Por José
Mendes Pereira
Lampião Fonte
da foto: https://tokdehistoria.com.br/tag/maria-bonita
A literatura lampiônica diz que Virgolino Ferreira da Silva o famoso cangaceiro do nordeste brasileiro Lampião, teria dito o que segue mais adiante. Eu tenho visto em alguns textos estas reclamações, mas até agora não vi estes pequenos lamentos de Lampião em trabalhos de escritores, historiadores e pesquisadores famosos. Mas não posso dizer que não foi dito por ele, apenas a minha opinião acredita mais para escrito literário, por ser muito bem elaborado, redigido por uma pessoa que entende bastante de literatura. Apesar que era um homem que tinha bons conhecimentos na vida acho que o amigo Lampião não tinha condições de ditar tão bem assim.
“[…] Não vivo
a vida do cangaço por maldade minha. É pela maldade dos outros. Dos homens que
não têm a coragem de lutar corpo a corpo como eu, e vão matando a gente na
sombra, nas tocaias covardes. Tenho que vingar a morte dos meus pais. Era
menino quando os mataram. Bebi o sangue que jorrava da pele de minha mãe e
beijando-lhe a boca fria e morta, jurei vingá-la. É por isso, que de rifle
às costas, cruzando as estradas do sertão, deixo um rastro sangrento à procura
dos assassinos de meus pais. É por isso que eu sou cangaceiro. Não
sei quando hei de deixar os horrores desta vida, onde o maior encanto, a maior
beleza seria extinguir a maldade daqueles que roubaram a vida de minha mãe, de meu pai e de minhas irmãs. […]”
(Lampião).
José Saturnino inimigo nº 1 do capitão Lampião.
Virgolino disse que era menino quando mataram os seus pais,
mas não é verdade, porque eles faleceram em 1920, e nesse ano ele já estava com 22 anos de idade. Quem foi assassinado pela força policial do Estado foi o seu pai José Ferreira da Silva. Já a mãe Maria Sulena da Purificação faleceu de problemas cardíacos. Lampião queria assassinar o José Saturnino e chegou a fazer grandes ciladas e todas as tentativas foram frutradas, porque nunca deu certo.
Casa de Lampião no sítio passagem das Pedras.
Atacava, mas infelizmente não conseguiu vingar o que fez o Zé Saturnino contra seus pais e seus irmãos, por ter obrigados a saírem do Sítio "Passagem das Pedras" em Vila Bela, no Estado de Pernambuco, e os empurrando para o Estado de Alagoas, terras que eles nunca tinham morado.
Coronel Zé Lucena inimigo nº 2 de Lampião
Se Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos Livino Ferreira e Antonio Ferreira não conseguiram eliminar o José Saturnino do solo sertanejo que morava bem perto dos seus pais, muito menos tinha condições de exterminar o José Lucena de Albuquerque Maranhão, o homem responsável pela morte do seu querido pai José Ferreira, porque para chegar até ao Zé Lucena e assassiná-lo seria muito difícil, vez que ele vivia rodeado pelos seus comandados policiais.
Família
de Lampião (desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos) -
Infelizmente eu perdi a fonte desta foto.
Quando se fala
"menino" já aparece uma porção de pessoas para protegê-lo, e creio
que ele disse que na época da morte dos seus pais ainda era menino (se é que foi ele que ditou o enunciado acima), justamente
para que todos tivessem piedades dele e ficassem do seu lado. Mas na verdade, só o seu pai foi assassinado pela polícia comandada pelo coronel Zé Lucena.
Sua Mãe Maria
Sulena da Purificação (ou Maria Lopes) faleceu de infarto, devido a falta de consideração do seu vizinho Zé Saturnino com o seu esposo José Ferreira da Silva. Dona Maria sufocada com uma porção de problemas com ele, além dos causados por eles, filhos, na região contra os seus desafetos, e assim deixavam a mãe com a saúde abalada. Sentindo que o José Saturnino havia abandonado o respeito para com eles, ela não
resistindo às pressões, ficou decepcionada, posteriormente adoeceu e veio a óbito.
Lampião estava
mais do que certo com a sua revolta. Queria vingar a morte dos pais, mesmo que tenha sido assassinado apenas o José Ferreira..., as suas lamentações qualquer um de nós faria a mesma
coisa. Não podemos dizer que nós vingaríamos, mas a revolta chegaria.
Quando Lampião fala que roubaram também a vida das suas irmãs acho que ele se referiu à falta
de tranquilidades que antes elas tinham, isto é, permanência em um só lugar, principalmente no que eram seus, a propriedade que viviam, do que viverem com os cacarecos na cabeça, hoje aqui, amanhã ali, e assim, vivia
a família de Lampião.
A foto original dos pais de Lampião que o Diin Laden redesenhou é esta:
José Ferreira da Silva e dona Maria Sulena da Purificação pais dos Ferreiras. As fotos acima foram coloridas pelo artista Diin Laden. Eu tinha contato com este senhor desenhista de São Paulo, e certo dia eu a enviei e pedi que ele fizesse algo. Dias depois ele me mandou o que fizera nela. Nunca mais o vi nas redes sociais.
Estas são apenas as minhas inquietações e não têm nenhum valor para a literatura Lampiônica. Qualquer amigo ou amiga que queira discordar tem todo o meu apoio sem nenhuma mágua. Eu sou apenas estudante do cangaço e capaz de errar muito no que se refere ao assunto. Mas eu advirto: Não use este material na literatura lampiônica.
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