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quarta-feira, 5 de abril de 2017

COLABORE COM 1KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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UM MENINO DO SERTÃO

*Rangel Alves da Costa

Avisto um menino. Não é um menino qualquer, pois menino do sertão. Por ser menino do sertão já nascido entre luas e sóis, já pisando em terra seca e tendo perante o olhar o mandacaru e o xiquexique, o facheiro e a macambira, o velame e o fedegoso. Mas qual destino está reservado ao menino?

Um menino do sertão
e uma estrada de sonho
num caminho de chão
naquele menino eu
de lua e sol no coração

um menino que partiu
no menino que ficou
aquele mesmo menino
que tanto no mato brincou
e teve por asfalto destino

Aquele menino sertanejo canta seu verso na vida. Sem a poesia na escrita, mas com poesia no seu dia e dia, na sua lide matuta e no seu amor ao rincão. Uma vontade danada de espantar a seca, de espantar sofrimento e dor, de mandar para bem longe a pobreza e a miséria que tanto afligem seus irmãos. Mas acaba compreendendo que ali apenas sertão, uma terra abençoada, porém de angústia e desolação.



Um menino do sertão
e seu embornal de esperanças
com menos suor e mais pão
com mais flores nas andanças
com menos espinhos e desolação

um menino e seu caminho
pela aridez de seu chão
na terra seu refúgio e seu ninho
mundo chamado sertão
mesmo que só lhe caiba tiquinho

Aquele menino que um dia brincou de ponta de vaca, correu atrás de calango, jogou pedra em catingueira, comeu quixaba e araçá, mas que caminhou adiante para reconhecer outro mundo dentro de seu próprio mundo. E avistou um sertão já sem a pujança de outros tempos, sem a grandeza da mata nem o bicho em correria, mas apenas uma terra definhando pelo sol e descamisada pelo próprio homem na sanha de devastação.

Um menino do sertão
aquele menino que chorou
ao reencontrar o seu chão
como um braseiro que queimou
e deixou tudo em clarão

um menino entristecido
que quis todo o sertão mudar
trazer de volta o desaparecido
e tudo poder transformar
naquele livro tanto lido

aquele menino e sua luta
como formiga em trabalho
no dia a dia a labuta
de recolher cada retalho
da memória tão matuta.

Aquele menino sou eu e o sertão é o meu. Sou menino sertanejo sem pressa de envelhecer. Jamais haverá tempo ou idade que afaste do menino o sonho de o sertão não se perder pelo próprio esquecimento dos seus. Um menino envelhecido, mas ainda com forças para buscar o passado e colocá-lo no presente como única história de um só sertão.

Escritor
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ENTREVISTA DE CANGACEIROS, NA PENITENCIÁRIA DE SALVADOR,1944..

Jornalista: Joel Silveira (Livro: Tempo de Contar)

O grande jornalista "JOEL SILVEIRA", no ano de 1944, realizou uma célebre ENTREVISTA com os cangaceiros ( VOLTA SECA; ÂNGELO ROQUE, SARACURA, CACHEADO, DEUS TE GUIE E CARACOL ), quando todos eles se encontravam presos, na Penitenciária de Salvador/BA, cumprindo pena.

Vejamos, abaixo, o texto na íntegra dessa famosa Entrevista, e tire suas conclusões.

PENITENCIÁRIA DE SALVADOR, março de 1944.

Em meio à conversa, fiz a pergunta inesperada: os antigos companheiros e comandados de Lampião se entreolharam, silenciosos. Angêlo Roque (Labareda) baixou a cabeça e Saracura, a fisionomia carregada, pois se a olhar pela janela aberta. Segundos depois, CAHEADO me encara com seu rosto de criança, ilumina-se num sorriso cândido e me diz:

- A gente matava como uns danados. - E acrescenta: - Mas a culpa não era da gente.

ÂNGELO ROQUE, o " velho Ângelo", aprovou com a cabeça. E, Cacheado continuou:

- Se os homens educados não auxiliassem a gente com MUNIÇÃO, a história seria outra. Não teria se dado nada do que se deu. Pensando bem, os criminosos são eles. Uma pessoa de bem não ajuda bandido.

É uma tarde de quinta-feira, e estamos aqui, num dos mais amplos salões da Penitenciária da cidade de Salvador, diante dos seis famosos ex-cangaceiros: Volta Seca, Ângelo Roque (Labareda), Saracura, Cacheado, Deus Te Guie e Caracol.

DEUS TE GUIE é quase um menino, mas Ângelo Roque já vai se aproximando dos cincoenta anos: tem um rosto grave, de uma tristeza séria. O sertão deixou nele profundas marcas - as faces cortadas por rugas como talhos e nos olhos um brilho de sol inclemente. Antes de começar a tomar os meus apontamentos, o diretor da penitenciária fizera um pequeno discurso aos seis antigos bandoleiros. Aquilo seria, disse ele, uma espécie de mesa-redonda, na qual o jornalista e os prisioneiros debateriam assuntos ligados ao cangaço.

Que cada um contasse a sua história, as razões que o haviam levado a deixar a Lei, suas roças e seus empregos para a tremenda aventura do banditismo sertanejo. E que falassem, com toda a sinceridade.

ÂNGELO ROQUE fez um aparte, numa voz rouca:

-Eu sempre falei com sinceridade.

E me conta, dando início á conversa, que entrou para o cangaço para desafrontar a sua honra. "Sempre fui um homem de ordem. Sempre vivi honestamente do meu trabalho".

Sua história é simples, e escuto do próprio "velho Ângelo", na sua linguagem seca e típica. Ângelo Roque da Costa nasceu em Jatobá, Tacaratu, em Pernambuco. Entrou para o banditismo em 1928, quando conheceu LAMPIÃO. Seu primeiro encontro com VIRGULINO foi na Fazenda Arrasta-Pé, na margem baiana do São Francisco.

-Não me esqueço da primeira impressão que LAMPIÃO me deu: a de um homem tão sujo que dava nojo.

Pouco antes de 1928, em Jatobá, um soldado da força local DEFLOROU uma irmã de Ângelo, é o que me diz. O caso foi para a Justiça, mas o soldado era protegido da política "de cima" - as queixas de Ângelo de nada valeram.

- "Então resolvi fazer justiça com as minhas próprias mãos. Fui na casa do soldado, mas só estava lá a mulher dele. Esperei na porta até que ele chegasse. De noitinha ele apareceu, e então eu lhe disse que ia morrer. Atirei duas vezes. O "praça" caiu de bruços, mas não morreu. Me disseram depois que andou muito tempo á beira da morte, mas não morreu".

O medo da prisão jogou Ângelo Roque na caatinga: durante vários meses, andou como um sem pouso pelos áridos caminhos do sertão. Pouco aparecia nas cidades. Trabalhou em roças, dormia no mato. Conheceu, depois, os cangaceiros CORISCO e ARVOREDO, e os dois lhe explicaram que a única maneira de viver tranquilo, longe da polícia, era entrar para o cangaço. Em 1928, quando conheceu LAMPIÃO, se decidiu. Mas demorou pouco tempo ao lado de VIRGULINO.

- Lampião não podia ficar parado num canto, e eu nunca fui homem viajeiro. Além disso, de vez em quando, a gente se encrencava. Um dia tive uma briga mais séria com ele, por causa de uma coisa sem importância. A gente estava de emboscada, na caatinga, á espera de um caminhão. Mas depois aconteceu a disgraceira.

O culpado da "disgraceira", me explica Ângelo Roque, foi o promotor de Coité que, em 1941, requereu na Justiça estadual a prisão do velho e dos seus companheiros.

- Este homem sempre me quis o mal, não sei por quê. Nunca fiz nada com ele.

A Justiça foi implacável para com os antigos reis do cangaço: Ângelo e seus amigos foram condenados, cada um, a trinta anos de prisão.

Há meses atrás, o antigo bandoleiro trabalhou numa Horta da Vitória da Legião Brasileira de Assistência e, diariamente, sem qualquer vigilância, tomava o bonde e ia para o bairro de Brotas, como um passageiro comum.

De todos os seis cangaceiros presentes, o único que tentou fugir da cadeia foi "VOLTA-SECA".

Pergunto ao famoso cabra de LAMPIÃO, seu lugar-tenente, o que pretende fazer ao recuperar a liberdade. VOLTA SECA - é o mais vivo, o mais alegre e o mais inteligente de todos - me responde num sorriso:

- "VOU CUIDAR DA MINHA VIDA".

- E depois ?

- "Me meto num lugar bem longe, tão longe que ninguém vai ouvir falar de mim. Mudo o nome, e vou viver tranquilo. O que passou, passou".

Sua FUGA, há pouco mais de um ano, foi um prodígio de habilidade e sangue-frio: com uma lima rústica, VOLTA SECA conseguiu serrar uma das grades da prisão, e seu corpo fino e elástico, corpo de menino, deslizou pela pequena abertura e, em seguida, por um reduzido espaço entre fios elétricos do muro da penitenciária.

- " Em pouco mais de vinte dias, fui a pé daqui da Bahia até Santa Luzia, em Sergipe. Não fui em menor tempo, porque um companheiro meu, que também havia conseguido escapar, adoeceu no caminho ".

Converso com esse rapaz de 26 anos de idade (parece ter apenas vinte), e ás vezes me esqueço que foi ele próprio, há uns dez anos, quem comandou uma série de horrores numa fazenda de uns parentes meus, no Sul de Sergipe. Seu bom humor é contagiante, e é impossível deixar de rir quando VOLTA SECA nos revela, na sua maneira dialogada, ecos de sua fuga recente:

-" Uma tarde cheguei numa roça e pedi emprego. A dona da roça me olhou, perguntou depois: " VOCÊ NÃO É O VOLTA SECA ?". Dei um pulo para trás, gritei: "DEUS ME LIVRE, MINHA SENHORA ! ISSO É COISA QUE SE DIGA ! ".

Então a moça continuou: "POIS JA VI O RETRATO DE VOLTA SECA E O SENHOR SE PARECE MUITO COM ELE. " Respondi:

"POIS ENTÃO, DONA, ME PAREÇO COM O DIABO ! ".

Peço a VOLTA SECA sua opinião sobre LAMPIÃO, e ele me responde:

-LAMPIÃO sempre foi um homem dificil de explicar.

- Mas era valente ? Perguntei-lhe.

- " Homem, não sei. Rodeado de amigos e bem armados e dispostos, todo mundo é valente... Nunca vi ele brigar sozinho. LAMPIÃO só andava rodeado, e assim qualquer trabalho fica fácil "

Aponta para ÂNGELO ROQUE, afogado na sua gravidade:

- Valente era aquele ali. Isto sim. Já vi várias vezes o velho Ângelo enfrentar sozinho vários "macacos" (soldados das volantes).

Também VOLTA SECA brigou, certa vez, com LAMPIÃO. Foi uma briga muito séria, me diz ele, e DEUS TE GUIE conforma.

-Naquele dia, eu tinha certeza que um dos dois ia deixar de viver: ou VOLTA SECA ou LAMPIÃO.

O mal-entendido entre o Chefe do bando e o seu cabra mais famoso teve lugar em 1931, após um duro combate com a força policial. Um dos bandoleiros, "BANANEIRA", havia sido ferido pelos soldados, e, ficara estendido na estrada. VOLTA SECA procurou LAMPIÃO e pediu-lhe autorização para ir buscar o amigo ferido. VIRGULINO achou que a empresa era perigosa e que a ida de VOLTA poderia facilitar aos soldados a pista do bando.

Mas VOLTA SECA não podia deixar o companheiro morrer, explica DEUS TE GUIE. Então, surgiu o primeiro atrito entre os dois. Em companhia de CARACOL (também presente á entrevista, com seu rosto parado), VOLTA SECA conseguiu arrastar BANANEIRA até um lugar seguro. Mas BANANEIRA estava muito ferido e teve que ser transportado numa rede.
-BANANEIRA pesava como o diabo - me diz VOLTA SECA.

Quando os dois chegaram com o companheiro ferido, LAMPIÃO e o resto do bando já haviam ido embora. Voltaram depois, e VIRGULINO procurou VOLTA SECA:

- "Menino, a gente tem que andar depressa. Os "macacos" estão por perto. Solte o ferido ai, e monte no seu cavalo."

VOLTA SECA respondeu que não podia fazer aquilo. BANANEIRA iria com ele - e montou o ferido no seu próprio cavalo. VIRGULINO, enfurecido, ordenou a VOLTA SECA que desmontasse BANANEIRA.

- "Então, o sangue me subiu á cabeça. Disse que não desmontava. LAMPIÃO pegou a carabina, mas fui mais ligeiro do que ele. Apontei bem no peito dele e lhe disse: "Se o senhor bulir com as pestanas, atiro. "LAMPIÃO estava verde de raiva. Ficamos assim um tempo grande, um olhando para o outro. Depois os companheiros serenaram a coisa. De noite no meu rancho, fui avisado por QUIXABEIRA e GAVIÃO que LAMPIÃO ia me matar no dia seguinte. Então dei o fora"

VOLTA SECA tinha apenas 14 anos quando entrou para o bando de VIRGULINO. Nascera em Itabaiana, no centro de Sergipe, fugiu de casa menino e andou sozinho pelo sertão. Encontrou-se com LAMPIÃO, em Goroso, no município de Bom Conselho, na Bahia. Ele me diz agora que no princípio apanhava quase que diariamente de LAMPIÃO. De Virgulino e dos outros:

- "Todo mundo gostava de enxugar a mão em mim. Até o velho ANGELO ROQUE.

Mas depois endureci o cangote, e o primeiro que me apareceu com ares de pai, recebi com a mão no rifle ".

VOLTA SECA me garante que quase todas as histórias que contam a seu respeito não são verdadeiras.

- "Gostavam de contar, por exemplo, que eu só matava á traição. Uma calúnia. Eu posso ser tudo, meu senhor, posso ser ruim de doer, uma coisa , no entanto, não sou: covarde e traidor. Nunca matei ninguém pelas costas, mas sempre em defesa própria. E sempre fui amigo dos meus amigos. Eu podia ter matado LAMPIÃO, naquele dia da briga, matar pelas costas, friamente. Mas não matei, porque era feio".

Pergunto a VOLTA SECA os nomes de alguns dos coiteiros mais importantes e mais chegados ao bando. Ele sorri e responde:

-"O QUE PASSOU, PASSOU".

Mas, o cangaceiro CACHEADO toma a palavra:

- "Quase todo dono de fazenda era coiteiro. Os coiteiros sempre foram a nossa perdição. Eles nos davam dinheiro, comida e munição. E eram sempre eles que nos entregavam aos macacos (policiais)."

VOLTA SECA tenta inocentar os coiteiros:

- "Eles tinham que ajudar a gente. Senão a gente queimava as fazendas deles e matava o gado".

O CANGACEIRO "SARACURA", de pele esverdeada pelo impaludismo, tem o olhar distante, perdido no mundo lá fora que a janela aberta deixa ver: o telhado comprido da estação de Calçada, as casas equilibradas no morro ao lado, a chaminé comprida da fábrica. É um rapaz calado que de vez em quando morde os lábios. Suas respostas são quase monossilábicas. PERGUNTO:

- Como você SARACURA, começou essa vida de bandoleiro? Ele responde:

- A gente nunca sabe.

Ângelo Roque é da mesma opinião.

- "Nunca se sabe. Uma coisa digo ao senhor: "NINGUÉM NASCE BANDIDO". Vamos dizer que aquele soldado casado não tivesse feito mal á minha irmã: tudo seria diferente. Eu continuaria na minha rocinha, talvez tivesse hoje umas economias, talvez até fosse dono do sítio. Nunca fui um homem da maldade. Depois que a gente vai pelo caminho, é que é o diabo.

O medo da prisão transforma o indivíduo NUMA FERA".

O cangaceiro CARACOL, tão calado, parece despertar, e começa a falar numa espécie de explosão:

- Por ai só se fala nas crueldades dos bandidos. Mas o senhor ande pelo sertão, converse com o povo pobre de lá: todo mundo dirá ao senhor que muito mais barbaridades do que nós, praticavam os soldados da força volante. E os coronéis, também. Eu poderia citar casos e mais casos de coisas horrorosas que eles fizeram por estes sertões. Bandidos como a gente. Por isto é que, em muitas cidades e povoados, nós, os "cabras", éramos recebidos como salvadores. Em certos lugares, meu senhor, o povo tinha mais confiança na gente do que nos "macacos" das volantes.

VOLTA SECA aparteia:

- "É isso mesmo: os crimes dos "macacos" foram iguais aos nossos. Mas nada aconteceu com eles. E com os coiteiros ? Os homens importantes e ricos do sertão, que nos ajudavam, nos davam armas, dinheiro e comida, continuam ricos e importantes."

CACHEADO volta com seu riso de menino:

- "A gente matava muito, a gente matava como uns danados. Mas a policia e os coronéis, matavam muito mais."

Ângelo Roque faz um gesto com a mão, e o silêncio volta á sala. Agora só se ouve a voz grossa do " velho Ângelo", que diz, o rosto fechado:

- "Mas não vamos falar mais nisso. O que passou, passou, já disse. O que adianta agora é que nos dêem a liberdade prometida. Sou ainda um homem moço, quero ficar livre, trabalhar e cuidar de minha vida."

VOLTA SECA se volta para mim:

- "Veja o que o senhor pode fazer por nós. Até agora ninguém nos ajudou. Chegam aqui os doutores, pedem para ver a gente e saem prometendo mundos e fundos. Mas a verdade é que continuamos aqui. Já passei um tempo medonho na prisão, mais de dez anos, quero a liberdade. Fugi, há pouco tempo, porque não aguentava mais. Se eu não fugisse ficava maluco"

O cangaceiro "DEUS TE GUIE" acrescenta:

- "Seu Ângelo não gosta que a gente fale, mas é preciso que se diga que houve muita injustiça por esses sertões. Por que foi que "ARVOREDO" ficou criminoso? Por causa das barbaridades que os "macacos" fizeram com a sua familia."

E é VOLTA SECA quem me conta a história:

- "O pai de ARVOREDO vivia em Santo Antônio da Glória. Numas eleições, o velho deixou de votar no chefe politico do lugar. O chefe mandou uma volante no seu sítio e eles fizeram horrores: estupraram as duas filhas e mataram os quatro filhos do velho, inclusive duas criancinhas de berço. Só escapou ARVOREDO. Acabou bandido. E o velho se tornou coiteiro. Foi preso., morrendo aqui nesta penitenciária, há dois anos atrás, quase com oitenta anos."

O próprio SARACURA parece, agora, sair do seu sono triste. Pede a palavra e conta:

- " Posso falar do meu caso. Peguei na espingarda quase obrigado, para mim vingar das misérias que fizeram com meu pai. Um dia, no Coité, uma volante invadiu o nosso sítio. Queriam á força que meu pai desse notícia dos cangaceiros, como se ele fosse um coiteiro. O velho não sabia de nada, e então os "macacos" começaram a supliciar o pobre: arrancaram as barbas dele, fio a fio, arrancaram suas unhas com alicate; se o senhor pensar que estou mentindo, vá lá no Coité e procure André Paulo Nascimento, que mora nas redondezas. É o meu pai. Ele dirá ao senhor se estou ou não falando a verdade. Ele mostrará ao senhor o estado em que ficaram seus dedos. E eu próprio, antes de pegar na espingarda, fui um dia violentamente espancado na Fazenda Curral, perto do Coité. Os "macacos" haviam dito que eu era coiteiro, mas na verdade é que, até então, eu nunca vira um bandido na minha vida".

SARACURA me revela mais que é casado e tem três filhos, que de vez em quando o visitam.

A conversa chega ao fim, e peço aos antigos companheiros de Lampião que permitam ao meu fotógrafo uma série de instantâneos, coletivos e individuais.

Instintivamente, "DEUS TE GUIE" abotoa a blusa e passa a mão nos cabelos lisos. "VOLTA SECA" diz, num sorriso:

- "Só deixo tirar meu retrato se o senhor mandar uma cópia para mim".

E quando o violento magnésio da câmara fotográfica do meu amigo Brito rebenta na sala, como um tiro de canhão, o ex-lugar-tenente do Capitão VIRGULINO dá um pulo da cadeira:

-" Um tiro desgraçado ! Parece pólvora seca".

E ao lhe pedir uma pose especial, "VOLTA SECA" chega até a janela aberta e diz:

- "Quero tirar um retrato olhando para fora, com a cara triste. Para mostrar aos doutores que estou doidinho para sair daqui."

Há uma larga distribuição de charutos e, ao se despedir, o velho "Ângelo", aperta minha mão com força:

- "Disponha aqui de um criado ás ordens. Desminta as calúnias que dizem a nosso respeito e veja o que o senhor pode fazer por nós..."

PENITENCIÁRIA DE SALVADOR/BAHIA, MARÇO DE 1944.

Fonte: Volta Seca

https://www.facebook.com/notes/itabaiana-grande/entrevista-de-cangaceiros-na-penitenci%C3%A1ria-de-salvador1944/729860460384315

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LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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SÁBIO DO SEMIÁRIDO


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Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A IRA DE QUELÉ RECAI SOBRE OS COITEIROS


Após a desavença do cangaceiro “Tamanduá Vermelho”, Clementino Quelé, com o cangaceiro Meia Noite, onde o primeiro ficou achando que Lampião deu mais valor ao segundo, resolveu deixar o bando. Mesmo porque não havia mais clima e tornara-se perigoso.

Algum tempo depois, com a interferência do coronel Pereira da cidade de Princesa, PB, Clementino passa a fazer parte, e comandar, uma volante paraibana. Após as brigadas contra o bando de Lampião, a Força Pública foi um refúgio seguro que encontrou.

Nas redondezas por onde sempre vivera, sendo ex cangaceiro do bando de Lampião, Quelé tinha conhecimento da maioria dos coiteiros. Certo dia, passa nas casas de vários avisando, intimidando e ameaçando de que, se descem um copo com água para um cangaceiro beber, morriam. Os coiteiros e demais sertanejos, roceiros, da região, ficaram entre dois fogos: se se negam aos cangaceiros, apanhavam ou morriam, se os ajudassem, apanhavam ou morriam nas mãos de Clementino Quelé.

Clementino José Furtado - o Clementino Quelé foi fiscal de 'rua', cangaceiro e volante. Fora apelidado de "tamanduá vermelho" por Lampião, devido sua coloração da tez ao ficar enraivecido. Tornou-se uma 'pedra' nas alpercatas de Virgolino.

Ele ‘tava com os cão nos couro’. Fez várias ‘visitas’ na zona rural de Triunfo. Resolveu então ir à casa dos pais do cangaceiro Luiz Pedro, “Pedro Alexandrino de Siqueira e dona Rufina Maria de Jesus”, onde os ameaça de morte. Depois vai à residência dos pais da noiva de Livino Ferreira, “Inocência Alves de Magalhães”, no sítio fazenda Nova, e faz ameaças de morte.

“(...) Alguns dos ameaçados ainda disseram:

- Mais Clementino, como é que nós vamos dizer não a Lampião? Se a gente fizer assim ele nos mata!

- Bem, estão avisados! (respondeu Quelé). (“A MAIOR BATALHA DE LAMPIÃO – SERRA GRANDE E A INVASÃO A CALUMBI” – LIMA, Lourinaldo Teles Pereira. Paulo Afonso, 2017).

Imaginem como estava essa pobre gente entre esses dois homens que para matar uma pessoa, bastava ter vontade.

Esse ódio de Clementino Quelé por Lampião foi devido à morte de seu irmão, Pedro Quelé, em uma das investidas do bando contra os Furtado no sítio Conceição. Havia duas casas no sítio da família Furtado, quando de um ataque de Lampião, no citado sítio, com o objetivo de eliminar Clementino, O ‘Rei Vesgo’ e parte da cabroeira ficam atacando uma das casas, na qual encontrava-se o ex-cangaceiro apelidado pelo chefe de “Tamanduá Vermelho”. Na outra, quem cerca é o cangaceiro ‘Esperança’, Antônio Ferreira, irmão mais velho de Virgolino, com o restante dos ‘cabras’. Pedro era uma fera e não dava oportunidades aos cangaceiros. Em certo momento, ‘Esperança’ grita para Pedro que se entregue que ele garantia sua vida. Pedro, homem disposto e de palavra, acha que Antônio Ferreira ia cumprir a palavra dele. Mesmo sendo advertido pela esposa, Pedro abre a porta da casa e sai para o terreiro. Logo é cercado pelos cangaceiros. Antônio Ferreira chega por trás de Pedro e o mata friamente pelas costas, acertando sua cabeça. Pedro já estava morto antes que seu corpo se chocasse contra o chão.

Antônio e seus comandados vão juntarem-se a Lampião e os seus, que estavam atacando a outra casa, deixando a viúva desesperada, sentada no batente da porta com o rosto entre as mãos. Ao ter conhecimento, o ‘Rei dos Cangaceiros’ não gosta da atitude do seu irmão mais velho em ter matado daquela maneira, covarde, Pedro Quelé. Clementino refere que morrer brigando, é coisa de homem, mas, a traição não, ele não admitia.

Virgolino Ferreira, Antônio Ferreira, Livino Ferreira e Antônio Rosa. Três irmãos de sangue e um irmão de criação.

“-Lampião matou meu irmão Pedro Furtado na covardia e eu vou matar eles todos! Não vai sobrar um Ferreira! E o cabra que apoiar eu mato também! Pode ser quem for! E se vocês não querem dizer não a Lampião, vão embora para a rua(cidade), pois se acoitar aquele cabra covarde já tão sabendo que vão morrer! (dizia o ‘Tamanduá Vermelho’ aqueles a quem ameaçava)(Ob. Ct.)

Mesmo tendo sido advertidos, ameaçados de morte, alguns não quiseram, ou não puderam seguir as ordens dadas pelo comandante Quelé. Era praxe dos bandos cangaceiros virem, fazerem suas arruaças e sumirem entre as serras e ninguém ter, nem dar, notícias deles por um bom ‘pedaço’ de tempo. Depois de algum tempo escondido, Virgolino resolveu aparecer pras bandas da fazenda Abóboras. Quando por lá estava, Lampião sempre procurava ficar numa determinada gruta denominada ‘coito do Pilé’. Lá estando, mandava recado para alguns dos coiteiros mais próximos, para que os mesmo levassem a comida para o bando.

Dessa feita, foram ordenados da tarefa Joaquim Santana e José Freire, que moravam próximos. Os dois levam a comida para o bando e, ao retornarem, são pegos por Clementino Quelé e seus homens dentro de casa. Clementino manda descer a chibata nos dois coiteiros ali mesmo, dentro do casebre onde moravam. A bisa é à base de cipó de boi.


Após uma surra muito grande, os comandados por Quelé, a mando dele, pegam um deles, José Freire, o arrastam até o meio do terreiro da frente da casa e o matam a golpes de peixeira. O outro, sem ter condições alguma de reação, já imaginava seu fim ser igual ao fim que teve o companheiro. Tendo outros planos para ele, o comandante da volante paraibana o obriga a dizer, depois a leva-lo aonde se encontrava acampado o seu inimigo. Dentre os soldados, um que ia pertinho do prisioneiro, diz baixinho para que ele tente escapar, correndo ladeira abaixo. Achando ser ajudado pelo soldado, Joaquim Santana começa uma carreira desabalada em busca de salvar sua vida. No momento em que a fuga, ou tentativa, do preso, o comandante ordena que se abra fogo contra ele. Muitos disparos foram feitos, porém, o coiteiro continuava na mesma carreira descida abaixo. O próprio Quelé, coloca um dos joelhos no chão, faz mira e abre fogo. No momento em que se escuta o som do tiro da arma de Clementino, verse o sujeito danar-se de bruços no chão.

“(...) Quelé mestre na arte de atirar plantou o joelho no chão, cobriu o cabra na mira do fuzil e disparou! Joaquim Santana deu um salto pra frente e caiu, o tiro havia atingido nas costas e o buraco cabia apenas a ponta de um lápis, mas havia saído entre os dois peitos, na titela, como se diz por aqui, causando um grande estrago. O buraco cabia uma mão(...).” ( Ob. Ct.)

No momento dos disparos, Lampião em cima da serra, percebe o que está se passando. Ordena que seus ‘meninos’ deem vários disparos e 'pica a mula' para outro esconderijo.

Clementino Quelé, quando escuta a saraivada de bala no alto da serra, percebe que aquele não seria o dia de mais enfrentamento entre ele e Lampião. Dá meia volta e segue em direção a casa de onde tinham vindo. Passando no terreiro da casa, puxa da pistola e dá alguns tiros no corpo do pobre José Freire. Hoje, como lembrança, ou recordação daquele dia, daquelas mortes, existe um símbolo de tristeza e morte, uma cruz indicando que ali morrera alguém.

Fonte “A MAIOR BATALHA DE LAMPIÃO – SERRA GRANDE E A INVASÃO A CALUMBI” – LIMA, Lourinaldo Teles Pereira. (Louro Teles), Paulo Afonso, 2017).

Foto Tokdehistória,com
Ob. Ct.
PS// ISSO E MUITO MAIS VOCÊS VERÃO NAS ENTRELINHAS DO LIVRO CITADO COMO FONTE.

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ASCRIM/PRESIDENCIA – AMOL RETRANSMISSÃO DE CONVITE ESPECIAL - OFICIO Nº 050/2017.

Exibindo AMOL CONVITE 06042017.jpg

MOSSORÓ (RN), 05.04.2017,

POR TRATAR-SE DE ASSUNTO DE ALTÍSSIMO NÍVEL CULTURAL, SOBRETUDO PARA OS INTERESSADOS EM INOVAR-SE NA ÁREA DO CONHECIMENTO DA LITERATURA, CONFORME ANUNCIADO AMPLAMENTE, RETRANSMITIMOS O CONVITE DA AMOL PARA O MAGNO EVENTO:

-PALESTRA “A PROSA DE FICÇÃO NO RIO G. NORTE”-PROFERIDA PELO ILUSTRE LITERATA PROF. DR. MANOEL ONOFRE JUNIOR.
-ENTREGA DA PREMIAÇÃO DO 3º CONCURSO LITERÁRIO PROF. JOÃO BATISTA CASCUDO RODRIGUES, COM GRATUITA DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS DA SARAU DAS LETRAS AOS QUE COMPARECEREM.

O EVENTO CULTURAL ACONTECERÁ NO DIA 06.04.2017(QUINTA FEIRA), AS 19:30HS, NO AUDITÓRIO DO HOTEL SABINO PALACE, LOCALIZADO NO ALTO DE S.MANOEL, AV. PRESIDENTE DUTRA, Nº 1744, NESTA.
    
REITERANDO O CONVITE A TODO ACADÊMICO DA ASCRIM E POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM, PRESTIGIAREM O CICLO DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA AMOL,  USANDO PELO MENOS UMA DAS INSÍGNIAS OFICIAIS(PELERINE, MEDALHÃO OU BOTON), ATO QUE PROPICIA RECEBER PONTUAÇÃO, MISTER QUE IDENTIFICA O INTELECTUAL DA ASCRIM E ESTABELECE O RIGOR DE ALTO GABARITO DOS LIETRATAS.
      
NA OPORTUNIDADE, CONCITAMOS DIGNEM-SE OS INSIGNES PRESIDENTES DE ACADEMIAS E DE ENTIDADES CULTURAIS CONGÊNERES, RETRANSMITIREM AOS RESPECTIVOS CORPOS SOCIAIS DE SUAS INSTITUIÇÕES COMPARECEREM AO EVENTO SUPRAMENCIONADO.

IDÊNTICO CONVITE CONTEMPLA AS DIGNÍSSIMAS FAMÍLIAS DE TODOS QUE CONFIRMAREM PRESENÇA.
      

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO – PRESIDENTE DA ASCRIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RELAÇÃO DE LIVROS NA LIVRARIA DO PROFESSOR PEREIRA - CONTINUA

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Ab.     MARÇO/ 2017       AUTOR

TÍTULOS                                        
                                                       
TOTAL DE PÁGINAS
PREÇO
ESTADO DO LIVRO
Abelardo F. Montenegro
Fanáticos e Cangaceiros 2011 – Clássico 2ª Ed.
420 pág.
70,00
Novo /
Abelardo F. Montenegro
Fanáticos e Cangaceiros  2011
424 p.
55,00
Usado, em ótimo estado
Adauto Guerra Filho
O Seridó na  Memória de Seu Povo
231 p.
55,00
Novo
Aglae Lima de Oliveira
Lampião, Cangaço e Nordeste 1970
436p.
150,00
Bom estado/envelhecido
Alberto Farias
O Padre Cícero e  a Invenção do Juazeiro 2008
432 pág.
65,00
Ótimo estado
Alberto Farias
Pe. Cícero e Invenção do Juazeiro 1994
399 p.
40,00
Bom estado
Alberto S. Galeno
Território dos Coronéis
123 p.
80,00
Bom estado
Alcino Alves Costa
Lampião Além da Versão, Mentiras e Mistérios de Angicos – 2011 (3ª Ed.)
410 pág.
55,00
Novo
Alcino Alves Costa
Lampião Em Sergipe 2011
298 pág.
65,00
Novo
Alcino Alves Costa
Poço Redondo - A Saga de Um Povo
349 pág.
60,00
Novo
Alcino Alves Costa
Maria do Sertão. Romance que referencia a beleza,o sentimento e a coragem da mulher sertaneja
326 pág.
40,00
Novo
Alencar Peixoto
Joazeiro do Cariry
183 p.
150,00
Ótimo estado
Alvim Martins Horcades
Descrição de Uma Viagem a Canudos 201
186 pág.
50,00
Novo
Amália X. de Oliveira
O Padre Cícero Que Eu Conheci

50,00
  Novo
Ana Cláudia Marques
Intrigas e Questões: Vingança de família e tramas sociais no sertão de Pernambuco 2002
352 pág.
45,00
Ótimo estado
Ana Cláudia Marques e outros
Andarilhos e Cangaceiros 1999
233 pag.
60,00
Novo
Ana Lúcia Granja e Paulo Gastão
Sítio dos Nunes de Flores, vive a Saga Cangaceira: Processo crime contra Lampião, Sabino Gomes e outros.(transcrição)
46 pág.
20,00
Novo
Ana Paula da Cruz Pereira de Moraes
Em Busca da Liberdade, Os Escravos no Sertão do Rio Piranhas – PB  (1700-1750) 2011
158 pág.
30,00
Novo
Anair Holanda Cavalcante
A Construção de Práticas e Saberes em Saúde dos Romeiros do Padim Ciço
160 pág.
50,00
Novo

André Carneiro de Albuquerque
Capitães do Fim do Mundo: As Tropas Volantes Pernambucanas(1922-1938)
177 p.
50,00
Novo