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terça-feira, 4 de setembro de 2018

HELENA BRAGA X AABB

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.975

No último dia 31 de agosto, a Escola Estadual Helena Braga das Chagas, do Bairro São José, Santana do Ipanema, celebrou o Dia do Estudante. Em parceria com a Associação Atlética Banco do Brasil – AABB, a Escola conduziu seus alunos para um merecido lazer que durou o dia todo naquele famoso clube. Foi um momento único, diz o diretor Ivanildo Ramalho. “Teve alunos que passaram a noite sem dormir, outros acordaram as três da madrugada e não dormiram mais, com medo de perderem o horário de partida”. Foi um dia especial de confraternização e muita diversão com banhos de piscina, jogos nas quadras de vôlei e futsal e brincadeiras no parquinho. O encerramento deste dia de lazer foi com o jogo de Futsal entre o time Juvenil do Helena Braga contra professores/funcionários. No duelo Juventude X Experiência, deu juventude por 8 X 6.
O diretor da escola Helena Braga estava satisfeitíssimo ao conceder essa entrevista dizendo que “Foi um dos momentos mais felizes da minha vida”. E ainda eufórico com o impacto positivo e a grande alegria dos alunos, o diretor Ivanildo agradecia aos professores, coordenação, funcionários, ainda a AABB, na pessoa do seu presidente Tássio e aos funcionários Ronaldo, Paulo e Rejane pelo supimpa acolhimento. O diretor concluiu dizendo que para todos, foi um dia inesquecível. Foi assim que funcionou uma grande parceria social Escola/AABB.
Ano passado, a mesma Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, havia conduzido seus alunos até a Reserva Tocaia, no sítio Tocaias, onde os estudantes se divertiram em passeio pela Reserva (a primeira RPPN do Sertão), conheceram de perto a Igrejinha da Tocais, leram o cordel que conta a sua história e abraçaram a igrejinha. O contato direto com a Natureza e os conhecimentos biológicos, geográficos históricos e sociológicos adquiridos, trouxeram a alegria e a felicidade para toda a escola por uma manhã altamente proveitosa.
Por outro lado, a unidade que funciona do sexto ao nono ano, planeja  o início do  Curso Médio, em 2019.
Boas notícias nas brisas de fim de inverno.



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A IGNOMINIOSA CONFISSÃO

*Rangel Alves da Costa

Escrevi este texto pela voz do cruel e selvagem colonizador, pela palavra daquele submeteu e submeteu o negro como se a escravidão fosse uma proveitosa normalidade da vida. E também para demonstrar que a continuidade das situações descritas é justificada pela história em nome do poder, do mando e da insensatez humana. Foi o amigo Padre Mário que ao lê-lo numa rede social logo o descreveu como uma ignominiosa confissão.
No seu comentário, disse mais o sacerdote sertanejo, pároco do município sergipano de Poço Redondo. Assim asseverou: “Ignominiosa confissão do ‘macho, adulto, branco, sempre no comando’." Realmente, uma confissão ignominiosa, pois causadora de asco, de vergonha, de menosprezo, de revolta. Contudo, não o texto em si enquanto criação autoral, mas pelo discurso nele expressado, saído um dia, e quem sabe ainda presente, na voz do ultrajante poder. Eis o escrito:
“Fui europeu colonizador e cacei índio como bicho, maltratei o nativo como praga, dizimei o silvícola como um ser sem alma. E depois de tirar seu arco da mão, eu impus uma cruz e uma religião. Seus deuses nada valiam, apenas a minha crença da selvageria. Fui branco escravizador e trafiquei negro para lançá-lo ao mundo do grito e da dor. Quanto vale uma dentadura branca e sadia num homem que não vale nada? Quanto vale o músculo e o corpanzil num ser humano sem nenhum valor? Ora, mas o que é mesmo este negrume imprestável na pele desse ser abominável? Escravizado pela cor, um bicho de canga, uma força de trabalho que não vale mais que o que produz debaixo do açoite, da taca e do ferrão. E ainda mandei que o capitão-do-mato fosse atrás do fugidio e o trouxesse acorrentado e em grilhões colocado no mais arrogante dos troncos. E depois ordenei que o capataz lanhasse a pele, fizesse o bicho gemer e gritar, que fizesse o sangue espargir pelo açoite e respingasse ao longe, enquanto eu a tudo observava da varanda da casa-grande. Fui eu quem agiu assim, que calei o deus do trovão, a divindade da tribo e dizimei os seus sonhos e as suas vidas. Sem cantos do uirapuru, sem gorjeios dos sabiás, sem peixes vivos nas correntezas. Fui eu quem agiu assim, que mandei arrancar os olhos daqueles que pranteavam seus banzos, que desapartei filhos de pais e pais de filhos, que vendi nos mercados aquelas mercadorias negras e prontas para serem chicoteadas além das imundícies das senzalas. A mim, confesso, cada grito é um canto, cada gemido uma canção, cada morte um desapego do imprestável. Viver e tudo ter somente o branco, somente o poderoso, somente o senhor dono de mundo e curral, somente aquele que nasceu para mandar. Arrependido ter sido assim e ter agido assim, contrito por ter dizimado o índio e escravizado o negro? Não. De jeito nenhum. Não sou a mentira. Sou a verdade. E não falo por voz de outro senão daquele que sempre fez assim. O tempo passou, mas alguma coisa mudou? Se me ajoelho ao poder e voto nos seus representantes, então eu aplaudo e confirmo todas as atrocidades praticadas ao longo da história, pois nada mudou. Os homens mudam pelas gerações, mas os malefícios e as arrogâncias do poder continuam as mesmas. Nada mudou”.


Acrescento apenas que nada mudou por que continuam os subjugos e as submissões, as dizimações e os aniquilamentos. E uma escravização que foi além da raça e da cor para se impor como prática desonrosa perante grande parte da sociedade. A escravização pela pobreza, pelo medo, pela insegurança, pela desesperança, pelas manipulações do poder. É a história se renovando segundo o seu tempo. Não o tempo do Eclesiastes, mas o tempo da vergonha e da corrupção política, social e humana.

Escritor
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ENTARDECEU NO MARANDUBA NO CARIRI CANGAÇO


Por Manoel Belarmino 

A tarde estava sob o céu azul daquela sexta feira, do dia 15 de junho, segundo dia do Cariri Cangaço. As pessoas se ajuntaram no terreiro da capelinha de Santa Luzia do Maranduba. Todos ansiosos para ouvir o pesquisador e historiador Ivanildo Siqueira. O grupo de Teatro Raízes Nordestinas apresentou, na abertura da roda de conversa, a incrivel peça "O Segredo do Poço Redondo".

Na fala do Ivanildo, viajamos no tempo... imagens em nossas mentes, como se fossem lembranças de tempos não vividos por mim, mas pelos meus antepassados. Talvez essas imagens se transportam de geração em geração no nosso DNA da memória. Imagens de um Maranduba de caatingas virgens, de vaqueiros encourados, dos Soares. Onde Lé Soares, Josias e os Nicácio eram reis da pega de boi no mato. Maranduba de Madinha Venção (a Maria da Invenção de Maria do Rosário).


E as lendas que surgiram depois do Fogo do Maranduba, tantas vezes contadas e recontadas? E os mistérios dos sete pés do umbuzeiros? E os fatos reais ocorridos ali no tempo do Cangaço guardados em segredo absoluto pelo povo (todos coiteiros) do Maranduba? E as pedras coloridas do Sítio dos Soares e do Maranduba? O que tem a ver essas pedras com Lampião? Por que relacionaram essas pedras com Lampião se somente alguns anos depois foram descobertas e extraídas? Talvez Doutor Paulo Quezado possa explicar esses mistérios. Maranduba de tantos mistérios! Mas a palestra de Ivanildo Siqueira não tratou dessas lendas e nem desses mistérios. Tratou do fato ocorrido ali no Maranduba. O famoso Fogo do Maranduba, onde morreram oito soldados da volante e dois cangaceiros do grupo de Lampião e que foram sepultados ali mesmo, exatamente onde foi inaugurado o Marco Histórico na mesma tarde do dia 15 de junho durante o Cariri Cangaço.

O Sol já se despedia, na hora da Ave Maria, quando, numa mística perfeita, o Frei Agostinho rezava, com todos os presentes, pelos mortos do Fogo do Maranduba.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fb_dtsg_ag=AdzLl5uhNVVB5MrH3A2lg316Bi-fIUTg81cmfnixWzSlrw%3AAdxWuIT4qbWhV17S9-lx4HGsaiN0Z99Htfo-hp07PNVVrQ

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LAMPIÃO E O CANGAÇO | NERDOLOGIA CONFIRA ESSE VÍDEO E, DIGA O QUE ACHOU..!

https://www.youtube.com/watch?v=Y1CXOMPqB28&feature=share
Publicado em 4 de set de 2018

Nerdstore apresenta: Onze Anos e Um Segredo Grandes lançamentos e uma surpresa que deixará todos de queixo caído. Acesse e cadastre-se para saber tudo o que irá acontecer! https://bit.ly/2BVibmO No Nerdologia de hoje, conheça mais da história do Lampião e o Cangaço. Apresentação e Roteiro: Filipe Figueiredo – https://twitter.com/xadrezverbal Edição e Arte: Estúdio 42 – http://www.estudio42.com.br FONTES Lampião: o rei dos cangaceiros, de Billy Jaynes Chandler: https://bit.ly/2LVbwZB A Derradeira Gesta. Lampião e Nazarenos Guerreando No Sertão, de Luitgarde O. C. Barros: https://amzn.to/2NdOSAl A citação de Hobsbawm usada no vídeo, frequentemente distorcida, está em Viva la Revolución. A Era das Utopias na América Latina: https://amzn.to/2MNr9HF SAIBA MAIS Os Cangaceiros. Ensaio de Interpretação Histórica, de Luiz Bernardo Pericás: https://amzn.to/2CfFdVr Estrelas de Couro. A Estética do Cangaço, de Frederico Pernambucano de Mello, com prefácio de Ariano Suassuna: https://amzn.to/2oAQ9Dw Cangaços, ensaios de Graciliano Ramos: https://amzn.to/2NjGEa0 ASSISTA TAMBÉM Independência do Brasil | Nerdologia: https://bit.ly/2JawTcN MATERIAL USADO VÍDEO - 1983 Os Trapalhoes O Cangaceiro Trapalhao: https://bit.ly/2NJALQb VÍDEO - Trailer - Baile Perfumado: https://bit.ly/2Py3ckt VÍDEO - "A Luneta do Tempo", de Alceu Valença | Trailer: https://bit.ly/1nq48JU ARTE - Mauser 98 rifle por Anil Negi: https://www.artstation.com/anil_negi ARTE - Retirantes por Candido Portinari: https://bit.ly/2MIIEsF ARTE - por Candido Portinari: https://bit.ly/2PZ24rb ARTE - Cangaceiro Devil por Cristiano Suarez: https://www.deviantart.com/christiano... ARTE - Mudança de Sertanejo por J.Borges: https://bit.ly/2wF5zub ARTE - Cangaceiros do meu Sertão por Ronald Guimarães: http://www.ronald.com.br/ ARTE - Paturí por Ronald Guimarães: http://www.ronald.com.br/ ARTE - O Bando por Renato Felix: https://www.artstation.com/renatofelix IMAGEM - Virgulino Ferreira da Silva: https://bit.ly/2NJBm4n IMAGEM - Caatinga: - https://bit.ly/2Mn2Egbhttps://bit.ly/2rZVU1bhttps://bit.ly/2MJTRJyhttps://bit.ly/2oCnNsEhttps://bit.ly/2wGbFv3https://glo.bo/2rQXCzw IMAGEM - Euclides da Cunha: https://bit.ly/2LT1NTi IMAGEM - Canga: https://bit.ly/2Ne7HmT IMAGEM - Antônio Fagundes como Afrânio de Sá Ribeiro: https://bit.ly/2Ncl5aZ IMAGEM - Chico Diaz como Belmiro dos Anjos: https://bit.ly/2LNgKGJ IMAGEM - Pablo Morais como Cícero: https://bit.ly/2MGSVpn IMAGEM - Julio Machado como Clemente: https://glo.bo/2LYu7UI IMAGEM - Capa do Livro "Vidas Sêcas" de Graciliano Ramos: https://bit.ly/2ML4onU IMAGEM - Seca: https://bit.ly/2LYucru IMAGEM - Crianças Orfãs vítimas da Seca de 1877 no Ceará: https://i.redd.it/a07c3kpis3x01.jpg IMAGEM - Capa do Livro "Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão" por Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros: https://bit.ly/2MNoAFJ IMAGEM - Padre Cícero: https://bit.ly/2MM0yKY IMAGEM - Coluna Prestes: https://bit.ly/2N8UMCR IMAGEM - Getúlio Vargas: https://bit.ly/2NIgVVx IMAGEM - Senhora marcada a ferro pelo Cangaceiro Zé Baiano: https://bit.ly/2Ne7YWX IMAGEM - Rosário: https://bit.ly/2PVK2WZ SIGA-NOS NAS REDES SOCIAIS: Facebook http://www.fb.com/CanalNerdologia G+: http://bit.ly/1hNOvpD Twitter: http://twitter.com/CanalNerdologia Instagram: http://instagram.com/nerdologia
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JÁ IMAGINARAM SE O CANGACEIRO "MARIANO" VISSE ESSE ANÚNCIO?


O Buraco de Otília. Rua da Aurora. 1980

Otília foi a primeira companheira no cangaço do cangaceiro Mariano Laurindo Granja. Posteriormente, ele adquiriu a Rosinha que era filha do vaqueiro Lé Soares e irmã da cangaceira Adelaide. Rosinha foi morta a mando do cangaceiro chefe Lampião. Ele deu uma chance para ela ir visitar os seus familiares, e não obedecendo, Lampião mandou matá-la.

Mas lembrando ao leitor que isso é apenas uma brincadeira da página do Recife de Antigamente. - https://www.facebook.com/recantigo/photos/a.1206410226166192/2046046495535890/?type=3&theater&ifg=1

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VESTIDO DE MARIA BONITA NO MEIO DO INCÊNDIO DO MUSEU NACIONAL.


Por Kiko Monteiro

Só pra lembrar que, dentre as peças que viram cinzas neste momento com o trágico incêndio no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, vai-se um vestido de Dona Maria que estava no embornal da rainha do cangaço. Esta peça foi adquirida pelo jornalista Melchíades da Rocha, repórter do Jornal "A Noite", que fez a cobertura da morte de Lampião, em Angico, presenteou uma amiga, que por sua vez doou para o acervo do museu.

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LAMPIÃO EM RIBEIRÓPOLIS (SE): VISITA AO ARMAZÉM E PADARIA DO SEU MAMEDE PAES MENDONÇA.


Joel Reis
Mamede Paes Mendonça.

Em certa madrugada, fomos visitados pelo Coronel Virgulino Ferreira, o “Lampião”! Seus homens estavam famintos e pararam para comer na nossa padaria, pois viram que estávamos funcionando lá dentro, com as luzes acesas. Comeram quase todo o estoque, mas na hora de pagar, a prudência mandava não aceitarmos!

Lampião ainda insistiu, mas resolvemos não receber. Muito agradecido, foi nosso amigo até à morte, mas nunca soube que havia nos causado o maior problema de capital de giro de toda a história da firma. Ainda assim a padaria cresceu e compramos um armazém. A firma se chamava “Armazém e Padaria Sergipana”. (Mamede Paes Mendonça)

O EPISÓDIO

Numa daquelas madrugadas, Ribeirópolis adormecida, os rapazes percebem um tropel inusitado. Muitos cavaleiros vêm entrando na cidade e acabam parando na porta da padaria. Mamede estranhou aquela multidão de fregueses chegando antes da hora normal.

Bateram forte na porta. Era um jagunço enorme! Cara feia, faltando dentes e sobrando cicatrizes. Pente de balas por todo lado, poeira por todo o corpo. E falou grosso:

- Vosmicê é o dono da padaria?

Mamede balançou a cabeça, dizendo que sim.

- O Capitão Virgulino Ferreira taí fora querendo falar com vosmicê.

Mamede saiu sentindo frio e um pouco assustado. Aliás, devia estar, provavelmente, apavorado. O que será que Lampião ia querer com ele?

 Alguma informação sobre a cidade, ou sobre a polícia?

- Qual é a sua graça? perguntou Lampião, com certa gentileza.

- Mamede Paes Mendonça, sim senhor.

- Muito prazer. Sou o Capitão Virgulino Ferreira. Meus homens tão sem comer desde ontem e tou vendo que o moço tem aí uma padaria. O que se tem prá comer aí?

Mamede logo respondeu:

- Capitão, o pão já está saindo, mas tem umas bolachinhas aí para se comer enquanto espera.

- Isso demora muito?

- Não senhor. O senhor vai ver que é num instante!

Mal a jagunçada acabou de devorar o estoque de bolachas e Mamede já estava distribuindo o pão quente com manteiga. O clima já descontraído, Mamede fazendo piadinhas e brincadeiras, sob o olhar e sorriso condescendente do Capitão e com a alegre aprovação de todos os cangaceiros.

Barriga forrada, pessoal já montado, o Capitão perguntou:

- Quanto devo a vosmicê?

- A mim o Capitão não deve nada - disse Mamede – eu não vou cobrar de quem defende os fracos.

O Capitão sorriu lisonjeado e respondeu:

- Muito obrigado então, homem. Deus lhe proteja. Até mais ver!

Mamede, de pé, continuou acenando até o bando sumir na estrada. Depois caiu sentado e lá ficou, por muito tempo, pensando em como iria repor seu capital de giro. Mas é certo que Lampião não se esqueceu dele, e consta que sempre lhe teve em muito boa conta.

Mas a história não acaba aí. Dizem que por volta de um mês depois, em outra madrugada, Ribeirópolis ouviu outro tropel. De novo os cavaleiros se detiveram à porta da padaria iluminada.

Mamede pensou: é ele de volta; virou freguês.

Não era Lampião. Agora assomava à porta o Tenente Arlindo Leite, comandante de uma volante faminta, na pista do Capitão Virgulino. Repetiu-se todo o ritual, Tim-Tim por Tim-Tim. Na hora da conta, Mamede outra vez:

- A mim o Tenente não deve nada, que eu não vou cobrar de quem está arriscando a vida pela Pátria.

- No dia seguinte, Mamede se virava para comprar matéria prima no fiado. Seu irmão e sócio Euclides então lhe diz:

- Mamede, se essa briga de jagunços demorar de acabar, nós vamos é quebrar.

Ao que ele responde, entre conformado e otimista:

- Mas não se esqueça de que estamos fazendo amizades importantes!

DANTAS, Raymundo Paiva. A história em depoimentos: Mamede Paes Mendonça. Salvador: Press Color, 2015. p. 129-131.

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NO MUSEU NACIONAL ESTAVA UM DOS FAMOSOS BILHETES DE LAMPIÃO.


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O BRASIL ESTÁ DE LUTO...

FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O Instituto Cariri do Brasil, proprietário da marca Cariri Cangaço, através de seu Conselho Consultivo Alcino Alves Costa emite seu mais Profundo Pesar pelo incêndio que destruiu totalmente o Museu Nacional; o mais precioso guardião da memória e história de nosso país; localizado na Quinta da Boa Vista na cidade do Rio de Janeiro, neste ultimo dia 02 de setembro de 2018... Nossos olhos teimam em não acreditar em tamanha tragédia, as lágrimas que nascem da nossa alma, queimam nossa face e mostram o retrato do Brasil que nos tornamos. Estamos de luto !
Manoel Severo Barbosa
o
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O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil e, até meados de 2018, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localiza-se no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, estando instalado no Palácio de São Cristóvão. O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembléia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938.
Fundado por Dom João VI em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi inicialmente instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga Casa de História Natural, popularmente chamada "Casa dos Pássaros", criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de outras coleções de mineralogia e zoologia. A criação do museu visava atender aos interesses de promoção do progresso sócio-econômico do país através da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946.
O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da memória brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e civilizações antigas. Formado ao longo de mais de dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o acervo era subdividido em coleções degeologiapaleontologiabotânicazoologiaantropologia biológica, arqueologia e etnologia. É a principal base para as pesquisas realizada pelos departamentos acadêmicos do museu — que desenvolve atividades em todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo o continente antártico. Possuía uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e 2.400 obras raras.  Dedicava-se, por fim, à produção editorial, destacando-se nessa vertente a edição dos Arquivos do Museu Nacional, o mais antigo periódico científico brasileiro especializado em ciências naturais, publicado desde 1876.
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SILVIO BULHÕES EM DOCUMENTÁRIO

O mar de Corisco 

Filho do casal de cangaceiros Corisco e Dadá, o menino Sílvio assusta-se ao confrontar suas verdadeiras origens; o rapaz Sílvio parte em busca da mãe biológica; e o homem Sílvio inicia uma jornada para dar aos restos do pai um mínimo de dignidade.



Pescado no canal de Pedro da Rocha

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“PROPAGAÇAO DE INVERDADES”


Por Sálvio Siqueira

Abaixo, transcrevo parte da entrevista feita pelo jornalista Guaracy Oliveira, a época, repórter da revista “O Cruzeiro”, em agosto de 1962, ao ex cangaceiro “Beija–Flor”, o senhor Antenor José de Lima, que dizia ter pertencido ao bando de Lampião e que estava na grota do Riacho Angico quando seu chefe foi morto, em julho de 1938.

Prestem bem atenção na matéria da Revista, pois há citações tão absurdas que, às vezes, acho que foram escritas, somente escritas, e não proferidas pelo ex-cangaceiro, quão grande são mentirosas as citações.

Outra coisa que nos causa espanto é que pesquisadores/escritores usam essa matéria, ou parte dela, como conteúdo para seus livros. Propagando assim tantas mentiras para as futuras gerações. 

Inacreditável!

Bastante desfalcada, torta, sem crédito e triste, com certeza, fica a historiografia do Fenômeno Social Cangaço e seus pesquisadores, estudantes e escritores sérios, responsáveis com a própria.

Os absurdos são indecifráveis, inarráveis e não encontramos adjetivos e /ou substantivos adequados para que possamos enquadrá-los, coloca-los, em uma frase sensata.

Acreditar em tais citações, ou no conteúdo de tal matéria, é inconcebível ou mesmo irracional. Pior que tem quem acredite e quem a defenda até.

LEIAM ABAIXO E CONSCIENTIZEM-SE DOS ABSURDOS QUE A MATÉRIA DIZ TER FALADO, DITO, O EX CANGACEIRO “BEIJA-FLOR:


"Maria Bonita, casada, vivia com seu marido, um sapateiro que, por sinal, está vivo e mora no Mato Grosso. Se o senhor quiser, êle pode confirmar tudo. Lampião é que gostava muito dela. E Ritinha, a outra mulher de Lampião, sabia de tudo. Um dia, êle me chamou e disse:

- Pegue o burro e vá buscar Maria Bonita. Diga que fui eu que mandei.

Quando me aproximei da casa dela percebi que havia uns "macacos" por perto. Mas continuei. Olhei pela janela e ela estava sentada sozinha, na sala. Fiz um sinal, ela veio. De repente, seu marido apareceu e perguntou o que era aquilo. Maria Bonita respondeu:

- Vou morar com Lampião. Você não é homem pra mim não.

Em seguida, montou no burro e fomos embora.

"Quando chegamos de volta Lampião ficou tão satisfeito que até sorriu. E me deu, como prêmio, quinze contos de réis. Era muito dinheiro. Maria Bonita melhorou a vida da gente. Cinco horas da manhã, estava todo mundo de pé. A gente comia do bom e do melhor".

- Foi a mulher mais bonita que Deus já botou no mundo. Tinha o pé grande como diabo. Calçava botinas feitas sob medida e tinha mais pontaria que qualquer um de nós. Ninguém se metia com ela, porque sabia que ia morrer. Brigava de faca, de punhal e de fuzil. Não tinha quem pudesse com ela. Nas noites de lua, os bandidos sentavam no chão, bebiam cachaça, Lampião tocava sanfona e Maria Bonita acompanhava no bandolim. Os cangaceiros cantavam modas. Canções que falavam de sua vida aventurosa e cheia de perigos. Também falavam de amor.

Os últimos dias de Lampião e Maria Bonita são contadas pelo bandoleiro aposentado:

"Foi em Angico. Eram quatro horas da manhã quando a casa foi cercada por mais de mil "macacos: um alvoroço da peste! Maria Bonita correu para a porta e levou uma rajada de tiros na barriga.

Gritou: "Acorde, Lampião! Estamos cercados!" Lampião pegou a arma, abriu a janela e, quando meteu a cara, levou um tiro na bôca.

- Foi Jacinto Moreira César, seu antigo cangaceiro, quem atirou. Eu vi. Depois, o Tenente Bezerra acabou de matá-lo. Quando vimos que tudo estava perdido, eu, "Corisco", "Cascavel", "Ventania", "Gasolina", "Relâmpago" e outros fugimos pelo oitão. Fui para São Paulo, depois Mato Grosso e há dois anos estou em Brasília.

Lampião sabia que estava perto de morrer e mata seu próprio filho:

"Lampião sabia que estava perto de morrer" - acrescenta. - "Uma tarde, chamou seus "cabras" de maior confiança e mandou matar seu filhinho de menos de um mês de idade. Não queria deixar nenhum descendente no Mundo - era o que dizia. Fomos todos, um de cada vez ao berço do menino e ninguém teve coragem de matá-lo. O "bichinho" sacudia as pernas e os braços. Cheguei a levantar o punhal, mas, na hora de sangrá-lo, êle sorriu para mim. Lampião irado, ordenou a Maria Bonita que executasse o filho. Ela respondeu: "Você que o fêz, você que o mate!" E Lampião, sem pestanejar, foi ao berço, jogou o menino para o alto e espetou-o no punhal. Deu o punhal para a gente lamber: "Vejam como é doce..." Ninguém aprovou isso, mas o filho era dêle..."

Esta é a história de "Beija-Flor". Um bandido que, aos setenta anos de idade, ainda não conheceu o arrependimento pelos crimes bárbaros que cometeu. Duas vêzes conseguiu fugir da cadeia. E sorri quando relembra o seu passado de sangue e de maldades.” (Revista O Cruzeiro – na matéria “Eu Roubei Maria Bonita”, de 18 de agosto de 1962)

O que nos causa espanto, como citamos acima, é a ‘reprodução’ das inverdades. A autora francesa Elise Grunspan-Jasmin, em seu livro “Lampião, senhor do sertão”, citando o assunto referente à revista O Cruzeiro, na página 128, escreveu nas entrelinhas: 

“Segundo outra versões, Maria Bonita logo depois de haver tomado consciência do amor que sentia por Lampião, decidiu encontrá-lo. O cangaceiro Beija Flor, de quem a revista O Cruzeiro de 18 de agosto de 1962 transcreve uma entrevista, encarregou-se de raptar Maria Bonita. 

Eis como ele narra o rapto”:

Maria Bonita, casada, vivia com seu marido, um sapateiro que, por sinal, está vivo e mora no Mato Grosso. Se o senhor quiser, êle pode confirmar tudo. Lampião é que gostava muito dela. E Ritinha, a outra mulher de Lampião, sabia de tudo. Um dia, êle me chamou e disse:

- Pegue o burro e vá buscar Maria Bonita. Diga que fui eu que mandei. 

Quando me aproximei da casa dela percebi que havia uns "macacos" por perto. Mas continuei. Olhei pela janela e ela estava sentada sosinha, na sala. Fiz um sinal, ela veio. De repente, seu marido apareceu e perguntou o que era aquilo. Maria Bonita respondeu: 

- Vou morar com Lampião. Você não é homem pra mim não. 

Em seguida, montou no burro e fomos embora.

Quando chegamos de volta Lampião ficou tão satisfeito que até sorriu. E me deu, como prêmio, quinze contos de réis. Era muito dinheiro. Maria Bonita melhorou a vida da gente. Cinco horas da manhã, estava todo mundo de pé. A gente comia do bom e do melhor.

- Foi a mulher mais bonita que Deus já botou no mundo. Tinha o pé grande como diabo. Calçava botinas feitas sob medida e tinha mais pontaria que qualquer um de nós. Ninguém se metia com ela, porque sabia que ia morrer. Brigava de faca, de punhal e de fuzil. Não tinha quem pudesse com ela.”

(Testemunho do cangaceiro Beija- Flor transcrito por Guaracy Oliveira, em “Eu Roubei Maria Bonita”. O Cruzeiro, 18/8/1962, pp. 53-55)

Vejam que a autora apenas transcreveu o que estava escrito na reportagem da revista. Com isso, ela também deixou para outras gerações uma parte escura, mentirosa e inconcebível de fatos e atos que não ocorreram... Lamentável.

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