribuído com os convidados esteve de muito bom gosto, principalmente, no que se refere ao artesanato regional. A presença dos Jornais (tablóides) da SBEC e Poranduba deram um colorido especial aos participantes que sempre estão atentos no sentido de levar para casa algum material como troféu, recordação ou servir de elemento de futuras pesquisas. Valeu o esforço e ficou o registro. Tenho recebido solicitações para envio desse material para companheiros que não tiveram a oportunidade de participar do Evento.


Cariri Cangaço na fazenda Piçarra

Quero me congratular com Coordenadores e respectiva equipe de trabalho pelo empenho e carinho como fomos tratados. Estamos de braços abertos para novas jornadas.Com um grande abraço fico no aguardo de novas ordens 

Paulo Gastão
Mossoró RN.

Publicado em dezembro de 2009


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“AGRADA-ME O SEMBLANTE DAQUELE QUE ME RECEBE COM ESPANTO BOM”

*Rangel Alves da Costa

De vez em quando me perguntam por que eu tanto gosto de visitar pessoas idosas e humildes da cidade onde nasci. E eu sempre respondo: “Agrada-me o semblante daquele que me recebe com espanto bom”.
O que isso significa? Pois bem, significa que quanto mais humildes são as pessoas, mais empobrecidas e idosas são as pessoas, mais elas gostam de ser visitadas. E em cada visita um reconhecimento de sua valia na vida.
Pessoas existem que a partir de determinados momentos da vida passam a viver como esquecidas. Quando a idade vai avançando e passam a viver mais reclusas, então é como se se tornassem esquecidas pela sociedade, até mesmo pela mesma família.
Outras, simplesmente pela precariedade dos meios de sobrevivência. A pobreza acaba afastando conhecidos e também familiares em melhores condições financeiras. Tais pessoas, apenas pelo simples fato de serem pobres, tornam-se negligenciadas pelos demais.
Quando a idade avança e a pobreza se torna gritante, então ainda surgem fatores como o abandono, o distanciamento e o esquecimento. É como se tais pessoas sequer existissem para a sociedade. É como tanto faz que ali ou acolá continuem existindo vidas humanas.
Mas não só pela pobreza, vez que tornou-se da normalidade que aquelas pessoas que já não mais convivem no meio social, não são mais ativas como noutros idos ou que já não tenham o status de antes, igualmente passem a ser menosprezadas nas suas existências.
Pessoas com tais perfis se tornam, como dito, propensas ao esquecimento dos demais. E se isso acontece até com amigos, conhecidos e familiares, que se imagine com relação aos mais jovens, que não se importam sequer consigo mesmos.
Solitárias, sempre da porta pra dentro ou na calçada de casa, quando muito recebe um bom dia ou um boa tarde de qualquer passante. E quanto mais o tempo passa mais tal situação se agrava, até chegar ao esquecimento total.
São tais pessoas que eu gosto de visitar. São tais pessoas que jamais saem do pensamento. São tais pessoas que merecem o meu passo, a minha busca, a minha palavra. E quando bato a porta: “Agrada-me o semblante daquele que me recebe com espanto bom”.
Toda vez que chego numa casa, mais próxima ou mesmo distante – e até mesmo no meio do mato ou nos beirais das estradas matutas -, sinto que a surpresa feita causa um espanto bom. Como se o visitado não estivesse acreditando naquela visita.
Chegar, cumprimentar, dar uma palavra amiga e de recordação, dizer que está ali não por acaso, mas por uma visita desde muito pensada, tudo isso provoca uma sensação indescritível aquele que geralmente tem a solidão como companhia. E que coisa boa ao espírito, à alma, à autoestima.
É como se dissesse por dentro, na voz interior, que jamais esperava que alguém se lembrasse de sua existência e ali estivesse para um proseado, para um relembrar causos e fatos passados, reabrindo velhos livros e antigos baús. O coração pulsa mais forte, os olhos chegam a brilhar.
E sempre digo que em tais pessoas sempre é possível encontrar tesouros de sabedoria. É a experiência de vida que as transforma em sábias. É na junção da escrita do passado que é possível avistar aquilo tão ricamente existente e que não existente mais perante o mundo novo. Tudo isso é imensamente enriquecedor.  
Por isso que não me canso de visitar conterrâneos nos seus casebres, atrás das portas, nas suas calçadas. Chego como amigo e sempre saiu como um discípulo que muito aprendeu naquele breve diálogo. E sempre prometo que voltarei. E sempre volto.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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CACIQUE "PAI CAUÊ" VAI MORRER!


Por José Mendes Pereira

Bem cedinho, antes da chegada do lençol que envolve o sol para acordá-lo o pajé Yathagan da tribo indígena Monxorós saiu de oca em oca comunicando a todos os índios que o cacique "Pai Cauê" amanhecera acamado. E com a triste notícia todos os habitantes da aldeia se levantaram das suas redes, aparentando formigueiro quando incomodado com a presença de estranhos, e cuidaram de preparar um ritual em forma de pedido a seu Deus para levantar o cacique o quanto antes possível. O ritual foi feito ao redor da aldeia. Pai Cauê pouco conversava, porque sentia uma forte dor de cabeça e um aperto no coração. O pajé Yathagan ficou o tempo todo ao redor do cacique.

Lá pela tarde o cacique deu sinal de melhora, e olhando para o pajé, disse-lhe:

- Cacique Pai Cauê quer pitar...

- Cacique Pai Cauê não deve pitar, atalhou o pajé Yathagan, está doente e poderá causar complicações piores.

- Mas cacique Pai Cauê quer pitar.

- Se o cacique Pai Cauê exige pitar Cacique Pai Cauê vai pitar, mas pajé Yathagan não se responsabiliza por complicações que possam aparecer.

E pegando o cachimbo do cacique Pai Cauê colocou fumo, acendeu e o entregou para pitar. Cacique Pai Cauê pitou até matar o desejo de pitar.


O ritual lá por fora da aldeia continuava com todos os índios e índias dançando e fazendo os seus pedidos ao superior, para que devolvesse a saúde do cacique Pai Cauê. Ao anoitecer, toda aldeia parou as atividades.

O dia seguinte o cacique Pai Cauê amanheceu com uma pequena melhora. Mas sem escrúpulo, disse ao pajé Yathagan:

- Cacique Pai Cauê quer comer carne de tamanduá assada.

- Carne de tamanduá cacique Pai Cauê, é carregada (no sentido de causar complicações) e poderá lhe fazer mal...

- É carregada, mas para casa. - Disse cacique Pai Cauê.

- Se cacique Pai Cauê deseja comer carne de tamanduá assada cacique Pai Cauê vai comer, mas pajé Yathagan não se responsabiliza por complicações que possam aparecer.


Pajé Yathagan chamou os melhores caçadores e os mandou pegar um tamanduá pelas matas. Às pressas foram e voltaram com dois. E logo os tamanduás foram cuidados e assados nas brasas do fogão à lenha. Assim que um tamanduá foi assado pajé Yathagan o recebeu para ser entregue ao cacique Pai Cauê, mas antes lhe disse:

- Cacique Pai Cauê vai comer a carne de tamanduá, mas pajé Yathagan não se responsabiliza por complicações que possam aparecer.

No dia seguinte vendo que pajé Yathagan estava fazendo as suas vontades cacique Pai Cauê disse-lhe:

- Cacique Pai Cauê quer beijar, namorar e depois transar.

- Esta não, cacique Pai Cauê! É um dos piores pedidos para quem está doente. Mas se é isso que cacique Pai Cauê quer, cacique Pai Cauê vai beijar, namorar e transas, mas pajé Yathagan não se responsabiliza por complicações que possam aparecer.

E vendo Marinêz a índia velha do cacique Pai Cauê no meio da aldeia, Pajé Yathagan a chamou. E ao chegar, disse que cacique Pai Cauê queria beijar, namorar e transar. E lá se foi a índia velha do cacique Pai Cauê com o pajé Yathagan. Logo disse-lhe:

- Pajé Yathagan trouxe uma índia para cacique Pai Cauê beijar, namorar e transar.

Assim que cacique Pai Cauê viu a sua velha índia, disse:

- Pajé Yathagan está querendo que cacique Pai Cauê morra muito antes da hora, tendo um infarto. Esta já não mais serve para o cacique Pai Cauê. Cacique Pai Cauê quer flor nova.

- Cacique Pai Cauê pode me dizer com quem deseja ter um romance amoroso antes de morrer?

- Antes de morrer cacique Pai Cauê quer ter um romance amoroso com mulher do Pajé Yathagan...

- É isso que cacique Pai Cauê quer, é? Vou na oca chamar minha índia. Volto já.

A índia companheira do pajé era formosa, com pernas e braços torneados, sorriso e olhar atraentes, reboculosa assim como dizia o humorista coronel Ludugero, e não tinha sangue do cacique. Ela fora tomada de uma outra tribo de índios lá pela chapada do Apodi. E já que não tinha sangue do cacique Pai Cauê fez com que ele a desejasse.

Ao chegar na oca o pajé Yathagan nada disse à sua companheira Yara o que lhe dissera o cacique Pai Cauê. E apoderando-se de um facão foi até à mata para tirar umas tiras de cascas de um mororó. Ao retornar, cuidou de fazer uma trança longa. Terminado o trabalho convidou a companheira para ir visitar o cacique Pai Cauê, pois ela ainda não tinha feito a visita ao chefe índio.


E ao chegar à central administrativa do cacique Pai Cauê, o pajé Yathagan disse-lhe:

- Pajé trouxe a minha índia para cacique satisfazer os seus desejos, mas antes de transar tem que levar umas boas lapadas desta trança longa. - Dizia o pajé Yathagan mostrando a trança da casca do mororó ao cacique Pai Cauê.

Ao ver o tamanho e a grossura da trança cacique Pai Cauê disse:

- Se para transar com a sua índia Paj cacique Pai Cauê tem que apanhar primeiro pajé Yathagan, sendo assim, cacique Pai Cauê prefere morrer.

Ali fez o pelo sinal completo, de lá mesmo benzeu toda aldeia, levantou-se do seu repouso, ficou em pé, e numa distração do pajé Yathagan, o cacique Pai Cauê atirou-se nas matas em gritos dizendo:

- Fiquem aí, cambada de índios!

Ainda hoje se tem notícias que cacique Pai Cauê continua correndo pela chapada do Apodi.

Sem cacique na tribo o pajé Yathagan foi coroado cacique, dando a sua função de pajé curador a outro índio.

Cacique não estava doente. Era esperteza para conseguir namorar a índia do pajé Yathagan, já que ele vinha fazendo todos os seus gostos.

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O CAMINHO DA INFÂMIA


Por Geziel Moura

Se teve acontecimento do cangaço, que sempre foi incerto para mim, está na trajetória que a polícia da Alagoas realizou desde Angico até Maceió, com as cabeças dos cangaceiros mortos naquele coito, em 28 de julho de 1938. Diante disso, procurei resolver o problema, em alguns escritores: Melchiades Rocha, Valdemar de Sousa Lima e Clerisvaldo Chagas, sem no entanto conseguir vislumbrar um percurso completo das cabeças.

O escritor Frederico Pernambucano de Melo baseado no jornal Gazeta de Alagoas, propõem caminho razoável deste cortejo macabro, pode até não ser o definitivo, mas parece que tem alguma lógica a ser considerada em seu entendimento.


Segundo, Pernambucano o início da trajetória, se deu em Piranhas (AL), lugar da famosa foto das cabeças, expostas na prefeitura da cidade...Ainda, na noite do mesmo dia do acontecimento, ou seja, no dia 28, partiram para a segunda escala, o então, município de Pedra de Delmiro Gouveia (AL), chegando, nesta, na madrugada do dia 29, lugar em que as cabeças imersas em água com sal, foram substituída por álcool, logo depois seguiram para Água Branca (AL), e Mata grande (AL).


Ao deixar, tais cidades o caminhão que levava as cabeças decepadas, continuaram no sentido de Canapi (AL), Maravilha (AL), Poço das Trincheiras (AL) e finalmente chegaram em Santana do Ipanema (AL), no inicio da noite, do mesmo dia, sede do comando das volantes alagoanas.


No amanhecer, as cabeças dos cangaceiros foram submetidas às exposições, por toda a cidade, fotos flagradas na escadaria da capelinha de Nossa Senhora de Assunção e aplicações de formol para resistir até o destino final, Maceió

Na madrugada do dia 31, recomeça a comitiva de carros, passando por Palmeira dos índios (AL), Limoeiro de Anadia (AL), Campo Alegre (AL), na época Mosquito, São Miguel dos Campos e terminando em Maceió, capital do Estado.



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QUAL O DIA DO ATAQUE A FAZENDA TAPERA? ‘DOS GILO’


Por Sálvio Siqueira


São muitas as controvérsias encontradas nas obras literárias que discorrem sobre o Fenômeno Social Cangaço. As mais antigas, ou seja, que foram elaboradas, feitas, editadas, mais próximas aos fatos existentes no fenômeno, incrivelmente são as que nos trazem mais distorções. Várias outras, pegando o conteúdo destas, logicamente o erro se propaga. E, se propagando, a historiografia está contada, ou, no caso, descrita incorreta.

Só descobrimos a imagem de Horácio Grande através do livro dos pesquisadores de Floresta Cristiano Ferraz e Marcos De Carmelita Carmelita. Até o lançamento do livro "As Cruzes do Cangaço" em meados de 2016, pelo menos que saiba, jamais pesquisadores, autores ou estudiosos tinham ou sabiam de como era fisicamente através de registro fotográfico Horácio Cavalcanti de Albuquerque, o conhecido Horácio Novaes.

A data do ataque do bando de lampião a Fazenda Tapera, imóvel rural que tinha como proprietário Manoel Gilo, homem destemido, trabalhador e honesto, porém, valente ao extremo, fora dita, escrita e contextuada em uma data fora do ocorrido. Isso, para a história é demasiado penoso, pois leva-nos há horas, dias ou meses diferentes. Prejudicando o conteúdo histórico. Não sabendo-se, até se aceita, no entanto, tendo condições de cravar nas entrelinhas das páginas de seus livros, para nós, é um dever o autor fazê-lo.

O discorrer da preparação, distribuição dos homens feita antecipando ao ataque feito por Lampião é narrada, descrita, nas obras literárias contando como o “Rei do Cangaço” colocou seus ‘cabras’ na montagem de piquetes nas estradas que davam acesso a sede do município aonde ocorreu o fato. Essa providência tomada pelo chefe mor do cangaço era para que aqueles que se dirigissem a mesma: vendedores, compradores, tangerinos, tropeiros, fossem parados e presos, ou mantidos como reféns, como queiram, enquanto o ataque se consumia, de fato, na sede da fazenda. Isso, entre outras coisas, impediria da população que iriam à feira semanal da cidade dar o alarma quanto o que estava acontecendo, assim, impediria uma provável ajuda, auxílio, em armas da guarnição aquartelada no batalhão da Polícia Militar daquela cidade ou mesmo por parte da população urbana que se voluntariasse. 


Pois bem, essas discrições desses fatos estão descritas nas várias entrelinhas de inúmeras obras literárias. O caso é que juntando a essas, vem a informação do dia de feira e em seguida, ou antecipadamente, dizem que fora numa quinta-feira, dia 26 de agosto de 1926.


Não tem como ter ocorrido numa quinta-feira, que foi o dia realmente 26 de agosto daquele ano, pois jamais se teve uma feira em Floresta, PE nesse dia. As feiras semanais da cidade citada no Sertão do Pajeú sempre ocorreram aos sábados. Portanto, data e dia distorcido daquele em que o caso se deu.

Não podemos ver e saber, porém nada dizer quanto a um erro crasso sobre um fato histórico tão horrendo, covarde e traiçoeiro da parte de Horácio Novaes de Albuquerque, o Horácio Grande, que conseguiu tapear Virgolino fazendo com que esse juntasse seus cangaceiros e fosse tirar satisfações sobre uma provocação que ‘teria’ feito Manoel Gilo através de uma carta. Sem possuir a coragem necessária para enfrentar Manoel Gilo, Horácio covardemente manda sua esposa fazer uma carta provocando e desafiando o “Rei do Cangaço” em nome de Manoel. Essa mentira resulta em treze vidas ceifadas naquele dia de feira, 28 de agosto de 1926, pelas balas assassinas das armas dos cangaceiros por parte dos familiares de Manoel Gilo e amigos. E por outro lado, um dos parente “dos Gilo”, Permínio Alves dos Santos, fazendo parte do plano de Horácio Novaes, entra no complô na parte que caberia informar e tentar agrupar todos os homens da família, em um só local, marcada para morrer.


Agradecemos aqui aos pesquisadores florestanos Marcos De Carmelita Carmelita e Cristiano Ferraz que, através do seu livro, “As Cruzes do Cangaço – Os fatos e personagens de Floresta - PE”, 1ª edição, 2016, vieram nos esclarecer e colocar um ponto final nos equívocos constantes nas outras obras literárias. Assim, os autores descrevem parte do ataque, sua preparação, traição e arquitetura do plano para matar as pessoas de uma família no Pajeú das Flores em agosto de 1926, época do cangaço lampiônico:

“(...) O ataque à fazenda Tapera foi planejado minuciosamente. Permínio Alves dos santos, filho de Severiano Francisco dos Santos e de Belarmina Francisca de Barros, nascido em 02/01/1894, parente dos Gilo que residia a pouco menos de dois quilômetros dali, fora envolvido na trama. Permínio recebeu uma ameaça de Horácio dizendo que, se por acaso ele não o ajudasse, a sua família iria arcar com as consequências, e ofereceu a quantia de 200 mil réis em dinheiro para que ele reunisse todos os homens dentro de casa e o seduziu com a oferta financeira.


No dia 27 de agosto de 1926 sexta-feira, Permínio fez uma visita à casa dos familiares. Com uma boa soma nos bolsos, planejou como iria concretizar o seu plano. Surgiu então a ideia de convidar todos para um jogo de baralho.

O caçula dos Gilo, Cassimiro, ainda um menino com quinze anos de idade, foi a cidade de floresta na companhia do senhor José de Ângelo Torres (Zé de Anjo), que morava a quatrocentos metros a leste dali, na sua propriedade de nome Tapera, casado com Brígida Freire da Silva. Zé de Anjo tinha ido pedir a Gilo Donato para que o acompanhasse na entrega de uma carga de rapaduras e ele respondeu:

- Eu não vou não. Cassimiro serve prá ir mais você? Porque eu não posso ir. Leve Cassimiro que é menino, eu mando ele e vou ficar.

O velho Gilo já estava combinado com Permínio e os familiares para jogarem e não queria perder a hora(...).

Na madrugada do dia 28 de agosto de 1926 (sábado), os cangaceiros cruzaram o riacho do Capim Grosso, chegando embaixo de uma encosta, protegidos por um lajedo de pedras, a poucos metros da casa.

Lampião dividiu estrategicamente seus homens em diversos locais. Alguns cangaceiros tomaram a estrada que levava à cidade, com ordens para aprisionarem todas as pessoas que por ali passassem indo à feira.

Outros bandidos, entre eles João Ângelo de Oliveira, vulgo “Vereda” sob o comando de “Félix Caboje”, se posicionaram esperando o reforço da Força Volante, que poderia chegar a qualquer momento de Floresta ao tomarem conhecimento do combate (...).” (O.C.)

Foto “As Cruzes do Cangaço – Os fatos e personagens de Floresta - PE”, 1ª edição, 2016,
Agosto 1926
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SEDIÇÃO DE JUAZEIRO (MINISSÉRIE COMPLETA)


Publicado em 14 de out de 2014

Sedição de Juazeiro é uma minissérie brasileira produzida para a rede pública de televisão cearense, dividida em 4 capítulos, do gênero guerra, baseada no confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias cearenses e o governo federal, e lançada no dia 22 de Agosto de 2012 no Cine-Teatro João Frederico Ferreira Gomes, anexo II da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Aprovada pela CEIC, Comissão Estadual de Incentivo à Cultura, através do I Edital Mecenas do Ceará 2008, foi produzida pelas produtoras JLS Comunicação e Editora e Laser Vídeo em parceria com a APEC, Associação de Estudos e Pesquisa Técnico-Científica, entidade sem fins lucrativos, ligada à Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Sinopse: Na segunda década do século XX, declara-se uma dualidade de poderes legislativos no Estado do Ceará. Tropas são enviadas de Fortaleza pelo governador Franco Rabelo para Juazeiro do Norte. Padre Cícero, Floro Bartolomeu e seus soldados esperam o ataque. O governo central decreta a intervenção federal no Ceará. Trinfa a Sedição de Juazeiro, a guerra de 1914. Elenco: Magno Carvalho, Ary Sherlock, Alcântara Costa, Angelim de Icó, Aldo Anísio, Fernando Cattony, Enrique Patrícius e Jean Nogueira. Direção: Daniel Abreu Roteiro: JonasLuis DA SILVA, de Icapuí Produção: Daniel Abreu e Jeanne Feijão Produção Executiva: Ângela Tavares, José Liberato Barrozo Filho e Marina Abifadel

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O REI DO CANGAÇO TINHA AS SUAS QUALIDADES...


Francisco Carlos Jorge de Oliveira



O Rei do cangaço apesar de um facínora assassino tinha certas qualidades e uma delas, era a de ser muito religioso. Ele respeitava por demais os Santos da Igreja Católica. 


Lampião era supersticioso, porém muito criterioso com certas coisas que realizava ou iria realizar. Virgulino Ferreira da Silva era muito temente a Deus e devoto por demais da Virgem Maria, pois todas as manhãs antes do nhambu piar, que os raios do sol ânteros à aurora enrubescia o céu deixando púrpuro o negro horizonte, antes do desjejum; o Capitão Cangaceiro reunia toda a sua cabroeira e assim sem o chapéu na cabeça, todos de joelhos sobre o chão, acompanhavam seu líder rezando o “Ofício a Nosso Senhor”. Dizem os mais antigos anciões nordestinos, que Lampião ensinava todos os chefes dos seus subgrupos, a fazer o mesmo que ele rezar todas as manhãs o Ofício a Nosso Senhor. 


O único cabra a resistir tal ordem foi o perverso cangaceiro Gato, e o Rei do Cangaço pra evitar e não provocar um entrevero maior, não obrigou o supracitado cangaceiro a fazê-lo nem participar, mas ordenou que outro cangaceiro o Canário, o fizesse em seu lugar. 

Tempos depois, Gato foi baleado e horas após morto num combate na cidade de Piranhas onde tentava resgatar sua esposa Inacinha que havia sido ferida e capturada durante confronto com volante do intrépido tenente João Bezerra.


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