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quinta-feira, 9 de março de 2017

CONSELHOS DO PADRE CÍCERO A UM AMANCEBADO

Por Junior Almeida
Foto da estátua do Padre Cícero, no "Museu Vivo" do Alto do Horto, Juazeiro do Norte, Ceará.

Um sujeito vivia em Juazeiro nos tempos do Padre Cícero. Fugiu da seca em sua cidade, fenômeno que sempre judiou do nordestino, principalmente do camponês. Foi com mulher e filhos tentar a sorte na “Meca Sertaneja”, mas, que mesmo sendo considerada uma cidade santa, nunca deixou de ter suas tentações mundanas. Jogo, pistolagem, cachaça e rapariga, nunca faltaram em Juazeiro do Norte, desde que a vila com poucos ranchos de palha pertencente ao Crato.

Pois bem, o cidadão que fora viver em Juazeiro sob as bençãos do "Padim", com as recomendações de que vivesse para família, plantando, colhendo e fazendo o bem, caiu na bagaceira e meteu o pau a jogar baralho a dinheiro, beber até cair e a se enxerir. Não podia ter um trocado no bolso que corria para as noitadas nos cabarés da cidade, para encher o fioofó de cana, jogar e quengar.

O cabra já vivia a um bocado de tempo nessa vida desregrada. A mulher e os filhos dele eram quem mais sofriam com essa situação, pois faltava a presença do homem da casa, faltava a paz do lar, e principalmente faltava o pão.

Cansada de tanto sofrimento, a mulher resolveu se aconselhar com o Padre Cícero, a quem contou todos os seus problemas. O religioso ouviu tudo atentamente, e só ao final da conversa foi que falou. Mandou que a mulher arrumasse uma pessoa que dissesse ao seu marido, que queria lhe falar. Assim foi feito, e a sofredora criatura deu um jeito para que o marido fosse ter com o velho padre.

O sujeito foi ligeiro ver o que o "Padim" queria. Padre Cícero foi direto ao assunto, dizendo que sabia que ele vivia amancebado com raparigas da cidade. Sem poder negar, o cabra admitiu as puladas de cerca, mas tentou se justificar, dizendo que sua mulher já estava velha.

- Pois faça o seguinte: disse o padre.

- Quando você estiver dormindo ao lado de uma dessas mulheres, se levante calado e acenda uma vela pra olhar pra ela. Concluiu o sacerdote.

O homem fez como o Patriarca do Juazeiro recomendou, e mais ou menos à meia noite, depois de ter farreado muito, levantou de ponta de pé, e no bolso de sua calça que estava pendurada num prego do quarto, pegou uma vela. Acendeu e clareou pro lado da cama. O cabra assombrou-se ao ver na cama uma enorme serpente no lugar de onde estava deitada a mulher com quem tinha passado a noite. Sem fazer barulho, saiu do quarto, da casa, e voltou a sua vida de trabalho e pra família.

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O PAI DE JESUS VAI DESFILAR

Por Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2017- Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.644

São José, a vós nosso amor.
Sede nosso bom protetor;
Aumentai o nosso fervor.


Vamos fechando a semana com louvação a São José, pai de Jesus e padroeiro do Bairro São José, em Santana do Ipanema, Alagoas. Desmembrada do grande Bairro Camoxinga, a região da antiga COHAB e seus arredores, sob a égide de São José, inauguraram a igrejinha sede católica em 10 de maio de 1993. Desde então, o bairro se expandiu e hoje abriga repartições e escolas de peso na parte oeste da cidade.

Sua festa do padroeiro já se tornou tradicional e valorizada quando ocupa a igreja, a avenida principal e outras vias. Mesmo sendo um lugar modesto, o entusiasmo dos fiéis animam as noites com missa, fogos, cânticos e parque de diversão na parte profana. Este ano são muitos os noiteiros que estão divididos desde o dia da abertura, em 15/03, até o dia 19/03 dia do encerramento.

A Comissão Organizadora já distribuiu os convites com a programação, causando muita alegria na comunidade. A abertura contará com procissão conduzindo a imagem de Nossa Senhora Aparecida, saindo da Capela de Nossa Senhora das Dores, no Bairro Lajeiro Grande, em direção à igreja de São José. Com inúmeras atividades dos noiteiros, a festa terá seu encerramento no dia 19 (domingo) com Solene Celebração da Eucaristia. A banda Trono será encarregada dos cânticos. Após a Santa Missa, procissão conduzindo as imagens de São José e de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, acontecerá até a Matriz de Senhora Santana. Haverá ainda a Celebração Eucarística e Elevação da Igreja de Senhora Santana a Santuário Mariano.

E como o dia de São José é tão aguardado pelos sertanejos devido às chuvas que dão sinal de bom inverno, com certeza terá pedidos importantes diante da seca que assola a região.

Vamos aguardar o Grande Carpinteiro.


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VALORES DE INSCRIÇÃO NO EVENTO


Colaboradores do estágio supervisionado em Geografia do Campus Central da UERN no semestre 2016.2, terão as inscrições gratuitas no evento;

Todos os autores e co - autores dos trabalhos científicos inscritos no evento devem realizar inscrição e efetuar o pagamento;

Apenas o autor principal deve enviar o arquivo com os trabalhos científicos;

Os valores já pagos não serão devolvidos, EM HIPÓTESE ALGUMA, mesmo que haja desistência do participante;



DADOS PARA PAGAMENTO DAS INSCRIÇÕES

O pagamento deve ser efetuado através de transferência bancária ou pagamento direto no Caixa (Pessoa Física). Não serão aceitos os comprovantes de depósito efetuados via envelope, emitidos por caixas eletrônicos. Após efetuar o pagamento, você deve scanear o comprovante e enviar para o e-mail do evento. Somente após a confirmação, o participante terá sua inscrição consolidada.


CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CONTA POUPANÇA
NOME DO FAVORECIDO: JOSÉLIA CARVALHO DE ARAÚJO
Agência: 0035
Conta poupança: 6354-4

Variação: 013


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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GROTA DO ANGICO, COITO SEGURO

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Será que a Grota do Angico era mesmo coito perigoso como dizem? Por que Lampião gostava desse coito? Estrategicamente era ruim para defesa e fuga?

Quem esteve lá poderá opinar se realmente era desvantajoso ou não. Mas para mim, a experiência que Lampião e os cangaceiros tinham, para escolher um local seguro era que esse local, oferecia garantias. O local estrategicamente não era ruim.

Quantos cangaceiros escaparam?

Consta que no local estavam "acoitados" cerca de 35 pessoas. Isso mostra que a maioria de 24 pessoas escaparam. Se fosse mesmo "uma tumba" será que teria escapado a maioria do bando e chefes de grupo? Naquela noite, será que não tinha vigia ou o vigia teria falhado na missão? O tempo "ruim" teria contribuído para que não houvesse vigia? Será que Lampião vacilou em não escalar vigias?


Sinceramente digo que o "coito" ali era seguro sim, e que essa história de Corisco ou outros acharem o local perigoso, só veio a ser levantado depois do acontecido. Se o local ofereceu saída para a maioria dos cangaceiros, em fuga mesmo desordenada por terem sido pegos de surpresa, podemos dizer que estrategicamente o coito era um bom local. O que falhou ali foi a vigilância e uma série de fatores, encandeados.


Sabemos por diversos fatos acontecidos, que mesmo quando pegos em emboscadas, Lampião e demais sub-chefes se saiam bem pois estavam sempre prevenidos. Naquela manhãzinha neblinosa, a sorte sorriu para as volantes conjuntas, ao ataque a Lampião, mas apenas conseguiram acabar com poucos naquele dia.  A sorte, se é que podemos dizer assim, pelo menos levando em conta que não era para quem morreu, os soldados abateram naquela emboscada, o chefe, a esposa do chefe, seu maioral Luiz Pedro e pequena parte do bando, que mesmo assim podemos dizer que fora a primeira vez em que houvera grande baixa.

Se Lampião tivesse escapado, mesmo com grande baixa, teria continuado a infernizar a população do nordeste, pois os que tinham sido abatidos, teriam seus nomes repetidos em novas aquisições de reforço a seu grupo.

A sorte sorriu naquele dia para as Volantes e seus comandantes e podemos também dizer que sorriu para todos os sertanejos a quem o cangaço infernizava. Estava ali iniciando o fim do "Cangaço Tradicional", que ficou sem liderança, pois Lampião não preparara um sucessor, ensinando-lhe e apresentando-o aos coronéis da política. 

Os remanescentes, com o cerco policial e a vantagem policial imposta sobre eles, foram entregando-se aos poucos e essa "Saga Romântica" foi esvaindo-se e como final, tivemos a morte de Corisco, que já fugia por ter perdido a capacidade de aglutinar, abatido pelo Grande Caçador de Cangaceiros, o Tenente Zé Rufino.


http://meneleu.blogspot.com.br/2017/03/grota-do-angico-coito-seguro.html

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PARABÉNS PREFEITURA MUNICIPAL DE POÇO REDONDO, MAS PRECISA LIMPAR E PINTAR TAMBÉM OUTRAS COISAS

*Rangel Alves da Costa

Parabéns a Prefeitura Municipal de Poço Redondo pelo muito que tem feito em menos de três meses de gestão. Reformas, limpezas, pinturas e outras obras, além de festas em profusão.

Mas que tal também fazer uma limpeza nos espelhos embaçados de nossa cultura e trazer de volta a beleza e o brilho de nossas cavalhadas e de nossos folguedos tradicionais, da Banda Municipal e dos grupos de teatro, do Grupo de Xaxado na Pisada de Lampião e do Grupo de Xaxado Mirim?

Que tal mandar pintar a fachada da cultura e deixar bem visível: Aqui temos a Gruta do Angico, a Serra e o Quilombo da Guia, o Morro da Letra, a Cachoeira do Bom Jardim, a Igrejinha erguida por Antônio Conselheiro no Curralinho, o Poço de Cima, a Fazenda Maranduba e o Fogo de Lampião contra a Volante, o Território de Maria do Rosário, Sítios Arqueológicos, as Tradições Ribeirinhas, as Cruzes do Cangaço, o Memorial Alcino Alves Costa, o Teatro Raízes Nordestinas?

Que tal mandar fazer uma faxina no esquecimento e deixar em plena limpidez valores como a Orquestra de Pífanos da Família Vito, a sabedoria de Zefa da Guia, a Arte do Mestre Tonho, o artesanato de Raí e tantos outros artesãos; as rendas, as almofadas e os bilros de Dona Conceição de Laura, de Dona Clotilde e de Dona Domingas, dentre outras; a escrita e a poesia de Alcino Alves Costa, a história de Zé de Julião, a maestria sanfoneira de Sávio, a poesia de Edézio, o cordel e a escrita de Manoel Belarmino?

Que tal mandar limpar Poço Redondo do descaso turístico e transformar nossas riquezas naturais, históricas e geográficas, em atrativos que garantam reconhecimento e valorização, emprego e geração de renda?


Que tal apoiar e colaborar com o evento Cariri Cangaço que será realizado em meados do próximo ano em Poço Redondo, onde certamente atrairá mais de trezentos visitantes, entre estudiosos, pesquisadores, escritores e interessados pelo tema cangaço?

Que tal mandar limpar, reformar e pintar, aquele Poço Redondo de ontem e em seu lugar fazer surgir um Poço Redondo de um novo tempo na cultura, na história e no turismo?

Sei que a administração está só começando, e por isso mesmo tudo isso poderá se tornar realidade ao longo do tempo. Quem sabe não tardarão as boas surpresas e os espantos ante o que nunca foi feito.

Confio plenamente na administração atual e sei que a intenção do gestor não é priorizar apenas metades de Poço Redondo. Também sei que nem tudo será possível ser feito. Mas onde há esperança há também o sopro bom da confiança na realização.

O que verdadeiramente não pode é um município tão rico em história, cultura e tradições, continuar relegado ao esquecimento pela própria administração municipal. Como certa feita alguém afirmou, Poço Redondo é muito mais valorizado e reconhecido externamente do que internamente.

Contudo, até mesmo a rica concepção que se faz lá fora corre o risco de acabar se o visitante ao município chegar e perceber que não há interesse algum na preservação e propagação de tamanhas preciosidades.

Então, urge que Poço Redondo se imponha e mostre ao mundo que Poço Redondo existe e o que diferencia sua existência.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: 

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 

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SECAS NO BRASIL - POLÍTICA E GESTÃO PROATIVAS


Encaminho o link para download do livro "Secas no Brasil - Política e gestão proativas", organizado pelos colegas Antonio Rocha Magalhães, Erwin de Nys e Nathan Engle, onde sou um dos co-autores.

Reproduzo aqui a apresentação do livro, para que vocês confirmem o interesse no seu conhecimento:

Este livro trata do Fenômeno das secas no Brasil, de como o Governo e a sociedade brasileira têm reagido ao fenômeno e, especialmente, do esforço realizado nos três últimos anos para consolidar uma política nacional sobre secas.

Publicado originalmente nos Estados Unidos, sob o título “Drought in Brazil: Proactive Management and Policy”, vem agora a lume em português, graças a um esforço conjunto do Banco Mundial e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Esta edição destina-se aos leitores brasileiros, especialmente aos tomadores de decisão e estudiosos que se interessam pelo problema das variações climáticas e secas no País.

Em março de 2013, em Genebra, na Suíça, uma delegação de alto nível do Governo brasileiro, chefiada pelo Secretário de Infraestrutura Hídrica (depois ministro) do Ministério da Integração Nacional, participou da Reunião de Alto Nível sobre Políticas Nacionais de Secas, que ficou conhecida como HMNDP, sua sigla em inglês. O evento, realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), reuniu delegações de mais de 80 países e foi um marco importante para a definição de uma nova política para o setor. A Declaração aprovada pelos delegados nesse evento fez um chamamento para que os países adotassem políticas nacionais sobre secas.

O presente livro descreve os desenvolvimentos no Brasil, a partir de então. Contando com a assistência técnica do Banco Mundial e com base na experiência e na transferência de conhecimento de outros países, os brasileiros avançaram com um processo de articulação, capacitação e implementação de uma política nacional de secas cujo primeiro grande resultado foi a implantação de um Monitor de Secas do Nordeste, junto à Agência Nacional de Águas.

O Monitor de Secas já está em pleno funcionamento e pode cumprir sua função de informar aos tomadores de decisão sobre o estado de seca em uma dada região, baseado em informação técnica e na validação de especialistas locais. O texto do presente livro, que representa a contribuição de um grande grupo de especialistas brasileiros e estrangeiros, foi concluído no final de 2015. Embora o livro só esteja sendo colocado à disposição dos interessados no segundo semestre de 2016, os autores optaram por não fazer atualizações, uma vez que o quadro retratado continua válido para todo o período.

O que aconteceu em 2016? No caso do Nordeste, como o próprio texto já previa, aconteceu mais um ano de seca. As discussões no livro já refletiam essa possibilidade, que acabou se concretizando. No caso de São Paulo, contudo, a situação de seca se reverteu. Tendo passado por uma das maiores crises de abastecimento de água, devido à seca de 2014 e 2015, o Sistema Cantareira, que abastece boa parte da água consumida pela Região Metropolitana de São Paulo, retomou condições de regularidade no decorrer de 2016. No Nordeste, espera-se que condições de precipitação em torno ou acima da média histórica retornem a partir de 2017. Caso isso ocorra, é possível que muitos, rapidamente, se esqueçam do fenômeno da seca, mas é certo que ele voltará.

Por isso é tão importante dispor de uma política sobre secas que seja proativa e voltada para reduzir o risco de futuros impactos sociais, econômicos e ambientais, e não, como tem predominado até hoje, uma política que costuma ser mobilizada apenas nos anos críticos. Esperamos que as informações e análises contidas neste livro sejam úteis para todos aqueles que se interessam pela questão das secas no Brasil, quer sejam tomadores de decisão quer sejam pesquisadores ou estudiosos do assunto.

Bom proveito.

Marcos Thadeu Abicalil
Senior Water and Sanitation Specialist
Water Global Practice
SCN Quadra 2 - Lote A, Ed. Corporate Financial Center, sala 702
CEP 70712 - Brasília - DF, Brazil

Para acesso ao documento, entrar no endereço abaixo

FONTE: http://www.suassuna.net.br/2017/03/secas-no-brasil-politica-e.html


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA E CARIRI CANGAÇO JUNTOS !






Helena Câncio e Manoel Severo: Missa do Vaqueiro de Serrita e Cariri Cangaço, juntos !

Todos que percorrem os sertões de nosso nordeste, são apaixonados por nossa história e cultura, exploram o fundo de nossa alma ressaltando os valores que nos fazem únicos, conhecem a força dessa "mata branca" espetacular; a magia de suas cores, sons, aromas, e sabem que aqui se estabeleceu uma cultura única no planeta, aqui temos o sol como grande irmão e que a cada amanhecer nos concede bençãos para mais um dia de conquistas. Aqui é a Nação dos Vaqueiros, berço de Luiz Gonzaga e Virgulino Ferreira, paixão de Padre Cícero e Conselheiro, esse é o nordeste que conhecemos, construído por homens e mulheres de Raiz, Força e Fé.

Helena Câncio é uma gigante ! Dessas pessoas que ao longo do tempo se consolidaram como referência de garra, luta, determinação, talento e paixão. Sertaneja arretada que abraçou muitas paixões e por elas se dedicou por toda vida; viúva de uma das lendas do sertão pernambucano; João Câncio, o padre vaqueiro, que ao lado de Luiz Gonzaga e Pedro Bandeira criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita em homenagem a Raimundo Jacó; trouxe para si a responsabilidade de perpetuar uma das maiores Festas Nordestinas.

 Tiago e Helena Câncio
Tiago e Helena Câncio, Michelline Garcia, Ingrid Rebouças e Manoel Severo
 Fundação Padre João Câncio recebe Cariri Cangaço
Heldemar Garcia, Assessor do Cariri Cangaço

Helena Câncio, Presidente da Fundação Padre João Câncio, com sede em Serrita,Pernambuco, recebeu ao lado de seu filho, Tiago Câncio; secretário de cultura de Serrita; o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo e equipe, em reunião na manhã do último dia 01 de março, em Salgueiro para sacramentarem um encontro que ficará para a história: A Missa do Vaqueiro de Serrita e o Cariri Cangaço enfim estão juntos. 

A Pauta do encontro foi justamente as formas e possibilidades da aproximação e parceria do Instituto Cariri do Brasil, promotor do Cariri Cangaço; e  a Fundação Padre João Câncio; promotora da Missa do Vaqueiro de Serrita. "Esse era um sonho antigo de todos nós que fazemos o Cariri Cangaço e agora o destino resolveu ser generoso conosco; por ocasião do Cariri Cangaço Exu teremos a oportunidade de termos ao nosso lado Helena Câncio e a Missa do Vaqueiro, isso é realmente sensacional" afirma Manoel Severo.

"Prezado Manoel Severo, a honra é nossa em recebe-los. A Missa do Vaqueiro terá seu conteúdo enriquecido, certamente. Transmitirei aos vaqueiros o propósito da tão valiosa visita! A troca de saber e a vontade de realizar coisas no nosso sertão, aproximam a Fundação Padre João Câncio do Cariri Cangaço" comenta Helena Câncio.

Tiago e Helena Câncio, Manoel Severo e Ingrid Rebouças na chegada do Cariri Cangaço a Missa do Vaqueiro de Serrita

Serão dois grandes eventos acontecendo simultaneamente e que se encontrarão de forma espetacular no domingo, dia 23 de julho quando o Cariri Cangaço Exu 2017 celebra junto com a Fundação Padre João Câncio a 47ª Missa do Vaqueiro, em Serrita. "Temos dois enormes eventos, a inigualável e fenomenal 47ª edição da Missa do Vaqueiro e nosso Cariri Cangaço, ambos acontecendo na mesma época e com programações sensacionais de ambos os lados, realmente o sertão vai parar e o Brasil de alma nordestina vai voltar seus olhos, sem dúvidas para Exu e Serrita entre os dias 20 e 23 de Julho, principalmente no domingo, dia 23 quando o encerramento do Cariri Cangaço será na Missa do Vaqueiro de Serrita ao lado de Helena, de Tiago e da Nação Vaqueira desse nosso amado Brasil" completa Manoel Severo.

"A Fundação Padre João Câncio surgiu com o objetivo de explorar, promover, pesquisar e incentivar sob todas as formas o desenvolvimento da cultura sertaneja. Integramos o projeto do artesanato de Serrita a revitalização do Evento Missa do Vaqueiro, agregando a ele um conjunto de informações que define a história, expressada na arte do nosso povo."Revela Helena Câncio.

O que já era Maravilhoso se tornará Excepcional...

Ao longo dos próximos meses, Manoel Severo e Helena Câncio estarão ainda promovendo outras reuniões para estreitarem a parceria, inclusive dentro do próprio Cariri Cangaço Exu 2017, "Eu e Helena estivemos conversando e estamos vendo, além do encerramento do Cariri Cangaço Exu ser na Missa do Vaqueiro, encontrarmos outra possibilidade de encontro de nossas agendas, ou numa pega de boi ou em outra atividade, estaremos trabalhando nessa direção e estarei indo a Serrita e Exu agora em Abril para vermos juntos tudo isso" revela Manoel Severo.

Manoel Severo, Curador do Cariri Cangaço
Salgueiro, 01 de Março de 2017
Fotos: Heldemar Garcia

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2017/03/missa-do-vaqueiro-de-serrita-e-cariri.html

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TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO: OS NECESSÁRIOS PINGOS NOS “IS” DIANTE DO DESCARAMENTO DE ALGUNS POLÍTICOS PARAIBANOS

Por Jonas Duarte

Falo com a autoridade de quem já foi um crítico persistente do Projeto de Transposição do São Francisco. Consideramos o projeto como uma obra que continua limitada à busca de soluções apenas hidráulicas para o Semiárido. Consideramos, todavia, que a questão do Semiárido é muito mais ampla e grave. Não se pode esperar desenvolvimento nessa região, no sentido amplo do termo, que não passe por sua reestruturação socioeconômica.

Essa reestruturação socioeconômica exige democratização do acesso a terra e a água, a eliminação da pobreza com políticas sociais inclusivas, a estruturação do território com inúmeras técnicas e tecnologias de captação, armazenamento, usos e reusos dos recursos hídricos no Semiárido, os quais não são poucos. Exige ainda um trabalho vigoroso de recuperação do nosso principal bioma, a Caatinga, e um redirecionamento forte na educação ali praticada, no sentido dela se tornar uma Educação Contextualizada às condições próprias do Semiárido, o que implica promover uma revalorização do Bioma e do Território com todas as suas características, colocando em evidência as potencialidades e possibilidades de convivência e transformação social desse lugar.

Pudemos constatar, ao longo do tempo e de profundas pesquisas, que muita gente foi capaz de progredir, avançar cultural, social e economicamente nessas terras, mesmo sob as desastrosas ou ausentes políticas públicas para o território, como resultado do uso de tecnologias disponíveis para produção e renda já existentes nesse espaço maravilhoso do território nacional.

Infelizmente, o nosso Bioma continua desvalorizado e mesmo a população da região ainda ignora as suas imensas possibilidades decorrentes da riqueza e diversidade das suas características próprias. Em conseqüência, o manejo ambiental e as técnicas mais utilizadas continuam ampliando o processo de desertificação, a degradação de nossos solos, de nossa vegetação e de nossa fauna. Persiste apenas a busca de soluções definitivas através de grandes obras, como se pudessem ser soluções mágicas.

É importante destacar desde já que no Semiárido brasileiro há muita possibilidade de vida, riqueza e desenvolvimento apenas tendo em conta as condições específicas que lhe foram dadas naturalmente. Acrescentamos que é possível praticar políticas econômicas inclusivas e de desenvolvimento social sob as condições naturais do semiárido.

Para ilustrar as afirmações acima, comparemos a realidade de dois municípios nordestinos. O primeiro, o pequenino município de Várzea, no estado da Paraíba, com pouco mais de 2 mil habitantes, inserido no Seridó Ocidental, região com média pluviométrica em torno dos 500 mm anuais. O segundo, o município de Belém do São Francisco, em Pernambuco, com cerca de 20 mil habitantes, banhado pelo Velho Chico, com uma média pluviométrica de 500 mm. Em ambos o MMA – Ministério do Meio Ambiente registra estágio grave de desertificação. Observem as diferenças sociais entre esses municípios.

TABELA I
DADOS SOBRE REALIDADE SOCIAL DOS MUNICÍPIOS DE VÁRZEA – PB E BELÉM DO SÃO FRANCISCO – PE
Índices
Várzea – PB
Belém de São Francisco – PE
IDH M (2010)
0,707
0,642
ÍNDICE DE GINI
0,35
0,44
INCIDÊNCIA DE POBREZA
46,97%
64,28%
Fonte: IBGE, Censo 2010

Para o leitor que não é acostumado com esses índices, segue uma pequena referência para facilitar o entendimento.

IDH M – Índice de Desenvolvimento Humano Médio – Expressa, de forma geral, a qualidade de vida da população a partir de três referenciais: Renda, educação e saúde. Quanto mais alto melhor a qualidade de vida da população.

Índice de Gini – Mede a concentração de rendas. Quanto mais próximo de 1 (um), mais concentrada se encontra a riqueza.

Incidência de Pobreza – Mede em percentual a população considerada pobre no município, pelos critérios de renda e acessibilidade a bens e serviços.

É indiscutível, pelos dados da Tabela, apresentados acima que, no geral, a qualidade de vida no município de Várzea, em uma das regiões mais secas do Brasil, e com dificílimo acesso a água é melhor do que em Belém de São Francisco, banhada pelo Velho Chico. Aliás, para quem conhece, sabe que às margens do São Francisco fica a grande miséria daquele município. Quem conhece Várzea, na Paraíba, sabe também que sua elevada taxa de desenvolvimento, comparada aos padrões do Semiárido brasileiro, advém de investimentos na área de Educação.

Os dados comparativos servem apenas para ilustrar o pensamento de parte da esquerda brasileira que, na época de apresentação do Projeto de transposição do rio São Francisco, em 2006/2007, se posicionou por privilegiar outras prioridades do governo Lula. Questionava-se tanto o aspecto dos riscos socioambientais da obra, como do ponto de vista socioeconômico.

Pressionava-se por uma nova forma de cuidar do nosso principal Bioma, a Caatinga. Defendíamos um novo rumo a ser dado nas políticas econômicas para o Semiárido, que se fizesse a Reforma Agrária no Semiárido, obedecendo às suas características próprias; que se fortalecesse a Agricultura Familiar Camponesa, as tecnologias de convivência, as obras de captação e distribuição de água, democratizadas; que em detrimento da Agricultura Familiar camponesa que alimenta o povo brasileiro, não fortalecêssemos as grandes empresas internacionais que, afinal, já tomam conta das águas e de parte do próprio São Francisco, onde essas águas se escasseiam fruto desse uso desastroso. Enfim, era nesse rosário de críticas que parte da esquerda militante no Semiárido se baseava para contestar as obras de transposição do São Francisco, tidas como prioridade absoluta pelo Governo Lula para a Região.

Parte do que as esquerdas propunham para o Semiárido foi atendido nos governos Lula e Dilma. Outros aspectos não foram contemplados. Porém, de uma coisa Lula e Dilma não abriram mão. DA INTEGRAÇÃO/TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.

Sendo sinceros e honestos com a história e com as pessoas, temos que reconhecer que, enfrentando todas as críticas acima apontadas, e todas as desconfianças expressas pelos movimentos sociais de caráter popular mais à esquerda (que o apoiaram sempre), foi o presidente Lula quem arregaçou as mangas, assumiu o Projeto e teve a coragem de iniciar, construir e assegurar os recursos para a Obra. Isso foi feito com o absoluto desprezo e descrédito por parte das oligarquias de sempre, que nunca tiveram ou quiseram destinar recursos a grandes obras no Nordeste.

O debate à esquerda agora não pode ser mais “que a obra não deveria, não poderia ter sido prioridade”. Parte das alternativas apresentadas ao projeto original não foram incorporadas, ponto final. A realidade objetiva nos mostra hoje que essa obra vai salvar, eu disse: SALVAR, da sede, milhões de nordestinos. Não há mais sentido ficar em discussões: “mas SE… Se … se”. Não. A primeira atitude de alguém sensato, preocupado com as transformações sociais que necessitamos é discutir a realidade objetiva, concreta. O fato é que a obra foi feita, com todos os riscos que conhecemos.

Cabe agora aos movimentos populares sociais debater como a obra pode e deve beneficiar o máximo de pessoas, sem incorrer em tantos riscos ambientais que sabemos existir. E sem se tornar base de mais concentração de riquezas de um lado, pobreza, miséria e destruição ambiental do outro, como enfim ocorre em todas as obras inseridas na lógica perversa do capital.

É preciso combater com veemência o Hidronegócio, que pode (está de olho) transformar em mercadoria as águas que começam a jorrar, usando às claras esses recursos públicos, comuns a todas e todos, para seu exclusivo beneficio, como já se faz desde muitos anos em gigantescas áreas de terras às margens do Velho Chico, acumulando fortunas de um lado e espalhando miséria e destruição ambiental do outro.

Em função do que foi dito até aqui é preciso colocar alguns pingos nos “is” e divisar algumas tarefas para minimizar os riscos efetivos que decorrem da Transposição do São Francisco.

Primeiro e fundamental aspecto. Desmascarar esses políticos oportunistas, que descaradamente e sem nenhuma vergonha querem se apropriar da Obra. Como se a Transposição tivesse sido uma conquista deles ou mérito deles. Estou falando de políticos GOLPISTAS, responsáveis por toda onda de violência e agressividade que sofrem hoje a Presidenta Dilma e o Presidente Lula. Políticos que agora se apressam em ir a rádios, TV’s,  Jornais, espalhar outdoors em defesa da transposição, pegando carona e  dizendo que a transposição tem suas caras. Ora, estes políticos participaram, apoiaram os diversos governos federal a vida toda, se beneficiaram de todos, absolutamente todos os governos que ali passaram, sejam de golpistas, ditadores ou democratas; neoliberais ou desenvolvimentistas. Abarrotados de dinheiro, nunca foram além de tratar a Transposição do rio São Francisco como mero projeto, ou de fazerem belos discursos. Só isso. Na hora H, apenas Lula teve coragem, “sangue no olho”, como se dizemos por aqui, para tirar a Obra do papel, do discurso, e assegurar sua execução.

A Lula principalmente, e a Dilma devemos o nosso reconhecimento. Não se pode esquecer que a Obra fez parte do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, claramente uma política desenvolvimentista, antineoliberal, assegurada pela visão de Dilma e Mantega (demonizados por neoliberais de plumagem tucana). A Obra cumpriu também um papel anticíclico, sendo uma forma de enfrentar a crise do capitalismo, sem se render ao neoliberalismo clássico.

O que já ouvimos e vimos nos últimos dias nas emissoras de rádio e TV na Paraíba, nos enoja. Seria risível se não fosse trágico e imoral…Até o “chuchu tucano” de São Paulo apareceu por aqui para dar entrevistas mostrando o que fez pela Obra. Nossos políticos voltaram ao nível anterior a 30, pré-Getúlio Vargas. Seus comportamentos são lastimáveis, tristes, coronelescos. Nunca assisti tanto cinismo, despudor e oportunismo. O líder local golpista, dos tucanos, eleito senador pela Paraíba para defender as “Quatrocentonas paulistas”, descaradamente, desavergonhadamente atribui à FHC o inicio da Obra. Como não se indignar diante de tanto oportunismo? De tanto descaramento?

Caso tivéssemos influência junto aos petistas ou tivéssemos algum contato pessoal com Lula ou com alguém do seu staff, proporíamos uma vinda de Lula à Monteiro, à pequenina e rebelde Paraíba. Iniciaria na terra do valente João Santa Cruz, de saudosa memória do levante de 1912 contra João Machado e o “machadismo”, uma cruzada pela verdade. Ali, nas terras do maior repentista do Brasil, Pinto, esse símbolo da cultura popular sertaneja; nas terras do grande Zé Marcolino (aquilo tudo era Monteiro). Na terra do cantor da música que pede para o “rio desaguar”, o grande Flávio José. A partir de Monteiro deveria surgir uma espécie procissão da verdade sobre a Obra de Transposição do velho Chico. Lula à frente, ali em Monteiro. Reuniria Ciro Gomes, seu Ministro que começou toda essa peleja e brigou com muita gente, especialmente com nós da esquerda para a Obra sair. Traria Dilma e Mantega, os ideólogos economistas. Unir-se-ia ao Governador Ricardo Coutinho, guerreiro fiel nas horas de turbulência, aliado digno, que ficou ao lado desse Projeto, econômico, hídrico…

Ali, Lula, Ciro, Dilma, Ricardo Coutinho e todos os movimentos sociais que apoiaram e lutaram pelos governos deles, recebendo as águas do Velho Chico começaria uma reação à operação asquerosa contra os que querem se tornar “donos da obra”, claro. Seus objetivos é privatizar seus fins e amealhar seus rendimentos políticos e financeiros.

Essa turma golpista, aqui na Paraíba já se movimenta para privatizar a CAGEPA. No Congresso Nacional querem aprovar a permissão da entrega das terras banhadas agora pelas águas do Velho Chico para empresas estrangeiras, que monopolizam o agro e o hidro negócios hoje no mundo. Para essas explorarem as nossas águas, solos e sol e deixarem o cascalho conosco. São entreguistas sem pudor. As águas que hoje salvam de sede milhões de paraibanos, são vistas por eles, como matéria prima de fazer fortunas.

Do ponto de vista político é importante nesse momento fortalecer algumas das bandeiras levantadas pelo Governador Ricardo Coutinho, sobretudo, a sua posição firme em defesa da CAGEPA e da AESA. Companhias como estas, em mãos privatistas, vendáveis, entreguistas, seria um desastre para a Paraíba e paraibanos.

É necessário defender um Projeto Popular para Agricultura Familiar Camponesa, que fortaleça os pequenos agricultores, disponibilizando-lhes a água e tecnologias apropriadas para uma produção agroecológica, saudável e em harmonia com o meio ambiente. Na mesma direção, cabe fortalecer o INSA – Instituto Nacional do Semiárido, para efetivamente chegar junto das populações desse território com ciência e tecnologias voltadas ao desenvolvimento sustentável desse território. Os movimentos sociais do campo precisam ainda pressionar e exigir a recriação do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e, nele, uma Coordenação de Políticas para o Semiárido.

É de fundamental importância organizar uma campanha educativa e efetiva de revitalização e salvamento do Rio São Francisco. A Transposição não pode ser (como está sendo) mais um fator de agressão e morte àquele rio. Pode e deve se transformar num instrumento de sua defesa, de sua revitalização. Faz-se igualmente necessária uma campanha em defesa da revitalização dos rios da Paraíba, especialmente das bacias hidrográficas do Paraíba e Taperoá (recebedoras do Eixo leste).

Hoje todos os paraibanos devem saber que desmatar é crime e o atalho curto para destruir sua perspectiva de futuro. é necessário aproveitar a oportunidade para um grande programa de educação ambiental, voltado ao recaatingamento, ao combate à desertificação e a recuperação de nossas áreas degradadas e consequentemente da revitalização de nossos rios. São tarefas fundamentais de quem pensa no futuro.

Vamos aproveitar a chegada das águas do São Francisco para fazer esse debate em nosso estado.

Sejamos firmes: Água para a vida, não para a exploração, lucro e acumulação de riquezas só de alguns. Afinal é no Semiárido que a vida pulsa, é no semiárido que o povo resiste.

Sobre o assunto:
Transposição: o legado de Marcondes e o paradoxo político

COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Que a água vai chegar na Paraíba, isso não resta a menor dúvida. No entanto, o foco da discussão não é esse. O problema está na segurança do rio, no fornecimento de volumes suficientes para o abastecimento de 12 milhões de pessoas no Setentrional nordestino, sem, ante, por em risco o meio ambiente da bacia e todos os investimentos já efetuados no rio. A Chesf já investiu algo entorno de U$ 13 bilhões, no parque gerador de energia do Nordeste. Cerca 80% dos volumes do rio são utilizados no setor geração elétrica. Atualmente, está sendo irrigada uma área de mais de 340 mil ha, e ainda existem os bombeamentos efetuados para o atendimento das demandas hídricas das populações ribeirinhas. Lembro, também, que a represa de Sobradinho está com cerca de 14,6% de seu volume útil (no mês de abril a represa teria que estar com 60% de seu volume preenchido para não haver problemas no atendimento de demandas). Estamos à cerca de 60 dias do encerramento da quadra chuvosa da região, ou seja, há possibilidades concretas de a represa vir a entrar em volume morto no mês de novembro. Caso isso aconteça, gostaria de ver a cara de todos esses políticos que, atualmente, estão brigando pela paternidade desse conflituoso projeto.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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